sexta-feira, novembro 30, 2007
PRIMEIRA REUNIÃO
Imagem: Tatiana Ratinetz.
SISIFISMO
Luiz Alberto Machado
Sobre esta terra, Hy Breazil
Muita lágrima
Muito sangue
Jamais redimidos.
Sonhou-se novo sol, Hy Breazil,
Mas a banda é a mesma
As armas, as mesmas,
Os homens, os mesmos.
Hy Breazil!
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. In: Primeira Reunião. Recife: Bagaço, 1992.
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ALEX ANTUNES
Alex Antunes é músico, escritor e jornalista. Atualmente escreve para a revista Rolling Stone. Como músico, foi vocalista da banda Akira S & as Garotas que Erraram nos anos 80 (autores de "Atropelamento e Fuga", sucesso com Skowa & a Máfia) e na midialouca ele interpretará trechos do livro com acompanhamento musical - as bases eletrônicas foram produzidas pelos programadores Wendel Vicente e Paulo "Anvil FX" Beto. E acaba de lançar o livro "A Estratégia de Lilith" (editora Conrad), que ocorrerá na midialouca, neste sábado, dia 1 de dezembro, às 20 h. O livro está sendo adaptado para o cinema pelo roteirista Hilton Lacerda (de Amarelo Manga, Baixio da Bestas, Árido Movie, Baile Perfumado, Cartola e outros), e deverá ser filmado em 2008. Leia mais sobre Alex e sobre o livro no site www.midialouca.com.br Midialouca, espaço cultural e loja de CDs, DVDs e livros na rua Fonte do Boi, 81 - Rio Vermelho - Salvador - Bahia, Aberta todos os dias: www.midialouca.com.br Info: (071) 3334-2077 cel: (071) 8761-2077
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terça-feira, novembro 27, 2007
ROSIMEIRE LEAL DA MOTTA
Trechos de sentimentos próximos ao coração.
Profundidade aceitável.
Protegidos por uma enseada.
As embarcações do meu viver ali fundeiam.
Têm acesso fácil à margem.
Refúgio, guarida, proteção.
Porto da minha vida.
Atracam navios de esperanças e sonhos,
Sob o cuidado constante do farol,
Cuja luz vem do céu.
Área marítima das minhas emoções,
Aguardando o desembarque
Da tão sonhada felicidade...
(Rosimeire Leal da Motta, Porto da minha vida).
A poeta e escritora capixaba, Rosimeire Leal da Motta acaba de lançar o seu livro “Eu poético” reunindo poemas e prosas, publicado pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores. Sobre o livro escreveu a professora, poeta e escritora, Maria José Zanini Tauil: “Rosimeire: é sonho e intuição, tem olhar astuto e romântico. Sua poética é produto de reflexão constante, de reminiscências e perspectivas. Tanto pode ser crepúsculo de velho tempo, como autora de tempo novo. Ela traz nesse volume o seu melhor. (...) O conjunto da obra põe à luz, com expressivo lirismo e sagacidade, o universo simbólico do cotidiano dessa menina tímida, doce e romântica; menina – mulher, corajosa, eclética (...) Sua temática é constituída de diferentes cores e sabores; trazem uma visão geral do mundo que a rodeia, com seus problemas, belezas e tristezas...”. Também o jornalista carioca e Mestre em Literatura Brasileira, Elidio Fernandes Júnior acerca da obra se expressa: “Um grande exercício de criação. Essa é a primeira impressão que se tem ao ler Eu poético de Rosimeire Leal da Motta. (...) Sim, os versos de Rosimeire me soam como uma espécie de Simbolismo revisitado, redimensionado para uma vivência pessoal por isso caracterizo-os como uma expressão potencialmente subjetiva de uma alma inquieta pela necessidade de explicitude. (...) Uma artista da pena que, ao fortalecer suas raízes – cultural e familiar -, nos presenteia com o testemunho de uma vida intensa. Cante, Rosimeire, o instante existe. E nós, leitores, merecemos seu canto”. O livro é divido em 4 capítulos, o primeiro deles destinado à poesia onde ela diz, no seu poema Criação artística literária, “(...) Permito ao mundo exterior desvendar o meu íntimo” e, no "Trajetória de uma vida” ela se expõe: “(...) Amar a si mesma, esquecer as folhas amareladas pelos anos”. No segundo capítulo ela traz a sua poesia já premiada em diversos concursos nacionais. No terceiro e quarto capítulos, a autora traz a sua prosa, inclusive, na última parte do livro, as prosas premiadas. Ao abrir o livro o leitor logo se depara com a seguinte inscrição: “De presente para você, o meu eu poético... há neste livro, um perfume de sentimentos, fragrância de mim”. E é exatamente isso que toda aquele que se deparar e degustar o livro vai encontrar: a fragrância de uma mulher sintonizada com o seu tempo e a sua vida. Parabéns, Rosimeire. Contatos com a autora: Rosimeire Leal da Motta Caixa Postal: 023502 – IBES CEP: 29108-973 – Vila Velha – ES ou através do email rosimeire_lm@yahoo.com.br
Veja mais no site de Rosimeire Leal da Motta. E no Guia de Poesia.
segunda-feira, novembro 26, 2007
SOCORRO LIRA
A cor que me deste em rosa
me despertou assim despetalada
já meio parto dessa madrugada
nasci doente de amor, passada
da minha hora de nascer e à luz
de uma velinha que cobriu o mundo
e deu-me a sombra dada ao vagabundo
que tem o céu por casa sem o ter
e o azul por manto protetor
para vestir a pele quando a dor
o visitar na hora de viver
(Socorro Lira, Parto)
A compositora, intérprete, instrumentista e produtora cultural paraibana, Socorro Lira, acaba de lançar o seu primeiro livro de poemas Aquarelar. Ela já lançou os discos Cantigas (2001), Cantigas de bem-querer (2003), As liras pedem socorro (2005) e A linha e o ponto (2006) dentre outros projetos musicais. Agora ela faz uma incursão pela poesia. Veja detalhes no site de Socorro Lira.
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SÓ CULTURA
Uma revista de cultura, arte e informação na internet, a SóCultura! tem como objetivo oferecer as pessoas mais um espaço na internet voltado para a cultura, a arte e o conhecimento. Lá você participa mostrando a sua opinião, publicando o seu artigo, divulgando o seu site cultural, enfim, mostrando o seu trabalho. Visite, imperdível.
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sexta-feira, novembro 23, 2007
PRIMEIRA REUNIÃO
Imagem: Blue - Moby Dick, ca.1943, do pintor expressionista abstrato americano Jackson Pollock (1912-1956).
ILIMÍTROFE
Luiz Alberto Machado
Não sei bandeiras.
Não sei de divisas.
Só sei da carne
O olho
O gesto
E
O coração.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. In: Primeira Reunião. Recife: Bagaço, 1992.
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REVISTA NÓS
Site da Revista Nós, uma publicação eletrônica cultural e literária, editada por Marco Polo Haickel, com uma série de novidades, dentre elas o Boletim Informativo Livros & Cultura, publicado pela Thesaurus Editora de Brasília e mais: Bolsa Funarte de Literatura, Biblioteca Nacional de Brasília faz festa com doação da Thesaurus Editora, * Alma de Guerreiro chega ao BOPE, dentre outras.
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quinta-feira, novembro 22, 2007
POIS É
O POIS É é o excelente jornaleco de opiniões e picuinhas editado pelo poeta Pedro Cabral Filho com participação da malta mundial que opina, zona, manga, critica, mete bronca, azucrina, se descabela, solta a franga, larga pilhérias, saracoteia, desce do tamanco, roda a baiana e, ainda por cima, dana-se a poetar e divulgar eventos culturais e artísticos das Alagoas. De uma coisa tenha certeza, se Alagoas tem algo de bom, com certeza uma delas é o Pois é. Digo e assevero, pois é! E vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!
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segunda-feira, novembro 19, 2007
W. H. AUDEN
“Ser livre é com freqüência estar sozinho”.
Wystan Hugh Auden nasceu no dia 21 de fevereiro de 1907, em York, Inglaterra. Ingressou na Universidade de Oxford em 1925, onde mais tarde integrou um grupo de poetas. Sua preocupação inicial era com o papel do homem na sociedade quando tende a ser retórico e dialético, mas possuía aversão tanto ao fascismo como da filosofia de Marx, embora seja influenciado por este e por Freud, pois se manifestava um esquerdista cristão e anarquista, nutrindo desconfiança com relação aos políticos: “(...) O inimigo era, e ainda é, o político, isto é, a pessoa que quer organizar a vida dos outros e pô-los na linha. Sou capaz de reconhecê-lo instantaneamente, qualquer que seja o seu disfarce, de funcionário público, de bispo, de mestre-escola ou de membro de um partido político, e não posso topar com ele, por mais casual que seja o encontro, sem experimentar um sentimento de medo e de ódio”. Mais tarde tornou-se professor e a partir disso começou a focalizar sua poesia com um tom satírico com relação ao estilo de vida da burguesia inglesa e, ao mesmo tempo, a empatia de que dava mostras no retratá-la. Depois tornou-se roterista de cinema e casou-se por mera conveniência e por procuração com a filha do escritor Thomas Mann, a Érika Mann, com quem ele nunca viveu junto. Depois participa da Brigada Internacional combatendo na Espanha. Ao emigrar para os Estados Unidos, onde viveu quase 20 anos lecionando em faculdades e universidades, deixou-se dominar pelo espírito de religiosidade e passou a ser influenciado por Kierkegaard. Morou em Nova York onde manteve relações pessoais com Salvador Dali, Igor Stravinski, Edmundo Wilson, dentre outros. Auden adotou a ambigüidade religiosa tendo como principal característica a elegância e a riqueza inventiva da forma. Ele diz: “Tudo o que tenho é uma voz para desfazer o véu de romântica mentira”. E mais adiante: “(...) E o homem de hoje, através de seu sofrimento presente, ouve, longe ou perto, a mais velha de suas alegrias, o barulho da água, exatamente como foi um dia”.
No seu poema Lagos, dedicado a Isaiah Berlin, ele diz: “(...) Não é à toa que a cristandade só teve início realmente quando, torturada e alvo de prisões e grutas, seus pensativos chefes foram ao lago Ascaniano e inventaram, na praia infestada de cegonhas, a vida de Deus, tornando católica a figura de três pequenos peixes dispostos em triângulo”. Sobre esta temática ele escreveu o poema “A questão”:
Todos nós acreditamos ter nascido de uma virgem
(pois quem pode imaginar os seus pais a copular?)
e casos há conhecidos de virgens que engravidaram.
Mas permanece a questão:
De onde Cristo recebeu cromossomo extra?
O que encontramos em Auden é o que ele mesmo explicita acerca da poesia: “Toda poesia genuína é, em certo sentido, a formação de esferas privadas a partir de um caos público”. E segundo José Paulo Paes, “Para Auden, a poesia não nos possibilita fugir da vida mas concede-nos uma breve pausa de nossos problemas imediatos, dá refrigério aos espíritos cansados e relaxamento aos nervos tensos. À medida que vou ficando mais velho e os tempos mais sombrios e mais dificies, é para poetas como Horácio e Pope que me volto cada vez mais em busca do refúgio de que careço”. Assim, a obra poética audenesca tem, para Allan Rodway, a função de “(...) erguer-se acima do mundano, brincar com as palavras, entreter, e, sem pompas nem sermões, elevar os corações, as mentes e o ânimo dos seus leitores”. É como o próprio Auden diz no seu “Dos poemas breves”: “A esperança de um poeta: ser , como os queijos de certos vales, local, mas estimado alhures”. E como diz João Moura Júnior: “(...) Se sobressai no Auden de então o poeta público – fruto do período histórico particularmente conturbado que se estava vivendo – esse não deixa de incorporar a experiência privada. Se, por outro lado, é esta quem parece tomar as rédeas do poema a partir dos anos 40, isto ocorre sem que jamais seja posto de lado um certo registro adquirido na poesia pública. Daí a caracterica marcante desse poeta: uma dicção nobre, sofisticada, mas que nunca perde de vista o leitor”. Exemplo disso é constatado no seu poema “História de Detetive”, numa tradução de José Paulo Paes:
Quem jamais deixou de ter a sua paisagem,
A rua torta da aldeia, a casa em meio às árvores, tudo perto da igreja?
Ou então taciturna casa de cidade, a de colunas coríntias,
Ou então o pequeno apartamento proletário, mesmo assim
Um centro, um lar, em que aquelas duas ou três coisas
Que a um homem podem ocorrer, vão ocorrer de fato.
Quem não pode traçar o mapa de sua própria vida,
Sombrear a pequena estação onde se encontra com a amada
E diz-lhe adeus continuamente, assinalar o ponto onde foi primeiramente
Descoberto o cadáver da felicidade? Uma vagabunda ignota? Uma ricaça?
Uma coisa enigmática, sempre, com um passado bem sepulto: e quando a verdade, a verdade a respeito da felicidade nossa vem à luz, o quanto não devia ela à chantagem e aos namoricos. O que vem depois é o de costume.
De acordo com o plano: o conflito entre o bom senso distrital e a intuição, esse amador exasperante que sempre chega ao local por acaso antes de nós.
Tudo conforme ao plano, quer as mentiras, quer a confissão, até a emocionante caçada final, e a morte. Todavia, na derradeira página, uma dúvida insistente: e o veredicto, foi justo? Os nervos do juiz, aquela pista, os protestos da assistência, e o nosso próprio sorriso... ora, pois sim....
Mas o tempo é o culpado sempre. Alguém tem de pagar pela morte da felicidade, a nossa própria felicidade.
E no seu soneto Palavras, traduzido por João Moura Júnior:
Nasce um mundo da frase pronunciada
Onde tudo acontece tal e qual;
Na palavra a palavra está empenhada:
À fala, não ao falante, dá-se o aval.
Clara seja a sintaxe, e mais: que nada
Mude ao tema seu fluxo natural
Nem troque os tempos por amor à toada
Pois há tristes versões de pastoral.
Para que um blábláblá interminável
Se os fatos são nossa melhor ficção?
Antes o verbo facilmente achável
Do que da rima a falsa encantação,
Qual dança de zagais mima o insondável
Cavaleiro a vagar na solidão.
Os seus Versos de pé quebrado por um cidadão de prol, dedicado a Roberto Lederer e traduzido por José Paulo Paes traz:
A nossa Terra em 1969 não é planeta que de meu faça jus ao nome:
Vale dizer, um mundo que me dê sustância para manter o caos a uma certa distância.
As paisagens e climas do meu éden são construções eduardianas que procedem do tempo em que banheiros ocupavam largo espaço e se dizia uma ação de Graças antes do repasto.
O automóvel, tanto quanto o aeroplano, são úteis engenhocas, mas de caráter profano; a engenharia com que eu sonho move-se por energia hidráulica ou então vapor.
O raciocínio me inculca a aprovação da lâmpada elétrica, por que careço de afeição. Luz mais digna, a meu ver, de ser reverenciada, é um bico de gás no patamar da escada.
Os fantasmas da família combati e derrotei, mas dos seus valores jamais eu duvidei: achava-lhes a ética do trabalho, protestante, a um só tempo simpática e atuante.
Quando os casais tocavam e cantavam a duas vozes ter dúvidas era pecado, um dos mais atrozes. No que me diz respeito, até o dia derradeiro continuarei a comprar só a dinheiro.
Nosso Livro da Prece Comum sempre foi o de 1662: segundo ele, os sermões merecem gabo e as reformas litúrgicas são o diabo.
O sexo era decerto – e continua a ser – mistério dos mais atraentes, e de surpreender, mas a banca de revistas outrora não supria tal maniquéia pornografia.
A palestra era então arte de tão bom gosto quanto aprender a não soltar peido ou arroto. Qual o pior, que deles Deus nos livre: o anti-romance ou o verso livre?
Doutores da universidade não imito que vivem a escalpelar símbolo e mito: tenho-me por homem de letras e no rol dos que escrevem, ou esperam escrever, para um público de escol.
De permissividade ousa alguém acusar um sucesso escolar? Mais são as classes freqüentadas por mim, onde se estudavam o grego e o latim.
Conquanto eu não ache o termo legal se há de fato um hiato geracional, de quem a culpa? De velhos e rapazes que de aprender a língua-mãe sequer são capazes.
Mas amor, pelo menos, não é um estado d´alma em vogue nem tampouco já antiquado, e tenho amigos leais, reconheço-o de boa mente com quem converso e janto ocasionalmente.
Ei – que besteira! – um alienado? Pois como cidadão juramentado declaro que me sinto muitíssimo à vontade quanto tenho de me avir com a realidade.
As suas obras publicadas de Poesia: Poems (1930) The Orators prose and verse (1932) Look, Stranger! in America: On This Island (1936) Spain (1937) Another Time (1940) The Double Man (1941) The Quest (1941) For the Time Being (1944) The Sea and the Mirror (1944) Collected Poetry (1945) The Age of Anxiety: A Baroque Eclogue (1947) Collected Shorter Poems 1930-1944 (1950) Nones (1952) The Shield of Achilles (1955) The Old Man's Road (1956) Selected Poetry (1956) Homage to Clio (1960) About the House About the House (1965) Collected Shorter Poems 1927-1957 (1966) Collected Longer Poems (1968) City without Walls (1969) Academic Graffiti (1971) Epistle to a Godson (1972) Thank You, Fog: Last Poems (1974) Selected Poems (1979) Collected Poems (1991). De Prosa: Letters from Iceland (1937) com L. MacNiece.Journey to a War (1939) com Isherwood. Enchaféd Flood (1950) The Dyer's Hand (1962) Selected Essays (1964) Forewords and Afterwords (1973) Antologia: Selected Poems, por Gunnar Ekelöf (1972) Drama: Paid On Both Sides (1928) The Dance of Death (1933) The Dog Beneath the Skin: or, Where is Francis? (1935) com Isherwood.The Ascent of F.6 (1936) com C. Isherwood. On the Frontier (1938).
Auden faleceu a 29 de setembro de 1973, na Áustria.
AUDEN, W. H. Poemas. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
Veja mais W. H. Auden. E também o Guia de Poesia.
sexta-feira, novembro 16, 2007
PRIMEIRA REUNIÃO
Imagem: Galarina, 1944-45 (Fundacio Gala-Salvador Dali, Figueras, Spain) do pintor e escultor surrealista espanhol Salvador Dali (1904-1989).
MEU SONHO DE MARIA
Luiz Alberto Machado
Eu amei Maria
Resolutamente amei
Teimosamente amei
A voz
O gesto
A respiração
A vida
O seu mais manso jeito de menina
A sua cor
A sua timidez.
Ah, como amei
Aquele olhar na busca do horizonte
Aquela fatigada mania de que tudo ia dar certo
- Uma paciência perfeita do mundo!
Eu amei Maria
A Maria dos meus sonhos de carnavais
A do casamento de Brown
A da loucura de Sábato
A Maria Maria
A da noite e a do dia.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. In: Primeira Reunião. Recife: Bagaço, 1992.
Veja mais Primeira Reunião acessando:
ESPERA
PALMARES
EXCELENÇA
quarta-feira, novembro 14, 2007
OLGA SAVARY
A poeta, escritora, jornalista, contista, romancista, crítica, tradutora e ensaísta paraense, Olga Savary, hoje radicada no Rio de Janeiro, já foi agraciada com vários dos principais prêmios nacionais de literatura, entre eles o Prêmio Jabuti de Autor Revelação, pelo livro Espelho Provisório, concedido pela Câmara Brasileira do Livro (1971), o Prêmio de Poesia, pelo livro Sumidouro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (1977), e o Prêmio Artur de Sales de Poesia, concedido pela Academia de Letras da Bahia pelo livro Berço Esplêndido (1987).Traduziu mais de 40 obras de mestres hispano-americanos e os mestres japoneses do hai-kai. Foi ela a primeira mulher a lançar um livro inteiro de poesias eróticas. É autora, dentre outros livros, Espelho Provisório (poemas) 1970, Sumidouro (poemas) – 1977, Altaonda (poemas) 1979, Magma (poemas)1982, Natureza Viva (poemas) 1982, Hai-ais (poemas) 1986, Linha d'água (poemas) 1987, Berço Esplendido (poemas) – 1987, Retratos (poemas) 1989, Rudá (poemas) 1994, Éden Hades (poemas) 1994, Morte de poema (poemas) -1996, Anima Animalis (poemas) – 1996, O Olhar Dourado do Abismo contos) 1997, e Repertório Selvagem (poesia reunida) 1998.
Em 1999 recebo a singela correspondência escaneada acima onde ela fala do seu Repertório Selvagem – Obra Poética Reunida: 12 livros de Poesia, enviando os poemas abaixo.
LIMITE
Ausente e lassa, queria
Estar pisando
A areia fina de Arraial do Cabo
A areia grossa de Amaralina
Em Goiás Velho urdir a tarde
Com Bernardo Élis e Cora Coralinda,
Fareja
Cheiro de candeia por toda Ouro Preto...
Mas estou presa às molduras
De todos os meus retratos.
RESUMO
Palavras, antes esquecê-las,
Lambendo todo o sal do mar
Numa única pedra.
UM DIA, OSSOS
A manhã trouxe surpresa de ossos
Guardados em gavetas
Ou organizados atrás de opalescentes,
Dourados vidros,
No corredor propício ao mistério.
Então é o susto nos olhos
E o medo nas mãos inábeis
Tocando toda essa precária matéria
Antiga e clara
E tirando no toque o som de uma música
Escondida
Nessa antiquíssima,
Milenar memória.
HORA DO RECREIO
Comer, quero comer
O bicho de tres patas:
Roê-lo até o osso.
CANTIGA DE RODA PARA ADULTOS
Anel de fogo para teu dedo sou.
Adinhem que anel
E qual o dedo.
DESCOBERTA
Digamos que só
Heráldica é o mar.
Vassalagem o resto.
PÁSSARO
A noite nãoé tua
Mas nos dias
- curtos demais para o vôo –
amadureces como um fruto.
Tuas asas seguem as estações.
É tua a curvatura da terra.
Do seu livro Hai Kais, reunindo os 36 anos (1950-1986) de poesia, onde ela introduziu uma inovação: acrescentou um verso a mais, feito uma coda, um arremate, ou como ela mesma diz na introdução do livro: “(...) por assim dizer, como se faz em música”. Dela diz Gerardo de Mello Mourão: “(...) os hai-kais dessa amirável poeta que é Olga Savary. Ela gaurda, com mestria maior, aquilo que os haikaistas definem como a virtualidade poética típica do hai-kai: - o conhecimento lírico que nos situa como ´num fio de navalha, entre o diáfano e o espesso`. (...) o contraponto do hai-kai brasileiro de Olga Savary, que guarda a inuberância – para usar uma palavra rilkeana – do cânon milenar de dezessete pés métricos. Cada um caindo sobre nós, lapidado como um cristal, mas também vivo como uma gota de orvalho, na brevidade de sua expressão. Como uma gota de poesia”. Deste livro, destaco:
NUA E CRUA
Não tendo pra onde voltar é que me largo pra rua,
Eu que seria leito de rio, leito de mar, maré,
Sem porto ou barco, peixe fora d´água, pássaro no vôo
Mas quede a asa?
NOME
Eu disse o nome do amor muito sem cuidado.
Disse o nome do amor quase por acaso.
Disse o nome do amor como por engano. Ainda assim
Meu corpo ficou cheio como umrio, da terra o coração habitando.
GEMINIANA
Esta quase sempre correu, fugiu da armadilha,
De ser prendida descobre o encanto. Amor
Que faz desta que sendo caça é caçador
E ama de maneira clara porque pertence aos ares.
AMURUPÉ
Ao mar, ao mar – diz o velame à nave que o conduz
E à confundida cabeça geminiana: eu não te amo
Amo só o prazer que tu me dás.
NOME
E este amor doido,
Amor de fera ferida,
É esse amor, meu amor,
O proprio nome da vida
PÁSSARO
A noite não é tua mas nos dias – curtos demais para o vôo –
Amadureces como um fruto. Tuas asas seguem as estações.
É tua a curvatura da terra.
CERNE
Nada a ver com fonte mas com a sede
Nada a ver com repasto mas com a fome
Nada a ver com plantio mas com a semente.
O DESEJO ABSOLUTO
Criar o amado
Sem a injustiça da forma
Sem o egoísmo do nome.
ENQUANTO
Sou inconstante como o vento
Sou inconstante como a vaga
Porisso fica enquanto estou desvelada
Enquanto eu não for vento ou vaga.
SAVARY, Olga. Hai Kais. São Paulo: Roswitha Kempf, 1986.
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IGUACINE
O 1º Festival de Cinema da Cidade de Nova Iguaçu acontece de 6 a 15 de março do próximo ano. O Festival é realizado pela Escola Livre de Cinema, com o patrocínio da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, e será o primeiro festival audiovisual sediado na Baixada Fluminense. O Festival será anual, com mostras nacionais de curtas e longas-metragens, realizados em quaisquer formatos. Nesta primeira edição, os filmes de longa-metragem serão convidados e os curtas selecionados a partir de inscrição prévia. A mostra "Filme de um homem só" exibirá filmes nos quais apenas uma pessoa passa por todos os processos de produção e realização, indo da criação até a finalização. Para inscrever-se basta acessar o endereço www.reperiferia.com.br. Até o dia 31 de dezembro. Informações: iguacine.producao@gmail.com/ gabcampos2@gmail.com
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terça-feira, novembro 13, 2007
A VOZ DO ESCRITOR
A VOZ DO ESCRITOR - Publicação da União Brasileira de Escritores – seccional de Pernambuco - UBE-PE, fundada em 17 de janeiro de 1978, em memorável campanha liderada pelo escritor Paulo Cavalcanti, seu primeiro presidente. A publicação traz eventos, efemérides e dicas imperdíveis.
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CLEVANE PESSOA DE ARAÚJO LOPES
Clevane Pessoa de Araújo Lopes é poeta, escritora, psicóloga, ilustradora, conferencista e consultora nordestina radicada em Minas Gerais, premiada em concursos nacionais e do do exterior. Trabalhou ativamente na imprensa de Juiz de Fora-MG, foi editora de Literatura e Arte do tablóide de vanguarda Urgente, dentre outros. Atualmente, é psicóloga, ilustradora e oficineira de Poesia e Conto. Tem quatro livros de poesias publicados, é consultora de teatro, revisora de textos e roteirista de peças teatrais. É Cônsul Zona Central de Belo Horizonte, da entidade Internacional “Poetas del Mundo”, integrante a REBRA - Rede Brasileira de Escritoras, é patrono da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, pertence à Academia Virtual Brasileira de Letras. Agora recebe distinção do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais, o Colar de Mérito, em Cerimônia na Câmara Municipal de Belo Horizonte, dia 20 de Novembro de 2007, às 15 horas. Essa distinção representa o reconhecimento de Belo Horizonte ao trabalho valioso de Clevane Pessoa, poeta, psicóloga, jornalista, em prol da Cultura de Minas Gerais. Após a solenidade haverá encontro de escritores e sarau no restaurante Dona Preta. Participação do poeta Cláudio Márcio Barbosa, de Silva Araújo Mota - presidente do Clube Brasileiro de Língua Portuguesa, de Marília Siqueira - coordenadora do Clube de Escritores de Ipatinga e dos poetas Aldravistas Andréia Donadon Leal, Gabriel Bicalho, J. B. Donadon-Leal e J. S. Ferreira. Detalhes no Jornal Aldrava Cultural.
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segunda-feira, novembro 12, 2007
BOTECO DO TULIPIO
BOTECO DO TULIPIO - É o site da revista editada por Eduardo Rodrigues, que escreve os textos, e por Paulo Stocker que faz os traços. Ela possui 24 páginas, em formato de bolso com fotos, cartuns, animação, charges e muito mais, numa tiragem de 15.000 exemplares distribuídos gratuitamente em bares de São Paulo e Rio de Janeiro. É uma publicação de cartuns que apresenta os resultados da análise perspicaz que o personagem Tulipio retira do rico ambiente boêmio. Tulípio é um intelectual quarentão que vive nos botecos da cidade tomando umas e comendo outras, observando o comportamento humano neste tipo de ambiente, destilando sua filosofia e a proferindo para mulheres, ex-mulheres, amigos, desconhecidos, garçons, garçonetes e, muitas vezes, para ele próprio.
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MARCELLA TERRA
Excelente site da jovem artista plástica, fotógrafa e escultora mineira Marcella Viglioni Terra, formada em Artes Plásticas pela Escola Guignard da Universidade Estadual de Minas Gerais-UEMG, em Belo Horizonte, especializando-se em Fotografia e Escultura. Lá o visitante terá uma idéia do seu trabalho pictórico, fotográfico e escultural. Imperdível.
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terça-feira, novembro 06, 2007
LENA JESUS PONTE: ÁVIDA PALAVRA
”Entregue à alegra, eu beijo a boca do dia. A alma está no cio”.
A poeta e professora capixaba Lena Jesus Ponte lançou recentemente o seu livro “Ávida Palavra”, pela Editoração. Ela tem realizado a Oficina da Palavra Luiz Simões Jesus e a Oficina de Haicai Luís Antônio Pimentel e, também, ministrando aulas particulares de redação além de trabalhar como revisora. Tendo colaborado com artigos e crônicas em diversas publicações, teve seus poemas incluídos na "Poesia Sempre", da Fundação Biblioteca Nacional, e na "Revista Brasileira", da Academia Brasileira de Letras. Ela é integrante da "Antologia de Escritoras Capixabas", organizada pelo professor Francisco Aurélio Ribeiro, da Universidade Federal do Espírito Santo, dentre outras coletâneas. Ela é autora dos livros "Meu mundo", "Revelação", "O corpo da poesia", "Estações interiores - haicais", "Paçoca: a foca que sonhava em ser poeta" e "Na trança do tempo - haicais".
Sobre o Ávida Palavra, o poeta Ayrton Pereira da Silva diz: “Permeada de um vago sabor nostalgico, que afinal vem a ser um legado dos poetas, a lira de Lena Jesus Ponte cambia de tons e ritmos, desvelando um caleidoscópio de imagens sob cujo espectro se abrigam seus sonhos, perplexidades e assombros (...)Ora permeada de lirismo, ora de desataviado realismo, a poesia de Lena revisita por vezes o inefável ou se detém no duros instantâneos de uma urbe conturbada, presente e passado, justapondo-se porque por ambos o futuro é construído. (...) A poesia de Lena tem muitas vozes que, multíssonas, amadureceram sua dicção mais completa e consumada na diversidade dos ritmos que percorre, transmigrando, sem perda de substância, da disciplina estreita dos haicais ao cantabile das redondilhas; do cânone severo dos sonetos ao horizonte aberto dos versos livres”. É exatamente isso que ocorre nas três partes do livro: Canto a céu aberto, canto em gaiolas e canto em galhos de árvore. Para se ter idéia, na primeira parte “Canto a céu aberto”, ela traz, dentre outros, o belíssimo “No solar de Mateus”: “Nua e linda e fria de uma pele de pedra e coração sem mágoa nem passado nem futuro nem presente deita eterna ternamente estátua mulher despida de histórias e de carne em lençol de água”. Na segunda parte, “Canto em Gaiolas”, ela traz, entre belíssimos sonetos, este “Felinamente”:
“Lânguida, a tarde estica o dorso, se espreguiça,
lambe o pêlo do tempo em acurado zelo.
O veludo das horas, cada vez mais belo,
Limpo se faz da angustia que a premência atiça.
Espelho dessa paz, um gato ao sol descansa.
A existência é o agora pleno de um bocejo...
Não pensa no futuro, livre de desejos.
Não busca nada além do que a visão alcança.
Também farta de apelos, sonhos e cobranças,
Das voltas ao passado, fugas do presente,
Corridas sem destino pro momento adiante,
Se entrega minha mente à paz das horas mansas
Dessa tarde felina. E então, felina mente
Repousa e lambe a tarde sob o sol radiante”.
E na terceira parte “Canto em galhos de árvore”, traz uma série de haicais, destacando:
“Entregam-se ao sol
as marias-sem-vergonha
sem medo de escândalo".
Nada mais a dizer que aplaudir efusivamente a obra magistral de Lena Jesus Pontes. E convido, você leitor ou leitora, a conhecer: Ávida palavra. Vai ser uma ótima viagem, eu garanto. Veja mais Lena Jesus Ponte. E também no Guia de Poesia.
PONTE, Lena Jesus. Ávida Palavra. Rio de Janeiro: Editoração, 2007.
segunda-feira, novembro 05, 2007
EDNALVA TAVARES
Virtudes inatas, de Ednalva Tavares, na Biblioteca Nacional Ednalva Tavares fará uma sessão de autógrafos do seu mais recente livro, Virtudes inatas, no próximo dia 6 de novembro, terça-feira, das 17 às 19 horas, no Espaço Eliseu Visconti, localizado na Rua México, s/n, centro, Rio de Janeiro, RJ, com acesso pelo jardim da Biblioteca Nacional. A obra reúne uma seleção de reflexões poéticas da autora, Ednalva Tavares, e é mais um lançamento da BOOKLINK PUBLICAÇÕES (www.booklink.com.br). A autora é bibliotecária e exerceu várias atividades, entre elas, produtora, divulgadora de teatro e cinema. Também foi fotógrafa, e teve como orientador o mestre José Medeiros, o "poeta da luz". Esse é o terceiro livro de Ednalva Tavares, que já publicou Doces palavras (1998) e Cintilações (2003), agora relançado pela BOOKLINK. De acordo com o escritor José Louzeiro, em sua apresentação, o livro é o reflexo do universo de sonhos da autora, ao mesmo tempo em que funciona como filtro através do qual a poeta resgata a mais dura realidade. O livro Cintilações reúne poemas com reflexões filosóficas de amor, paz e esperança, e, de acordo com o poeta Ildásio Tavares, "a autora preferiu fazer sua palavra tremeluzir no reino da sutileza e do despojamento".
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PROJETO VIDRAGUAS
O Projeto Vidraguas é um trabalho desenvolvido por Carmen Silvia Presotto e Ricardo Hegenbart que possibilitam o estudo e a organização de Poemas, Contos, Novelas – escritos – para que saiam das gavetas e ganhem corpo escritural para serem publicados. Objetiva reunir o foco escritural de textos engavetados, trabalhando-os tematicamente nos campos semântico, fonético e estilístico; oportunizar um tratamento personalizado, unindo criatividade com espírito individual da escritura que se apresenta; elaborar uma conversa com os versos entre si, estruturando escuta, leitura em diálogo e o trabalho ligado ao desejo de ser publicado. Info: http://www.vidraguas.com.br/wordpress/
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GRAÇA GRAÚNA
Escritura ferida
Atiram mil pedras
na charneca em flor.
Ossos do ofício:
no mais fundo do poço
retirar o poema
encharcado de mágoas
TEAR DA PALAVRA, poemas de Graça Graúna. Dia do sarau: 07/11/07, às 19:00h, no salão de recepções do Mosteiro de São Bento, em Garanhuns; próximo a Praça Guadalajara. Sarau organizado pelo 8º período de Letras/UPE. Contato: (87) 3761-1592. Graça Graúna é o pseudônimo da escritora Maria das Graças Ferreira. Ela é potiguar de São José do Campestre (RN). Professora universitária formada em Letras pela UFPE, defendeu em 1991 a sua tese de Mestrado sobre mitos indígenas e, atualmente, é doutoranda em Teoria da Literatura/UFPE. É pesquisadora e membro do Núcleo de Estudos Indigenistas da UFPE, além de secretária Geral do NEC - Núcleo de Estudos Canadenses da UFPE. Colabora em jornais e revistas do Brasil e do exterior. É idealizadora do NEST – Núcleo de Estudos de Expressão Portuguesa na Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata - UPE – Universidadede Pernambuco.
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sexta-feira, novembro 02, 2007
PRIMEIRA REUNIÃO
Imagem: Study for the Human Body, 1949, do pintor expressionista irlandês/ingles Francis Bacon (1909-1992).
ESPERA
Luiz Alberto Machado
A vida levando, sombria esperança.
Os dias tato tontos servindo estranheza.
A utopia de ser existente.
O fácil vazio que só arrefece em praça tolhida,
Em ser condução:
Esperando Pinheiros no Largo da Paz.
Eu não sei agonia se espero amanhã.
O fato existe em não ser amanhã.
Sem tempo presente, imediato, um átimo sensível
De não se expressar.
Eu não sei ironia se já anoitece.
Se bem que meu peito nem amanhecia.
A pedra está por todos os lugares.
E a solidão de um banco de praça
É fruto do ermo em sensação.
E reveste meu corpo em chuva fininha
Que aglutina e já é temporal
Sequer o ônibus Pinheiros, sequer,
Apontou no Eldorado.
Minha praça vazia, meu coração.
Todos os outros pegaram seu rumo
E esqueceram a poeira no cansaço marcado.
Já não posso molhar meu corpo na chuva.
Nele só cabe o mormaço da vida.
Esperando Pinheiros no Largo da Paz.
© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. In: Primeira Reunião. Recife: Bagaço, 1992.
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PRIMEIRA REUNIÃO
MINHA VOZ
VIDA VERDE VIVA
TATARITARITATÁ
O SOLTADOR DE PÁSSAROS
NATUREZA MORTA, NATUREZA VIVA