quinta-feira, novembro 25, 2010
DAISY MARIA GONÇALVES LEITE
DAISY LEITE – A escritora, poeta, compositora e doutora potiguar Daisy Maria Gonçalves Leite, lançou recentemente o seu livro “Falando de amor”. Ela foi selecionada dentre outros autores, e sua obra foi editada pela Casa do Novo Autor Editora Ltda. Enfermeira graduada pela Escola de Enfermagem de Santos /SP março /1962, ainda aluna, iniciou o estudo da comunicação do infante através do choro, tendo, em 1964, viajado para a Suécia em busca de novos conhecimentos sobre o choro infantil, uma vez que no inicio da década de 60, a análise espectrográfica do choro já fazia parte da clinica pediátrica do Departamento de Pediatria do Hospital Karoliska, presidido pelo pesquisador e estudioso do tema, Professor John Lind, com quem manteve contato, até seu falecimento em janeiro de 1983. Licenciada em Enfermagem pela UFRN (1972), foi uma das seis fundadoras do curso de Enfermagem do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da UFRN, onde elaborou o primeiro programa da Disciplina Enfermagem Pediátrica, para o reconhecimento do mesmo, pelo MEC./1974 Foi professora de Neonatologia, da tradicional Escola Doméstica de Natal./RN. Em 1980 idealizou, o Baby Home Ltda, centro de estudo e pesquisa do choro infantil, com equipe multiprofissional treinada na comunicação através do choro, o qual funcionou no mesmo endereço, seu consultório de puericultura. Coordenadora Técnica da Clinica Pedagógica Professor Heitor Carrilho, campo de extensão da UFRN, no atendimento a criança excepcional onde teve a oportunidade de ampliar seus estudos sobre choros anormais -1981/1986. Presidenta fundadora da Academia Feminina de Letras do Rio Grande do Norte, Cadeira n° 07, com a patronesse poetisa macaibense Maria de Lourdes Cid, tendo sido a Academia registrada no Oficio do Registro Civil das Pessoas Jurídicas 2º Oficio de Notas - Ribeira Natal/ RN no dia 08 -02-2000. (permanecendo como representante legal da Entidade até o dia 21-06-2-05, segundo Certidão do 2º Ofício de Notas.). Ela recebeu recentemente o diploma e medalha Noel Rosa, , pelo centenário do seu nascimento, em Caxambú-MG, entregue no sarau da primeira quarta feira do mês de outubro, no Sarauterapia do CRO (Conselho Regional de Odontologia), pelo presidente Dr. Rubens de Barros Azevedo. Da sua lavra o seguinte texto:
O Nascimento
por Daisy Leite
A tia Umbelina, moça solteira de 54 anos de idade, pele alva, de quase dois metros de altura e pesando uns 90 quilos, nascida no ano de 1881, falecera há quase seis meses.
Sua sobrinha, LILITA, (Luiza), que ficara com três meses de gestação, hoje completava os nove meses. Acordou sentindo as primeiras dores do parto. Nervosa chamou a mãe que dormia no quarto ao lado. – Mamãe, Mamãe, eu acho que chegou a hora. É melhor ir chamar o DIOMEDES na Cova da Onça e diga-lhe para trazer a Dona ADELAIDE.
DIOMEDES, o marido de LILITA, era um dos sócios, juntamente com o irmão, do Bar A Cova da Onça, situado à Avenida Tavares de Lira, 44 próximo ao cais do porto, no bairro da Ribeira, local de encontro de políticos e intelectuais.
A Dona ADELAIDE, uma famosa parteira, "pegou" os bebês da Ribeira por muitas décadas.
O bairro da Ribeira, nome dado pelos portugueses, no inicio do século XX, por pensarem trata-se de uma ribeira, devido ao terreno de campina alagado, ensopado e pantanoso, era o "palco" do desenrolar de toda história da família natalense.
Lá se foi LEOPOLDINA chamar o DIOMEDES, para providenciar a parteira.
Enquanto no silêncio da madrugada, portas batiam, pessoas movimentavam-se pela casa, e ouviam-se vozes nervosas... O papagaio de Dona Umbelina acordou sonolento no seu poleiro e começou a chamar: Dona Umbelina, Dona Umbelina e continuou: Papagaio real é de Portugal. E se perguntava: Que passa meu louro? E ele mesmo respondia: É o Rei, é o Rei que vai a caça. Toca trombeta e caixa que o Rei passa. Toca meu louro!
Às 4:10h da madrugada, enquanto ouvia-se o primeiro choro do recém-nascido, ouvia-se também o toque de trombeta e caixa que o papagaio, tão bem reproduzia.
Assim aconteceu a "solenidade" do nascimento da 2º filha do casal DIOMEDES e LUZIA (LILITA), que nasceu num dia de Sábado – dia de Nossa Senhora –, na Rua do Triunfo, 101, hoje, Rua 15 de novembro, pesando quatro quilos e medindo 52 centímetros ao nascer.
Na pia batismal da Igreja do Bom Jesus das Dores – evidências da existência desta igreja, desde 5/2/1776, – recebeu das mãos do Pe. Frederico Pastors, o nome de Daisy Maria, tendo como padrinhos Aristófanes, e sua esposa Maria do Céu Fernandes de Araújo, a primeira mulher eleita deputada no Rio Grande do Norte, Brasil e America do Sul, cujo mandato foi cassado por Getulio Vargas e Carmelita Mesquita como madrinha de apresentar.
ERA UMA VEZ... [Augusto Meyer]
Quem passa? É o Rei, é o Rei que vai à caça!
Mal filtra o luar a sombra do arvoredo.
Joãozinho, a um restolhar, treme de medo,
Maria escuta, se uma folha esvoaça...
Era uma vez um rei... jogou a taça
Ao mar, e o amargo mar guarda o segredo...
E a princesinha que cortou o dedo?
Faz muito tempo... Como a vida passa!
Era uma vez a minha infância linda
E o sonho, o susto, o vago encanto alado...
Vem a saudade e conta-me baixinho
Velhas histórias... E eu já velho ainda
Sou um Pequeno Polegar cansado
Que pára e hesita, em busca do caminho...
Nota: A minha mãe quando menina gostava de declamar e cantar e ficava deitada num banco bem embaixo do poleiro do papagaio declamando e cantando.
Aos 12 anos de idade ela foi escolhida no Grupo Escolar Augusto Severo, para saudar os pilotos do Hidroavião Jahú que posou no rio Potengi.
Eu menina adorava ouvi-la contar a “solenidade” do meu nascimento Depois de adulta resolvi pesquisar e encontrei nos versos de Augusto Meyer o inicio da “fala” do papagaio.
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