quinta-feira, janeiro 26, 2012

TODO DIA É DIA DA MULHER: MARTA NASCIMENTO




MARTA NASCIMENTO – Conhecer pessoalmente Marta Nascimento foi uma das experiências mais agradáveis que tive na vida. Simpaticíssima, gentil, acessível e generosa, essa paraibana radicada em São Paulo me recebeu de braços abertos na sua residência para divulgar o meu trabalho. O seu altruísmo espontâneo é meritório de toda minha eterna gratidão.
Nascida em João Pessoa, ela hoje é radicada em Barra Bonita, no estado de São Paulo. É radialista, poeta, apresentadora de TV, compositora e cantora, Marta começou sua carreira em 1986 com o Grupo Tribo Terra, participando de diversos festivais. Com mais de 100 composições musicais engavetadas, ela gravou seu primeiro cd Do Jeito da Vida, em 1997. O seu segundo cd, Eu Plural, foi lançado em 2000. A sua poesia já foi publicada nas antologias de 2003 e 2004 da Editora Casa do Novo Autor. Como radialista, ela comanda o programa cultural Olho Clínico, na TVC-Jaú, Canal 2. Conheça um pouco mais dessa simpática artista:



ENTREVISTA: MARTA NASCIMENTO

LAM - Marta, vamos para a pergunta de praxe: como e quando se deu seu encontro com a arte?

Posso te dizer que o palco sempre me chamou a atenção desde criança. Não fui aquela menina que brincou de boneca como tantas outras, eu já criava personagens e os exibia para a família em palcos armados no fundo do quintal da nossa casa.

LAM - Quais as influências da infância e adolescência que fundamentaram a sua formação profissional?

Meu pai foi uma influência muito forte na minha vida, Desde pequena lembro que ele nos educava através das suas metáforas nas histórias que  nos contava. Apesar dele não ter nenhuma ligação com a arte, nos transmitia uma visão de que a vida poderia ser vivida através daqueles personagens fortes que existiam nas suas referências. Ele cantava muito e me ensinava todas as músicas que ele gostava para que eu cantasse pra ele enquanto fazia o seu trabalho. Tive bons mestres musicais , como a minha irmã Lúcia e o meu cunhado Ailton, que me trouxeram o que havia de melhor na música daquela época, enfim, acredito que por essas influências a música se fez muito forte na minha vida e não é a toa que eu acabei fazendo o que faço hoje.

LAM - Você por formação é radialista. Também é cantora e compositora musical. Como se deu a escolha pelo rádio? Foi a cantora que levou você pra isso, ou foi o rádio que levou você profissionalmente para a música?

Foi a cantora que me levou ao Rádio. Recebi um convite do então diretor da Rádio da Barra, Alcemir do Carmo, para fazer um programa musical naquela emissora e me senti impotente para fazê-lo. Como assim, eu não era radialista? Risos, daí  senti a necessidade de fazer esse curso que me encantou e que me levou a TVC Jaú, onde estou até hoje. Do rádio que sempre tive vontade de estar, passei para a TV.

LAM - Você participou de diversos festivais de música. Isso contribuiu para sua formação de cantora e compositora? Conta pra gente essa experiência.

Posso te dizer que sempre foi uma surpresa ser classificada para um festival. Acho que esse palco é uma vitrine bem legal. Sempre coloquei minhas músicas com a intenção de que alguém que não esta ao nosso redor pudesse conhecer um pouco do que eu fazia e assim fui podendo crescer um pouco mais nesse área, pois a responsabilidade de estar nesse palco exige isso.

LAM - Você também participou do Ave e Viola e, depois, do Grupo Tribo Terra. Fala da experiência desses dois projetos.

O Ave e Viola era um grupo paraibano que me atraia muito pelo seu conteúdo musical. Amiga dos integrantes, esporadicamente  era convidada para participar de alguns shows. Naquela época era muito difícil encontrar uma mulher para cantar, pois nossos pais nos proibia de fazê-lo, mas com jeitinho fui conquistando esse espaço e foi muito bom.
A Tribo Terra foi a minha principal escola musical, pois com ela aprendi a enfrentar os palcos da vida. Quando saímos de João Pessoa em 1980, casada com um dos integrantes do Ave e Viola, Gil de Rosa, viemos morar em Barra Bonita , SP e aqui eu senti que o Gil precisava dar continuidade aquele trabalho que ele tinha deixado pra trás e procurei de uma certa forma suprir isso. Fui para uma escola de música aprender violão, coisa que nunca fiz direito, risos, e ficava observando quem que eu poderia convidar para formarmos um grupo e encontramos o Américo, que tinha uma sede muito grande de conhecer novos compositores e assim, Gil , Américo e eu, demos início a um trabalho autoral que nos rendeu  02  cds, Do jeito da vida e Eu plural e até hoje, apesar das dificuldades, sempre nos encontramos para compor juntos.

LAM - Você primeiro gravou Tom Cigano, depois o Prefiro ser romântica e, mais recentemente, Olhando Daqui. Fala do desenvolvimento desses projetos musicais e qual a receptividade do público.

Tom Cigano é o meu primeiro filho musical e eu gosto demais dele. Ele aconteceu justamente pela dificuldade de dar continuidade ao trabalho da Tribo Terra e eu tinha sede de por pra fora aquilo que já tomava conta de mim, que era o gostinho de poder musicar uma letra minha ou de alguém que não soubesse fazê-lo. Conseqüentemente veio o  Prefiro ser romântica reafirmando aquilo que eu sempre fazia na Tribo Terra que era cantar a parte romântica do grupo. Nesse trabalho pude também explorar o que eu havia aprendido na TV e resolvemos lançá-lo juntamente com o DVD.  Olhando daqui é o mais recente trabalho, lançado em dezembro de 2011. Nesse CD eu gravei algumas músicas das minhas irmãs, sobrinho, cunhada e coloquei também algumas parceiras com amigos letristas, pois minha família sempre teve esse desejo ,  de que eu gravasse alguma coisa deles e obtive um resultado bem interessante. Quanto à repercussão desses trabalhos, sempre foi muito boa, não tenho do que me queixar, pois quando somos reconhecidos no lugar onde vivemos isso é mais do que gratificante e graças a Deus, isso sempre aconteceu.

LAM - Você também é poeta com várias poesias publicadas em livros e antologias. Para você é a poesia que torna a vida suportável?

Rindo, não diria poeta, eu gosto de escrever algumas coisas, rs...! Mas, te digo com franqueza: gosto muito da vida que levo, mas ao escrever ou mesmo musicar, sinto-me uma pessoa mais leve...

LAM - Você apresenta o programa cultural Olho Clínico. Fala pra gente da proposta do programa.

Esse programa começou enquanto eu fazia o curso de radialista. A convite da TVCJaú para que eu fizesse um programa musical no seu canal, eu me vi numa sinuca: queria ir para o rádio, mas ali seria um canal bacana para por em prática projetos que eu tinha em mente. Resolvi aceitar e a minha proposta foi a de valorizar o lado criativo do autor de suas obras, fosse qual fosse esse segmento e assim o Programa Olho Clínico se firmou mostrando aquele que compõe, que cria, que ensina, que educa e parece que deu certo, pois ele já esta no ar a quase 08 anos.

LAM - Você mantém um belíssimo sítio na rede, reunindo seu trabalho artístico. A internet tem contribuído para a difusão do seu trabalho?

Hoje esse meio de comunicação é um dos mais fortes canais para a divulgação de um trabalho, seja ele qual for. Com certeza ele ajuda muito a nos divulgar e quem esta fora dele, fica fora do mundo.

LAM - Quais os projetos que Marta Nascimento tem por perspectiva de realizar?

Acho que todo compositor deseja ver o seu trabalho impresso num CD, portanto, meus projetos sempre serão aqueles que me levem a esse final. Estou com planos de lançar mais um CD nesse ano, com a parceria de um amigo compositor, o Eller e acredito que dará certo, pois já esta quase pronto  faltando apenas detalhes para colocarmos em prática.
Aproveito aqui a oportunidade para agradecer esse espaço que me destes, valeu...!


Veja mais dela no site Marta Nascimento, no Programa Olho Clínico e no Clube Caiubi de Compositores.

Confira mais da campanha Todo dia é dia da mulher na Agenda.