domingo, dezembro 21, 2008

MANUAL DO POETA & TATARITARITATÁ



MANUAL DO POETA – O excepcional livro “Manual do poeta: tudo que você gostaria de saber sobre a arte poética”, escrito pelo lexicólogo e tradutor, Ivo Korytowski, é uma verdadeira e indispensável ferramenta para os que se aventuram a fazer e tratar poesia. No volume ele reúne textos saborosíssimos de se ler e aprender, além de trazer importantes ensinamentos para quem deseja lidar com a arte poética, trazendo temas como poesia, poema, verso, estrofe, métrica, rima, ritmo ou cadência, sonoridade, recursos de construção, recursos imagísticos e outros, prosa poética versus poesia prosaica, soneto, minimalismo, haicai, poetrix, trova, balada, ode, elegia, poesia popular: repente e cordel, o soneto mais bonito da língua portuguesa, o que o poeta é e dicas de sites de poética e poesia.
Ivo Korytowski é lexicólogo, graduado em Filosofia pela UFRJ, tradutor e editor dos blogs Literatura Rio de Janeiro e Sopa no Mel. Imperdíveis.
FONTE:
KORYTOWSLI, Ivo. Manual do poeta. Rio de Janeiro: Ciencia Moderna, 2008.



ALEXANDRE SANTOS – o escritor, engenheiro civil, mestre em Engenharia da Produção e de Gestão Pública para o Desenvolvimento, na UFPE, Alexandre Santos, é presidente da Academia de Letras e Artes do Nordeste, vice-presidente da União Brasileira dos Escritores [UBE-PE], editor-geral do informativo ‘A Voz do Escritor’, semanário eletrônico da Rede Integrada de Academias de Letras do Nordeste, secretário-geral da Academia Brasileira de Autores Solidaristas. Alexandre Santos ainda é membro do Conselho de Política Cultural da Cidade do Recife, da Câmara de Sustentabilidade e Responsabilidade Cultural, do Instituto de Estudos Políticos e Sociais da Sociedade Pernambucana de Cultura e Ensino e do Instituto Solidarista de Estudos Políticos e Sociais. Ele tem vários livros e artigos publicados no Brasil e no exterior, entre os quais se destacam ‘Os retirantes’, ‘A Inflação Desmistificada’, ‘A Propriedade dos Meios Naturais de Produção’, ‘Os Conceitos de Economia’, ‘Fortalecimento da Economia de Base Local’, ‘A Inevitável Primavera’, ‘Teoria do Valor’, ‘Economia & Poder’, ‘Solidarismo: O Brasil para Todos’, ‘Subsidiariedade Econômica: a opção decisiva’, ‘O Desenvolvimento Integrado dos Campos’, ‘O fim do ciclo liberal’, ‘O Direito ao Trabalho Remunerado’, ‘A face oculta do mercado’, ‘O Moinho’, ‘O Ato de Produção’, ‘O attaché’, ‘Bastidores & Camarins’, e ‘G’Dausbbah’.



SARINHA FREITAS – A bela e apaixonante poeta e escritora Sarinha Freitas edita, entre outros blogs, o Sentimentos-Sam e Desnuda, reunindo seus escritos e divulgando textos e poemas de muitos outros escritores. São espaços encantadores e imperdíveis. Confira.

IV PREMIO VALDECK ALMEIDA DE JESUS – POESIA - O Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus visa estimular novas produções literárias na modalidade Poesia e é dirigido a candidatos de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil ou no exterior, desde que seus trabalhos sejam escritos em língua portuguesa. As inscrições estão abertas até 31 de dezembro de cada ano (acompanhada de CD ou disquete com o material inscrito), através dos correios, no seguinte endereço: Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus Rua Sargento Camargo, 95-A, São Caetano CEP 40391-152 - Salvador/BA Ou via e-mail para: valdeck@hotmail.com MAIS INFORMAÇÕES: Valdeck Almeida de Jesus Tel: (71) 8805-4708 E-mail: valdeck@hotmail.com

MUPA - Já está aberta a Exposição de Artes Visuais do Museu Palácio Floriano Peixoto (Mupa). A exposição conta com a participação de 40 artistas alagoanos com estilos e trajetórias diversas. Com curadoria de Viviani Duarte, montagem de Eliomar Augusto e design gráfico de Amanda Nascimento, a mostra segue com entrada gratuita e vai até 28 de fevereiro de 2009. Outras informações: (82) 3315.7874.

20X20= ARTE - A exposição de artes visuais, 20 x 2 = ARTE, que fez parte da programação, na comemoração dos cinco anos do espaço cultural do SESI, na Pajuçara, Maceió – AL, em abril de 2008, teve continuidade com sua montagem, no período de setembro à outubro de 2008, no Memorial à República e agora segue para o Museu Palácio Floriano Peixoto – MUPA, numa realização da Secretaria de Estado da Cultura. De 16 de dezembro de 2008 a 28 de fevereiro de 2009.

CULTURA POPULAR - O Fundo de Incentivo a Cultura (FIC) promove, de 26 a 28, o II Encontro Sertanejo de Cultura Popular, na cidade de Poço de José de Moura - identificada como um centro de discussão, incentivo e produção da cultura popular na Paraíba. O evento acontece na Praça do Juazeirão e conta com apresentações de dança folclórica, teatro, recitais de poesia, encontro de bandas, oficinas, palestras, debates e exposições. Outras informações: neiry.ana@hotmail.com/

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GUIA DE POESIA
MUSA TATARITARITATÁ 2008

sábado, dezembro 20, 2008

POETAS DE SÃO PAULO



ELIANE ACCIOLY

A MORTE DO GATO

Enquanto o gato que me habitava morria,
(sete vidas espertas e bem vividas agora moribundas)
um espelho explode um planeta,
a noite escura abate minha alma:
que mais em mim quebrando se esvaía?
Como ficar sem os muros
as heras e unhas-de-gato
as noites de cios vadios
as brigas e a malandragem
os gritos nas madrugadas as travessias de ruas?
Sem o vício por sardinha
sem as cumbucas floridas
entornando leite ou água?
Sem os dengos
sem as manhas
o novelo arrepiado
a poltrona beije rasgada
de afiar vinte garras?
Como perder o poder
e fazer tremer e correr
ratazanas e baratas?
A oitava vida se vai, lunar,
em tranças pretas e prata
Nenhum príncipe para me acordar
mas também, nenhuma torre
de onde ser libertada
A grande morte chegou?
Passada a quarentena
brotos de um verde tímido, os vigias guardiões,
me tiram da cidadela gritando uma notícia:
ouça! o poeta com martelo e bigorna
forja um dia mais
sons de bronze, as palavras,
esteira de mil sinos,
acordam a cidade, escuta!
Um último suspiro apaga a chama da pena de mim
seco os olhos, abro cortinas e persianas
com a força dançarina de mãos e braços,
e felina, (a isto não renuncio...)
espreguiço diante de um Sol acolhedor
a letargia sim espanto em uma cascata gelada
(coisa que gato abomina)
Me penteio, escovo os dentes
visto velhas pantalonas
e descalça, preparo-me para rodar
mais algumas tantas milhas
por estreitas vigílias escarpadas, não mapeadas

A surpresa

O gato-maravilha que em mim morreu
retorna às vezes, cara redonda e invisível
Sombra errante corre
a saudade de bandos vadios
e arrepia as ruas de meu corpo
Lábio de lua crescente
fixo só na aparência
ri de mim, Alice,
prisioneira dos contrários,
o país dos espelhos
onde me extravio
na aprendizagem banal e mágica
de ser humana
morria,
(sete vidas espertas e bem vividas agora moribundas)
um espelho explode um planeta,
a noite escura abate minha alma:
que mais em mim quebrando se esvaía?
Como ficar sem os muros
as heras e unhas-de-gato
as noites de cios vadios
as brigas e a malandragem
os gritos nas madrugadas
as travessias de ruas?
Sem o vício por sardinha
sem as cumbucas floridas
entornando leite ou água?
Sem os dengos
sem as manhas
o novelo arrepiado
a poltrona beije rasgada
de afiar vinte garras?
Como perder o poder
de fazer tremer e correr
ratazanas e baratas?
A oitava vida se vai, lunar,
em tranças pretas e prata
Nenhum príncipe para me acordar
mas também, nenhuma torre
de onde ser libertada
A grande morte chegou?
Passada a quarentena
brotos de um verde tímido, os vigias guardiões,
me tiram da cidadela gritando uma notícia:
ouça! o poeta com martelo e bigorna
forja um dia mais
sons de bronze, as palavras,
esteira de mil sinos,
acordam a cidade, escuta!
Um último suspiro apaga a chama da pena de mim
seco os olhos, abro cortinas e persianas
com a força dançarina de mãos e braços,
e felina, (a isto não renuncio...)
espreguiço diante de um Sol acolhedor
a letargia sim espanto em uma cascata gelada
(coisa que gato abomina)
Me penteio, escovo os dentes
visto velhas pantalonas
e descalça, preparo-me para rodar
mais algumas tantas milhas
por estreitas vigílias escarpadas, não mapeadas

A surpresa

O gato-maravilha que em mim morreu
retorna às vezes, cara redonda e invisível
Sombra errante corre
a saudade de bandos vadios
e arrepia as ruas de meu corpo
Lábio de lua crescente
fixo só na aparência
ri de mim, Alice,
prisioneira dos contrários,
o país dos espelhos
onde me extravio
na aprendizagem banal e mágica
de ser humana

VIANDANTES

Relevos e povos que sou abrem-se para ti, corsário. Chegas sem passado futuro promessas. Eu que sempre pedi e prometi descubro, no presente, somos instantes táteis, carnaval de sentidos, este fascínio. Meu corpo, corso para teus dedos mãos lábios mordiscos pele suor células, circo de areia que se desmancha. Um sol vermelho agoniza na tua boca, enseada onde encontro peixes azuis, sal, marés, e meus delírios. Brincamos de liberdade, rimos, e quando não mais suporto essa soltura conjugo verbos de conjurar o medo, me agarro aos nossos nomes entrelaçados _ o meu o feminino do teu, e crio crenças, meu amor, mitos, tantas histórias de impedir o nosso tempo juntos se esvaia.

TEATRO

os personagens
apresentam-se
na flor da carne

SILÊNCIO

as faces
côncavasde seu olho,
espelhos
negros micro-
firmamentos
piscinas de estrelas
e peixes abissais:
cegos videntes

ONÍRICO

Quem somos?
Amores inquietos?

Chego de visita a tua casa
o cão me fareja, não ladra,
talvez reconheça meu cheiro

Não me recordo ter estado aqui,
parece a primeira, embora,
a tua casa seja a minha casa
desde os primórdios

Esta certeza não vem de lembranças, vem dos sentidos:
conheço os cantos, o macio e o áspero,
e o gosto dos objetos se confunde com os sabores do teu corpo

Na intimidade de nosso quarto mulheres me espiam,
a toalha que me cobre cai,
delata minha nudez

As mulheres servem suspiros em um prato,
claras em neve e açúcar amorenados de forno

Os suspiros, pequenos cones,
são corvos e augúrios
e crocitam doces passados em minha boca

Fruto-bendito entre as mulheres,
atento a poemas, não me percebes

ELIANE ACCIOLY - Eliane Accioly Fonseca, poeta e terapeuta. Psicanalista, educadora somática-existencial, pesquisadora e ensaísta. Mestre em Psicologia Clínica e doutora em Comunicação e Semiótica, PUC São Paulo. Parecerista da Revista de Psicologia Perfil, da UNESP, Campus de Assis. Há duas décadas investiga as diferenças e convergências, encontros e discrepâncias entre os ofícios poético e terapêutico, práticas cotidianas, cartografando fronteiras entre a clínica e a arte. Livros publicados: Histórias de Ventania. São Paulo, Massao Ohno, São Paulo, 1990. Trapeiro de sonho. Coleção Almanaque de Minas, Mulheres Emergentes Ed.Alternativas, MCMXCVII, Belo Horizonte, 1997. A palavra in-sensata, poesia e psicanálise. São Paulo, Escuta, 1993. Corpo-de-sonho, arte e psicanálise. Annablume. São Paulo, 1999. Poemas na Arena. Mulheres Emergentes Ed.Alternativas, Belo Horizonte, 2001. Terra e Tear. In Setevozes, São Paulo, Ed. Do Escritor, 1998 "As Interfaces de Helena Armond". In: Armond, H., Em Busca do Elo Perdido. São Paulo, Escrituras, 2000.

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POETAS DE SÃO PAULO
GUIA DE POESIA

quarta-feira, dezembro 17, 2008

DICAS TATARITARITATÁ!!!!

VIDEO POEMA RETRATO DE PERNAMBUCO – Nesta quarta-feira, a partir das 20 horas, estará acontecendo no Restaurante Pai D´Égua, na Cidade Universítária, Recife – PE, o lançamento do vídeo poema Retrato de Pernambuco, de Jorge de Souza, do cd É do povo, de Edy Carlos e do projeto Plantando Sementes, da Livraria Expressa. QUANDO – 17.12.2008 – QUARTA FEIRA HORA – 20 HS LOCAL – RESTAURANTE PAI D!ÉGUA – CIDADE UNIVERSITÁRIA – RECIFE-PE Contatos: Anselmo – 99556741 Alberto – 99903555 Leda Dias - 99083650

XV SALÃO DA BAHIA - lançamento 19/12/2008, sábado, 19h exposição_ 20/12/2008 a 01/03/2009 - Pela primeira vez, o Salão conta com um projeto de ações educativas elaborado especialmente para o evento. Serão realizados debates, palestras e mesas redondas que vão ter a participação de artistas, curadores e especialistas em artes visuais do país e exterior. O 15º Salão da Bahia será expandido, ultrapassando as dependências do MAM e alcançando outros espaços, contribuindo à formação de um circuito de arte contemporânea no Centro Antigo de Salvador. Além disso, o evento vai marcar a reabertura do Parque das Esculturas, galeria que foi completamente reformada e teve suas obras restauradas. segmento pintura, música, gravura, fotografia, desenho local Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM BA Av. Contorno Solar do Unhão Salvador / Bahia / Brasil 55-71-3117-6043 55-71-3171-6133 mam@mam.ba.gov.br www.mam.ba.gov.br/ horários_Terça a domingo, 13-19h; sábados e domingos, 13-21h Curadoria de Solange Farkas, Rodrigo Moura, Mariza Mokarzel, Fernando Oliva, Ayrson Heráclito Info: Ascom UFBA Fonte: http://www.canalcontemporaneo.art.br/ Nesta sexta (19), a partir das 19h, inicia-se o 15º Salão da Bahia. A abertura vai contar com intervenções musicais de Arto Lindsay, acompanhado de outros músicos e percussionistas do Ilê Aiyê. O salão, que neste ano marca a reabertura do Parque das Esculturas, amplia sua programação e sai das dependências do MAM, chegando a outros espaços da cidade. Durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, serão realizados ciclos de palestras, debates, mesas redondas, oficinas, visitas agendadas e encontro com artistas. Outras informações: www.cultura.ba.gov.br/.

POESIAS: MELHOR DA WEB – comandado por Claudio Joaquim que edita o espaço literário Melhor da Web, reunindo escritores e poetas que publicam seus textos, com página personalizada de autor, perfil, diário online, textos com fotos e espaço para álbum de fotografias, sem limites de espaço,links, contato, gerenciador de comentário, livro de visitas, baners, espaço para fãs e muito mais. Confira acessando: http://www.poesias.omelhordaweb.com.br/

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GUIA DE POESIA

segunda-feira, dezembro 15, 2008

DICAS TATARITARITATÁ!!!



BRASIL COM S - O projeto Brasil com S é uma iniciativa que trabalha pelo reaproveitamento artístico de antiguidades, que carregam em si um valor histórico, principalmente madeira e ferro, também mescladas à plantas da flora brasileira –, produzindo artigos de decoração e utilitários para a casa e o jardim. Tem sede em Juiz de Fora, carregando a identidade cultural mineira. Um trabalho que parte do "garimpo" das antiguidades e objetos utilizados, numa produção artesanal que gera peças únicas, como vasos para plantas, espelhos, luminárias, oratórios, armários, objetos de decoração para parede, pés de máquina de costura transformados em pés de mesa, cabideiros, luminárias, porta retratos e baús.Conheça um pouco do trabalho no site www.brasilcoms.art.br e visite a nossa exposição, de 07 a 21 de dezembro, no Casarão Cultural Terra Brasilis – hospedaria e espaço cultural em Santa Teresa, localizado em frente ao Parque das Ruínas, com uma bela vista do Centro do Rio, além da deliciosa cozinha Cozinha Cultural Terra Brasilis aos fins de semana, com pizzas e berinjelas artesanais e ótimos vinhos. Casarão Cultural Terra Brasilis Rua Murtinho Nobre, 156, Santa Teresa - em frente ao Parque das Ruínas infos : 8667-2949

100 POETAS SEM LIVROS - Vai até 24 de dezembro o prazo de inscrição para a antologia '100 POETAS SEM LIVROS' em produção pelo Movimento Litera PE, que contempla cem autores que nunca editaram livro. Os poemas remetidos para o e mail literape@gmail.com serão selecionados pelo Conselho Editorial do Movimento. Maiores informações podem ser obtidas com o poeta Cristiano Jerônimo pelo site www.cristianojeronimo.blogspot.com Info: Alexandre A Voz do Escritor – UBE – PE www.ube-pe.org.br

ACADEMIA DE LETRAS BRASIL – Capitaneada por Donato Ramos resultado da idéia de amigos virtuais de São Paulo e Santa Catarina, a Academia de Letras Brasil se propõe a publicar livros, promoção da leitura, divulgação, intercâmbio, entre outras atividades. Confira acessando: http://www.academiadeletrasbr.com/



ARTE EM 10x10 - SOLAR DO ROSÁRIO - Neste domingo (14), a partir das 11h, no Solar do Rosário, a exposição com realização do Solar do Rosário, CACEV - Centro de Arte Contemporânea Edilson Viriato e Ateliê Livre de Arte Edilson Viriato. A exposição "Arte em 10x10", são obras de aproximadamente 70 artistas, em pequeno formato 10x10, como o próprio nome indica e podem ser adquiridas a preços incríveis! Uma excelente oportunidade de presentear com bom gosto e estilo. Imperdível! Galeria de Arte Solar do Rosário Rua Duque de Caxias, 04 – Curitiba – PR (41) 3225-6232 www.solardorosario.com.br Info: Katia Velo Divulgação www.guiasjp.com.br/katiavelo

PONTES DE VERSOS – Nesta segunda, a partir das 20h30, com a presença dos POETAS DA PONTE e dos amigos da Ponte de Versos para ler nossos melhores poemas TRADUZIDOS de Sylvia Plath, Shakespeare, Anne Morrow Lindbergh, Keats, Shelley, Byron, Mayakovski, Baudelaire, Bukowski, Whitman, Rimbaud, Paul Eluard, Edgard Allan Poe, W.B. Yeats, T.S. Eliot, e. e. cummings e muitos outros. Segunda-feira, 15/12/2008, às 20h30 Livraria da DaConde Rua Conde de Bernadotte, 26 lj. 125 Leblon Rio de Janeiro | RJ

FOTOGRAFIA DO CARIRI - A Lira Nordestina, o IFoto e Poesia da Luz,promovem o encontro dia 19 de dezembro as 17:30 para debate acerca da Fotografia do Cariri para o ano de 2009. Info: Nívia Uchôa Poesia da Luz Fotografia Nívia Uchôa (88) 96127485 / 35114787 http://www.poesiadaluz.blogspot.com

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MUSA TATARITARITATÁ 2008

sábado, dezembro 13, 2008

POETAS DE MINAS GERAIS



MARIA THEREZA NORONHA

VERSOS IMPLUMES

Pousa no papel, de leve,
A pluma de um verso imberbe.
Sem peso e sem gravidade
Ao vento flutua, incerto.
Não há mão que, firme, o empunhe
Nem há, certeira, a palavra
Que armá-lo em seus ossos possa
E a ele se prenda, escrava.
E a ele se agarre, invicta,
Nos expoentes da luta
E delineie o sentido
Que a maré vazante esboça.
E se vá emplumando em signos
Nas densas hastes do ritmo
E coreografe o minuto
Onde o verbo se faz carne.
Ah, que a palavra desate
O cativo, implume pássaro!
E nele exercite a arte
De livre voar, incólume,
E explodir, absoluto.

MARINHA

Três vezes atravessei
Mares de olhos gelados
Atrás do homem que amei.
Três vezes abriu-se o mar
E o futuro a mim foi dado
Entrever – e o reneguei.
O rosto em algas sulcado
À beira da praia vela
Vela o retorno do amado.
Três vezes ultrapassei
Geleiras nuvens tormentas
Atrás do homem que amei.
Ah que bem cedo voltasse
Que fosse visto, atracado,
À meia-noite, ao farol.
Que fosse visto, encantado,
Caminhando sobre as águas,
Braços abertos ao sol.
Três vezes agonizei
Gritando ao vento e ao relento
O nome do homem que amei.

ÁS SEIS DA TARDE

Às seis da tarde sempre morro um pouco.
Vou-me embora como dia. Mas, retorno
Para à noite tecer finas mortalhas
Onde me abrigarei – mas não tão cedo.
Pela manhã desperto cega e inflável
Dependendo do sopro e o espaço em torno.
Devagar, abro os olhos: e aos detalhes
Fluidos, olhar mais nítido concebo.
E face ao dia – colhê-lo ou carpi-lo?
Se um tanto tem de flor o outro de cinzas,
Desfolhá-lo, indecisa, ou despedi-lo?
Que tanto faz me traga as boas-vindas
Ou se esconda e ofereça-me em sigilo.
Às seis da tarde morreria à míngua.

MANHÃ EM AMSTERDAM

Alguém abriu a noite e disse: entra.
De dentro vista, a noite era mais densa.
No copo em chamas, uma estrela afogou-se.
A lua olhava as ruas e os canais.
Vento algum veio varrer para longe as carnais
Tulipas dos desejos.
A taça de conhaque.
O reconhecimento tácito nos olhos,
Nos poros,
Aturdida turista, me enterneço
Na curva desse lábio.
Não se é estrangeiro na concha acre e liquida:
Topázio ardente por onde flui a noite.
Alguém abriu o dia e disse: veja.
E eu vi as flores, a louça azul do céu, as espigas
De ouro dos cabelos. A praça Dam.
A liberdade no haxixe apregoado na esquina.
Os canais, os museus: Van Gogh, Rembrandt.
Mais distantes, os moinhos, os moinhos,
Girando braços, como amantes que se despedem.
E eu abri um arenque e bebi a manhã
Nos olhos primaveris de Amsterdam.

CANTILENA

Os ventres roem a noite:
É nossa e passa.
Eu límpida, você lâmpada
Que o dia embaça.
Eu ânfora, recôncava,
Devassa.
Você, recluso hospede
(sonham sombras na vidraça).
Na noite em que chegando:
O ouro, a raça.
Não sejam nuvens a espada
Nem se desfaça.
A noite rói-nos os ventres.
O amor? Chalaça.
Canta ao longe a cotovia,
A noite se despedaça.
O dia se veste rindo
E em seu rapto nos retraça.
Eu límpida, você lâmpada
Que o sol embaça.

FINEZAS

Afina as cordas do teu cello
Define o acorde, o tom exato.
De amor se fina uma donzela
E amor é flor de fino trato.
Se é fina a corda e rompe a verve
Confina o medo que te habita.
Só desafina o que não serve
À fina flor dos sibaritas.
Vem refinada e com nuanças:
O aprendizado é prata fina.
Saber pular conforme a dança
Polir da adaga a ponta fina.

CRUZADAS

Cruzei palavras com o vento.
Suspiros e folhas secas
Vieram na horizontal
Desinências, dissonâncias
Na vertical
Sussurros e amendoeiras
Sopraram em diagonal
Anáforas e amor-perfeito
Na transversal.
Cruzei palavras ao vento.
Vieram textos canônicos
Na vertical
Pássaros brancos em bando
Na horizontal
Sonetos camonianos
Na original
E sapos bandeirianos
No carnaval.
Cruzei palavras com o vento.
Cartas Chilenas chegaram
Na horizontal
Castroalvinas flutuantes
Espumas na vertical
Sermões de Padre Vieira
No areal
Machado de Assis é Aires
No memorial.
Com o vento cruzei palavras.
Vieram folhas em branco
Na vertical
Vagas estrelas da Ursa
Na horizontal
A roca sem fuso ou uso
No vendaval
E um poema esfacelado
Na marginal.

VENCEDOR

Palavras que se caçam por minuto
Vezes que o verso mal flutua à tona.
A mão vadia traz, de estranha zona
Quinquilharias nuas de atributo.
Rútilo, o verso algum momento assoma
Cortante como o aço, agreste, enxuto.
Seja oráculo, arauto, prostituto,
Um floco ao mar, um floco à terra. Toma-o.
E inda que não triunfe, aposta a chama
De que se nutre. Aposta na dezena
De tons, disfarça a voz, reverte o tema
Que lhe entreabre artérias rumo ao drama:
Vencedor implacável, o poema.

PLANICIE

Para fazer um poema sobre o amor
Mando buscar as antíteses:
Fogo e neve, noite e dia,
E quanto mais do amado estou distante
Mais presente revive a cada instante.
Para fazer um poema sobre o amor
Busco as areias desertas e os jardins
As praças sitiadas e os jardins
As idéias afins e as antagônicas
As margens prazerosas e as agônicas.
Toda verdade anterior, submersa.
Submersos os olhos e as metáforas..
O que agora começa vem pousado
Na ferrugem do verso, vem pausado
Alternando o que é peso e o que é leveza
Barafunda e singeleza.
Para os grandes amantes o amor trágico
o antropofágico
o meu seja singelo. Amor singelo.
E quanto mais em planície me transforme
Mais sinta o pé sem peso em meu contorno.

DIA DO POETA

O dia do poeta acende a sala
De palavras: antena outro tâmara
Todas compondo a egregora que a rama
Dos anos vai tecendo em fina opala.
O dia do poeta acende a fala:
Imagens abrem frestas sobre o tema.
E pouco importa a chama seja efêmera
Se eterna é a poesia onde se cala.
À flor do dia luminosa esteira:
Vão chegando Drummond, Vinicius, Mario,
Jorge de Lima, Cecilia, Bandeira.
Sentam-se à mesa dos eternos topos.
Colhem o dia, acordam o tempo vário.
E, como Mallarmé, batem os copos.

SAFRA

Noturna flor do amor senil
Surpresas pétalas agitar
Há-de.
Se antigos os gerânios, abril
Depois de março as asas abrirá
Qualquer
A idade.
E na curvatura juvenil
- estreito anel que dilatados olhos
Alargam – há algo mais sutil
Que saudade.
Onde recomeça ou acaba
Das amoreiras o tempo febril,
Quem sabe?
Noturna rosa desarma o ardil
Do sentimento onde buscava
A chave.
Uma onde se esconde o vinho mil
Vezes cultivado e de orgulhosa
Safra.

MARIA THEREZA NORONHA – Maria Thereza Belisário de Noronha, mineira de Juiz de Fora, radicada no Rio de Janeiro, formou-se em Direito, trabalhou no BNH e na CEF. Poeta, estreou em livro em 1990, com A face na água. É autora dos livros "Pedra de limar" (1993), Ed. de Minas; "A face dissonante" (1995), Oficina do Livro Editora; e "Alaúde" (2001), parte do livro "Poesia em três tempos", Ed. Bom Texto. Participou de varias antologias e conquistou alguns prêmios em concursos de poesia. Integrou durante algum tempo o Conselho Editorial da Oficina do Livro Editora. Publicou ainda "O verso implume", Oficina do Livro Editora - Rio de Janeiro (RJ), 2005. Os poemas reclhidos aqui são do livro "50 poemas escolhidos pelo autor", Editora Galo Branco, 2008.

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POETAS DE MINAS GERAIS
MUSA TATARITARITATÁ 2008

quinta-feira, dezembro 11, 2008

POETAS DO RIO GRANDE DO NORTE



REYNALDO BESSA

hoje nenhuma palavra
a ser dita
nenhum grito,
nenhum silêncio
saudade nenhuma
nada
apenas um dia
que despencou do
calendário

*

uma noite
minha mãe
puxava-me pela mão
éramos quatro;
eu, ela, o medo e a pressa
disso lembro-me bem
enquanto os três conversavam
eu pregava os olhos nos olhos tristes das casas e
me dava uma tremenda vontade de perguntar
“mamãe, o que elas têm?”

*

deixa disso
siga o risco
o que é a vida
se não olho e cisco?
seja arisco
sangra o resto
o que é a morte
se não sábio disco?
nunca teremos o pouco aquém do menos
nunca seremos o muito além do mais
a cota será certa
a senda será meta
sempre serena será
a reta eterna da
raça toda

*

hoje sonetos
amanhã só netos

*

rio de fevereiro,
quando alguém me diz:
só em março, depois do carnaval
rio de março,
o ano só começa em abril
rio de abril,
o primeiro dia é quando somos sinceros
rio de maio,
desse, rio demais
é o mês do meu aniversário e
não há nada pra comemorar
rio de junho,
o carnaval ainda não acabou
rio de julho,
não há motivos, por isso rio
rio de agosto,
mais pra lá do que pra cá, mas ainda riso
rio de setembro
o dia sete é uma boa piada
rio de outubro
sou uma criança, mas eles não acreditam
rio de novembro
o ano seguinte já mostra o seu riso amarelo
rio de dezembro
o vizinho me sorri, só porque é natal
em janeiro não rio
meu riso tira férias
vai ao Rio de Janeiro
curtir um choro

*

tarde quente
sonhos esfarrapados no varal
úmidas lembranças

*

entre a caneta e o
guardanapo; um dilema
eu não sabia se tentava ou se
ia ao cinema
não fiz uma coisa nem outra
assoei o nariz com o quase-poema
ah! chega!
com ele ou sem ele
nada muda
é tudo cena

*

o mar
o azul
o domingo
bati na porta de Deus
Ele estava dormindo
o bar
o sol
o alarido
fui convidar Deus para um trago
Ele havia saído
então!
bebi
o mar
o azul
o domingo
o bar
o sol
o alarido
só não bebi Deus
porque Ele havia morrido

*

os vestidos escondem
mais segredos do que o mar

*

marchinhas
fevereiro sambando
sem ela

*

os macacos
desceram das árvores
aí nasceu o trabalho,
a infidelidade, o divórcio e
o apartamento de um dormitório

*

seu corpo
é o único argumento
que não sei
refutar

*

seus olhos
são meu livro de cabeceira

REYNALDO BESSA - O cantor, compositor e violonista potiguar, Reynaldo Bessa nasceu em Mossoró, no Rio Grande do Norte, morou em Fortaleza e já está radicado em São Paulo há 15 anos. Já lançou quatro cds autorais. O trabalho de estréia foi “Outros Sóis” (1994 - independente). Em 1996, lançou “O Beco das Frutas” (Selo – Alpha Music) e o terceiro, “Angico” (2004 – Selo - Devil discos) este último, selecionado para o prémio TIM de música de 2005. Além dos discos autorais, Reynaldo Bessa já participou de vários discos de outros artistas e cds de coletâneas. Num desses projetos, o cd “Cachaça Fina” dirigido ao mercado europeu, teve incluídas duas músicas do artista. Reynaldo Bessa tem parcerias com diversos outros compositores. Dessas parcerias, a música “Por Amor” de Bessa e Zé Rodrix, foi gravada pelo grupo IRA!, no seu acústico MTV. Das inéditas, É a única música no disco que não é do guitarrista Edgar Scandurra. Já tocou ao lado de Rosa Passos, Quinteto Violado, Chico César, Alceu Valença, Moraes Moreira, Zé Geraldo, Geraldo Azevedo, entre outros. Já participou de diversos festivais de música, sendo premiado diversas vezes. O Artista está lançando o seu quarto disco, “O Som da Cabeça do Elefante" com participação da cantora maranhense, Rita Ribeiro. Desse cd, duas músicas já foram selecionadas para o mapeamento da música brasileira, realizado todo ano pelo Instituto Cultural Itaú.
Sobre o livro Outros Barulhos, o poeta, jornalista e mestre em Literatura Brasileira pela UFRGS, Fabrício Carpinejar, “(...) o músico e compositor Reynaldo Bessa guardou a infância no quarto até onde deu. Agora explodiu pelas janelas e portas. Outros barulhos é um baú que transbordou: quando os mortos e vivos se embaralham na linguagem, lembranças são confundidas com premonições; vozes, com cheiros. Ou ele publicava esse livro ou ficava louco, não tinha escolha. É uma fartura de vida, um armazém de fiados, armário de brinquedos extintos, que todo leitor vai se exuberar. É uma obra da saudade. A saudade alegra, inclusive, os dias em que cortamos os dedos. Sua sensibilidade é espiã. Não suportaria suas dores se não carregasse também a dos outros. Por isso, sofre com o bêbado voltando para casa, como se houvesse um trapézio transparente na rua; os vizinhos rindo e os familiares o segurando com os olhos. A poesia quando narração é imbatível. A poesia como contadora de histórias é imbatível. Sabemos muito mais da memória de Bessa.”
SERVIÇO: Noite de Autógrafos Data: 18/12 – quinta-feira Local: Av. Paulista, 509 – Cerqueira César – Tel.: 2167-9900 Horário: das 18h30 às 21h30 Livro: Outros barulhos Autor: Reynaldo Bessa Editora: Anome Livros.

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POETAS DO RIO GRANDE DO NORTE
MUSA TATARITARITATÁ 2008

sábado, dezembro 06, 2008

DICAS TATARITARITATÁ



A VILLA CAETÉ EM REVISTA – Poeta e professor Eduardo Proffa edita o boletim virtual A Villa Caeté em REVISTA, trazendo uma série de dicas, informações, eventos e muitas coisas importantes. Para recebê-lo é só enviar correspondência para eduardoproffa@yahoo.com.br ou eduardoproffa@hotmail.com

LUIZ GONZAGA - A Exposição denominada OS CAMINHOS DE GONZAGA (sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”), ficará no Museu da Imagem e do Som – MISA no período de 09 a 15 de dezembro. A exposição será composta por 100 quadros. Haverá, ainda, uma apresentação musical de Chiquinha Gonzaga e Sérgio Gonzaga, respectivamente, irmã e sobrinho de Luiz Gonzaga, além de uma palestra com Paulo Vanderley, um dos maiores conhecedores da obra de Gonzaga, no sábado, dia 13 de dezembro. A entrada é de Gratís. Resp: CHIARA MACEDO (Associação Espaço Cultural Luiz Gonzaga). E-mail: aecig@hotmail.com - Fone: (81) 9971-7079

ARTE EM TODA PARTE - Acontece, até 14 de dezembro, no Sítio Histórico de Olinda, a 8ª edição do Olinda Arte em Toda Parte. Exposições, desfiles de moda, shows, performances, roteiro gastronômico, além da visitação aos ateliês compõem a programação do evento. Ao todo, 95 deles abrem as portas para expor os trabalhos de 311 artistas e artesãos que moram na cidade ou a tenham adotado como seu local de produção.O evento comemora mais um título concedido pela Unesco para Olinda: Memória do Mundo. Outras informações: www.olindaarteemtodaparte.com.br/.

SALÃO DE ARTES - Em cartaz até o dia 18 de janeiro, no Museu do Estado de Pernambuco (Graças) , a 47ª edição do Salão de Artes Plásticas de Pernambuco com a exposição Narrativas em Madeira e Muro: Presença da xilogravura popular nas obras do gravador Gilvan Samico e do grafiteiro Derlon Almeida. A mostra revela aproximações que se estabelecem entre trabalhos de diferentes épocas e produzidos em diferentes suportes pelos artistas. Outras informações: (81) 3426.5943.

CONEXÃO PB - Dia 19, às 19h, a Subsecretaria de Cultura da Paraíba inaugura a exposição Conexão PB, apresentando15 artistas plásticos que produzem em diferentes pontos do Estado. Em uma segunda versão, o projeto fica aberto ao público, em horário comercial, no Casarão dos Azulejos - sede do órgão estadual no centro da capital paraibana. . A exposição pode ser visitada até 5 de janeiro de 2009. Programação e outras informações: www.paraiba.pb.gov.br/.

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sexta-feira, dezembro 05, 2008

PRIMEIRA REUNIÃO: MACEIÓ, 193 ANOS



MACEIÓ, UMA ELEGIA PARA OS QUE OUSAM SONHAR

Luiz Alberto Machado

A cidade emerge no meu riso matinal e o sol faz paradeiro na minha alma desafortunada. Os meus passos reviram ruas redimindo meus pesares, remorsos e alucinações nessa paradisíaca paragem. É tudo muito lindo premiando o meu devaneio. E eu recito loas pelas beiradas da idéia, pelas abissais paralelas do meu exílio atrevido, de minha presença castigada.

Nesse cenário eu vou de corpo e alma. Vou pelas transversais, avenidas, perpendiculares, a reconhecer a punição da vida no que de vário se faz real pelo esplendor do mar e onde se lavam culpas no negrume do asfalto, onde se pezunham esperanças na imensidão do espaço, onde se constroem todas as avenças e desavenças de nada.

É outro dia sempre e a gente a sonhar com o estrondo da felicidade mesmo que tudo seja apenas feito de partidas e chegadas no desencontro dos anseios.
É outro dia sempre e a gente com o plano de vôo circunscrito na incerteza, como se a regra desse jogo fosse sempre o confronto da distância entre começar e acabar, sem ter prorrogação na morte súbita indesejada.

É outro dia e sempre a cidade emerge na minha finitude atlântica que bordeja pelas apaziguadoras ruas breves da Mangabeiras e se arrasta na expectativa da Jatiúca, aderna pelo emaranhado da Ponta Verde, singra pela beira-mar da Pajuçara e dá nos cotovelos rentes com a fabularia do Jaraguá. É lá onde me eternizo nas cinzas.

Adiante está a lama do Salgadinho empestando a Avenida onde uma guerra oculta cospe mulheres paridas e deserdadas dos arredores do Tabuleiro do Martins e homens ciclópicos que ululam desmemoriados de tudo sem nada, oriundos do longe mais distante das bandas de lá além do Mundaú e que povoam a superfície perversa da exclusão. E me refaço porque é outro dia e sempre me esforço subindo a rodoviária até o Farol onde contemplo de tudo: a fantástica panorâmica, o silêncio dos roncos cansados, a espera dos madrugadores por condução, a perspectiva que bate as botas em Cruz das Almas e o meu desejo que escorre descendo o Riacho Doce e se esquece dos pleitos que se tornaram causas inúteis revogadas previamente pelos tribunais de então. Mas é outro dia sempre e as crianças no meio fio da madrugada com seu cobertor de mar e de noite com sonhos incertos no barulho do trânsito indômito. É outro dia e um punhado de adultos amontoam o teatro cristão com o berreiro dos desentoados em preces devotadas com seus sotaques e timbres nas rezas por seus dissabores, por remoetas embaçadas, por sacrifícios ostentatórios, pela salvação das almas da ignomínia. E tudo parece um abstrato aceno de paradoxais festeiros na celebração da tragédia pelas mesquinharias políticas, pela soberba nos limites onde o canavial impera ao lado dos alguns poucos privilégios de gados e miséria nos pastos de outro tabuleiro, onde amadurece a desimportância da oportunidade e todos são escravos do passado mesmo que se achem senhores de si e do futuro, mesmo que a vida seja um lapso de tempo nas causas perdidas.

Mesmo assim a cidade emerge e meu coração se avexa com o tumulto do dia e se esboroa pela tarde e faz aconchego na noite que anuncia outro dia para um mais que desejoso amanhã. Amanhã que já será hoje, hoje que será ontem e tudo que esquecerá. E esquecendo não veja criança estendida na calçada da manhã, nem pedinte mendigando no semáforo, nem velho xingado nas filas, nem violência como efeito da desigualdade, porque os adultos precisam acordar ciosos de si a vingarem o humano à revelia dos mandos no sonho de todos os sonhos.

A verdade é que a cidade emerge nos meus olhos e já é outro dia. Mesmo assim continuo atrevido e teimoso de sonhos, enquanto o meu coração bate buliçoso e atônito pelas ruas de Maceió, entoando uma elegia para os que ainda ousam sonhar.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. In: Primeira Reunião. Recife: Bagaço, 1992. Poema incluído na antologia “Poesia de Alagoas”. Recife: Bagaço, 2007.

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segunda-feira, dezembro 01, 2008

PRIMEIRA REUNIÃO



Imagem: xilogravura de Erivaldo Ferreira da Silva

ENSALMO NUM JARRO DE AMARA BROTINHA

Luiz Alberto Machado

Mal que comeis
Este corpo de suor
Cedeis então para sempre
Pois agora sou senhor do meu destino
Abandonais
De dez em dez lágrimas
De nove em nove aperto de mão
De oito em oito mágoas
De sete em sete extrema unção
De seis em seis litros d´água
De cinco em cinco ramos de manjericão
De quatro em quatro cantos na taboa
De três em três sentenças de condenação
De dois em ventos na anágua
De um em um gesto de fornicação

Janeiro vai
Janeiro vem
Feliz daquele
A quem deus quer bem

Janeiro vai
Janeiro vem
Feliz daquele
Que tem seu bem.

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sexta-feira, novembro 28, 2008

EXPOSIÇÃO/FEIRA DE LIVROS LAM



Foto: Ceça Marques.

Nos próximos dias 29 e 30 de novembro, estará acontecendo a Exposição de Livro “LAM 26 anos de literatura”, com exposição dos meus livros publicados, Feira de Livros Infantis com os meus livros “Falange, falanginha, falangeta”, “Frevo Brincarte”, “A Turma do Brincarte” e “O cravo e a rosa”, venda do meu cd “LAM & Amigos”, recital de poesias e pocket show “Tatataritaritatá”. SERVIÇO: EXPOSIÇÃO/FEIRA DE LIVROS LAM 26 ANOS DE LITERATURA Local: Salão de Eventos do Edificio San Benito – R. Arthur Bulhões, 244 – Mangabeiras. Horário: a partir das 18 horas do dia 29 até às 20 horas do 30/11/2008. Informações: 82.8845.4611 ou www.luizalbertomachado.com.br Veja mais acessando minha home page.

ABRACI - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA SÓCIO-CULTURAL DE APOIO A CIDADANIA Convida os poetas e ativistas cultural para a grande final do 2º Concurso de Poesia da ABRACI, com o lançamento da "coletânea do concurso" e a "I Prateleira Poética"- Agenda biográfica da ABRACI Dia - 08/12/2008 Local - Academia Brasileira de Letras Av. pres. Wilson, nº 203 - Centro Rio de Janeiro Horário - das 14hs às 19hs Campanha social "Natal das famílias de rua" Info: Denize Vieira Coordenadora Cultural da ABRACI (21) 2240-1735.

ALBERT ARAUJO – o poeta, professor e contabilista piauiense de Luzilândia, Albert Araujo, edita o blog “Minhas poesias e amigos” e tem poemas publicados em vários sítios da rede. Confira.

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quinta-feira, novembro 27, 2008

POETAS DO RIO GRANDE DO NORTE



ADELIA DANIELLI

Quem se esconde não escreve
Escrevo e não me mostro
me torno.

-*-

Patchwork

Numa noite com Tom Zé, Adélia Prado e Wood Allen
me lembrei de quanto sou triste.
E quanto desejo sem força nos músculos
poder deitar num mato virgem
sem ter medo de inseto.
Sempre quis ser assim, livre.
Ter toda à sabedoria para poder me desfazer dela.

Há um ardor que chamam de frio e que me corta feito lança
sangrando o centro do meu estômago.

Não quero mãos suadas, pés gelados e garganta enforcada
Não quero saber de saber, O saber.
Quero o céu dos meus Currais brilhando sem parar à pilha.
Quero a presença calada de painho e sua alma sintonia "AM".
Quero um ar que não me tome, me preencha.

Não sei decorar poesia,
nem sei guardar a emoção
pra requentar no jantar.
Vivo agora, e amanhã,(?) talvez.

O que não posso nunca,
é esquecer das flores dos ipês,
que sempre brotarão
em minha alma.
Na alma da minha mais linda amizade
na alma do meu filho, João.

Na memória do cheiro de sabonete da roupa de mainha.
Segurança intra-uterina, patrocínio "lux luxo".
Sigo a noite me desfazendo em retalhos.

Quiçá um dia uma linda colcha.

-*-

Pelas retinas

Das carnes que se rasgam. Das feridas que se secam.
Dos olhos que profundam a imensidão em mim.
(Olhos de Diadorim, olhos de ressaca do mar, olhos de Capitu)

Olhos tristes que reportam às janelas antigas,
de almas velhas como o universo.
Almas que viram de tudo
por isso nada mais querem ver.

Olhos de tédio para o banal.

Olhos que inquietam
de tão parados no instante.
(câmeras se movimentam, mas o olhar continua, contínuo)

Percebo o tempo de uma perspectiva alternativa.
Eu, procurando os ”porquês”...
Em você, todas as respostas.

Nisso, horas correm, anos passam
E o brilho é verde opaco

O mistério é verde.

-*-

Êxtases de Teresa
E não gozo sem mar

Tudo em único gole
querendo morrer

ou

verter-me
nos lençóis de algodão
estampado.

-*-


Bulindo

Faço coisas que não quero.
São essas luas.
O desejo esquenta minha pele
revelando-me em luzes peroladas.
Adoeço aos tremores.

-*-

Dona Adélia.

Comigo-ninguém-pode
Cega!
Café com água é
para criança.
Seus primos tomam...

Ali, às três da tarde,
era o nosso lugar.
Todo dia.

E de lá e de banda
corria no batente de cimento
para vê-la fumar.

Cachimbo de avó.

Lembro dos pés
Lembro das mãos
e dos cheiros.

Sentada na cadeira branca
ainda mora em mim.

-*-

Too Late.

Foi tarde quando
em mim escreveu
o primeiro verso cansado
que de tanto já vivido
só lhe restava um definhado...
"Foi tarde".

-*-

...numa noite escura.

Entre perdidas, cá nos achamos.
Almas cansadas de tanto.
Somos duas, embora muitas.
Somos luas, inúmeras fases.

Te dou tudo que tenho.
Tudo de ar-água-terra-e-fogo.

Nunca basta.

Para seres encantados
são mil elementos
quatro, são os meus.

Já te vi dançar num filme
dos anos vinte.
E era eu e você naquela noite
em Viena.
Sobre o agora só o silêncio.
O que se diz das tempestades
em casas de palha?
Sim, isso é a vida.

Só quero mais quatro mil anos ao seu lado.

-*-

Tudo é vinho

A saudade
A música
A solidão
A tristeza
A casa vazia
As poesias antigas
Até o liquido da taça

-*-

Em cena.

Cheia de mar.
De mar na chuva.
De chuva no mar.

São brumas, ela disse.
Não eram.
Eram sonhos condensados
e transformados em gotas
sendo à tarde.

Era à chuva inundando
a roupa e a alma
que não secaram.

Azuis - cinzas
claros escuros
enormes e
vazios.

Efêmero momento
de se saber feliz.

-*-

A poesia resiste.
Nela me ponho a tentar ver
Tento olhar como se lente
Tento viver
Como se possível.

ADELIA DANIELLI – a poeta currais novense, Adelia Danielli, é um dos mais promissores nomes da atual poesia potiguar. Ela é estudante de Ciências Sociais da UFRN e há três anos edita o blog Estampada – Compulsão de escrever, onde ela reúne seus primorosos e belos poemas e eventuais crônicas. Imperdível.

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quarta-feira, novembro 26, 2008

DICAS TATARITARITATÁ



TREM DA POESIA- Dia 2 de dezembro 14h: reunião de poetas na Pça Arcoverde / Pça Arco Versos 14:40h: metrô Arcoverde até Central da Supervia, lançamento da Revista Literária Plural n° 3, da OFICINA Editores 15:20h: trem da Supervia / Central até estação de Marechal Hermes / Marechal também faz poesia 15:20h: trem da Supervia / Estação de Campo Grande / Campo Grande da Poesia até estação de Marechal Hermes 16:20h: concentração de poetas vindos da Zona Sul, Zona Oeste e Zona Norte na Estação de Marechal Hermes - passeata dos participantes do Projeto POESIA NO TEATRO da estação de Marechal Hermes até o Teatro Armando Gonzaga TEATRO ARMANDO GONZAGA 17h: Sarau Via Plural - Amigos do Café; Te Encontro na APPERJ; Poeta Saia da Gaveta; A Poesia Conversa com Verso; Sarau Conecte; POVEB - Poesia, você está na Barra; Poetas Sem Fronteiras; Todas Elas & Alguns Deles; Entardecer da Poesia com Arte; Salão Poético da AABB; Charau; Noites Poetanas; Poesia no Paço D'Arlequim; O Prazer da Poesia; Revira João; Poesia na Câmara Venha fazer parte dessa POESIA EM FESTA! COORDENAÇÃO: Poesia Simplesmente; APPERJ

LANÇAMENTOS - Cláudia Brino e Vieira Vivo lançarão dia 29 de novembro, sábado, às 19:00 horas, na Biblioteca Mario Faria (Posto 6), Av. Bartolomeu de Gusmão s/º, próximo à R. Alexandre Martins (orla da Praia) Santos, os livros Almas com Fome e Mingau das Almas. Entrada Franca Almas com Fome de Cláudia Brino é um livro que oferece a plasticidade da palavra enquanto tela para desnudar o âmago de situações, onde o texto submerge de um emaranhado cataclisma interior. Mingau das Almas de Vieira Vivo é a junção de poemas lapidados com a capacidade sensorial de sentir nas digitais o crescente mágico dos versos talhados para a convergência da matéria até ao estado alucinógeno. Info: Cabeça Ativa.

REVISTA PEQUENA MORTE –A revista eletrônica pequena morte. ( www.pequenamorte.com ) completa dois anos de existência em 2008. Está no ar com uma antologia poética impressa, com o apoio da editora Oficina Raquel e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura/UFRJ. A antologia contará com os poetas que participaram dos treze números da revista, e cada autor escolheu, para uma breve apresentação de seu trabalho, um ensaísta. O nobilíssimo elenco da edição é formado por: Antonio Carlos Secchin, Flávia Amparo, Caio Meira, Igor Fagundes, Eucanaã Ferraz, Eduardo Coelho, Gastão Cruz, Nonato Gurgel, Leonardo Gandolfi, Fernando Miranda, Luis Maffei, Pedro Eiras, Manuel de Freitas, Xavier Oquendo, Mario Meléndez, Luís Augusto de Oliveira, Maurício Chamarelli, Érico Braga Barbosa Lima, Maurício Matos, Celia Pedrosa, Paulo Henriques Britto, Maria Lúcia Dal Farra, Rui Pires Cabral, Ana Luísa Amaral, Sebastião Edson Macedo, Alberto Pucheu e Sérgio Nazar David. Mais informações em www.oficinaraquel.com .

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segunda-feira, novembro 24, 2008

PRIMEIRA REUNIÃO



PALMARES

Luiz Alberto Machado

Uma cidade esta
A morada abissal nos quilombos da noite Zumbi
Ou uivo de coruja de todos os presságios
Alalaôs de todas as festas
Orações de todos os templos
Correio de todas as notícias
Arena de todas as lutas vencidas, perdidas, mal-choradas,
Terreno surpreso de todas ignóbeis sentenças de vida
Que se descoram e se colorem a cada anátema dos deuses
Eu guardo em meu cofre
Todos os teus impérios de fome e luxúria
Tua desprezível ingratidão
Contemplada nos tapetes de pelúcia que te completam
E te arruínam rodeada de penúria
Festejando andores que fabricam as incontestáveis beatitudes
Aureoladas nas noites insones
Que te deixam morrer e ressurge em cada copo mal-tomado
Como sudário de tua manifestação
Uma cidade esta
Dos deuses do barro suspensos nos tronos inflamáveis
De lazarentos apodrecidos nos porões de tua riqueza roubada
Que cantam cantigas do tempo do ronca sob um sol escasso e débil
Dos arcabuzes, mosquetões e pistolas ressoando seus estrépitos como saudando a vida disfarçada, o plantão do inverno nos ventres tristalegres e boquifamintos que inventariam teu espolio do mais completo bestiário canhestra de todas as vidas
O teu gen ressecou antes mesmo de caminhar pelas orlas estelares em formas do teu organismo carcomido e prostituído das seqüelas da vida que não mais retalham teus dramas porque são doces quimeras impetradas ao sigilo do teu crepúsculo
Porque são tirânicas as ousadias engastadas ao sibilo de tuas chuvas desmoronando sangue – a comiseração por todas bestificadas ruindades indiferentes que te redundam na mais completa insolência de justiça.
Uma cidade esta
Teus porões jamais revolvidos teriam muito mais que sujar toda tua cara e apodrecer-te nas mais inexoráveis das balanças, mas mesmo assim te guardo em meu seio como quem guarda a amante após a chuva dos desejos e te desejo como quem vai dormir ao relento dos cobertores e te venero como a um súdito esconjurado, pois não te jogaria uma pedra porque não as tenho no coração. Mas te daria meu aconchego porá poder sonhares teus erros e remediá-los com as meizinhas e ungüentos que guardo ao bolso e te sentiria, não como um carrasco, mas como um filho sem seio na anciã de amamentar.
Sou todos os teus brejos e imundícies
Sou eu que sofro com a tua agonia sabendo que ela não é minha, mas a te me dou e guardo em meus cofres o teu segredo.
Guardo tuas praças, ruas, becos e memórias.
Guardo santificadamente todos os teus desvarios e todas as tuas relíquias de bondade. E com amor todas as noites deito-me em teu corpo e ouço a voz de tua indignidade me falar sob as olheiras, o bafo da cachaça, o fumo, a tua ressaca, o teu pouco sol, a tua grande noite.
Eu tenho o teu desespero na carne e o teu desassossego no sono que me foge noite a noite na tua madrugada insidiosa, no teu crepúsculo suicida.
Eu tenho em mim todos os teus dotes, inventario teu espolio como um deserdado, mas sempre guardando a tua marca em meu peito e te tenho e sou pouco.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. In: Canção de Terra. Recife: Bagaço, 1986.

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domingo, novembro 23, 2008

ABENÇA MESTRE & TATARITARITATÁ!!



ABENÇA MESTRE – 1º Festival de Cultura Popular de Imperatriz, acontece entre os dias 05 e 06 dezembro de 2008, na cidade de Imperatriz – MA, contribuindo com o fortalecimento da identidade cultural dos povos dos interiores do Maranhão, indígenas e comunidades tradicionais, bem como das pessoas vindas de outros interiores do Brasil. Objetiva contribuir para tornar viva a memória dos saberes tradicionais e valorização da manifestação e de seus praticantes; construção/revitalização de conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano e na história das comunidades; contribuir para a convivência respeitosa com a diversidade cultural, com a diferença e modos de fazer enraizados no cotidiano e na história do Brasil; valorização da contribuição dos povos africanos e indígenas para a formação de diversos aspectos das culturas populares e da cultura brasileira em geral; valorização dos processos de resistência histórica das culturas populares, seus mestres e mestras; troca de experiências da mestra com outros mestres(as) de outras manifestações da Cultura Popular; possibilitar o ensino de artes e ofícios; construção/revitalização de conhecimentos e fortalecimento de rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do lazer/diversão e de outras práticas da vida social; e divulgar a cultura maranhense como afirmação e reafirmação de nossa identidade.



FRANKLIN CASSARO – Antropofagia Industrial Alienígena (A.I.A) Franklin Cassaro Galeria Artur Fidalgo Inauguração 26 de novembro, 19h30. Franklin Cassaro inaugura na Galeria Artur Fidalgo a exposição “Antropofagia Industrial Alienígena” (A.I.A.). Serão apresentados dois conjuntos de esculturas que fazem referência a HQ, cordel, manifestações da cultura de massas e da pop arte, dialogando de forma humorada com o universo da mitologia contemporânea. O primeiro é composto de peças de folha de alumínio, algumas utilizando papel de embrulhar bombom e outras embalagens descartáveis. Outro grupo de peças é formado por “Fatos de Mercado”, esculturas compostas de esferas de MDF (aglomerado de madeira) acolchoadas. Reunidas, elas formam os membros do corpo de um “alien”, combinando o geométrico e o figurativo. Cassaro conceitua os trabalhos da exposição como “outraciclagem”, numa referência à reciclagem. Entre as peças de folha de alumínio estão a “Medusa Dread”, "O Esqueleto Reciclóide Verde", a Lady Joaninha" , a “Yara” e o “Homem de Ferro Reciclóide”. Compõem a série “Fatos de Mercado” – o nome “Fatos” remete a acontecimento e a traje, roupa – um revestido de estampa de camuflagem e outro de motivos florais. O artista criou ainda um “Fatos de Mercado” de resina, transparente, que ficará em pé no meio da galeria e permitirá ver através dela, distorcendo as imagens. O Fatos de Mercado é o que poderíamos chamar, numa referência ao universo da ficção científica, de replicante: ele pode ser produzido em escala “industrial” utilizando caixas de pizza, tampinhas de garrafa ou qualquer outro material esférico encontrado no dia-a-dia. Completam ainda a exposição duas esculturas, cada uma delas ocupando uma parede da galeria e formada por duas “espaçonaves” pequenas, de folha de alumínio, ligadas por uma linha preta que desenha o espaço como o rastro do seu vôo. Poderiam ser as naves dos “seres” expostos, os Antropófagos Industriais Alienígenas do título.Franklin Cassaro é um dos importantes artistas contemporâneos brasileiros surgidos na década 1990 e “não gosta de picolé de melancia”. Confira: www.arturfidalgo.com.br



SARAUBÉA- 30/11 – 19:00h Casa das Rosas Programação # Abertura com Carol Montone apresentando a programação da noite # André Oliveira e Paulo D’Auria apresentam o Projeto Macabéa e a Revista Trapiches eMagazine # Sarau com: André Oliveira Paulo D’Auria e os POETAS DO TIETÊ André Diaz Caranguejúnior Daniel Minchoni Marcelo Ferrari Renato Silva Performances de Carol Montone Cissa Lourenço Karla Jacobina Sarau aberto Ciranda e Maculelê com Enoque Santos Exposição do artesão Nicolás Lasnier.

VANESSA MOLNAR – A escritora Vanessa Molnar estará lançando seu livro Crônicas de uma tara gentil, no próximo dia 5 de dezembro de 2008, das 18h às 21h, na Alpharrabio Livraria e Editora Rua Eduardo Monteiro, 151 - Jardim Bela Vista - Santo André/SP. Info: Telefone: (11) 4438-4358



MORETTINI CARICATURE – Excelente blog editado por Sergio Morettini reunindo todo seu trabalho de caricaturas com vídeos e posts excelentes. Imperdível.



FLOR DE GELO Excelente blog da poeta e escritora pernambucana Geruza Leal, sempre com poesias, prosas, dicas e outras informações. Confira.

SISENANDO PEREIRA DO VALE - O poeta Sisenando Pereira do Vale acaba de lançar o livro Poemas do Verso – Busca... (Ônix Editora, 128 páginas; R$ 23,00). A obra apresenta uma verdadeira busca de momentos vividos e compartilhados em emoções e sentimentos. Sobre o autor – Sisenando Pereira do Vale é graduado pela Faculdade de Engenharia Industrial da PUC (Engenheiro Industrial – Modalidade Elétrica; é ex-aluno da Faculdade de Administração de Empresas Getúlio Vargas (FGV) e é autor do livro Poemas do Verso… Lembranças. Exerceu cargos executivos em empresas privadas e públicas, com trabalhos desenvolvidos nas áreas de informática, organização de empresas, tributação, desenvolvimento urbano, agricultura e mercado de capitais. Elaborou e implementou planos diretores e estudos de informática e de organização nas áreas bancária e jurídica em organismo internacional. Realizou trabalhos de consultoria nas áreas privada e governamental, conduzindo a implementação de vários projetos que desenvolveu. Serviço Título: Poemas do Verso – Busca... Autor: Sisenando Pereira do Vale Editora: Ônix Editora Preço: R$ 23,00 Onde encontrar: www.onixeditora.com.br ISAURA LASELVA Assessoria de Imprensa laselva.jornalista@hexzone.com.br Tels: 11 2068 2537 // 9334 6999 // 8293 5274

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sábado, novembro 22, 2008

JOYCE CAVALCCANTE



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NOVIDADES & TATARITARITATÁ!!!



MARIA LUISA PERSON – sítio da artista plástica e professora alagoana Maria Luisa Person. Ela nasceu em Palmeira dos Indios, em Alagoas, onde ela deu início aos primeiros passos da sua carreira como artista plástica, dentro de um ambiente onde muitas pessoas não viam com bons olhos sua arte, bem como apenas poucas acreditavam no seu sucesso. Já realizou várias exposições, inclusive, desde 1988 é professora de artes e hoje reside na Suécia, onde tem realizado exposições. Ela também está, entre outras coisas, representada no "Art95:s", livro de pintura dos Estados Unidos.



MARCOS ANTONIO PESSOA DE FRANÇA & ₢ULTURA NORDESTINA – blog editado pelo escritor paraibano Marcos Antonio Pessoa de França trazendo um rico acervo sobre historia de cordel, folclore brasileiro e cultura popular. Ele também possui o sitio Cultura Popular, resultado do seu livro publicado “Para rir até chorar com a cultura popular”. Imperdíveis!



AYRUMAN – JOÃO BATISTA CONRADO – o arte educador, artista plástico e gráfico mineiro, João Batista Conrado, é editor do sitio Ayruman onde reúne uma galeria de fotos, textos e poemas, reunindo todo seu trabalho educativo, poético e artístico. Confira.



SILVIA MENDONÇA – A jornalista e escritora Silvia Mendonça é editora do blog Sapatinhos Vermelhos e tem uma série de textos e poemas publicados no Recanto das Letras. Ela mesma se apresenta assim:

Nasci mineira.
Cresci paulistana.
Aprendi a ser carioca
Antes de tudo, sou mulher!
Me formei jornalista,
Me tornei articulista.
Hoje sou escritora.
"Sofro" o estigma de ter nascido sob o signo de Escorpião com ascendente em Câncer e Lua em Áries.
O elemento água me traz bons fluídos;
tenho a intuição por companheira.
Gosto de escrever contos, crônicas, prosa poética, artigos opinativos. Se sou poeta? Os críticos dizem que sim; eu penso que penas engatinho no estilo. O tempo dirá.
Comportamento e Vida a Dois são assuntos que eu domino. Escrevo a respeito há anos tanto para jornais impressos e revistas quanto para programas de TV e rádio.
Material sobre esses temas tenho de sobra.
A cor vermelha, que dá tom às minhas flores preferidas,ao vinho que me "aquece", e cor ao sangue franco-libanês que corre em minhas veias,reflete em mim a paixão pela vida.
Acostumada a viver na noite,a madrugada é meu palco de inspiração.
Meus gostos são simples e fáceis de realizar
Aprecio as pessoas de caráter e inteligência transparentes.
Os covardes, abomino! Aberta a novas amizades, adoro conversar sobre assuntos diversos. Não sou preconceituosa. Nem tenho reserva quanto ao que as pessoas pensam sobre a vida (delas). Aquele (a) que quiser caminhar ao meu lado, partilhando do mel e do céu, que seja bem-vindo (a).
Descendente de Eva, estou nesse mundo há muito tempo.
O que sinto em relação à vida, escrevo. Aliás, escrever é a minha arte e o meu ofício.



SANDRA PINA- No próximo dia 28 de novembro, sexta-feira, Sandra Pina estará lançando o seu novo livro O Segredo do Tempo, que faz parte da coleção Leituras Descoladas. Onde: Livraria da Travessa do Shopping Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290, 2º piso, loja 205 A) Quando: 28 de novembro, à partir das 19hs Além dela, arilia Pirillo e Caio Ritter, lançando, respectivamente, Baratinada e Meu Pai Não Mora Mais Aqui.Haverá um bate-papo com o público, falando dos livros, de literatura, etc.Info: Sandra Pina www.sandrapina.com.br



GUIA DE LITERATURA – O Guia de Literatura do Projeto SobreSites é editado pelo pesquisador e tradutor Marcelo Bueno de Paula que também é editor do blog Marcelo Bueno de Paula editando poemas, textos e traduções. Confira.



JADE DA ROCHA – A escritora e poeta Jade da Rocha é colunista do maior portal brasileiro no exterior, Tio Sam Magazine Ezine,e também possui uma página no MySpace reunindo seu trabalho. Bom demais! Confira.

TANIA ALEGRIA – Lançamento Título: InVerso Autora: Tania Alegria Género: Poesía. Edición bilingüe Español-Portugués Editora: RiE, Redactors i Editors, S.L. - Sant Eduard, 2. 46200 Paiporta (Valencia) España Los derechos de autor revierten a favor de UNICEF Información sobre la obra: http://inverso-ediciones.blogspot.com/

II CURTA LIVREMENTE – A Faculdade de Tecnologia de Mococa (FATEC-Mococa) está organizando a II Curta Livremente da Fatec-Mococa, sua Mostra de Videos, que se encontra com as inscrições abertas de 30 de NOVEMBRO 2008 a 30 de MAIO de 2009. É uma mostra aberta para recepção de vídeos de todo o país. II Mostra Curta Livremente da Fatec-Mococa Av. Dr. Américo Pereira Lima, s/n – Jardim Lavínia 13736-260 Mococa – SP Marco Antônio Coelho de Moraes Coordenador do Núcleo de Difusão e Produção Cultural da Fatec-Mococa Telefone: (19) 3656-1916 coelhodemoraes@terra.com.br Faculdade de Tecnologia de Mococa Telefone: (19) 3656-5559 fatecmococa@hotmail.com

CONCURSO - A Casa do Poeta de Canoas realizará a 4ª edição de sua coletânea de trabalhos literários com a finalidade de incentivar e promover o talento de seus associados e simpatizantes. A obra abrangerá os gêneros Poesia, Crônica e Conto. As inscrições estão abertas para podendo participar autores do Brasil e exterior. O Regulamento e a Ficha de Inscrição encontram-se no sítio da entidade: www.casadospoetas.com.br

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segunda-feira, novembro 17, 2008

PAULO FERRAZ



POETA EM CENA- A última edição do projeto Poeta em Cena acontece no dia 25 de novembro, terça-feira, na Biblioteca Alceu de Amoroso Lima, às 20 horas, com entrada franca. O espetáculo traz à cena a poesia de Paulo Ferraz com direção assinada por Helder Mariani. Após a apresentação acontece um debate com o autor. A encenação tem como eixo central o livro De Novo Nada, que é um longo poema narrativo de quase 600 versos. No roteiro final foram inseridos alguns poemas retirados de outro livro de Paulo Ferraz, Evidências Pedestres; ambos foram lançados em 2007. Os atores que darão voz e corpo à sua obra são: Carolina Splendore e Fabiano Amigucci, que interagem com vídeos produzidos por Luiz Altieri. A voz central do poema De Novo Nada é entrecortada por outras de tons variados; a experiência contemporânea de existir em meio ao caos e à desordem é transformada em arte. Trilhando caminhos que levam sempre a mais caminhos, eis o poeta: suas andanças, sua solidão e uma irrenunciável ânsia do infinito. Intuindo promover o encontro entre a poesia e o teatro, a série Poeta em Cena se propõe a encenar poemas de autores contemporâneos, bem como fomentar o diálogo entre artistas de mídias diferentes por meio de debate entre o autor, diretor e todos os presentes. O projeto conta com a assessoria artística da atriz e diretora Denise Weinberg e os poemas apresentados em toda a série foram selecionados por Flávio Rodrigo Penteado. Serviço Série: Poeta em Cena Poeta: Paulo Ferraz Dia 25 de novembro – terça-feira - às 20 horas Local: Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima Av. Henrique Schaumann, 777 - Pinheiros/SP – Tel: (11) 3082-5023 Grátis (não há distribuição de ingressos) – Duração: 50 min - 130 lugares Debate: após a encenação - Desaconselhável p/ menores de 14 anos Não possui estacionamento. Possui acesso universal e ar condicionado. Ficha Técnica Encenação: Helder Mariani Assistente: Daniel Kronenberg Elenco: Carolina Splendore e Fabiano Amigucci Pesquisa poética: Flávio Rodrigo Penteado Vídeos: Luiz Altieri Assessoria artística: Denise Weinberg Curadoria da Biblioteca: Emilia Vicente e Frederico Barbosa Criação e produção: Flávio Rodrigo Penteado e Helder Mariani Paulo Ferraz - http://pauloferraz.sites.uol.com.br Paulo Ferraz (Rondonópolis, MT, 1974) viveu em Cuiabá até 1995, quando se transferiu para São Paulo, onde se graduou na Faculdade de Direito da USP. Em seguida, concluiu mestrado em Teoria Literária na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, também da USP, tendo por objeto a poesia brasileira contemporânea. Em 1999, publicou seu primeiro livro de poemas, Constatação do Óbvio, pelo Selo Sebastião Grifo, fundado por ele, Matias Mariani e Pedro Abramovay. Com ambos editou ainda a revista Sebastião (duas edições: 2001 e 2002), que contou com colaboração de vários colunistas e jornalistas. Em 2007, lançou dois novos livros: De Novo Nada (poema de quase 600 versos) e Evidências Pedestres, também pelo Selo Sebastião Grifo. Em 2007, De Novo Nada concorreu na categoria Melhor Livro no 3º Prêmio Bravo! Prime de Cultura, tendo sido, em 2001, vencedor do Prêmio Nascente (USP/Editora Abril). Seus poemas publicados em diversas revistas literárias como Cult, Magma, Sibila, Cacto, Jandira e Rattapallax, nas antologias Paixão Por São Paulo e Antologia Comentada da Poesia Brasileira no Século 21 e nos sites Germina Literatura, Poesia.net e Paralelos. Poeta em Cena O debate sobre as fronteiras entre teatro e literatura é antigo e conheceu diversos extremos, ora pendendo a favor da arte da palavra, quando se acreditou ser o teatro mero veículo da literatura dramática, ora a favor da arte da representação, quando se julgou a palavra como mero substrato da encenação. Ciente de que a competição entre as duas artes nasce da aceitação de semelhanças existentes entre ambas, o projeto Poeta em Cena procura conferir outra tônica à discussão e pensar a especificidade do discurso poético contemporâneo por meio do palco. A série foi composta por quatro encenações, tendo um poeta diferente a cada mês, buscando assim novas e diferentes perspectivas para as apresentações e debates. Cada encenação é sempre o resultado de um trabalho colaborativo da direção com os atores, buscando diversificar as formas de leitura das obras, que brotam do processo criativo e experimental de cada intérprete. A estréia aconteceu, em 25 de agosto, com a obra de Roberto Piva. Na seqüência, foram homenageados Glauco Mattoso, Alice Ruiz e Paulo Ferraz - em setembro, outubro e novembro, respectivamente. Assessoria de imprensa: ELIANE VERBENA Tel: (11) 3079-4915 / (11) 9373-0181 – eliane@verbena.com.br

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segunda-feira, novembro 10, 2008

PRIMEIRA REUNIÃO



C´EST LA VIE, C´EST FINI

E se, de repente a gente não sentisse a dor que a gente finge e sente. Se, de repente, a gente distraísse o ferro do suplício ao som de uma canção. Então, eu te convidaria pra uma fantasia do meu violão. Canta, canta uma esperança. Canta, canta uma alegria. Canta mais revirando a noite revelando o dia noite e dia, noite e dia. Canta a canção do homem. Canta a canção da vida, canta mais trabalhando a terra entornando o vinho canta, canta, canta, canta. Canta a canção do gozo, canta a canção da graça, canta mais preparando a tinta, enfeitando a praça, canta, canta, canta, canta. Canta a canção de glória, canta a santa melodia, canta mais revirando a noite, revelando o dia, noite e dia, noite e dia" (Fantasia, Chico Buarque).

Luiz Alberto Machado

Eu sempre tive mais do que mereço. Sabia, não. Não sabia. Sabia. Agora é tarde a dúvida. Viver é duvidar. Agora rumino, definho, esperando a morte chegar. Agora é tarde. Ou não seria cedo demais.

Eu tive mesmo muito mais do que merecia. Obrigado, vida, viver é duro demais. É duro demais viver.

Não merecia a cortesia dos amigos. Obrigado, gente, fui feliz e não sabia nada de felicidade. Isso porque nunca vi no olhar a cumplicidade.

Não merecia a ternura fêmea a me carinhar. Eu nem sabia quão fácil era amar sem saber do ódio, quando o amor é paixão que dói nos nervos. E no coração.

Não merecia mãe dedicada. Nunca fui nada, não lhe dei os sonhos esperados.

Não merecia o pai complacente, eu sempre fui tacanho demais para tê-lo compreensivo nas minhas horas minguantes.

Não merecia sonhar as estrelas no olhar, obrigado mundo pelas coisas que só eu soube ter.

Não deveria jamais ter a sorte que tive e fui contemplado, sempre tive mais, muito mais que o merecimento, confesso. Tudo me foi dado. E eu porco para ouro.

Não merecia o fruto do quintal, a sombra do abacateiro, o mormaço da carícia nem o perdão tardio que eu nunca soube haver.

Não merecia a palavra, nem o gesto, nem o lábio e o olhar, muito menos a espera e o ventre brotando qual rosa esplêndida na tarde da perda.

Obrigado por não ter que agradecer a nada. Nem a mim.

Obrigado rio que matou a minha sede e me afogou. E me ensinou a errar.

Sabia que a vida valia a mão do menino. E eu, esse menino, desfaleci.

Aí vivi porque morrer é só mudar de lado e ver o não visto, viver o não vivido e sonhar o que não se sonha.

Obrigado sol que me ensinou o frio. A vida enregela nossa alma e sobra só uma pedra no peito.

Obrigado noite que me deu luz onde não via. E eu morri no primeiro sorriso da menina.

Obrigado dia porque me ensinou morrer.

Obrigado rosa, o dar-se sem saber o que é dar.

Obrigado, amigo, antes soubesse solidarizar-me.

Obrigado a todos. E a tudo.

Nada mais tenho que oferecer, nada mais me resta. Só a gratidão de você. Obrigado, você.

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PRIMEIRA REUNIÃO

sábado, novembro 08, 2008

PÁGINA 21, KÁTIA VELO & TATARITARITATÁ!!!!



PÁGINA 21 – excelente site pernambucano, coordenado por Rafael Coelho e que dispõe de um acervo de audiovisual, artes cênicas e músicas, além de vídeos, publicações e links. Imperdivel.



KATIA VELO – a artista plástica, fotógrafa e professora paulista Kátia Velo, é bacharel em Letras pela Faculdade Anhembi/Morumbi-SP e é especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea. Já participou de várias mostras, como a 3ª. Muestra Internacional de Arte Postal Ciudad de Ceuta, Espanha e a da Fundácion Romulo Raggio, Buenos Aires Argentina, realizou inúmeras exposições e atuou como Chefe de Divisão de Artes Plásticas e Música, na Secretaria da Cultura (SJP),em 2004, e desde 2005, atua como Professora de Artes Plásticas e História da Arte. É Conselheira Consultiva e Artística da ASCAR (Associação Cultural e Artística São-Joseense) e Vice-Diretora de Marketing da APAP Atua como colunista de arte no site GuiaSJP, www.guiasjp.com.br/katiavelo.Participou de exposições coletivas em Buenos Aires no Museu Rômulo Raggio e na Espanha, no Museu de Ceuta. Possui obras em acervos particulares e em órgãos oficiais: São Paulo, Portugal, Argentina e Polônia. Recebeu em 2006, Diploma em reconhecimento ao trabalho desenvolvido na área de jornalismo, na Câmara Municipal de Vereadores de SJP Freqüenta desde de 2006 o Atelier de Arte Contemporânea Edilson Viriato http://www.arteparanaense.art.br/katia.html & http://www.guiasjp.com.br/opcoes.php?option=591&id_canal=58. Ela reside desde 2003, em São José dos Pinhais, no Paraná.



MARTINS AO CUBO – Estabelecer "Literatura Cúbica". Propõem ROSANE MAGALY, JAIRO PACHECO E JOSÉ ENDOENÇA - todos MARTINS – instando o leitor à nova perspectiva literária, com altura, largura e profundidade da existência, no livro! Bem aceito no premier no Bistrô SENAC em Blumenau, também obteve atenção de público em Florianópolis, quando lá lançado através de promoção da Fundação Cultural BADESC. Veio a ocupar lugar destacado na “Agenda Cultural outubro/2008” de LIVRARIAS CURITIBA, quando em 23/10/2008 pousava na principal vitrine daquela mega-store no Shopping Estação, capital paranaense. Torna a Blumenau, com apoio das grandes casas do ramo interessadas em boa qualidade literária com valor agregado do produto “livro”, através de LIVRARIAS CATARINENSE. Onde: LIVRARIAS CATARINENSE – SHOPPING NEUMARKT – BLUMENAU Quando: 12/11/2008 – 19:30 horas O que: “Martins ao Cubo” – autógrafos e conversas com os autores FICHA TÉCNICA “MARTINS AO CUBO” 56 páginas impressas na Editora Odorizzi. Concepção do projeto: Rosane Magaly Martins. Seleção e Organização de textos: José Endoença Martins. Revisão: Jairo Pacheco Martins Fotos de divulgação: Rafaela Martins Projeto gráfico: publicitária Rosane Kurzhals. A literatura cúbica está em discussão no blog do livro: www.martinsaocubo.blogspot.com Dia 12 de novembro, 19h30. Livrarias Catarinense Megastore Shopping Neumarkt Blumenau - Fone: (47) 3144 9100 Rua Sete de Setembro, 1213 – Loja 69 – Blumenau - SC.

CICLO DE DEBATES - Nos dias 14 e 15, compondo a programação da 8ª Bienal Internacional do Livro do Ceará, acontece o Ciclo de Debates: Questões do Livro e da Leitura. Neste dois dias serão discutidos temas ligados à situação do setor no nordeste, tendo como objetivo maior encontrar soluções para manter o mercado livreiro e editorial desenvolvido, vivo e atuante, sendo percebido como essencial para o desenvolvimento regional. O evento conta com o apoio do Ministério da Cultura e conta com palestras de José Castilho, Secretário do Plano Nacional do Livro e da Leitura, e Jéferson Assumção, da Coordenação Geral de Livro e Leitura do MinC, além de integrantes dos vários setores do livro e da leitura da região nordeste. As inscrições são gratuitas. Outras informações: (81) 3224.0561.

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VAREJO SORTIDO