sábado, agosto 27, 2011
ARI LINS PEDROSA: MEUS ESTADOS, MEU PAÍS!
TRANSCENDÊNCIA (para Ari Lins Pedrosa)
Luiz Alberto Machado
O habitual de João Pessoa
Fisga o céu de Maceió
Onde o sol vai dormir no mar
Dormir no mar
E leva jangadas de papel
Carregadas de sonhos
Ao encontro do farol
E caminha enfiando na carne o horizonte
Abrindo ferrolhos na imagem transcendental.
© Luiz Alberto Machado. In. Primeira Reunião. Recife: Bagaço, 1992
ARI LINS PEDROSA: MEUS ESTADOS, MEU PAÍS! – o poetamigo Ari Lins Pedrosa é um poeta. Um poeta de verdade. Isso eu já disse quando escrevi “Ari Lins Pedrosa, o colecionador de Sonhos”, ou quando reuni alguns dos seus poemas entre os Poetas Alagoanos e ou quando registrei o lançamento de um de seus livros no Varejo Sortido. Nunca é demais porque o sujeito está sempre criando, escrevendo, publicando e fazendo acontecer. Prova disso é o lançamento agora da sua mais recente publicação poética: Meus Estados, Meu País. Trata-se de um livro de poesias que reúne seus poemas em homenagem aos estados das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste Sul desse Brasilzão véio, arrevirado e de porteira escancarada. Entre os tantos belíssimos poemas destaco:
PERNAMBUCO – CAPITAL: RECIFE
Pernambuco do tupi buraco no mar.
É de amar, a história
Deste povo, conquistada com glória.
Nassau, foi o urbanizador do Recife até no ar.
O frevo, freneticamente, apruma
O perbambucano da vida.
Bendido é o blogo Galo da Madrugada,
Unindo pessoas, num mar sem espumas.
Buchada de bode, caranguejada com cana...
Arrumadinho, bolo de rolo... servidos na porcelana.
São pratos citados de memória.
Escute: a Banda de Pífano, nascida
Em Caruaru e as histórias recolhidas
De Frei Damião (religioso da região).
O livro traz prefácio do professor e escritor imortal Arnaldo Niskier e no posfácio uma penca de gente da melhor estirpe falando dele. Ora, porque não usar das palavras de Jorge Amado para não ser redundante: “Creio que se pode concluir, sem medo de erro, que, no caso de Ari Lins Pedrosa, estamos diante de um verdadeiro poeta, não se trata do arrebatamento de um rapaz perdido (ou achado) numa província que possui incalculável tradição poética". Por isso, convido você a conhecer mais dele no Guia de Poesia, no Poetas Alagoanos e no Varejo Sortido.
E veja mais o meu Portfólio Arte Cidadã, mais novidades na Agenda da HomeLAM e os clipes do show Tataritaritatá no YouTube ou baixe todas as músicas gratuitamente na Trama. Aguarde o lançamento dos meus livros infantis “Nitolino no Reino Encantado de Todas as Coisas” e “O lobisomem zonzo”, em setembro.
sábado, agosto 20, 2011
ANA LUISA KAMINSKI
A ARTE POÉTICA & ONÍRICA DE ANA LUISA KAMINSKI
ORQUÍDEA OBSTINADA
Tão natural, vibrante, tenaz
quanto orquídea obstinada
que, insistente e vivaz,
floresce nos ares, nas pedras
após vendavais ou queimadas
ressurge, viceja, voeja
alma livre, azul, alizarin
onde ecoa, musicado, um "sim"!
TINTAS
A alma
tilinta
transita
entre
tintas
taças
tintos
trans-
lúcida
manhã
lírica
líquido
cristal
carmim
TRANS-LUCIDEZ
Apenas pingos poucos
cintilam choram curvos
ao cosmos costurados
clamam no véu do espaço
no escuro céu crispados...
Apenas poeiras esparsas
e cores-vozes voláteis
cheirando a orvalho e chuva
circulam velozes-versáteis
dançantes no ar azul-uva...
Apenas farelos frágeis
de ferro, fogo ou brasa
afagam a boca rubra
da esbelta taça dourada
postada no centro da casa...
Apenas pedaços soltos
de desejos faiscantes
sonhos, asas e vapores
flutuam nos instantes
da tarde quase triste
fragmentos de amores...
ASAS
Apenas partículas, penas
restos e sombras, plumas
riscos e sonhos, traços
rastros de asas rosadas
cinzas azuis e brumas
entre vôos e pinceladas
mil volteios e vertigens
ou delicadas an-coragens
no seio das madrugadas
no violetanil, viagens
em teu céu revisitado...
Apenas partículas, gotas
sobras e respingos de luz
sinais de desejos, doçura:
saudade aveludada e densa
do sorriso solar, da ternura
nesta manhã lilás manchada
de chumbo-cobalto, escura...
Apenas partículas, grãos
letras e luas aguadas
lembranças de loucuras sãs
aquarelas, memórias aladas
nas curvas noturnas, nos vãos
insistem e cintilam, dançantes
estrelas, entrelinhas, estradas...
PRELÚDIO
Às vezes, o silêncio prenuncia
Suavidades ou fúrias, entropias,
Mudanças de ritmo ou de rota,
Transfigurações, sensações, sinfonias...
Às vezes, o silêncio adivinha
Novos movimentos, encantos ou vozes,
Reafinação do caos, do corpo, da alma,
Reconfigurações no cosmos, arroubos velozes...
Às vezes, o silêncio pressagia
Eclipses solares, chuvas, semeaduras,
Pinceladas divinas num jardim lylás,
Manhãs iluminadas ou noites muito escuras...
Às vezes, o silêncio prelude
Rufar de asas, árias de sereias,
Nascimentos lunares, sons de alaúde,
Danças no mar-cobalto, bailados nas areias...
Às vezes, o silêncio anuncia
Encontros musicais, finais, vitais,
Outros vôos e ventos, reuniões ou rompimentos,
No túnel do tempo sem fim, viagens espirais..
SUTURAS
Às vezes, o silêncio
abunda, confunde, afunda
sufoca, sacode, suspira
envolve, escava, evoca...
Às vezes, o silêncio
agride, assalta, ataca
respira, assusta, soluça
instiga, castiga, inspira...
Às vezes, o silêncio
desmonta, remonta, modela
desarma, desperta, deflagra
acode, comove, constrange...
Às vezes, o silêncio
caduca, caleja, conspira
atiça, açoita, acossa
embota, estorva, estilhaça;;;
Às vezes, o silêncio
clareia, renova, costura
incendeia, ensandece, ensina
Às vezes, o silêncio
simplesmente suaviza e cura...
ASAS E CENSURAS
...Poderias, porventura, me recriminar
pela profundidade da ternura
que palpita em ondas de saudade insistente?...
...E, acaso, deverias me acusar
pela plenitude da entrega, inteira,
por ofertar a ti meu coração, sem reservas?...
...Poderias, será, me censurar
pela completa e integral confiança
depositada em ti, alma amada, alada e aflita?...
...Poderia eu te repreender, amor,
por teres te atrevido a voar mais longe
mais livre e desejante de aventuras?...
...Deveria eu te criticar, meu bem,
pela intensidade móvel e complexa
dos coloridos entrelaçamentos de amores?...
...Poderia eu reclamar, minha doçura,
de tuas asperezas e ausências, apenas
porque prefiro doçura e aconchego constantes?...
...Deveríamos nós desistir, acaso,
de acreditar ou de insistir no possível
dos afetos, dos sonhos, das asas
e nos arrepender do vôo encantado?...
...Ou, simplesmente, vibrar e celebrar
as lembranças mais doces, memórias
dos olhares cintilantes e assombros
do prazer de habitar, por um tempo
mundos e jardins azuis compartilhados?...
VELADURAS
Palavra-asa
palavra-pena
palavra-pluma
Palavra-véu
palavra-brisa
palavra-bruma
Palavra-céu
palavra-chave
palavra-chão
Palavra-pó
palavra-massa
palavra-pão
Palavra-flecha
palavra-faca
palavra-fogo
Palavra-alvo
palavra-dardo
palavra-jogo
Palavra-fio
palavra-linha
palavra-laço
Palavra-risco
palavra-fenda
palavra-traço
Palavra-pólen
palavra-sêmen
palavra-flor
Palavras vãs
vôos-viagens
ou veladuras?
Palavras-tramas
rendas de sonhos
ou tessituras
Vestindo vãos
driblando a dor
com urdiduras...
POEMAS-PONTE-PASSAGEM
POEMA: porta-pulsão
palco-porto-paixão
parede-espelho-escudo
violino-violeta-veludo...
POEMA: ponte-passagem
percurso-rumo-viagem
miragem-paisagem-doçura
delírio-vertigem-ventura...
POEMA: poço-fenda
abismo-teia-trama
tecido-rede-renda
fagulha-fogo-chama...
POEMA: pétala-pérola
pólvora-pedra-pluma
ostra-concha-casulo
onda-cascata-espuma...
POEMA: planeta-poeira
estrela-espaço-espasmo
estudo-cometa-espiral
desejo-orgia-orgasmo...
POEMA: gatilho-explosão
seiva-sangue-alquimia
trânsito-luz-infusão
êxtase-paz-epifania...
POEMA: sonho-constructo
devaneio-desenho-invenção
semente-utopia-gérmen
energia-cosmos-tesão...
ANA LUISA KAMINSKI – A artista plástica gaucha radicada em Florianópolis (SC), Ana Luisa Kaminski, cursou Letras na UFSC e possui mestrado em Literatura Brasileira. Foi premiadana Bienal Internacional de Roma, em 2004, e tem participado de exposições nacionais e internacionais. Sua arte onírica demonstra a promissora artista que possui o talento além das expectativas. Hoje é o aniversário dela, aqui nossa homenagem & parabéns. Veja mais dela no blog Ancoras e Asas, Retratos by Kaminsky, A Arte de Ana Luisa Kaminski, Na Foto, Para Ler e Pensar, e Rede Cultura. Veja tudo isso e muito mais dela no blog Crônica de Amor por Ela e Musa Tataritaritatá.
E veja mais novidades na Agenda da HomeLAM e os clipes do show Tataritaritatá no YouTube ou baixe todas as músicas gratuitamente na Trama.
ORQUÍDEA OBSTINADA
Tão natural, vibrante, tenaz
quanto orquídea obstinada
que, insistente e vivaz,
floresce nos ares, nas pedras
após vendavais ou queimadas
ressurge, viceja, voeja
alma livre, azul, alizarin
onde ecoa, musicado, um "sim"!
TINTAS
A alma
tilinta
transita
entre
tintas
taças
tintos
trans-
lúcida
manhã
lírica
líquido
cristal
carmim
TRANS-LUCIDEZ
Apenas pingos poucos
cintilam choram curvos
ao cosmos costurados
clamam no véu do espaço
no escuro céu crispados...
Apenas poeiras esparsas
e cores-vozes voláteis
cheirando a orvalho e chuva
circulam velozes-versáteis
dançantes no ar azul-uva...
Apenas farelos frágeis
de ferro, fogo ou brasa
afagam a boca rubra
da esbelta taça dourada
postada no centro da casa...
Apenas pedaços soltos
de desejos faiscantes
sonhos, asas e vapores
flutuam nos instantes
da tarde quase triste
fragmentos de amores...
ASAS
Apenas partículas, penas
restos e sombras, plumas
riscos e sonhos, traços
rastros de asas rosadas
cinzas azuis e brumas
entre vôos e pinceladas
mil volteios e vertigens
ou delicadas an-coragens
no seio das madrugadas
no violetanil, viagens
em teu céu revisitado...
Apenas partículas, gotas
sobras e respingos de luz
sinais de desejos, doçura:
saudade aveludada e densa
do sorriso solar, da ternura
nesta manhã lilás manchada
de chumbo-cobalto, escura...
Apenas partículas, grãos
letras e luas aguadas
lembranças de loucuras sãs
aquarelas, memórias aladas
nas curvas noturnas, nos vãos
insistem e cintilam, dançantes
estrelas, entrelinhas, estradas...
PRELÚDIO
Às vezes, o silêncio prenuncia
Suavidades ou fúrias, entropias,
Mudanças de ritmo ou de rota,
Transfigurações, sensações, sinfonias...
Às vezes, o silêncio adivinha
Novos movimentos, encantos ou vozes,
Reafinação do caos, do corpo, da alma,
Reconfigurações no cosmos, arroubos velozes...
Às vezes, o silêncio pressagia
Eclipses solares, chuvas, semeaduras,
Pinceladas divinas num jardim lylás,
Manhãs iluminadas ou noites muito escuras...
Às vezes, o silêncio prelude
Rufar de asas, árias de sereias,
Nascimentos lunares, sons de alaúde,
Danças no mar-cobalto, bailados nas areias...
Às vezes, o silêncio anuncia
Encontros musicais, finais, vitais,
Outros vôos e ventos, reuniões ou rompimentos,
No túnel do tempo sem fim, viagens espirais..
SUTURAS
Às vezes, o silêncio
abunda, confunde, afunda
sufoca, sacode, suspira
envolve, escava, evoca...
Às vezes, o silêncio
agride, assalta, ataca
respira, assusta, soluça
instiga, castiga, inspira...
Às vezes, o silêncio
desmonta, remonta, modela
desarma, desperta, deflagra
acode, comove, constrange...
Às vezes, o silêncio
caduca, caleja, conspira
atiça, açoita, acossa
embota, estorva, estilhaça;;;
Às vezes, o silêncio
clareia, renova, costura
incendeia, ensandece, ensina
Às vezes, o silêncio
simplesmente suaviza e cura...
ASAS E CENSURAS
...Poderias, porventura, me recriminar
pela profundidade da ternura
que palpita em ondas de saudade insistente?...
...E, acaso, deverias me acusar
pela plenitude da entrega, inteira,
por ofertar a ti meu coração, sem reservas?...
...Poderias, será, me censurar
pela completa e integral confiança
depositada em ti, alma amada, alada e aflita?...
...Poderia eu te repreender, amor,
por teres te atrevido a voar mais longe
mais livre e desejante de aventuras?...
...Deveria eu te criticar, meu bem,
pela intensidade móvel e complexa
dos coloridos entrelaçamentos de amores?...
...Poderia eu reclamar, minha doçura,
de tuas asperezas e ausências, apenas
porque prefiro doçura e aconchego constantes?...
...Deveríamos nós desistir, acaso,
de acreditar ou de insistir no possível
dos afetos, dos sonhos, das asas
e nos arrepender do vôo encantado?...
...Ou, simplesmente, vibrar e celebrar
as lembranças mais doces, memórias
dos olhares cintilantes e assombros
do prazer de habitar, por um tempo
mundos e jardins azuis compartilhados?...
VELADURAS
Palavra-asa
palavra-pena
palavra-pluma
Palavra-véu
palavra-brisa
palavra-bruma
Palavra-céu
palavra-chave
palavra-chão
Palavra-pó
palavra-massa
palavra-pão
Palavra-flecha
palavra-faca
palavra-fogo
Palavra-alvo
palavra-dardo
palavra-jogo
Palavra-fio
palavra-linha
palavra-laço
Palavra-risco
palavra-fenda
palavra-traço
Palavra-pólen
palavra-sêmen
palavra-flor
Palavras vãs
vôos-viagens
ou veladuras?
Palavras-tramas
rendas de sonhos
ou tessituras
Vestindo vãos
driblando a dor
com urdiduras...
POEMAS-PONTE-PASSAGEM
POEMA: porta-pulsão
palco-porto-paixão
parede-espelho-escudo
violino-violeta-veludo...
POEMA: ponte-passagem
percurso-rumo-viagem
miragem-paisagem-doçura
delírio-vertigem-ventura...
POEMA: poço-fenda
abismo-teia-trama
tecido-rede-renda
fagulha-fogo-chama...
POEMA: pétala-pérola
pólvora-pedra-pluma
ostra-concha-casulo
onda-cascata-espuma...
POEMA: planeta-poeira
estrela-espaço-espasmo
estudo-cometa-espiral
desejo-orgia-orgasmo...
POEMA: gatilho-explosão
seiva-sangue-alquimia
trânsito-luz-infusão
êxtase-paz-epifania...
POEMA: sonho-constructo
devaneio-desenho-invenção
semente-utopia-gérmen
energia-cosmos-tesão...
ANA LUISA KAMINSKI – A artista plástica gaucha radicada em Florianópolis (SC), Ana Luisa Kaminski, cursou Letras na UFSC e possui mestrado em Literatura Brasileira. Foi premiadana Bienal Internacional de Roma, em 2004, e tem participado de exposições nacionais e internacionais. Sua arte onírica demonstra a promissora artista que possui o talento além das expectativas. Hoje é o aniversário dela, aqui nossa homenagem & parabéns. Veja mais dela no blog Ancoras e Asas, Retratos by Kaminsky, A Arte de Ana Luisa Kaminski, Na Foto, Para Ler e Pensar, e Rede Cultura. Veja tudo isso e muito mais dela no blog Crônica de Amor por Ela e Musa Tataritaritatá.
E veja mais novidades na Agenda da HomeLAM e os clipes do show Tataritaritatá no YouTube ou baixe todas as músicas gratuitamente na Trama.
domingo, agosto 14, 2011
SUZANA JARDIM: A ZA´ZA
A ARTE DE SUZANA JARDIM, A ZA´ZA
NADA
NADA NADA NADA NADA
digo ops
quem nada é peixe
quem pula é sapo
quem mia é gato
quem late é cachorro
voei!
ESTRELA
Estrela só é cadente…
Prá quem olha!
LOUCO AMOR
Ah! Essa loucura.
Sem ela,
Nada seria.
Esse Amor!
Sem ele,
Nada seria.
Essa vida!
Sem ela,
Nada seria.
Com todo esse amor,
Tive de tudo.
Uma vida de amor
Uma louca vida.
Enfim,
Um louco amor pela vida!
ARTISTA NA VEIA
Me perguntam
Eu respondo
Eu não pinto,
sou pintada.
Eu não canto,
sou cantada.
Eu não toco,
sou tocada.
E das linhas,
escrevo por linhas tortas...
ESTAÇÃO
O corpo treme por sobre estruturas,
Tão francesas e antigas.
A pressa que há,
no percurso do tempo.
O banco da estação,
O sino de partida,
Mais gente foi,
Mais gente volta.
Um adeus, um beijo, um tempo.
Os pombos continuam se assustando,
Como todos os dias,
O guarda ainda fica olhando.
A TEORIA DO SOMAMOS
-/- H 2 A -/-
A = A
Á = +A
Á = -A
Ä = AA
à = AAA
 = A4
50 é :met;ade: de 100
e Sem ñ é nada
TREZE
Muitos possuem seus conceito a respeito do 13
Seja número ou significado...
Descobri algo que abençoa com maestria o número TREZE
Sempre escrevemos o numeral e pensamos a soma,
significados, perseguições, cultos.
Tantos pré-concenitos envolvem o Santo 13
Faz 5 anos ou mais,
ao realizar mais uma edição do Fanzine PNOB
Cheguei ao número 13
e como todos batizados com um novo olhar sobre o tempo.
Treze....
T é como uma Cruz Santificada,
como o Tao,
Tríade
E o que resta?
REZE
que é o verbo rezar no tempo imperativo.
Portanto não há numero mais Santo dos cardinais do que o TREZE
Em princípio era o verbo!
Façamos o sinal da Cruz e oremos.
Na época distribuí 10 mil fanzines com essas inscrições,
Jamais vi precedente deste conhecimento,
que honrosamente compartilho com vos.
Amém.
PÓ
Poetas do topo do mundo
Projetos do conhecimento profundo
Postos e postulados
Polias do pórtico
Portos apostos
Dos corpos compostos
Aos poucos pontes
Com pontas de torpor
Podem com o tempo
Poder sobrepor
Os tempos de pouso
Porta do poente
Por do sol em campos
Podas de potentes portais.
Polens proféticos
Da poesia profunda
Do pó viemos
Ao pó sempre seremos
Somente pó!!
MÃOS
Quem é ela que só vi
Só vi sua alma
Sua luta
Suas mãos
Ahh as mãos
Mães
Mais
Malhas de ninho
Seja de barro
Seja de mel
Seja de abstrato seja
Apenas seja
Enseja anseio
De vida
De luta
De alma
E precisa
Consisa
Nem precisa
Dizer mais
MÃE
Mãe
é criatura
que entende...
Até
o que é mais difícil
de saber.
Coisas
que a gente
mais precisa.
É quem
ensina,
a aprender
a cuidar
PAZ É PATRIMÔNIO
Não há dinheiro que compre paz.
Não vais achar paz à venda,
Em nenhuma loja de luxo.
Não há um plano de negócios,
Nem tampouco uma cartilha
Que desenvolva uma real maneira
De se obter paz,
Porque Paz não vem de fora,
Paz vem de dentro,
Paz vem de uma filosofia de vida.
É preciso abrir mão de muita coisa supérflua
Para obter Paz.
NOVO MUNDO
As províncias se arruinaram,
Esquecendo eternamente o seu passado.
No ar ecoava o vento,
Inescrupuloso, avoado...
Um novo mundo surgia,
Enquanto o antigo desaparecia.
Enterrando a sabedoria dos gênios.
Abandonando uma nova semente,
Deixando-a vazia, oca, crua, nua.
Esta mesma semente,
Rolou perante os ventos,
Deixando rastros de meia semente.
Que fruto deu?
Você tem um espelho?
SUZANA JARDIM: A ZA´ZA – A artista plástica, escritora, poeta, ativista ambiental e articuladora Suzana Jardim – a Za´za Jardim -, realiza uma obra de arte contemporânea. Ela produz papiro brasileiro 100% reciclagem e natural, argila celulósica e utiliza técnicas inéditas no uso e reuso de papel e fibrilas da celulose. Desenvolve o projeto BioTuca, uma tecnologia de reciclagem natural de bitucas de cigarro, realizando palestras e cursos do seu programa Seu Papel, proposta didática sobre sustentabilidade e ser humano. Realizou o projeto PNOB com eventos culturais e artísticos encerrado em 2008. Ela expõe seu trabalho no site Za´Za Jardim, no Suzana Jardim e no Mural dos Escritores. Veja a entrevista dela pro CicloVivo no Vimeo.
E veja mais novidades na Agenda da HomeLAM e os clipes do show Tataritaritatá no YouTube ou baixe todas as músicas gratuitamente na Trama.
sábado, agosto 13, 2011
RITA SHIMADA COELHO
A POESIA DE RITA SHIMADA COELHO
EU SOU!
Sou bicho...Selvagem...
Do mato, do mar e das cavernas!
Sou ilha...Isolada...
A ostra que guarda a pérola...
Sou fera... Com ferida curada...
Indomada...
Sou onda avassaladora...
Sou desatrelada...Intempestuosa...
A queda no abismo escuro...
Sou profunda...
Caí...
Sou pluma pairando...
Não sou a mulher de mil faces...
Sou mil mulheres em um só corpo...
Mulher de fases...
A pretensiosa filha de Pessoa...
Intensa... Cega...
A mulher dos óculos escuros
Que Saramago poetizou...
A Ovelha Negra que Rita Lee cantou...
De casa me perdi...
Sou incógnita... Mistério...
Inconformista...
Sou o tapa na cara...
O contraditório... A louca...
Ninguém tão importante...
Alguém que não passa desapercebido...
A questão sem resposta...
Eu sou quem sou: um espírito livre!
AUTO-RABISCO
(Poesia de amor ou de dedicatória... Pra mim mesma, oras! Eu me amo mais que amo qualquer pessoa e dedico pra mim: tenho muito orgulho de eu, rs.)
Eu sou traços em formas inconcisas
Estranhas que criam entre riscos e linhas
Imagem destorcida imprecisa
Refletida nas atitudes tão minhas...
Sou a ilusão de ótica confusa
Visão psicodélica no tempo
De emoção variável difusa
Prisioneira de honorável templo...
Sou os rabiscos que refletem minha visão...
Sou as linhas que desconhecem limites...
Sou o doce que causa aversão...
Impossível é que me imites...
Sou a realidade que ninguém deseja
O retrato que esconde segredos...
Uma vontade que um sonho despeja...
Uma canção desafinada sem enredo...
Sou a que abraça, mas não suporta o toque...
A esponja que absorve todas as dores
Sou o incomodo que não há quem invoque
Uma flor de incertos odores...
Sou a que ama a distancia
E eleva nomes em oração...
Sou um bicho em eterna inconstância...
Sou o contínuo compasso do coração...
Sou a vela acesa derretendo...
Pequena luz que quer vencer a escuridão...
Limitada... Aos poucos...Desfazendo-se...
O atrevimento apreciador de solidão...
Sou a palavra dura que oculta amor...
Devoção pela vida, centelha divina...
Sou quem sem medo enfrenta a dor...
Sou corpo de mulher com alma de menina...
Sou aquela gargalhada vulgar
Ecoando exibida no meio da rua
Sou a graça sem graça ímpar
Sou a insana Alma Nua!
SPECULU – IMAGE REFLECTERE
Espelho meu...
Minha imagem refletida...
Eu invoquei a Morte
Para que enfim ela me arrebatasse...
Supliquei para que logo me levasse...
Cansada da falta de 'sorte'...
Eu caminhei por anos procurando...
Algo que pudesse me tornar mais viva!
Pois eu amo demais a vida...
Mas por ela seguia me arrastando...
Cansada de olhar o horizonte...
De esperar o que poderia não existir...
Esperando pela razão maior do meu sorrir...
Vigiando as estrelas à noite...
Vivi isolada, feito mulher das cavernas...
Sentindo-me como se aqui acabasse de chegar...
Seguia sem rumo...Folha seca a vagar...
Minhas noites eram eternas...
Eu acreditei por tanto tempo
E o tempo já me vencia...
Da espera desistia...
Cansada do lamento...
Eu necessitava desesperadamente
De um modo de poder me enxergar...
De me perceber para encontrar...
O amor desejado eternamente...
Tornei-me cacos de um espelho quebrado...
Cuja imagem destorcida não reconhecia...
E a cada dia mais me perdia...
Era um vaso... Por trincas... Rachado...
Estava tudo pronto para o último suspiro
Quando aquele "Sol" gigantesco surgiu...
Meu desespero sucumbiu...
Lembrei-me que eu respiro...
Foi um reconhecimento instantâneo...
O horizonte trouxe-me o que eu esperava...
Sol de vida que em esplendor brilhava...
Sem falso brilho momentâneo...
Meu espelho nítido e inteiro...
Onde só então pude me enxergar...
Fez por mim me apaixonar...
Descobrindo amor verdadeiro...
A luz era intensa assim...
Não apenas devido sua luz aquecedora...
Mas porque minha imagem se fez reveladora,
Quando em ti eu vi a mim!
CONTO DE FADAS ÀS AVESSAS
- Mamãe, me conta uma história pra eu dormir?
Ajeitando o cobertor felpudinho, cobrindo até o pescoço roliço, dando um beijo na testa e deitando ao lado:
- Voooocêêê... Estááá pronto?
Um sorriso se escancara mostrando janelinhas e porteiras:
- Tooooo!
Virando-me de lado e o encarando, mantendo uma das mãos livres para encenação:
- Apertem os cintos senhores passageiros...E lá vai nóis! Era uma vez, né?
Uma gargalhada ecoa dando vontade de morder:
- Calma! Economiza a risada, nem comecei!- rindo.
"Era uma vez, né? Em uma linda cidadezinha do interiorrr bem, bem lonjão havia uma menininha branca como a neve que usava um liiindo capuz vermelho e tênis All Star. Ela bem que queria sair com os sapatinhos de cristal, mas a mãe da menina disse que só em dia de missa..."
Meu filho me olha como quem diz: "- Hein? "
"Ela estava perturbando a vida tranqüila da borboleta que voava de flor em flor, quando sua mãe berrou:
- Fofaaa! Criaturaaa!Minha riquezaaa! Coming, please!"
Sorrindo: '- O que isso mamãe?'
Gesticulando com o braço estendido que vem de encontro ao pequeno narizinho: - 'É: Veeeeeeeeeeeenhaaaa!'
-Viu? O senhor vossa excelência me permite continuar?
O sorriso é uma resposta positiva.
- Continuemos... " Coloque o capuz vermelho porque vai esfriar, pegue o guarda-chuva porque vai chover, pegue aquela cesta maior que você em cima da mesa e, vá até a casa de sua avó levar o lanchinho da tarde pra ela... (Mãe gosta de mandar, né?)
- Helooo, mamãe! Como vou levar tuuudo isso até lá? -falava mascando chiclé- E a senhora sabe muito bem que a vovó esconde comida pra todo lado, onde vai o regime dela desse jeito? Não podemos reduzir essa cesta não?
A mãe olhando para cesta e para a menina bocuda retirou apenas algumas guloseimas que dariam apenas para um lanche (não para uma janta), colocou numa cestinha menor e entregou a filha:
- Não esqueça de olhar para os dois lados antes de atravessar a estrada, o Coelho Maluco pode te atropelar de novo... E nada de pegar atalhos!"
- E foi-se embora estrada à fora a baixinha do capuz vermelho... Já dormiu?
Rindo: - Não, conta o resto...
- Tá! "E lá ia a baixinha cantando "I will survive, I will survive...", pegando uma flor aqui, outra lá, quando o caminho se abriu em dois: um era a estrada mais longa, e outra um atalho... Lembrando que atalho são os caminho que fazem a gente chegar mais rápido! Ela pensou: '- Minha mãe não tá vendo mesmo...'- e seguiu pelo atalho.
Nisso as nuvens ficaram negras - engrossando a voz - se embolavam e o tempo fechou - arregalando os olhos - e a baixinha pensou:- Ufa! Ainda bem que peguei o atalho, vai cair um mó toró!"
- Já dormiu?
- Não, e ai?- rindo.
- Ai né, Ela ia pelo atalho, vez ou outra metia a mão dentro da cesta e fazia uma boquinha, sacumé...
A pequena boquinha rosada de abre numa gargalhada.
- De repentimente, ela encontra com uma Ovelha fofa no meio do caminho que pergunta: '- Mééé, menina bonita, poderia me dizer onde é a estrada dos Carvalhos?
- A menina mede a Ovelha da cabeça aos pés, dos pés a cabeça: '- Olha, to com pressa e minha mãe me disse pra não falar com estranhos.' - e seguiu resmungando enquanto a Ovelha ficou sem compreender: '- Ham, tá pensando que sou boba? Sou muito da esperta! Tenho certeza que era um Lobo disfarçado de Ovelha!'
- Hahahahahahahahahahahaha! Mais! Mais!
- Genteeee, você não dorme menino? Não quer ouvir uma canção japonesa?
- Não, quero historinha!
- Tá bom... Onde eu estava...Ah, sim... "E foi indo ela quando viu ao longe um Lobo tropeçando desengonçado numa pedra e caindo de joelhos. A menina esperta de capuz vermelho correu pra ajudar:
- A dona Ovelha, a senhora se machucou? O Lobo olhou assustado para menina e ofendido já abria a boca para responder quando a menina o interrompeu:
- Deve ser difícil pra senhora nessa idade usar esses disfarces de Lobo... Mas o mundo anda tão perigoso, né? Agora mesmo passei por um Lobo disfarçado de Ovelha... Olha que mundo nós estamos...
- O Lobo já ia se irritar quando sentiu aquele cheirinho bom que vinha da cesta..." Já dormiu?
- Hum, hum...
- Presta atenção como as pessoas do mal fazem de conta que são do bem, oh...
- O lobo entrou no jogo da menina: '- Você vê criança, como é a vida...Obrigada pela ajuda viu? Mas o que uma pequena criança tão linda faz caminhando por esses lados uma hora dessas?
- Eu vou levar o lanchinho da tarde pra minha avó.
- Ah, mas é muito perigoso, está longe?
- Nada, logo depois daquela curva ali... (obs: ali de mineiro)
- Então, dona... Tenho que ir logo, a senhora tá bem né?
- Sim, sim, obrigada...- e o Lobo ficava olhando a menina se distanciando, para então segui-la... Ai que medo né?
- Hahahahahaha, não...
- Deve ter caído uma lagartixa no seu prato na hora da janta, que tanto ri?... Ai né?
Chegando lá... Capuz vermelho ficou assustada com o que viu: haviam mais 3 casas vizinhas a casa de sua avó! E pensou: '- Que horror! A civilização já tá chegando aqui... Daqui a pouco a floresta tá toda invadida!'
Chegou na porta da casa da avó e bateu. Uma pessoa que ela nunca viu antes atendeu: - Pois não...
- Cadê minha vó? O que você tá fazendo na casa dela?
- Dona Filomena? É sua avó? Ela se mudou ali para aquela casa do lado... A de alvenaria... E resolveu alugar esta aqui...Vá lá, ela está em casa...- e bateu a porta.
- Gente! Não to entendendo...Porque o mundo me parece tão louco? Minha avó alugou a casa?
- Hahahahahahaahaha! Mamãe, quando a Chapeuzinho descobrir que você mudou os contos de fada...
- Ah, você não vai contar pra ela né? Olha que não conto o resto...
- Não conto não, hahahahahahaha!
- Então tá! E foi a baixinha na casa de alvenaria... Alvenaria é que nem a nossa, tá?
Só que aquela era toda moderna chic e ostentosa...Não bateu palma porque tinha interfone, que a menina apertou morrendo de medo daquilo morder...
- Quem é?
- Vó? Sou eu, vim te trazer seu lanchinho da tarde...
Abriu-se a porta de madeira toda talhada, e surgiu uma velhinha de calça de couro e regata preta:
- E aeeee, princesinha da vó? Tudo a pampa?
- Aaaahahahahahahahaha!
- E tipo... A Capuzinho ficou imóvel, deixou a cesta cair junto com o queixo e arregalou os olhos assim - ( fazendo a cara de Chapeuzinho).
Nisso meu filho mais velho entra e pergunta:
- O que esse menino ri tanto?
- To contando histórinha...
- Ah, quero ouvir também...
- Você já não esta´grande demais pra isso?
- É aquela que você mistura todas as histórias?
- É...
- Então não to, conta!
- Mamãe, porque você mistura as histórias?- pergunta o pequeno.
- Pra quando acabar uma, ninguém me perdir pra contar outra.
(Não continua! A história rendeu muita mais, mas é looongaaa...O que importa é o resultado: de tanto rir, até que enfim ele cansou e dormiu!)
FORA DOS PADRÕES
Nossa relação é uma incógnita...
Somos uma coisa assim meio irmãos, meio amigos...
É fato, pois nas adversidades o apoio mútuo fez-nos irmãos,
E nos conflitos pessoais, amigos!
Somos um casal estranho...
Não andamos de mãos dadas pelas ruas...
Não trocamos beijos em público nem sozinhos...
Beijos... Não há como ficar só neles.
Não há o 'eu te amo'...
Não há floreios, corações estalando e nem suspiros incontidos...
Há o olhar que tudo diz...
Há o ato que prova tudo...
Somos Sol e Lua...
Preto e Branco...
Terra e Céu...
O dito pelo não dito...
Comparsas, cúmplices
Que preservam suas intimidades,
E ora elas são pessoais, ora são de cada um...
Ás vezes, somos quase o que restou da Torre de Babel...
Quero o céu, ele quer o que está na Terra!
Amo a Alma, e ele ama o corpo...
Gana meu corpo...
Ele quer cada vez mais e pra mim tanto faz...
Ele é ambicioso e eu me contento com pouco...
Ele quer o melhor e eu estou bem com o que tenho...
Pra mim é o que está dentro, pra ele tem que estar fora...
Eu creio no Oculto, e ele no vísivel!
Sou espiritualista e ele cientista...
Devoto a Alma, e ele crê na matéria...
Eu quero os sentidos, ele quer minha boca!
Somos um casal estranho...
Não olhamos um para o outro mas,
Apesar de sermos tão diferentes,
Metades inteiras que não se completam,
Nos complementamos e
Olhamos juntos para a mesma direção...
Assim está bom...
Estou fora dos padrões, não sigo regras,
Não me encaixo na realidade, quero nadar contra a maré...
Quem poderia dividir uma vida comigo
Sendo eu assim tão fora do normal?
INQUIETUDE
Temo que o céu desabe sobre minha cabeça...
Desabarão as estrelas, as nuvens e os aviões,
Então me escondo...
Temo que o mar transborde e me afogue...
Engolirá os grandes prédios, as belas casas e as cidades,
Então, busco a mais alta montanha...
Temo que as montanhas se desfaçam...
E soterre os mortos, os vivos e os mortos-vivos,
Então, busco o mais profundo abismo...
Temo que o abismo vomite...
Todo lixo, toda lava quente e toda fúria que esconde,
Então, não há mais lugar seguro...
Temo a vida onde vou morrendo aos poucos,
Temo a morte que me levará a vida...
Temo meus desejos,
Minhas fantasias,
Meus projetos
E minha sombra...
Temo minha inconstância
E minha inquietude
Que vai me transformando em inimiga de mim mesma.
COBIÇA
Arrumo desculpas para sair ao mundo...
Quero estar nos mesmos lugares que você freqüenta,
Abrandar a ansiedade que arrebenta,
Inquietação que submerge do profundo...
Olho para todos os lugares tentando descobrir por onde passaram os olhos teus...
O que te será belo? O que te prende a atenção?
No que pensas? Que rumo segue teus pés? Quais os desejos de teu coração?
Ah, se passo pelas mesmas ruas, teu olhar e tua face seriam meus...
Depois de mostrar-me que existes e ganhar a minha atenção,
Ganho um 'bom dia' e um 'boa noite' e agonizando-me testa...
Fingir não saber... Esperar... Ser indiferente... É o que me resta...
Mas meus pensamentos, a ti prostram-se, em devoção...
Fitas-me ao longe e finjo não perceber rindo alto...
A indiferença é meu laço que o aproxima de mim...
Assim, os dias e noites nunca mais têm fim,
Pois me impeço de chegar a ti em um só salto...
Que faço eu? Paraliso no tempo e imortalizo tua imagem...
Pois que tortura esperar, ser percebida, desejar... Desejo que agoniza...
Por tuas mãos firmes tocando-me os lábios, feito breve brisa,
E escapa-me um suspiro, tua face em meus olhos... Miragem...
Segredo inconfesso... O pecado da cobiça... Olhar discreto...
Aperto nos lábios... Dedos inquietos... Vontades reprimidas...
Respiração intensa... Curiosidade... Cenas na imaginação escondidas...
A dúvida... A confusão... A questão... Tão incerto...
QUERO
Quero minha vida de volta!
Quero meu espaço,
Observar onde fracasso,
Ficar bem longe desta revolta!
Quero meu lar doce lar,
Quero minha paz de espírito,
Com a desarmonia me irrito,
Estressa-me ver irmãos brigar!
Quero meus problemas diários,
Quero esquecer os dias e lembrar-me de olhar os calendários...
Usufruir do meu suor e hospedar a paz,
Continuar me superando, pois sou capaz!
Quero respirar e viver minha família,
Quero continuar a ser uma ilha...
Segurar com o coração o que lutei tanto pra ter,
Pra minha felicidade jamais se perder...
Quero distancia das maquinações e ciladas,
Quero manter bem firme minhas pisadas,
Preservar o que considero meu maior bem,
E não ser machucada por mais ninguém!
A CIUMENTA DOENTIA
Vou contar -lhes detalhadamente,
De algo que um homem abomina...
Da mulher, insana e demente,
Que com o ciúmes doentio se contamina!
É preciso ser bem mais que homem,
Para agüentar uma mulher assim...
Quando ela aparece, todos somem,
Ela é um tormento sem fim!
Mulher ciumenta é louca,
Vê traição em qualquer lugar!
Sua inteligência é pouca,
Faz escândalo, se põe a berrar!
Louca e ensandecida,
Grita palavras vulgares!
Sua baixa estima é percebida,
Por onde vá, em todos os lugares!
Diante dessas cenas vergonhosas,
O homem olha pro céu...
Pergunta-se entre insultos da escandalosa,
"-Porque não levantei antes o véu?"
“-Ah se eu soubesse antes do casório,
Que gato por lebre ia levar...
Evitaria esse purgatório,
Onde eu vivo a penar!"
Pobre do homem que se prende,
A mulher ciumenta, frustrada!
Nada do que ele diz ela entende...
Casar com essa foi com certeza cilada!
"Agora que notando bem...
Ela nem é tão bonita assim...
Nem educação ela tem...
"- Meu Deus, o que fiz pra mim!"
Quando uma bela mulher passa pelo casal,
Ela o braço do coitado começa a apertar!
Trinca os dentes, olha torto, vira um animal,
O pobre, cabisbaixo... Nem para o lado estava a olhar!
Mulher ciumenta doentia é um porre,
Daqueles de aguardente barata!
Ela mata uma ou morre,
Diante dela qualquer homem enfarta!
Pra ela não vale o contrato de casamento,
Nada de amor na morte ou na vida!
Ele não pode sonhar, ter amigos, divertimento...
E mesmo sendo chata, ser chamada de querida!
Ela perde a noção da realidade,
Suas atitudes provam a falta de limites!
Parece um bicho bufando, essa é a verdade,
É grossa, sem classe, pode ser que te imites!
Pois como sabe de sua inferioridade,
E de como é tão sem graça...
Imita as belas a quem pragueja maldade,
Finge ser forte, culta e ter raça!
Mas, é fraca... Deselegante...
É cega... Desclassificada!
Dela o homem se mantém distante...
Melhor a morte que mulher enciumada!
Pois um homem busca por uma mulher,
Inteligente, de finos modos, elegante...
Que em suas coisas não mete a colher,
Que seja segura, graciosa, e que viva radiante!
Que homem quer passar o resto da vida,
Com uma mulher ranzinza e chata?
O homem quer numa face esculpida,
Uma rainha que como um rei lhe trata!
Para você que tem uma besta assim...
Um conselho quero lhe dar...
Coloque nesse inferno um fim,
Procure uma mulher de verdade pra casar!
RITA SHIMADA COELHO – A escritora, cantora, compositora e artista plástica Rita Shimada Coelho é de origem japonesa nascida em São Paulo. É colaboradora do Via Fanzine, ex-ativista ciber, ativista e protetora dos animais, ou como ela mesma diz: “Sou um espírito livre e nada pode me prender!”. Ela edita os blogs Alma Nua e Fragmentos de uma vida. Seus trabalhos artísticos estão reunidos no Recanto das Letras, no YouTube, no Mural dos Escritores e no Clube Caiubi de Compositores. Veja tudo isso e muito mais dela no Crônica de amor por ela.
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sexta-feira, agosto 12, 2011
DIANA BALIS: SIGNO DO AMOR
DIANA BALIS – A escritora, psicóloga e professora de teatro e musicalização infantil, Diana Balis, é diretora do Grupo Conto & Cena, publica seu trabalho literário no Recanto das Letras e edita o blog Diana Balis. Confira mais dela no Varejo Sortido.
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ALBERTO ARAUJO: IDENTIDADE DO SOL
ALBERTO ARAUJO: IDENTIDADE DO SOL – Está previsto para o próximo dia 13 de agosto, o lançamento do livro Identidade do Sol – Poesias de amor, do poeta Antonio Alberto Araujo pelo selo Editora All Print.
ALBERTO ARAÚJO – O escritor, poeta, contabilista, revisor de textos literários, ativista cultural e professor licenciado em letras/português pela Universidade Estadual do Piauí (Uespi), Antônio Alberto Araújo, nasceu em Luzilândia, no Piauí está radicado em Niteroi, no Rio de Janeiro. É autor do livro Caminhos percorridos Eu e a poesia – poemas e participou da I Antologia dos poetas contemporâneos do Brasil, pela a editora In House, entre outras antologias. Ele edita o blog Alberto Araujo e reúne seu trabalho no Recanto das Letras.
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sexta-feira, agosto 05, 2011
RACHEL LEVKOVITS
DE POETA PARA POETA
(Em resposta ao poema Feliz Aniversário, de Luiz Alberto Machado)
Poeta,
Vou brigar por ti
Até nos quintos
Do inferno.
Vou matar a Medéia
Que passou por segundos
Em tua idéia.
Você é Apolo sim,
A música te acompanha.
O D´Artagnan
O tal celebridade
Mata com graça
Você poeta
Comove da vida!
Teu intenso amor
Com tanta ternura
Com fogo nas letras
És um perigo!
Rainhas plebéias
Se alimentam
Do teu amor
Sonham
Só você poeta sabe
Falar, preencher carências
Você é a festa!
És a fantasia!
Não vou desgrudar de você,
Ficarei de olho...
Nenhuma mulher ousará dizer-te
Que és pobre
Que não és belo
Pois, sem você poeta
Não poderão sonhar.
Saborear o fervor
Deste amor.
Sem você não há
Beleza, sem você
Meu poeta,
Não existirá a esperança
De encontrar o sonho
Que cada mulher almeja
Você é o amor
E nossa esperança
E o nosso amanhecer ensolarado,
Sem você, meu poeta,
Quem consegue viver?
RACHEL LEVKOVITS - Rachel Levkovits é poeta, compositora, escritora, artista plástica e empresária. Nasceu em Paris, morou no Paraguay e em Israel, residindo atualmente no Rio de Janeiro. É formada pela Academia de Artes Betzalel em Jerusalém. É autora de diversas músicas. Em 2001, publicou Adolescente aos 40 anos, um romance onde descreve a vida de cinco mulheres totalmente diferentes mas que tem em comum uma vontade de experimentar e viver. É diretora social da Casa do Compositor Musical do Rio de Janeiro e já teve seus poemas publicados na Revista Literária do Rio de Janeiro nos anos de 2008, 2009 e 2010. Participou da “Antologia de Poetas Brasileiros”; ”Caderno de poesia OFICINA 29, 30"; “Perfil”, da APPERJ; “Revista Literária Plural” (1 a 3); “OFICINA Agenda Literária: Abracadabra, Biblus e Alucinante”; “ Antologia Poesia nos Arcos”; “Agenda da Tribo”, “Agenda Solidária Mulheres Notáveis”, “Antologia Abraci”; “Revista Day By Night”. Membro da diretoria da APPERJ. Confira mais dela no Clube Caiubi de Compositores, na Oficina Editores e no seu blog de Músicas.
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