segunda-feira, maio 23, 2011
DIANA BALIS
DIANA BALIS
VIDA CARIOCA
O transeunte corre pela orla
Ipanema é suave na manhã de outono
A Lagoa apressa os olhares
O mar segue adentrando montanhas.
O Cristo Redentor apóia a vistoria
A manhã é serena de vida breve.
Banhar-se em cachoeiras na Floresta
Cora o berço esplendido de saudades.
Reza uma realeza de calmarias,
Os povos festejam o futuro Natal.
Cheio de impostos, os cursos dos Rios,
Correm sem preocupar o amanhã de sustentabilidade.
MEDO
Medo de escuridão
Medo do temporal no pé de alçafrão
Medo de paixão
Medo dos olhares de um glutão
Medo do sorriso do pedinte de pão
Medo na contramão fugindo do ladrão
Medo adormecido no tempo da afeição
Medo de amor anfitrião
Medo do sim na vontade de dizer não!
FACES DA LUA
Eu não mudo com o tempo,
É o tempo que muda.
Eu sou reflexo das vidas passadas
Vivo o futuro.
Ao acordar cheia de esperança,
Caminho sem rumo ao mundo.
A Terra clama amor,
Os homens a destroem.
Exoro o amor,
A vida encandeia oportunidades.
O homem que me encontrar viva,
Resgatará a minha face da morte.
BRUXA SAPECA
Com minha varinha de condão
E de avião,
Fui ao Japão!
Transformei-me em Gueixa.
Canto, danço, converso,
Vou satisfazer todos os seus desejos!
Na hora agá, virei um Dragão!
E sai soltando fogo pelas ventas!
De volta ao meu castelo
Ria a bessa!
Feliz Sexta
Feira
AVALANCHE
Tormentas profundas prendem a respiração
As vidas duvidam das riquezas e dos pesares
Pessoas pedintes imploram atenção deitadas as ruas
O objeto é secretamente definido como UFO
Invadem o céu do Rio de Janeiro e observo espantada
O destino é a avalanche de terras e presos desesperados
Nada comparado ao ar que fica retido na garganta
É difícil respirar e já sufoco devido ao pânico
Os olhares das pessoas, serão muitos discos voadores
As pessoas soterradas olham e esperam, há falta de ar
Terra, céu, ar, conto um, acalma, um, dois, três,
É hora de acordar
E respirar...finalmente vivo!
As baratas de Ipanema
Voam por todos os lados
Por cima
Por baixo
Nas costas
Ao lado.
Elas sobem paredes
E vibram nos telhados
Pulam nas pernas
E aos pés
São filosofas
Interessadas
Intrigantes
E fofoqueiras.
AS BARATAS DE IPANEMA
As baratas de Ipanema
Surpreendem a madrugada
Em noite de Lua cheia
Espantam os fregueses
E dizem boa noite
Cantam felizes na entre luz
As baratas de Ipanema
Invadem as boates
E os transeuntes
Os boêmios poetas
E nostálgicos compositores
Recordam-nos a Cecília
Interessam-se pela literatura
E há candura em suas asas
As baratas de Ipanema
Peludas ou peladas
Surpreendem o Prefeito e o Vice
Turistas e bêbados,
Perdidos ou achados,
Ricos ou pobres artesãos,
Apaixonados e donos de bares.
As baratas de Ipanema
Reflexivas e marxistas
Vivem da práxis diária,
Os meios justificam seus fins,
Os bueiros na escuridão da noite
Mormente as desculpam.
As Baratas de Ipanema
São os resultados da paixão
Do homem pela mulher,
Do medo pelo desejo,
Do calor pelo ar,
Da água pela terra,
Do meio ambiente atrás da mulherada
As baratas de Ipanema
Escutam gritos estridentes
O prazer é masoquismo
E assim mais um boooooommm!
É mais de uma chinelada!
Matei mais uma charada!
ÁGUAS DE JANEIRO
O córrego do amor navega no interior da mata
As águas fluem em cânticos aos pássaros velozes
A floresta escura de dia encontra a nascente
Os rumores serão de insetos picantes e barulhentos
O vento nos galhos e folhagens, acena ao estreito
As bromélias e orquídeas alegres, revigoram a passagem
As maritacas grulham do alto em busca do alimento
O ruidoso Rio transforma-se em vilarejo
Calmo, belo, é pequeno o riacho.
SEDUÇÃO ANIMAL
A teia no arranha-céu do olhar
O mosquito no pernoite abocanhar
As expectativas ao alcance do carpo
O zumbido ecoa suave no adentrado corpo
Os lábios entre dentes e sacudidas
Cedem às mordidas das bocas carnudas
O desejo é sugar até o último gole
O vento espalma que o amor assole
Obedecendo a sedução, o achincalhar.
Sorvendo a aranha do caldo do aferrolhar.
(*Mosquitos e Aranhas! "Bah!"," O Meu!", É Mundo animal.)
DIANA BALIS – A escritora, psicóloga e professora de teatro e musicalização infantil, Diana Balis, é diretora do Grupo Conto & Cena, publica seu trabalho literário no Recanto das Letras e edita o blog Diana Balis. Veja tudo isso e mais dela no Crônica de amor por ela, no BlogAgenda e no Brincarte.
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