segunda-feira, dezembro 20, 2010

RAIMUNDO CARRERO: OS SEGREDOS DA FICÇÃO



RAIMUNDO CARRERO: OS SEGREDOS DA FICÇÃO – O livro “Os segredos da ficção” do escritor Raimundo Carrero, aborda temas como a voz narrativa, o processo criador. Impulso, intuição, técnica, pulsação narrativa, organização do processo criador, a construção do personagem, a gênese, o conhecimento, o rito e autonomia, o esquema dos olhares, classificação e desenvolvimento. É um livro importante para escritores iniciantes e para quem desenvolve estudos literários.

O AUTOR: O escritor e jornalista pernambucano Raimundo Carrero, já trabalhou no rádio, televisão e jornal Diario de Pernambuco durante 25 anos, tendo exercido vários cargos, como os de crítico literário e editor nacional. Foi assessor de imprensa da Fundação Joaquim Nabuco e da Universidade Federal de Pernambuco. Integrou o Conselho Municipal (Recife) de Cultura durante oito anos e o Movimento de Cultura Popular. Até 1998, foi presidente da Fundação de Patrimônio Artístico e Histórico de Pernambuco (Fundarpe). Em 11 de outubro de 2004, foi eleito para a cadeira 3 da Academia Pernambucana de Letras, tomando posse em 20 de janeiro de 2005. Seu livro Somos pedras que se consomem foi incluído entre os dez melhores livros de 1995, escolhidos pelo jornal O Globo (RJ), e entre as dez melhores obras de ficção de 1995, selecionadas pelo Jornal do Brasil (RJ).

FONTE:
CARRERO, Raimundo. Os segredos da ficção. Rio de Janeiro: Agir, 2005.



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sexta-feira, dezembro 17, 2010

RASCUNHO



RASCUNHO – O prestigiado e reconhecido nacionalmente jornal de literatura do Brasil, Rascunho, foi criado em Curitiba, Paraná, no ano de 2000, pelo jornalista Rogério Pereira. A publicação possui cerca de 200 colaboradores do Brasil e do exterior, publicando resenhas, entrevistas, ensaios, artigos, contos e poemas. Ele é distribuído mensalmente e também pode ser visto online. Confira, imperdível.

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quinta-feira, dezembro 16, 2010

ENTREVISTA: CARMEN SILVIA PRESOTTO



CARMEN SILVIA PRESOTTO – Acaba de ser lançado o terceiro livro de poesia da gaúcha Carmen Silvia Presotto: “Postigos”. Acompanha o livro ilustrações de Américo Conte, CD Áudio, com sete poemas lidos por Saulo Taveira. Américo, aliás, é um dos poetas convidados, ao lado de Adriana Bandeira, Aline Moraes, Gerci Oliveira, Ivan Bueno e Luiz Otávio Oliani, entre outros.



A AUTORA: Carmen Silvia Presotto é autora das obras “Dobras do tempo” (Editora Alcance/ 2003) e “Encaixes” (Ed. Vidráguas/ 2006). É coordenadora contextual do site Vidráguas. Já lançou, através da elaboração de projeto gráfico, os livros: “O Cavaleiro do Tempo” de Sérgio Luís Gallina; “Memória Cultural Polonesa” de Tiago Halewicz; “Viajando pela África” com IBN Battuta, organização de José Rivair Macedo; “Minha Vida Meus Amores” de Elma Neves Moraes; Os “PhotoPoemas’: “Dois Amores ao Mesmo Tempo” e “Imagine” e “As PhotoCrônicas: Todo Dia é Dia de Livros e Bardos”, “Será que Mrs. Dalloway passou por aqui”, “Bufões d’água” e , em vídeo, a entrevista com o poeta Ferreira Gullar e “O banquete de Platão” em parceria com o StudioClio. Entre outras atividades, a autora coordenou as atividades poéticas e do vídeo documentário: Uma Carta ao Presidente, apresentado no 5º Fórum Social Mundial em Porto Alegre , realização da Escola Brasileira de Poesia e Psicoánalise Grupo Cero. É integrante do Congressos Internacionais do Grupo cero: 40 anos de Escritura Grupo Cero, em Madrid com o trabalho Blancas Páginas e com um Poema do livro La Mujer y Yo, no Congresso sobre a sexualidade segunda a poética do livro “La Mujer y Yo” de Miguel Oscar Menassa XIV, em Buenos Aires. Já integrou as Oficinas Literárias Scrivere; Atelier da Palavra; Verbo Cronicar; Grupo de Poesia Grupo Cero, Poesia com Fabrício Carpinejar, A Poesia em tempo de Internet com Edson Cruz, Oficinas de Memória Narrativa com Luís Augusto Fischer, Paisagem e Cultura da Grécia Clássica com Francisco Marshall, no StudioClio; Ciclos de Filosofia Grega e Contemporânea com Donaldo Schüler. Participou dos Curso de Poesia com o Poeta Ferreira Gullar no Pólo de Pensamento – RJ; Grupos de leituras sobre James Joyce com coordenação de Donaldo Schüler; Encontros e Conversas Literária com Armindo Trevisan, Nei Lisboa, Luís Antonio Assis Brasil, Ivan Isquierdo, Sergius Gonzaga no Espaço de Atividades Literárias Charles Kiefer; A Construção do Romance com Luis Antônio Assis Brasil no Espaço de Atividades Literárias Charles Kiefer, Curso sobre a Idade Média com Jose Rivair de Macedo, no StudioClio. Atuou como coordenadora de encontros poéticos Grupo Cero, onde também coordenou saraus e a Revista de Poesia Águaviva. Participou de uma Entrevista pelo lançamento do livro Cronicando no Programa Nossas letras, coordenado por Luís Antônio Assis Brasil. Coordena, conjuntamente com Berenice Sica lamas o Clube de Leituras, Rastros de um Livro, com atividades mensais junto a ALF. Também é coordenadora Contextual do site Vidráguas e do Atelier da Palavra à Poesia e, conjuntamente, coordena com Ricardo Hegenbart o Espaço Vidráguas, um Espaço Cultural na Internet e uma Editora que tem por objetivo possibilitar o estudo e a organização de escritos em geral para que os mesmos saiam das gavetas e ganhem corpo e alma para serem publicados. Identificando o foco do escritor, trabalha os textos tematicamente nos campos semântico, fonético e estilístico. Atualmente, participa de um Grupo de Leituras e Estudos de Filosofia Grega coordenado por Donaldo Schüler e dos Seminário: Noite Áticas, no StudioClio, é membro da União Brasileira dos Escritores e Decana do Conselho do Clube dos Escritores Piracicaba.



ENTREVISTA: CARMEN SILVIA PRESOTTO

LAM – Carmen, vamos começar pela pergunta de praxe: quando e como foi que se deu a sua descoberta pela literatura?

Minha descoberta pela literatura se deu nos palcos da escola, onde fazíamos arte, recitávamos e líamos muito. Tudo isso me fez amar as aulas de redação, na época chamava-se composição, e esperar ansiosa pela nota e a leitura da professora para saber se meu relato agradara ou não... quando uma delas era pedida para ser compartilhada aos colegas para mim era a glória, algo que me diferenciava dos outros que se intimidavam em aparecer. Hoje penso que talvez aí já estivesse a minha necessidade de ser lida, compreendida, o que penso ser o motor de todo escritor. Existir para além de si.

LAM – Quais influências da infância e juventude definiram seu posicionamento pela literatura?

Ao ler uma Biografia de Toulouse Lautrec aos 12 anos de idade, fiquei muito marcada, pois o livro foi uma descoberta de mundo para mim. O livro era emprestado de um amigo, e lia meio escondida, pois não era de bom tom circular pelas páginas de Moulin Rouge... mais tarde, compreendi que neste autor estava um íntimo que todo o artista busca, a vida por quem faz e toda as viagens que desejamos sem sair do lugar, apaixonei-me por Paris, pela sua boêmia e vida literária e artística... Depois vieram os romances águas com açúcar da juventude, as novelas e sempre muita convivência poética em Escolas e na sala de nossa casa. Veio Cecília Meireles, Machado de Assis, Virgínia Woolf e Gullar e o reforço da primeira pessoa em minha vida, a força do monólogo interior como fonte de expressão e o meu desejo de seguir escrevendo.


LAM - Em 2003, você publicou Dobras do Tempo. Quais os resultados dessa experiência?

Foi meu primeiro livro de poemas e junto prosa poética. Para mim, foi uma passo decisivo para o que hoje fazemos em Vidráguas, de escutar, de acolher, de fomentar e incentivar a circulação de mais poesia a todos. Pois, vivi na pele o que muitos colegas e companheiros vivem e sabem e escutam: poesia não vende.

E por desacreditar disso que diziam todos os editores que rejeitavam a publicação, ou me persuadiam a tentar outro gênero é que fomos projetando o espaço Vidráguas. A Poeta em mim gritava para existir e fui atrás de uma editora e consegui editar Dobras do tempo. Na época, depois de editado, diziam que pagando qualquer um edita, isso me marcou mais ainda, porque Dobras do Tempo para mim não era qualquer um, era meu“eu” querendo existir. E o resultado foi me tornar mais presente no mundo da Poesia e também estar mais atenta ao mundo editorial, porque mais tarde descobri que poucos não pagam para serem editados, pois até Ferreira Gullar pagou pelo seu primeiro livro, Luta Corporal... Então, percebi que há muitos mal ditos sobre a questão poética, por isso conVersando vamos crescendo e tornando possível algo que para muitos tem adoração, mas que fica fora das opções de mercado porque falta poesia nas Escolas, nas ruas, nas praças... E pagar por seu livro é bom, pois assim a implicância é maior, assim o livro é do Autor de fato e de direito.

LAM - Depois você publicou seu segundo livro de poesias, Encaixes, em 2006. Diz pra gente como foi o processo de concepção até a receptividade recebida dessa sua realização.

EncaiXes é um livro que amo muito, penso que nele esta uma voz poética mais madura, mais intimista sim, mas é um livro onde a poesia transborda em cada poema. O livro surgiu depois que decidi deixar a Psicanálise para estar somente na construção da Poesia e usar todos os conhecimentos apreendidos apenas como ferramentas, como instrumentos para seguir escrevendo. Teve uma época que pensara ser possível ser psicanalista e poeta... mas, compreendi que minha ordem de tentar ser era outra, desejava ser Poeta e psicanalista, e não consegui conciliar as duas funções. Saí do grupo onde estava, para ficar apenas trabalhando com a Poesia.
E numa tarde, estava com um caderninho preto todo escrito com letras brancas, Ricardo viu e pediu para ler e dias depois, me traz este trabalho já diagramado e encaixado ao que é Encaixes, livro de poemas que fez nascer a Editora Vidráguas, pois este foi nosso primeiro projeto gráfico e trabalho, lançado em parceria com a Razão Bureau porque no momento não tínhamos ainda os registro de Editora.

LAM - Agora você traz o seu terceiro livro de poemas, Postigos. Como vai o desenvolvimento desse seu trabalho? Aproveita e fala da experiência de realizá-lo.

Postigos vem encaiXar as dobras do tempo, selar o compromisso que temos com a Poesia. É um livro que traz poemas, palavras, imagens, áudio e amigos, no mais puro sentido da palavra amizade. Postigos divide-se em duas parte, Postigos Naturais, versos onde a luz da lua se faz presente ao meu tempo mulher. Postigos Lunares onde percebo que as sombras da poesia de Cecília Meireles e Ferreira Gullar há muito me acompanham e evidencio isso como amor à Poesia e ao meio, está versosqueconVersam, amigos, colegas, trazendo sua voz para conversar com os meus versos, para mim Postigos é uma ato poético. Que sela o nosso trabalho em Vidráguas enquanto site, espaço cultural e também editora.

Postigos é uma soma de desejo que se multiplica e diz com alegria isso. Nele estão Pedro e Tânia Du Bois, Américo Conte, Antonio Amaral Tavares, Aline Morais, Adriana Bandeira, Berenice Sica Lamas, Ivan Bueno, Gerci de Oliveira,Luiz Otávio Oliani, Marcio Nicolau, Nestor Lampros e Valmor Bordin, um áudio na Voz de Saulo Taveira, Carmen em poemas e Ricardo com toda a arte e Vidráguas no selo, lidos por uma apresentação do Professor Donaldo Schüler.

LAM - Fala agora pra gente dos propósitos, ações e receptividade com relação ao extraordinário trabalho desenvolvido com o Vidráguas que você coordena ao lado de Ricardo Hegenbart.

Penso que acima já falo disso e confirmo aqui. Vidráguas é um poema, é um site cultural e também uma editora, que sem a presença de Ricardo Hegenbart não existiria. Pois além de discutirmos todos os projetos que nos chegam, temos o desejo de colocar amor em tudo que fazemos e pensamos cada poema, cada relato, cada livro de uma forma artesanal, onde a essência de quem nos busque não seja alterada, manter a voz de quem nos procura e buscar garantir o Estilo de cada um, é algo muito importante no mundo massificante em que vivemos. E eu por escrever e o Ricardo por ser fotógrafo buscamos sempre impressionar expressões com Arte.
Nosso propósito é seguir trabalhando com amor, valorizar o processo artesanal e principalmente a Voz e o Estilo de quem nos procura e sempre tentar colocar ao mundo mais Estética Poética, por isso, penso que nossas capas trazem sempre um diferencial.

LAM - Fala agora acerca do Clube de Leitura que você coordena com a Berenice Sica Iamas.

O Clube de Leituras é um encontro de leituras que funciona a cada mês. Combinamos o livro, marcamos a leitura e nos encontramos para conversar abertamente sobre nossas leituras. Digo abertamente porque precisamos disso, precisamos, na minha opinião, de menos indicações e mais conversas sobre a literatura. Seja de uma bula de remédio, de uma receita, de uma esquina, de um livro.

Rastro de Leitura é isso, encontros para conversar sobre impressões de leituras. Começou esse desejo com o livro A Sociedade literária e a torta de casca de batatas. Agora estamos em férias e em março retornamos, também pensando em aliar ao grupo um trabalho em que as gerações converSem, trocas saudáveis.

LAM - O que é o atelier Da palavra à poesia?

O atelier da palavra à poesia é um crédito de que o trabalho literário nasce pelo amor à palavras, cresce ao poema e chega à Poesia o gênero mãe, para nós,
de toda Criação Artística. Por isso, conVersar é fundamental, transforma! É isso que fizemos em Vidráguas.

LAM - Quais são suas perspectivas para suas realizações na relação entre o universo editorial de trabalhos impressos e a dinâmica do universo da internet? De que forma um contribui sobre ou outro? Existem dicotomias que inviabilizem um e outro?

Acho que para Poesia nunca houve um espaço maior e melhor do que a internet. Aqui encontramos o espaço ideal que a síntese poética necessita para existir e também a velocidade de leitura que a poesia proporciona. Texto mais longos já sofrem com isso.

Penso que na Internet está uma troca fantástica, todos escrevem para serem lidos e isso está acontecendo. Claro, escutamos e sentimos e acompanhamos que há muitos escritores, que qualquer um escreve, etc... e então sempre digo, que bom, a Literatura é um espaço para todos, é vida, é orgânica e esse movimento tende a desmitificar o império dos poucos que escrevem...

Mas, como também é um mundo fugaz, volátil por demais, também necessitamos ver o que pensamos, criamos, fantasiamos, imaginamos no papel, por isso o Livro sempre existirá, de forma diferentes mas sempre existirá... chegou o império da leitura penso eu, e os editores sabem disso, portanto temos que repensar esse valor e não coibir... O editor está assumindo o papel do antigo Livreiro, ajuda, reúne, é o primeiro leitor e o que vai ajudar o livro existir da maneira que o sujeito deseja, e não ao seu modo, senão fica lá no blog... Bem, sabemos disso, porque vivenciamos em nós mesmo, e quando o editor também escreve algo há de mudar com relação ao valor do livro, não é mesmo?

LAM - Quais os projetos que a poeta e editora Carmen Silvia Presotto tem por perspectiva de realizar?

Hoje estamos lançando mai um Livro de Poesia, Poesia Volátil – amor e versos em expansão... para fevereiro já estamos trabalhando outros e também estamos com a programação de organizar uma coletânea de poetas e de nos debruçar sobre o nosso Projeto Anáguas, trabalhando o erótico de uma maneira possível e muito poética. E quanto a mim, já penso em colocar no Vidráguas uma novela, há muito escrita, Vivas Memórias e também a crônica poética Outono em Bloomsburry onde juntamos, Ricardo e Eu, memórias, escritos e fotografia.

Também estamos trabalhando muito no espaço da blogesfera, tendo como parceiros Marcio e Saulo, do espaço Intermediário, onde há diálogos, encontros, reflexões dessa era internautica que vivemos. Juntos seremos mais e melhores sempre, por isso meu querido Amigo, obrigada por este convite, mas te confesso que era por mais Poesia no mundo, lançamento hoje, portanto uma boa causa.
Te abraço e parabenizo pelo trabalho que desenvolves na Cultura e saibas que é uma honra estar contigo nesta entrevista e sempre a mais Poesia e Arte ao mundo.

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quinta-feira, dezembro 09, 2010

VERS&PROSA PARA A MENINAZUL



Imagem: Arte de Derinha Rocha

VERS&PROSA PARA A MENINA AZUL – É um livro inédito onde reúno poemas, narrativas, poemiúdos & canções dedicados à menina azul.

QUANDO O AMOR É AZUL
PRIMEIRO POEMA DE AMOR PARA A MENINA AZUL
SEGUNDO POEMA DE AMOR PARA A MENINA AZUL
TERCEIRO POEMA DE AMOR PARA A MENINA AZUL
QUARTO POEMA DE AMOR PARA A MENINA AZUL
CANTIGA
NAQUELA NOITE TODAS AS NOITES
ESSA MENINA
CHEGADA
O SABOR DA PRINCESA QUE SE FAZ SERVA NA MANHÃ
SHAKESPEAREANA
SHAKESPEAREANA – OUTRA VEZ
SHAKESPEAREANA – A NOSSA FESTA
SHALESPEREANA – A GUERRA DO AMOR
SHALESPEREANA – A MÚTUA DIVIDA DO AMOR
SHALESPEREANA – TEIMOSIA
SHAKESPEREANA – CONTUMAZ
SHAKESPEREANA – APRONTAÇÃO
SHAKESPEREANA – SONSA
SHAKESPEREANA – RAPIDINHA
A VARANDA
GINOFAGIA – ESSA MENINA
GINOFAGIA: PARANÓIA
GINOFAFIA – FEBRE
GINOFAGIA – AMBIÇÃO
GINOFAGIA – CONSOLO
GINOFAGIA – ALVOROÇO
GINOFAGIA – TERRINA
GINOFAGIA – MINHA
GINOFAGIA – TEU NOME
GINOFAGIA - NA TABA DA VENTA
GINOFAGIA – RITUAL
GINOFAGIA – ABRAÇADOS
GINOFAGIA – PRESENTE
GINOFAGIA – DELA
GINOFAGIA – FESTA
GINOFAGIA – ESSA CARNE
GINOFAGIA – VIAGEM
GINOFAGIA - CONTAGEM REGRESSIVA
GINOFAGIA - CHEIRO DA FELICIDADE
GINOFAGIA – CRÔNICA DE AMOR
GINOFAGIA: BEIJU
GINOFAGIA: GULA VORAZ
GINOFAGIA: ESFÍNGICA
GINOFAGIA: MÚTUA COLHEITA
GINOFAGIA: PÁLIN!
GINOFAGIA – LÁ
GINOFAGIA – ELA
GINOFAGIA – CULTO
GINOFAGIA – LASCIVIA – I
GINOFAGIA – II
GINOFAGIA – III
GINOFAGIA – IV
GINOFAGIA – V
GINOFAGIA – RENDEIRA
GINOFAGIA – FLOR CAETÉ
GINOFAGIA – SONSA
GINOFAGIA _ POEMAS & CANÇÕES
GINOFAGIA
GINOFAGIA – EROPOEMAS
GINOFAGIA – POEMIUDERÓTICOS
ELA
PRONTIDÃO
LUA CHEIA
AH, ESSES LÁBIOS...
CANGULA
TUA LÍNGUA
OS SEIOS DELA
MINISSAIA
CONTENDA
A VARANDA
TRAQUINAGEM
O REINO DA SURPRESA
ENTREGA TOTAL
TRANSBORDANDO
FESTA NO CÉU
USO & ABUSO
PUXAVANQUE
PROVOCAÇÃO
ENGATINHANDO NA NOITE AZUL
INCÊNDIO DAS PAIXÕES
DESPREVENIDA
DE TODO JEITO É BOM
MOLENGA
BEM NA HORA
A REFÉM
FESTA NO CÉU
USO & ABUSO
ENGATINHANDO NA NOITE AZUL
PROVOCAÇÃO
A PONTE
POMAR
INCÊNDIO DAS PAIXÕES
SUFOCO
DESPREVENIDA
BIZIGA
UMA CANÇÃO PRO MEU AMOR
O AMOR
ESSA MENINA
ERRÂNCIAS
BARREIRAS: UMA LOA PREVENDO O FIM
MONÓLOGO DO ROMEU – UMA CANÇÃO DA LEMBRANÇA DO GRANDE AMOR E DO ADEUS.
ADEUS, ISOLDA
ULTIMA CANÇÃO À FLOR DO ADEUS

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SIMONE MOURA E MENDES E UMA VIDA EM POESIA



SIMONE MOURA E MENDES E UMA VIDA EM POESIA

POEMA ALAGOANO

Como Adélia Prado, “nasci um anjo esbelto”
e “de vez em quando Deus me tira a poesia”.
É a tal pedra de Drummond de Andrade no meu caminho.
Porém, “nada a temer senão o correr da luta”,
como lecionado pelo grande Milton Nascimento
Se no verso de Camões o “amor é fogo que arde sem se ver”,
“quero vivê-lo em cada vão momento”, como fez Vinícius de Moraes,
fazendo louvação à poesia – expressa maior da alma-
eis que “quem faz um poema abre uma janela”,
como sentenciado pelo inolvidável Mário Quintana
Adolescida, regressei da Terra do Maracatu,
para reencontrar a poética na Maceió dos meus tempos primevos
sonho em conhecer a França, a Itália, a Grécia...
até mesmo a maravilhosa Passárgada de Manuel Bandeira.

Mas, tal como o “Acendedor de Lampiões” de Jorge de Lima,
sou alagoana e do Velho Graciliano Ramos sou fã.
É, pois, dos ares dos alagoanos mares de onde emana minha inspiração.

EM ALAGOAS

Em Alagoas, não somente há lagoas!
há mares cálidos, amores ávidos, regados de luar
há as alegres cantorias da Seresta da Pitanguinha
há o acalanto da sereia a inspirar os poetas embriagados
que veem em todo canto tanta beleza reverberar
Radiosa Alagoas!
de Jorge de Lima, Aurélio Buarque de Holanda
Nise da Silveira, Pontes de Miranda
Graciliano Ramos e outros tantos sonhadores
és a terra onde Djavan plantara a Flor de Lis
para o deleite das Marias e dos Josés trabalhadores
Em Alagoas...
regalo-me com o saboroso sururu de capote
degusto o pitu, o massunim, a carapeba
e à margem da bucólica Lagoa Manguaba
embrenho-me nas iguarias do Bar do Bahia
para depois despir minha alma, me traduzir
no mar multicor do Pontal do Peba
Em Alagoas, há muito mais!

ACEITA-ME COMO EU SOU

Meu desenho, minha escrita...
nada evoluiu
estagnou a minha vida
derrotou-me o insucesso
a inspiração, a ternura... perdi-as

É assim que sou
respeita o meu limite
meu tênue e ínfimo limite

Sou estranha
sou extrema
e apesar do que sou
aceita-me integralmente
integralmente como sou

AFETOS TRAÍDOS

Beatrice fora criada num lar forjado por um ambiente turbulento, onde pululavam traições, agressões físicas e morais; onde o mais forte aviltava, subjugava o mais fraco, que, nesse caso, era a mulher, sua mãe, incapaz de enxergar por si só a sua força interior para driblar as vicissitudes contingentes em sua vida ou, talvez, não o quisesse fazer, porque tivesse ganhos subliminares e, portanto, ininteligíveis ao observador descuidado. Seria isso objeto para profundos estudos psicanalíticos, sociológicos, antropológicos, inacessíveis, pois, a Beatrice, por sua pouca idade, por possuir ligações consangüíneas e afetivas com os protagonistas da guerra e, sobremodo, por não deter base científica para tal.
Seu sofrimento era contínuo, temia desestruturar-se como pessoa. Nada, porém, que o tempo não pudesse ir arremessando para os espaços remotos da memória. Durante o processo de maturação, não conseguia Beatrice manter-se como observadora imparcial, o que, conquanto, lhe fosse render severas conseqüências emocionais a requerer-lhe potente capacidade de sublimação, fizera-lhe recriar em si um mundo alternativo, no qual idealizara a existência de criaturas probas, desinteressadas, fiéis. O crescimento emocional fizera-lhe optar por parodiar o “jogo de Pollyana” e fazer as pazes com o otimismo, com a face alvissareira da existência humana.
Cultivara Beatrice o princípio de que um traidor é um ser com apenas resquícios de humanidade, um ser amoral, uma caricatura humana, um psicopata. Ou, por outro lado, definia-o como um covarde, cuja vida seria permeada por conflitos existenciais, sentimentos de culpa e receio de que o destino pudesse operar uma inversão no seu papel: de bandido a vítima. Para ela, Beatrice, mentir, enganar, ludibriar, sobremodo a quem se ama, seria viver uma vida paralela a si mesmo.
A vida, todavia, é uma faca que, desembainhada apresenta, de um lado, uma lâmina limpa e reluzente, e do outro, o sangue de um coração traído.

SIMONE MOURA E MENDES – a poeta alagoana Simone Moura e Mendes é administradora de Empresa e Analista Judiciário. Reúne seus trabalhos no seu site Uma vida em poesia, no portal Escritores Alagoanos, no Recanto das Letras e no Jornal da Besta Fubana.

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MÁRCIA SANCHEZ LUZ



MÁRCIA SANCHEZ LUZ – A escritora, tradutora e professora paulista Márcia Guidugli Sanchez Luz é geminiana, formou-se em Literatura Inglesa e Francesa. Ela é escritora, pedagoga e tradutora de Inglês e Francês. Iniciou sua vida profissional como tradutora e redatora, tanto de manuais técnicos como de normas de documentação e projetos na área de Informática. É autora de diversos trabalhos de tradução e versão técnica nas áreas de alimentos, refrigeração e informática. Na área de Psicologia, desenvolveu um trabalho voluntário com crianças limítrofes. Escreve poesias desde os nove anos de idade e atualmente vive no interior de São Paulo, onde continua com seu trabalho de tradução, além de ministrar aulas de Inglês e Francês. Integra a Academia de Letras do Brasil,sendo verbete na Enciclopédia Escritores Brasileiros da Real Academia de Letras. Seus livro editados: No Verde dos Teus Olhos (2007) Porões Duendes (2008), participação nas antologias Saciedade dos Poetas Vivos digital, volume 4 , em Blocos Online, onde tem suas páginas individuais de poesia e prosa. Saciedade dos Poetas Vivos digital, volume 9, em Blocos Online. Possui trovas premiadas e publicadas na Antologia "Projeto de Trovas para uma Vida Melhor" (UBT). Antologia de Natal, em Blocos Online (2009) 1ª Antologia Poética Contemporânea (Editora Protexto, 2010) e tem trabalhos publicados no Jornal Alto Madeira. Jornal O Rebate. Jornal Rondônia Ao Vivo. Jornal Fala Brasil de Porto Alegre. Jornal Gazeta Mercantil. Ela edita os blogs O imaginário, o Repercussão Literária e um em seu nome Márcia Sanchez Luz. Também participa da AVSPE, do Grupo Ecos da Poesia, do Portal CEN, é cônsul do Poetas Del Mundo e está no Jornal de Poesia.

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quinta-feira, dezembro 02, 2010

CRÔNICA DE AMOR POR ELA



Imagem: Arte de Derinha Rocha

CRÔNICA DE AMOR POR ELA – Reunião de poemas, prosapoética, poemiuderóticos, versos priápicos ginofágicos, show poético-musical & canções de amor e paixão pelo ser mulher.

É PRA ELA (CRÔNICA DE AMOR POR ELA)

Música & letra de Luiz Alberto Machado

É pra ela que eu dedico a poesia
Da luz de todo dia e o meu cantar
É pra ela que a vida brilha tanto
E eu faço o meu canto pra lhe dar

Eis que ela altaneira, fez-se tal porto seguro
Deu de si a vida inteira com o seu ventre maduro
Para a vida premiar

É de dia a companheira, na sua missão mulher
Quando é noite é verdadeira, ser pro que der e vier
E tudo compartilhar

Seu perfil é doação na magia do esplendor
No seio a concepção da ternura e do amor

Aonde quer que eu vá, vem seu resplendor freqüente
Ela é luz resiliente para tudo superar

É pra ela que eu dedico a poesia
Da luz de todo dia e o meu cantar
É pra ela que a vida brilha tanto
E eu faço o meu canto pra lhe dar

Ela é meu dia
Ela é meu chão
Ela é alegria
No meu coração
Ela é folia
Ela é devoção
Ela é poesia
Na minha canção

É pra ela que eu dedico a poesia
Da luz de todo dia e o meu cantar
É pra ela que a vida brilha tanto
E eu faço o meu canto pra lhe dar


MAIS ALGUNS POEMAS & CANÇÕES DE AMOR POR ELA:

POR VOCÊ
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
OUTRA CRÔNICA DE AMOR POR ELA (vídeo)
QUANDO QUEM MANDA É O AMOR
VADE-MÉCUM
O CULTO DA ROSA
ELA NUA NA MANHÃ
CONVITE
O TRÂMITE DO DESEJO
BOLERO
CIRANDA
PAINEL DAS FÊMEAS
SOB O VÉU DA VIÚVA NEGRA
UMA VEZ NA GRUTA DO CÉU
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ÂNSIA DO PRAZER
PLETORA DOS ANTÍPODAS
PECADO
MOTO PERPÉTUO
CHEGADA
CANTIGA
O ALVO DO PÓDICE
PERSEGUIÇÃO
A FÚRIA DO ARPÃO
ENCONTRO DO PICO VIGOROSO AO TERRAÇO DA JÓIA
O PÁSSARO VERMELHO NA PORTA DO CINÁBRIO
O TALO CORAL NA FENDA DOURADA
A NATA DO PRAZER
FULANA
REINADO
AS GARRAS DA FELINA
VOCÊ
MINHA
PUTA
PROFANAÇÃO
CAPTURA
MAÇÃ
ABDUÇÃO
NA ALCOVA DA MUSA
MERGULHO
CAPÉI
PAS DE DEUX
GALOPE DO AMOR DOIDO DE ALEGRIA
SUBMISSÃO
PAIXÃO NEFELIBATA
PUXAVANQUE
NO DOMINIO DA PAIXÃO
TRANSBORDANDO
PAIXÃO
II
III
MÃE DO OURO
AH, ESSE OLHAR
DELEITE
ÁRIA DA DANAÇÃO
MAPA DA MINA, A PANACÉIA
DESIDERATO
CONTENDA
FASCINIO
A LÍNGUA NO ÁTRIO DAS DELÍCIAS
SENDO
TUA LÍNGUA
A DELICIA DO BEIJO RELUZENTE
AH, ESSES LÁBIOS
BEIJO
A SEDUÇÃO DA SERPENTE
ALCOVA
II
POSSESSÃO INSANA
ENVOLTO
ALEGORIA DA LOUCURA
ELIXIR
PERFUME DE MULHER
CONFISSÃO
PARTILHA
JURAMENTO
EU TE AMO
AMAR VOCÊ
CANTARAU DE AMOR POR ELA – O SARAU DOS NAMORADOS
VERS&PROSA PARA A MENINA AZUL
AO REDOR DA PIRA ONDE QUEIMA O AMOR
II
III
ROL DA PAIXÃO
CANTARAU: CANÇÕES DE AMOR POR ELA

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CANTARAU: CANÇÕES DE AMOR POR ELA
CRÔNICAS NATALINAS

quarta-feira, dezembro 01, 2010

PÉRGAMO



PÉRGAMO – O excelente blog editado por Bruno Muniz, O Reino de Pérgamo — o reino onde o impossível não existe — trata sobre livros, apostilhas, folders, folhetos, cordéis, revistas, etc, publicações periódicas ou não periódicas, enfim, tudo o que estiver relacionado com a palavra escrita ou literatura. O nome Pérgamo remete a uma antiga cidade grega que possuía uma biblioteca de prestígio que perdia em importância apenas para a tão famosa biblioteca de Alexandria. A tradição de Pérgamo foi tamanha que seu nome batizou o pergaminho, o nome dado a uma pele de animal, geralmente de cabra, carneiro, cordeiro ou ovelha, preparada para nela se escrever, e designa ainda o documento escrito nesse meio. O website, ou o seu conteúdo, é direcionado tanto aos especialistas como ao público em geral, principalmente aos leitores contumazes, amantes da palavra escrita, sem nenhuma restrição de nacionalidade, idade, sexo, cor, raça, gênero, etc, como também não faz distinção e não manifesta preferência entre qualquer gênero ou expressão literária. Confira aqui. Imperdível.

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CICERO MELO



OUTROS POEMAS DE CICERO MELO

O QUINTO NARIZ DA BESTA

Acidentalmente juntos,
as bombas criam digitais
nas retinas.
Logo mais abaixo,
há rios
e navios voltando do inferno.

CICATRIZ NA VIDRAÇA

A luz esconde o dom de ser eterno.
Demônios,
o que se traça sob a farsa,
se quando choves,
é algo assim como uma máscara?

A NONA SERPENTE

Isto é a muda dos deuses.
É preciso acender-lhes carnes
e cabelos de harpas.
Dos homens são alheios.
Dos seus banquetes cospem
cães de estrelas.
É lamentável a morte.
Se os dias que procriam
fossem mais longos e doces...

PRIGIONE ÂNTICA

Última reimpressão do deus original,
onde todos os amores jazem inacabados.
Apenas um olhar, o último olhar,
antes que se transformem em sal.

EM TODA NOITE MATAMOS

Em toda noite matamos
a morte, a antiga irmã;
o antigo pai revelado
nas linhas duplas das unhas;
o antigo suor da mãe,
despojado nos retratos.
Em toda noite matamos
as lembranças e os cavalos

A POESIA ESTÁ MORTA

A Poesia está morta
E, por enquanto, a enterro,
Não, numa pequena aorta,
Mas numa paixão de ferro.

De ferro que não enferruja.
Ou será tudo ilusão?
Talvez, um dia me fuja,
Quando acabar a paixão.

Mesmo assim, direi, amado:
A paixão é tudo, sê
Para sempre apaixonado,
O olho da amada lê

CARMINA

O verão, Augusto, é dos nobres
E deleitosos veados.

Partimos, mas sangravam.

QUASE CAINDO

A carne crua do tempo
Escondeu a lua.
Ou será que foi um vento?

GÊNESIS

- Baixa a porra desse som!
O pai delira como uma tarântula bêbada:
no começo tudo!
Bem, multiple shot, bang!
O pai reproduz o pai.
Então, todos estão aqui
espreitando meu salão de danças.
- A escuridão! O chocolate!
Merda! Tudo recomeça!

CICERO MELO – O poeta, ensaísta e crítico alagoano Cicero Melo escreveu os livros "O Verbo Sitiado", "Poemas da Escuridão" e "O Poema da Danação". Participou de várias antologias. É formado em Administração pela PUC/RJ, possui o First Certificate of the Cambridge University (Cultura Inglesa) e proficiência em Francês pela UNICO. Tem inéditos os livros "Por que os Unicórnios são Ocos?" e a antologia “Se Tupã quiser”. Edita o blog PEQUENA REUNIÃO POÉTICA.

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ADRIANO VOX & VIDA EM POESIA É ARTE



ADRIANO VOX & VIDA EM POESIA É ARTE – Adriano Vox é o pseudônimo de Adriano Antonio Pereira. Nasceu em Borda da Mata/MG em 06 de outubro de 1987. Aos vinte e um anos, incentivado pelo professor e escritor, Mauro Gouvea, começou a divulgar os seus primeiros trabalhos. É bancário, poeta e acadêmico do curso de Administração de Empresas. Escreve, mensalmente, uma poesia para o Jornal A Cidade, de Borda da Mata. Foi selecionado para a 8ª edição da Embalagem Eu amo pão, com a poesia “Pão Francês”, e foi o 2º colocado do Concurso Cultural de frases “Detonautas Acústico”. Atualmente, participa do IX Concurso Nacional “Fritz Teixeira de Salles” de Poesia, e do I Concurso de Poesia: Revista Literária 2010. Vida em Poesia é Arte - Blog que reúne o trabalho literário de poesias, publicação e registro de temas relevantes, editado pelo poeta, bancário e acadêmico em Administração, Adriano Vox, apresentando assuntos pessoais, sociais e dignos de nota. Confira o blog Vida em poesia é arte e os textos do autor no Recanto das Letras.

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JOSÉ ALBERTO COSTA & VERSO REVERSO



POEMAS DE JOSÉ ALBERTO COSTA

QUEM SOU

Sou daqui das Alagoas,
da Terra dos Marechais,
das praias, dos coqueirais,
sertão, canais e lagoas,
caju, cocadas das boas,
cana, melaço cheiroso,
sururu mais que gostoso,
se duvidar faça um teste.
Sou filho deste Nordeste
por isso sou orgulhoso.

Meu versejar nordestino
vem dos coqueiros da praia
como o mar que se espraia
sobre areal cristalino,
riso doce do menino
suspiro de sonhador
é santo sobre o andor
é tema de cantoria
um arrebol de alegria
na boca do cantador.

Vem do mar de Pajuçara
de beleza sem igual
princesa do litoral
que a natureza prepara,
coisa fina, jóia rara,
que hora é azul-turquesa
logo pra sua surpresa
toma o verde da esmeralda
formando bela grinalda
para uma nobre princesa.

POEMA

Um elefante branquinho,
feito das armas de outro,
vive indefeso, quieto,
sobre a mesa do meu quarto
onde costumo escrever.

Em sua sólida mudez
conhece todo meu drama:
- chora comigo nas noites
de vigílias forçadas
quando rostos ressuscitam
pelas campas da memória
trazendo horror ao vazio
que há no quarto e em mim...

VIDA REINVENTADA

A noite minh'alma percorre
o infinito espaço
das lembranças perdidas.
Enquanto durmo,
recolhe pedaços
dispersos de mim,
reinventando uma vida
de coisas esquecidas,
revolvendo escaninhos
de desejos contidos
repletos de sonhos
da adolescência
que deixei fugir.

SILÊNCIO

Na quietude outonal
do meu claustro interior
o silêncio ecoa
no mármore secular
de colunas imaginárias,
enchendo minh’alma
de doçura infinita,
trazendo a paz
sempre aguardada.

Ando sob a luz do sol,
sem perturbar
o sublime momento
reflexão/ternura.
Palavras ditas
com o coração
também ecoam
no meu silêncio interior
revelando verdades
desconhecidas.

A BORBOLETA E A MENINA

A borboleta amarela
veio da rosa pra mim,
em minha mão calejada
deixou olor do jasmim,
um momento comovente
que só se vê num jardim.

A borboleta e a rosa
se confundem na folhagem,
uma nasce perfumada,
outra parece miragem,
uma vive no jardim
a outra está de passagem.

A menina acompanhou
aquela cena tão bela
desejando criar asas
e sair pela janela
beijando todas as flores
qual borboleta amarela.

TRAGÉDIA URBANA

Chuva pesada
rasgando nuvens
inundou a noite,
abriu caminhos,
vazou riachos,
desceu encostas,
destruindo sonhos,
levando vidas.

O sol encontrou
a menina Estela
suja de lama,
tremendo de frio,
embalando o bebê
que Maria deixou
ao partir sem adeus
na força das águas

SÍNDROME DO MEDO

Fecho-me em casa.
Fecho-me no carro.
Fecho-me no trabalho.
O medo me cerca,
a noite me apavora.
Perco a liberdade,
esqueço de viver,
aos poucos me fecho
dentro de mim mesmo.

PASSEIO COM MEU PAI

Sonhei que meu pai
me levava a passear,
por campos diferentes
daqueles que percorríamos,
em nossa terra de muito sol.
Local frio, de luz mortiça,
um entardecer parado no tempo,
que não deixava a noite chegar.

Eu muito pequeno, ele muito grande
como sempre me pareceu a vida inteira.
Grande na estatura, nas atitudes.
Eu, um pigmeu que mal conseguia
acompanhar seu passos firmes.

Só o chapinhar das nossas botas,
sobre a relva úmida, quebrava
o silêncio daquele momento.
Pensamentos sincrônicos
substituíam palavras
e os ensinamentos
iam diretos ao coração.
Passei a admirá-lo ainda mais.
Quando sumiu, senti-me abandonado
na fria solidão de um vazio imenso,
sem o calor de sua presença.
Acordei criança perdida,
de olhos úmidos, buscando o pai.

JOSÉ ALBERTO COSTA & VERSO REVERSO – O escritor, jornalista e poeta alagoano José Alberto Costa é membro efetivo da Academia Maceioense de Letras. É autor do livro publicado "Doce Lembrança - Crônicas e Contos" (2006), e participou em duas antologias: "O Conto das Alagoas" e "Antologia de Escritores Alagoanos - Em Prosa e Verso". Atualmente, com mais dois livros individuais em fase de organização, mantem o blog VersoReverso e participa também do blog coletivo Movimento da Palavra.

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DOMINGO GONZALEZ CRUZ: DOIS POETAS SEM VAIDADES LITERÁRIAS



&




DOIS POETAS SEM VAIDADES LITERÁRIAS

Por Domingo Gonzalez Cruz

O poeta Armando Freitas Filho encontra-se no momento mais expressivo da caminhada literária. Após vivenciar técnicas diversificadas, sem deixar de ser ele mesmo (enquanto metalinguagem), Armando revela no livro “Lar,” o lado mais profundo de sua poesia.

Um poeta tem o direito de ensaiar seus instrumentos expressivos, para que possa inventar o amadurecer, sem deixar de ser sincero. Armando não escreve para alimentar seu ego, ou qualquer tipo de vaidade literária.

O poeta é um radar atento à vida, que o tempo apresenta em forma de poesia. Sem o exercício contínuo na escolha diária das palavras, ele não conseguirá objetivar sua sensibilidade perante as mudanças existenciais e estéticas.

Armando reinventa a realidade.

Isso não significa que ele será um teleguiado, imitando trajetos ou fórmulas anteriores ao Modernismo, ou depois dele, quando a liberdade de expressão formal tornou-se mais coloquial, experimental e/ou pirotécnica.

No estágio atual dos versos que escreve, Armando aborda qualquer tema com propriedade, “marca registrada”, demonstrando um talento persistente e obsessivo, o que não desmerece sua “luta corporal” com as palavras.

Quem não se comunica com a poesia dele, encontrará outros comunicadores, mas a qualidade literária não poderá ser desvalorizada naquilo que o autor de “Raro Mar” transmite com tanta competência racional. É um poeta reflexivo e corporal. Tudo para ele relaciona-se com estruturas corporais.

Mergulhando no universo corporal do livro “Lar,” é possível encontrar o “lar Freitas Filho”: palavra, palavra, palavra.

O telefone é de pele de tão sensível...
(Família, p.39).

Aí está um verso tipicamente “armandiano”, revelando as nuances temáticas da família que vive em sua memória, e da qual ele se aproxima para reler o distanciamento provocado pelo tempo perdido.

Os poetas parnasianos penteavam a Musa, criando versos rocambolescos. Armando “disseca a Musa”, sem perder de vista a coreografia “que não fede nem cheira”.

Escrever a partir da coreografia
difícil imposta pelo pensamento
do corpo: em pé, pisando firme.
(Solo, p.90)

Ele consegue escrever um soneto irreverente, onde a sintaxe derrapa em cada verso, como se estes fossem abismos inesperados. Palavras podem anunciar silêncios lúdicos. Armando distancia-se do formalismo à moda de João Cabral de Melo Neto, sem deixar de demonstrar sua admiração por esse grande artista da palavra.

Ferreira Gullar no seu livro mais recente, “Em alguma parte alguma”, exercita o lado imprevisível das palavras. Elas tornam-se meteoros, nebulosas, estrelas que explodem espantos sintáticos, semânticos, provocando novas dimensões espaciais do dizer (que não se diz totalmente) para redimensionar silêncios não detectados nos livros anteriores.

o espaço
é também
Idéia, pó
sibili
da
de de
impre
vistos
a
bis
mos
(Os fios de Weissmann, p.110)

Entre o espanto e o amadurecimento daquilo que não é essencial, o poeta reinventa os núcleos temáticos e sensitivos, revelando para o leitor, um lado cósmico, até então escondido.

Longe da influência dos poemas dramáticos (geniais!) escritos por Carlos Drummond de Andrade, Gullar aprofunda seu modo de ver o mundo caótico dos dias atuais.

A vida, apenas se sonha
que é plena, bela ou o que for.
por mais que nela se ponha
é o mesmo que nada por.
E com mais uma quadra, o poeta diz o que deseja, dispensando inquietações formais.
Pois é certo que o vivido
- na alegria ou desespero –
Como o gás é consumido...
Recomeçamos do zero. (Toada à toa, p.53}

Gullar revive a presença do gato simples, das bananas podres, do espanto cósmico, seres e coisas oscilando entre o estar e o não estar ocupando espaços, inclusive na mancha do papel. Ele renova sua poesia (que recomeça do zero), revoltando palavras que se transformam em palavrões para clarear o milagre da vida.

DOMINGO GONZALEZ CRUZ nasceu em Vigo, na Galícia, Espanha, em 1949. Publicou artigos e poemas nos suplementos literários dos jornais Tribuna da Imprensa, Minas Gerais, Araraquara, Correio das Artes e nas re¬vistas Poema Convidado (USA) e Encontros com a Civilização Brasileira. Em 1970, recebeu o prêmio de poesia moderna na Segunda Promoção de Poesia no Estado da Guanabara (Instituto Villa-Lobos). Bibliotecário aposentado do Serviço Público Federal, após trinta anos de trabalho na Fundação Casa de Rui Barbosa, recebeu em 1996 a Medalha Rui Barbosa, por sua contribuição ao desenvolvimento da cultura brasileira. Membro da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro (Federação das Academias de Letras do Brasil). Lecionou na Escolinha de Arte do Brasil — fundada por Augusto Rodrigues e outros arte-educadores — e no Tear leitura e criação de texto. Atualmente, ministra palestras sobre cinema e educação nas escolas do Município do Rio de Janeiro — projeto do Cineduc. OBRAS PUBLICADAS: A História de Marta Mazzetti. Rio de Janeiro, Fundação Casa de Rui Barbosa, 1980. (Prêmio Alice Leonardos da Silva Lima – União Brasileira de Escritores.) A Casa de Rui Cheia de Encantos. Rio de Janeiro, Fundação Casa de Rui Barbosa,1995. (Poemas sobre a vida de Rui Barbosa.) Alfredina. Rio de Janeiro. Anuais, 1996. Recordações e Encantos da Rua Cosme Velho. Rio de Janeiro, Anuais. 1996. O Ateneu: (Crônica de Saudades.) Raul Pompéia, Rio de Janeiro, BVZ, 1998. (Adaptação livre para público jovem. Indicado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil para o Catálogo da Feira de Bolonha – 1998 e “Altamente Recomendável” na categoria jovem.) No meio do caminho tinha Itabira: ensaio poético sobre as raízes itabiranas de Drummond. Rio de Janeiro, BVZ, 2000. Livros de poemas: Papel de Pouso, Vida Silenciosa, Passeios Noturnos. (Edições do autor.). O autor faz parte da equipe do Palavrarte.

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terça-feira, novembro 30, 2010

GILBERTO MENDONÇA TELES



ALGUNS POEMAS DA HORA ABERTA GILBERTO MENDONÇA TELES

GENIS IRRITABILE VATUM

Sou um poeta de água doce,
Banho-me em rios, fontes, lagos:
A minha musa sempre trouxe
A inspiração de alguns afagos.

Sou um poeta de assobio,
Trauteio notas nunca dantes
A minha musa está no cio
Dessas vogais e consoantes.

Sou um poeta bordalengo
Na lengalenga desta língua:
Se o meu poema é um monstrengo,
Talvez a musa esteja à míngua...

Sou um poeta de província
Passando férias na cidade:
Minha palavra é lance, é lince
A minha musa de alvaiade.

Sou um poeta cabotino
Que marcha teso como um cabo:
A minha musa toca o sino
Enquanto a porca torce o rabo.

Sou poetinha e poetastro,
Cheio de estrelas e estrilos:
A minha musa vem de rastro,
Voando baixo como os grilos.

E assim vou eu e assim vai ela,
De vez em quando é que nos vemos:
Ela no azul de um barco a vela,
Eu de canoa, mas sem remos.

HINO À TERRA

Terra, tu és a mãe! No teu ventre fecundo
A seiva do amanhã circula e revigora
A vida que reténs nas entranhas, no fundo
De tua alma que se agira em estos de pletora.

Quando o arado sulcar, numa próxima aurora,
O teu seio nutriz e o teu corpo rotundo,
Hás-de gerar, contente, ao lado de outra flora,
A planta do porvir e outra flor para o mundo.

Pois, num sopro de alento a andar de pólo a pólo,
Fertilizando todo o limo de teu solo
Num bafo de fartura e num hálito de paz,

Novas searas virão aurorizar-te a pele
E, nas graças do olhar benigno de Cibele,
Novas safras de furo à multidão darás.

HORA ABERTA

Sou pontual assim como quem joga
Uma pedra no mar.

Assim como quem bate na janela
E espera no jardim o acontecer.

Sou pontual assim como quem lança
Uma canção no rosto desdobrado
De quem chega.

No mais, sou pontual na complacência
De um deus oculto que boceja
Na hora aberta a sussurros e prodígios
Da vida acontecendo.

E que não basta.

LIÇÃO DE COISAS

As coisas se transformam
Se desnudam de suas vestes alvas.
Consideram a dimensão da página
E abrem a nossos olhos
(disfarçados) seu amplo
Mostruário de problemas.
Retém os transeuntes
Consumidos no fatigante
Espelho sem diálogo.
Sabem como dispor-se
À confidência das sílabas
Mais simples,
Desservidas
De visgo da saliva,
Impronunciada.
E mais que a noite múltipla
De estrelas, sabem deixar-se
Entre o silencio
E a palavra de amor,
Inadiável.

COMPOSIÇÃO

O amor põe suas mágicas
Em funcionamento.
O amor compõe, propõe, supõe,
Indispõe e interpõe
Sua adaga entre o ser
E o vazio do vicio
(a ser-viço do amor).

O amor compõe seus ácidos
Na linha mais ambígua
Da mão, entre o desejo
E o tato, nesse incêndio
Propagante e terrivel.

O amor dispõe seus plácidos
Novelos enredados
E fio a fio supõe
Sua mosca, seu tédio
E sua deslizante
Atração de suicídio
E adultério.

O amor
Propõe enigmas, trans-
Interpõe-se entre os seres
E apenas se indispõe
Para compor de novo
Sua casca e seu ovo.

SONETO GOIANO

Libertino não sei, mas gilbertino
Com certeza se diz, enviando setas
Contra o meu jeito arisco de menino,
Contra as minhas manias prediletas.

Há quem censure em mim o destino
De só querer as musas mais discretas;
E há quem me veja como um pente fino,
Como o mais democrata dos poetas.

Eu não sou bem assim. Sou até meio
Exigente e machista, mas receio
Que a mulher de Goiás – do Sul, do Norte –

Andou rezando alguma reza forte
Contra o meu jeito arisco de menino,
Contra as minhas paixões de gilbertino.

OLINDA

Aos olhos de quem chega, sobre o sal
E o sonho das viagens incompletas,
E antes de tudo – e límpida – projetas
Teus contornos de espuma e litoral.

Mais alto, o teu faro risca na cal
Das brumas e do tempo outras secretas
Ondulações que dormem inquietas
Nos teus braços de espuma e litoral.

E ao mar, ao vento, aos peixes e veleiros
Disputas, luminosa, os teus coqueiros
Desenhados no azul, como sinal

De que sobre este mar que te domina
Ergues teus olhos verdes de colina
E teus braços de espuma e litoral.

OFERTA

Toma! Nas tuas mãos aveludadas
Guarda meu coração, que é teu somente.
Dá-lhe as tuas caricias perfumadas,
Faze sorrir este vilão descrente.

Aquece-o no teu seio adolescente,
Rega-o com tuas lágrimas rosadas,
Afaga-o entre as mãos e um beijo ardente
Põe-lhe nas débeis fibras laceradas.

Talvez assim meu coração vivendo,
Nos teus seios de virgem se aquecendo,
Nos teus beijos de brasa se queimando,

Talvez, assim, meu coração, querida,
Sentindo o teu calor e a tua vida,
Nas tuas mãos despertará cantando.

RESIGNAÇÃO

Carrego nos braços leves
O peso-morto da vida,
Nem sinto o calor do tempo
Incinerando o meu gesto
Afeito a grandes surpresas
De noturnos sortilégios.

Estrelas não dizem nada
Da fala breve dos homens
A noite constrói mil planos
Que a madrugada aniquila
Na sua forja de pássaros.
Nem vento algum me revela
E inesperada mensagem
Que o tempo oculta ou dissolve
Na sua caixa de ferro.

Apenas, no dia inútil,
Vai aumentando, aumentando
O grito dos que não morrem
E se propõe ao mister
Dos horizontes futuros.

TECIDO

O texto tem sua face
De avesso na superfície:
É dia e noite, sintaxe
Do que se pensa , u se disse.

Tudo no texto é disfarce
Ritual de voz e artifício,
Como se tudo falasse
Por si mesmo, na planície.

Seja por dentro ou por fora,
Seja de lado ou durante,
O texto é sempre demora:

O descompasso da escrita
E da leitura no grande
Intervalo dos sentidos.

SEM-PÉ-NEM-CABEÇA

Vou pegar no seu pé, vou dar em cima
De você como nunca fiz ou faço.
Começo assim puxando pela rima,
Mandando beijo e imaginando abraço.

E, para entrar com o pé direito, juro
(e juro de pés juntos, mas bem vivo)
Que estou com o pé na estrada e estou maduro
Além de ser versado e possessivo.

Tomei ao pé da letra o juramento
E fiquei de pé firme no meu canto,
Assim nem um pé-d´água ou pé-de-vento
Pode arredar meu pé deste quebranto.

Um pé lá e outro cá, esta é de fato
A minha vida agora, repartido
Entre encontrar o pé deste sapato
E conservar das coisas o sentido.

Não posso dar no pé, sumir do mundo,
Nem sou um pé-rapado ou pedagogo...
E você sabe que não sou profundo,
Que brinco sempre de esconder o jogo.

Eu fiz meu pé-de-meia só pensando
Em lhe dar um presente bem bonito,
Mas houve algum pé-frio ou contrabando
E o melhor que pensei não foi escrito.

O jeito mesmo é lhe dizer que um dia
Vou pegar no seu pé, seguir seu rumo:
Quero ter um só lado – o da poesia,
Mas ser seu pesadelo de consumo.

Não tenho um pé-de-coelho, nem de trevo,
Nem dos tas goiaisis sou descendente.
Provendo dos sacis: tudo o que escrevo
Tem algo de travesso ou de indecente.

Não pelo pé-de-mesa, que não tenho,
Mas pelo pé-de-cabra da caneta,
Pela garapa, pelo mel de engenho,
Não sei se do saci ou do capeta.

Sei é que nesta história que não finda
Pego na sua mão, fico ao seu lado
E vejo que você ficou mais linda
E eu com o pé quebrado.

TIMBRE

Tudo pode a palavra enquanto peça,
Coisa de uso comum, quinquilharias:
Ela sempre se dá no que começa
E não se exibe toda à luz do dia.

Vive rente da noite, a desdobrar-se
A se mostrar difícil na visita:
Quanto mais dissimula o seu disfarce,
Mais se consente em figurar na escrita.

Anda sempre ao dispor – peixe sem isca,
Fóssil na prateleira etiquetado:
Certo modo de ser da forma arisca,
Certo jeito de tempo e de cuidado.

Às vezes não tem modo nem tem jeito,
Mas fia seu desejo de sentido,
Alguma dor azul dentro do peito,
O timbre de um verão desconhecido.

Reduzida à vogal, ao mais interno,
Se nutre de silêncio e de saliva:
A folha que arrancaram do caderno,
O barco de papel, mas à deriva.

Nada pode, no entanto, sem a fúria,
Sem o matiz do corpo na piscina:
A imagem só é bela se há luxúria,
Se há sugestão de sombras na cortina.

DA FIGURA

Atravessei o azul da noite para
Se inscrever num poema, mas, no fundo
Queria ver também como ficara
Sonhando com princesa um vagabundo.

Queria achar uma palavra rara
Para te dar, algum sinal profundo
Que, através de teu nome, atravessara
Todas as formas líricas do mundo.

Tentei tirar da noite alguma imagem
Que fosse apenas tua, alguma lente
Que te ampliasse dentro da linguagem,

Que te cavasse o espaço da figura
Mas nunca te mostrasse inteiramente
Nas soluções mais fáceis da leitura.

SONHEMA

É à noite que as palavras
Se recolhem ao coração,
Para não poluírem demais
Os olhos e os ouvidos
Desses eternos apaixonados
Que procuram na poesia
O que se perde e ganha
Como um pão-nosso de cada dia.

À noite elas se projetam
Nas paredes e se voltam
Para dentro dos poemas,
Como um sonhema, um termo assim,
Uma dessas coisas, meio difusas,
Um tanto aladas
E cada vez mais caladas
E cada vez mais sem fim.

Só a noite sabe organizar
Melhor o sentido das horas,
Inventando relógios que não
Existem na nossa coleção:
Um aparelho de marcar, por exemplo,
As ruas e pontos da cidade,
Onde ficaram para sempre
As nossas formas de saudade.

A noite é mesmo úmida
E fragmentada, é reticente
E tímida como alguém
Que procura um subterfúgio,
Mas sabendo que não adianta
Nada o encontrar,
Uma vez que o mundo anda agora
De pernas para o ar.

AS PORTAS DE OURO QUE SE VÃO ABRINDO

A minha vida foi sempre assim
Me fechavam uma porta
Eu abria outra
Me fechavam uma porta
Eu abria outra
Me fechavam uma porta
Eu abria outra
A minha vida foi sempre assim
Só abrindo as portas que não tem fim.

PARÓDIA

Todos os dias, minhas Flor, eu saio
Cabisbaixo e vencido, e sem futuro:
D. Quixote no site do esconjuro
Triste figura num cavalo baio.

O pior, o real, o mais escuro,
Ainda está no fundo do balaio:
O que um da sonhamos num desmaio,
O que se vai caindo de maduro.

Todos os dias, minhas flor, descubro
Que lá se foram junho, julho, outubro,
Que lá se foi o tempo e o seu rumor,

Deixando apenas, numa casa em obra,
Um resto de beleza, alguma sobra
Do que por certo se chamava amor.

VALSA TRISTE

Os teus princípios, que são precípuos
Que são modelos, que são reais:
São talvez ilhas em que dedilhas
As rendondilhas do nunca mais.

Os teus princípios são precípuos,
Fossas profundas, céus abissais,
Por onde passo buscando espaço
No descompasso do nunca mais.

Os teus princípios não são propícios
Às aventuras do mar sem cais:
Tem o seu mito, o seu infinito
E o pós-escrito do nunca mais.

Os teus princípios, próprios, precisos,
Seguem teu corpo por onde vais
Levam adiante, altissonante,
O triste itinerante do nunca mais.

Os teus princípios – edições princeps
De manuscritos originais –
Não tem leitura, tem a censura
E a conjectura do nunca mais.

Os teus princípios são os princípios
De tudo aquilo que tanto faz:
Nuvem de fogo, carta de jogo
No desafogo do nunca mais.

ESTUDO

Ao meu apelo nada falta,
Bem mesmo a capela da Baixa,
Tudo se quer ali e tudo
Descobre a forma abandonada.

Quase estrangulo a eternidade
Que me recita a cada instante
O que se perde no profundo
De sua essência e superfície.

O que não vejo é que domina
A cor mais lúcida e submissa:
A combativa, a que viaja
E não te encontra – rua, estátua.

Perfil de escultura, começo
Do que me esgota e determina:
Desejo agudo de encontrar-te,
Esperança sem paciência,

Pedra, ardósia, madeira, zinco
E mais o branco do papel,
Tudo o que te propõe exata
No teu devaneio e contorno.

No fundo o tempo está detido
Na sua bruma e movimento:
Piso, sótão, bosque, penumbra
Recinto escuro e claridade,

Tudo, tudo e até o longínquo
Mais uma vez se faz contíguo:
Forma de cama e de relógio
Na sombra inquieta da aroeira.

Mas algo se abre a contrapelo
No seu casulo de silencio:
Franja de luz, ternura extrema
Que borda a letra do poema.

IMPROVISO

De gênero só sei do alimentício,
Dos de primeira e vã necessidade,
Dos que tem em si mesmo o seu inicio
E sua própria lei e realidade.

Dos literários se como uma grade
Entre a imaginação e o precipício,
Uma coisa sem forma e densidade,
Nascimento de imagens ex-officio.

Sou lírico nas horas mais confusas,
Sou épico na luz e muita treva
E trágico sem sê-lo, na ironia

Do meu jeito de andar beijando as musas
Nesta facilidade que me leva
A ser um distante na poesia.

SE...

Se meu soneto fosse tempestade,
Se cada verso dele um pé-de-vento,
Se sua forma-fixa, seu acento
Enchessem de relâmpago a cidade;

Se granizo as palavras, num momento,
E se fosse trovão sua unidade,
E se chuva seu ritmo e novidade,
Se raio, seu perfil e andamentos;

Se meu soneto fosse uma enxurrada
De imagens, um caudal intempestivo,
Algo do fim do mundo e seus sinais,

Quem sabe se o dilúvio fosse nada
E o soneto um arco-íris incoativo
Sobre o mar das consoantes e vogais.

GILBERTO MENDONÇA TELES - O poeta, advogado e professor universitário de Teoria da Literatura e Literatura Brasileira, Gilberto Mendonça Teles, é formado em Letras Neolatinas na Faculdade de Filosofia da Universidade de Goiás e, também, bacharel em Direito na mesma universidade. Defendeu a tese de doutorado em Letras, Drummond: A Estilística da Repetição, publicada em 1970 (Ed. J. Olympio), na PUC/RS. Publicou seu primeiro livro de poesia, Alvorada, em 1955 e sua obra poética ainda inclui os livros Arte de Armar (1977), Nominais (1993) e & Cone de Sombras (1995), entre outros. Já recebeu diversos prêmios literários e teve reunida toda sua obra poética no volume Hora Aberta – Poemas Reunidos. Veja a entrevista dele no Guia de Poesia e alguns dos poemas eróticos do livro Hora Aberta.

FONTE:
TELES, Gilberto Mendonça. Hora aberta: poemas reunidos. Petrópolis: Vozes, 2002.

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