sexta-feira, maio 29, 2009

O TRÂMITE DA SOLIDÃO



Imagem: foto de Penedo, enviada por mail por Lauro Farias Junior.

BOA NOITE, PENEDO
(Ou na beira do São Francisco)

Luiz Alberto Machado


Aqui estou, Velho Chico
O sol nos olhos de janeiro
E a rua espia a calma das pessoas no seu lar

Aqui estou, menino grande
E que o telefone saiba que eu existo neste quarteirão de mundo

A esperar que a cerveja anime uma emoção que valha o filme da televisão

A esperar que o cinzeiro não esborre a quietude de bulir no coração

Aqui estou, Velho Chico
E o sol
Meus companheiros nesse crepúsculo tão maravilhoso
Julgava saber tudo até presenciar escunas burilando meu sangue e eu pudesse dizer ao mundo o quanto é lindo poder viver aqui, neste lugar, nesse recanto de mundo, nessa margem do tempo

A quinta-feira já se despede
Dizendo ao mundo que a vida prossegue amanhã
E amanhã de manhã estarás aí, Velho Chico
E o sol nos saudará para que incautos nos possam ver tão mágicos quanto lúcidos na vida
E
Se o sol morre agora lá na serra
Ele nasce noutra pradaria
E nós, na escuridão da noite,
Nos despedimos como se fosse a última vez

Pois é, Velho Chico, tua serenidade me seduz pro amor
Acaso possa eu ser capaz de tal iniciação
Na minha teimosia de viver

Se eu sei, quem saberá?
Prá quê saber das coisas
Dos seres
Das gias mais confusas dos pedantes?

Na verdade eu sequer sei
Como também não sabes
Nem o vórtice da ciência
Nem o douto julgador

Pois é, meu velho amigo,
Dessas horas diminutas
Tão miúdas, tão presentes
Nem sequer sabemos da poesia tão pobre, tão pura
Mera versificação duma louca vontade de dizer até o fim o que a própria deidade mais profana poderia dizer

Dizer do quê?
Prá quê dizer?
A boca fala do que está cheio o coração em possessão de segundos minutos horas

E eu digo que
Há dias meses anos décadas séculos
Quanta sede
Quanta explosão de sentimentos tão vulneráveis
Tão superficiais
Tão fingidos do que deveras sente
A quem é só coração numa noite já sem crepúsculo já sem sol sem noite sem nada

Verdadeira catarse do próprio José sem ter para onde ir não chegou a lugar nenhum
Oh! que eu nem sei nem ousaria saber

Salve nós molambos cegos retraços soltos sujos nojentos bagaços trapos inermes
E a infinitude imensa do glutão que abocanharia até plutão! Oh! não!

Ah! Só a ti, Velho Chico, a minha segunda catarse

Agora sexta-feira mais íngreme que qualquer outra
Mais lúcida que a overdose da criação no estigma do trejeito poético e no anátema das cinzas
A quem o ser não é mais que reduzido a pó
Barro que é alma
Alma que é sonho
Sonho que é nada
Nada é o que me faz dizer asneiras loucas
Próximas do sábio doido que não existe
E é infante sem saber de si
Sem saber do longe
Sem saber do perto
Sem saber de ontem ou anteontem
Sem saber amanhã de manhã
Que calendário mais hostil prá quem não sabe da desvairada transcendência do triz
Do cis
Do pró do pré do pós do mú de escorpião
Do leirão e da pedra de mó
Do dó da canção
Meu sermão
Sem refrão
Sem praia
Sem raiz
Prá laia mais luzente no sol poente de Alagoas
As loas
As coisas boas do Pernambuco
Lavor tão louco do kabuki
Do trabuco que o homem do canavial carrega nas faces queimadas da safra
E espinafra o suor insone de quem pende o outro lado da corda
Da banda
Do Chico Buarque de Hollanda
Polindo o verniz prá gente
Fiéis mais descrentes
Da fé mais desvalida
Do que me diga de Fridda
Ou de Florbela Espanca
Ou da mais singular carranca de Caruaru

Já estou nu, Velho Chico
Nem mesmo rei mais despido
No cós no vestido
Partido no meio
O veio que dá para o mar
Sabe da sua nudez

Não há mais cabeça prá imaginar o possível
No mais contrário factível de se encontrar

Há e por haver imaginação
Ou loucura
Teor maior da emanação
Desvão tresloucado do lado do não

Meu velho amigo Chico
Estou na rua
Alma nua
Transparente
O que dizer se mente
Se ela só sabe lembrar
O que dói ou o que alegra
Refrega dum labirinto
Brinco da loucura
E a voz mais pura
Solfeja o que é amar

Boa noite, Penedo, vou prá Maceió
Onde o vento canta ao meu ouvido em dó menor

Vou para Maceió descer para Recife
E se o que eu disse foi despudor
Maior o calor de sentir
A emoção do verdadeiro amor




Veja mais:
O TRÂMITE DA SOLIDÃO
RECREÇAÕES BRINCARTE
ARTIGOS DE PESQUISA

quinta-feira, maio 28, 2009

NISE DA SILVEIRA & TATARITARITATÁ!!!



OFICINA DE POESIA - Oficina de Poesia Com Marcelo Tápia Dias 30 de maio e 06, 13 e 20 de junho. Das 15 às 17 horas Em quatro encontros semanais, o poeta Marcelo Tápia apresentará fundamentos teóricos da linguagem poética e discutirá poemas dos próprios alunos, criados a partir de exercícios propostos. Casa das Rosas Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura Av. Paulista, 37 - Bela Vista CEP.: 01311-902 - São Paulo – Brasil (11) 3285.6986 / 3288.9447 www.poiesis.org.br

CURSOS - 30 de maio de 2009 SEGREDOS PARA DESPERTAR A SUA CRIATIVIDADE - Descubra o Escritor que existe dentro de Você Na maior parte das pessoas, a capacidade criativa existe, mas está “adormecida”, podendo ser mais ou menos desenvolvida. Descubra os segredos e desperte o escritor que existe dentro de você. Realize este sonho, através de técnicas simples e acessíveis para descobrir e explorar seu potencial criativo. Dia: 30 de maio de 2009 Horário: das 9h às 16h 1 hora de intervalo Carga horária: 6 horas 20 vagas Valor único: R$ 130,00. Sala de aulas: Rua Mourato Coelho, 393 - conjunto 1 (esquina com Teodoro Sampaio) Bairro de Pinheiros, São Paulo, SP - Telefone: (11) 3034-2981 Estacionamento em frente no Pão de Açucar. Docente: Armando Alexandre dos Santos - Escritor e jornalista profissional, autor de 29 livros,alguns dos quais bet-sellers, e de 30 traduções ou adaptações de livros estrangeiros. Seus livros já venderam mais de 1,2 milhão de exemplares. Trabalha há 15 anos numa editora de médio porte, como responsável editorial e crítico de originais. Presta serviços como ghost writer (escritor- fantasma) e tradutor autônomo. 06 de junh o de 2009 Revisão e Preparação de Textos: trabalhando a Nova Ortografia Trabalhar a revisão e preparação de textos, tendo em vista o mercado da edição de livros e publicações periódicas, sob as novas normas ortográficas e noções básicas da atividade do revisor / preparador. Público-alvo - Revisores, preparadores, editores, assistentes editoriais, redatores, jornalistas, publicitários, estudantes e demais interessados. Conteúdo - requisitos de uma boa preparação em todos os aspectos / glossário da linguagem editorial / estudo das principais mudanças nas regras de acentuação e ortografia. Objetivos - Revisão e preparação de texto, tendo em vista o mercado da edição de livros e das publicações periódicas. Fornecer os instrumentos para a aplicação e adaptação às novas normas ortográficas. Data: 06 de junho de 2009 (sábado) Horário: 9 às 16h - Carga Horária : 6 horas 1 hora de intervalo Vagas: 30 Valor: R$ 130,00 Sala de aulas: Rua Mourato Coelho, 393 - conjunto 1 (esquina com Teodoro Sampaio) Bairro de Pinheiros, São Paulo, SP - Telefone: (11) 3034-2981 Estacionamento em frente no Pão de Açucar. Docente: Ana Cristina Mendes Perfetti - Formada pela USP é professora, revisora e preparadora atuante no mercado editorial, há mais de 10 anos, nas Editoras Scipione, Ática, Casa Amarela, Scortecci, Nobel, Ediouro, entre outras. Escola do Escritor escoladoescritor@escoladoescritor.com.br www.escoladoescritor.com.br Telefone: (11) 3034-2981



Veja mais:
GUIA DE POESIA

ARTE NA PRAÇA & TATARITARITATÁ!!!



ARTE NA PRAÇA - Arte na Praça - 4ª edição com Ivald Granato e José Roberto Aguilar dia 30 sabado 14 H Jornal da Praça & O Autor na Praça apresentam Arte na Praça - 4ª edição com Ivald Granato & José Roberto Aguilar Para celebrar a arte e, também, a memória do fotógrafo Eduardo Barrox, o Arte na Praça, dia 30 de maio, a partir das 14h, apresenta os performáticos Ivald Granato e José Roberto Aguilar, no Espaço Plínio Marcos, tenda na Feira de Artes da Benedito Calixto. Criado para proporcionar, em São Paulo, mais um espaço para artistas visuais, o Arte na Praça retoma suas atividades e, aproveita a oportunidade, para homenagear o fotógrafo, idealizador do projeto e editor do Jornal da Praça, Eduardo Barrox. Com apenas três edições, o Arte na Praça teve início ano passado, em abril, com Ivald Granato em, junho, com o artista do graffiti e muralista, Eduardo Kobra e, em julho, com José Roberto Aguilar numa participação poética de Roberto Piva. As atividades foram interrompidas por conta da doença e morte, em fevereiro de 2009, de Barrox. Iniciativa do Jornal da Praça, standard mensal, criado há sete anos, também por Eduardo, e em parceria com O Autor na Praça, o projeto Arte na Praça tem como objetivo retomar os happenings e proporcionar experiências de convivência entre público e artista em tempo real. A atual editora do Jornal da Praça e coordenadora do Arte na Praça, jornalista Cristina Livramento “Camaleoa”, conta que ver o artista em movimento e o desenrolar de sua obra bem à sua frente é uma experiência e tanto. "É uma oportunidade única de conhecer como se dá a arte de verdade e desmistificar, também, todo um conceito". Nessa edição de retomada do Arte na Praça, Ivald Granato e José Roberto Aguilar farão uma interferência sobre foto feita por Barrox. "Na verdade a idéia inicial era usar a tela em branco, mas foi Granato que, quando soube da homenagem, sugeriu que fosse feito a arte direta sobre uma foto dele". O trabalho foi escolhido por Cristina, também companheira de Eduardo, entre várias fotografias ao longo de sua carreira. "Eduardo trabalhou como fotógrafo profissional desde a década de 70, em revistas masculinas, com moda e publicidade e lecionou na, década de 80, na Escola Panamericana de Arte. Dizia que 'enquanto escritor podia ser um bom fotógrafo'. Na ocasião acontece o lançamento do número 68 do Jornal da Praça e tarde de autógrafos de Granato com o livro Ivald Granato Art-Performance 1968-1978 e Art-Performance 1978-2008 e Aguilar com os livros Tantra Coisa, Hércules Pastiche e a Revolução Francesa de Aguilar, além do Cd Aguilar e a Banda Performática. Haverá leitura de textos por convidados. Tudo pode ser esperado para essa edição do Arte na Praça. Na primeira, com Granato, vários artistas, como Chico César e Lenira Rengel, marcaram presença e acabaram por serem integrados ao happening. Dessa vez não deve ser diferente. Com esses dois performáticos, Granato e Aguilar juntos, tudo é possível. Serviço: Arte na Praça – 4ª edição com Ivald Granato e José Roberto Aguilar. Espaço Plínio Marcos – Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto – Pinheiros Dia 30 de maio de 2009, sábado, a partir das 14h. Informações: Jornal da Praça / Arte na Praça http://plazajornal.blogspot.com - plazajornal@gmail.com - (11) 3083-7788 e (11) 7499-4299 Edson Lima / O Autor na Praça edsonlima@oautornapraca.com.br - (11) 9586-5577 Realização: Jornal da Praça & AAPBC

SIMPOESIA - II Simpósio de Poesia Contemporânea - Experiência literária de quatro dias que reunirá vozes das mais relevantes da poesia e da crítica literária internacional, além de uma feira de editoras independentes de poesia do Brasil e Argentina promovida pela revista Grumo. Um encontro que envolve a troca de idéias, a exposição da diversidade intelectual e o intercâmbio artístico e cultural entre diversas expressões da poesia contemporânea. Curadoria: Virna Teixeira PROGRAMAÇÃO: 04 DE JUNHO 19:30h - Apresentação e abertura do evento 20h - Recital com Horácio Costa, Maria Esther Maciel, Micheliny Verunsck, Alfredo Fressia, Virna Teixeira 21h - Show: Polivox, com Rodrigo Garcia Lopes Local: Casa das Rosas 05 DE JUNHO 19:30h - Debate: Editoras Independentes de Poesia Com: Gustavo López, Virna Teixeira e Vanderley Mendonça. Mediação: Paloma Vidal 21h - Recital: Rodolfo Hasler, Rodrigo de Haro, Efrain Rodrigues Santana, Luís Serguilha, Victor Sosa. Após o recital haverá o lançamento da revista Grumo. Local: Instituto Cervantes 06 DE JUNHO COLÓQUIO – POETAS DE LÍNGUA INGLESA 14:30h - Debate: Brazilian poetry in translation. Com Steven Buttermann, Stefan Tobler, Flávia Rocha e Rodrigo Garcia Lopes. 16h - Palestra: Language poetry Professor William Alegrezza 17h - Palestra-Editing Contemporary Poetry – Litmus Press Experience Com E.Tracy Grinnell e Julian Brodanski 18h - Recital- Poetry reading Com William Allegrezza, Tracy Grinnell, Julian Brodanski e Stefan Tobler. Stefan Tobler lerá traduções para o inglês do poeta Antônio Moura. Os demais poetas serão traduzidos para o português por Virna Teixeira. 19h - Poesia: palavra impacto. Palestra com Frederico Barbosa 20h - Recital: Sérgio Medeiros, Carlos Augusto Lima, Marco Vasques, Silvia Iglesias, Tatiana Fraga, Marcelo Tápia. 21h - Show: grupo de jazz Patavinas Local: Casa das Rosas 07 DE JUNHO 16h - Debate: Poesia, Sadomasoquismo e Diversidade Sexual. Com: Steven Buttermann, Antônio Vicente Pietroforte e Glauco Mattoso. Mediação: Contador Borges 17h30 - Debate-Poesia e Fronteiras geográficas Com Silvia Iglesias, Carlos Augusto Lima e Marco Vasques Mediação: Edson Cruz 19h - Recital: Edson Cruz, Contador Borges, Andréa Catrópa, Luis Roberto Guedes, Donny Correia, Antônio Vicente Pietroforte, Greta Benitez. Local: Casa das Rosas Convidados Internacionais: Alfredo Fressia (Uruguai) Efraín Rodríguez Santana (Cuba) Julian Brodanski (EUA) Luís Serguilha (Portugal) Gustavo López (Argentina) Rodolfo Hasler (Espanha) Silvia Iglesias (Argentina) Stefan Tobler (Inglaterra) Steven Butterman (EUA) Tracy Grinnell (EUA) Victor Sosa (México) William Alegrezza (EUA) Convidados brasileiros: Andréa Catrópa Antônio Vicente Pietroforte Carlos Augusto Lima Contador Borges Donny Correia Edson Cruz Flávia Rocha Frederico Barbosa Glauco Mattoso Greta Benitez Horácio Costa Luís Roberto Guedes Marcelo Tápia Marco Vasques Maria Esther Maciel Micheliny Verunschk Paloma Vidal Sérgio Medeiros Rodrigo Garcia Lopes Rodrigo de Haro Tatiana Fraga Virna Teixeira SITE DO EVENTO: WWW.SIMPOESIA.WORDPRESS.COM SERVIÇO Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura Av. Paulista, 37 - Bela Vista F: (11) 3285-6986 contato.cr@poiesis.org.br & www.casadasrosas-sp.org.br Estacionamento conveniado Patropi: Al. Santos, 74 Instituto Cervantes Av. Paulista, 2439 / 7º Bela Vista - São Paulo 01311-300 - SP Tel.: 55 11 3897 96 00 Fax.: 55 11 3064 22 03 informasao@cervantes.es

VI RUCKER VIEIRA - Os interessados em participar da VI edição do concurso de Roteiros Rucker Vieira, promovido pela Fundação Joaquim Nabuco, que tem sede em Recife (PE), já podem fazer suas inscrições, a partir de 1 de junho. A iniciativa, voltada para realizadores do Nordeste, irá selecionar dois projetos que receberão um prêmio no valor de 40 mil reais cada, mais a concessão de serviços técnicos para a realização dos documentários. Os curtas-metragens em digital contam com temática livre e devem ter duração entre 15 e 26 minutos. Os trabalhos serão exibidos pela TV Brasil em rede nacional. O prazo de inscrição encerra dia 30 de junho e os projetos podem ser entregues pessoalmente ou enviados pelos correios, via sedex, no período de 1 a 30 de junho à Massangana Multimídia Produções (MMP), Rua Henrique Dias, 609, Bairro do Derby , Recife. CEP: 50.010-100. O regulamento e a ficha de inscrição podem ser acessados pela página da Fundação: http://www.fundaj.gov.br/ . Mais informações: (81) 3073-6710.

QUINTA POÉTICA – Mensalmente, a Casa das Rosas abre suas portas para a Quinta Poética, um grande encontro dos amantes da boa poesia, com a presença de poetas convidados e de um jovem poeta, que tem a oportunidade de apresentar seu trabalho. Grandes nomes da poesia, como Álvaro Alves de Faria, Beth Brait Alvim, Carlos Felipe Moisés, Celso de Alencar, Contador Borges, Eunice Arruda, Floriano Martins, Francisco Moura Campos, Hamilton Faria, Helena Armond, José Geraldo Neres, Lelia Maria Romero, Raimundo Gadelha, Raquel Naveira, Renata Pallottini, Renato Gonda, entre outros, já estiveram presentes nesses encontros, que são promovidos pela Escrituras Editora e a Casa das Rosas. Com os poetas convidados Edmir Carvalho, Osvaldo Rodrigues, Raimundo Gadelha, Whisner Fraga e o poeta e músico Henrique Krispim, como convidado especial. Quinta-feira, 28 de maio de 2009 a partir das 19h Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos Av. Paulista, 37 - São Paulo/SP Próximo ao metrô Brigadeiro. Convênio com o estacionamento Patropi - Alameda Santos, 74 Informações: (11) 5904-4499 Próxima QUINTA POÉTICA: 25 de junho de 2009, quinta-feira, às 19h, na CASA DAS ROSAS (anfitriã: Beth Brait Alvim). Edmir Carvalho Bezerra nasceu em Monte Alegre, no estado do Pará, e vive atualmente na capital paraense, Belém. É professor de línguas e literatura. Escreve poemas, crônicas e contos e já publicou o livro totalmente dependente "DIZERUDITO - poemas". Tem dois livros a serem publicados: “Águas e anoitecimentos” e “Festa no trapiche – contos”. É organizador do site www.veropoema.net Osvaldo Rodrigues nasceu em Apucarana (Paraná) e vive em São Paulo desde 1960. Graduou-se em Tecnologia Mecânica pela FATEC-SP. Aos 20 anos teve seus primeiros poemas publicados na “1ª Coletânea de Poesias Inéditas” Ed. Grafik. Livros publicados: “Vôo Singular” (poesia, Ed. Autor-1979), “Mascando Esperanças com Dentes de Vidro” (poesia, Ed. Autor-1983) e “Fôlego”, poesia, Ed. Autor-1985. Livros a publicar: “Porque não dois em um”, romance de ficção. Raimundo Gadelha é poeta e fotógrafo, formado em Publicidade e em Jornalismo pela Universidade Federal da Pará, com especialização na Universidade de Sophia, em Tóquio, Japão, onde residiu por três anos, depois de ter estudado em Nova York. Sua obra percorre o romance, o conto e a poesia (geralmente associada à Fotografia), tendo 15 livros publicados, entre eles Vida útil do tempo (poesia, 2004) e Em algum lugar do horizonte (romance, 2000), editado na Grécia e no México. Trabalhou durante três anos como editor da Aliança Cultural Brasil-Japão e, em 1994, fundou a Escrituras Editora, que coordena até hoje. Em 2007, assumiu a direção da Arte Paubrasil, reconhecida livraria virtual brasileira, que agora investe também em sua linha editorial. Whisner Fraga nasceu em Ituiutaba, no interior mineiro, em 1971. É engenheiro e escritor. Participou de inúmeras antologias literárias, frutos de premiações em concursos literários. Escreveu resenhas para importantes veículos de comunicação, como Jornal do Brasil e Estado de Minas. Tem 6 livros publicados, entre eles "Abismo poente", lançado recentemente pela Editora Ficções. Henrique Krispim é músico, compositor, poeta e atua no Grande ABC há mais de 8 anos. Participa do Clube Caiubi de Compositores, tendo se apresentado nos Festivais Internacionais da Canção em São Paulo. Recebeu o Prêmio Cantores de Andrade e menção honrosa no Mapa Cultural Paulista em 2005 e 2006, nas categorias de Canto Coral, como regente e defendendo suas canções. Coordena o Grupo Pierrot Não é Palhaço e está produzindo o CD de seu trabalho solo intitulado o Livro de Krisna, Cristo e Dionísio, que traz parcerias com compositores e poetas da região, como José Geraldo Neres e Cláudio Willer. Info: Escrituras Editora Rua Maestro Callia, 123 - Vila Mariana 04012-100 - São Paulo - SP – Brasil Novo telefone: (11) 5904-4499 (Pabx) Visite o site: www.escrituras.com.br

ARTIMANHAS POÉTICAS – O festival literário Artimanhas Poéticas será realizado nos dias 12 e 13 de junho, no Real Gabinete Português de Leitura no Rio de Janeiro, com curadoria do poeta Claudio Daniel. O evento, que contará com a participação de críticos literários, poetas jovens e consagrados e editores de revistas, incluirá palestras, debates, recitais, lançamentos, performances musicais e de poesia sonora. Dia 12 de junho, sexta-feira: 14h PALESTRA A crítica literária reflete a criação poética contemporânea? Com Luiz Costa Lima 16h DEBATE As revistas literárias definem o momento literário? Claudio Daniel, André Vallias, Márcio-André, Sérgio Cohn LANÇAMENTOS revistas Confraria, Errática e Zunái 18h RECITAL Virna Teixeira, Camila Vardarac, Leonardo Gandolfi, Lígia Dabul, Luiz Roberto Guedes, Luís Serguilha, Rodrigo de Souza Leão, Izabela Leal. Dia 13 de junho, sábado: 14h DEBATE Como está a poesia brasileira hoje? Com Claudio Daniel e Paulo Henriques Britto 15h LANÇAMENTOS de livros de poesia (títulos do selo Arqueria, da Lumme, Azougue e de outras editoras.) 16h RECITAL Claudio Daniel, Diana de Hollanda, Thiago Ponce de Moraes, Gabriela Marcondes, Ismar Tirelli, Pablo Araújo, Victor Paes, Ronaldo Ferrito 17h SHOW de Tavinho Paes e Arnaldo Brandão 17h30 MOSTRA de videopoesia de Gabriela Marcondes 18h PERFORMANCE poético-polifônica para voz, violino e processamento eletrônico, com Márcio-André 19h PALESTRA de Richard Price, com participação de Virna Teixeira Local: Real Gabinete Português de Leitura, rua Luís de Camões, 30 Centro - Rio de Janeiro – RJ



Veja mais:
GUIA DE POESIA
NITOLINO & O MEIO AMBIENTE
ARTIGOS DE PESQUISA

segunda-feira, maio 25, 2009

ZINE BRASIL, CARLITO LIMA & TATARITARITATÁ!!!!!



ZINE BRASIL – É o excelente site/blog mantido há quatro anos pela roteirista pernambucana Michelle Ramos Barbosa, que atua na publicação e divulgação do quadrinhos brasileiro, seus artistas, heróis e universo independente que se tornou uma referência de vitrine das Hq's Nacionais. O site/blog disponibiliza entrevistas, biografias, coluna, artigos, hq’s, noticia e resenhas; Resumindo, 100% Quadrinho Brasileiro! O site/blog já foi indicado duas vezes ao Prêmio HQ Mix (2006 e 2008); e ao Prêmio Angelo Agostini, na categoria Jayme Cortez (2008). Para conhecer é só acessar: http://zinebrasil.wordpress.com/

CARLITO LIMA: CARINHO SÓ DE MULÉ, CAPITÁ SÓ MACEIÓ – Será lançado no próximo dia 28 de maio, às 18hs, na Nossa Livraria, o livro Carinho só de mulé, capitá só Maceió”, do escritor alagoano Carlito Lima. Local: Nossa Livraria, Rua Moreira e Silva 430 Farol- Maceió – Em frente à EMBRATEL 18:00 horas: início dos autógrafos 19:30 horas: Palestra, Maceió nos anos 60/70, vida, política e boemia da cidade.De Jaraguá ao Mossoró, por Carlito Lima. O autor é ex-capitão do Exército, ex-prefeito de Barra de S. Miguel (Al), engenheiro, ambientalista, descobriu seu talento de escritor só aos 61 anos quando em 2001. Por insistência de amigos, foi editado seu primeiro livro de memórias, testemunho sóbrio, meticuloso, forte, sincero, humano e bem humorado: “CONFISSÕES DE UM CAPITÃO”. Destemido depoimento de um oficial do Exército com enfoque especial sobre 1964. Carlito Lima servia na 2ª Cia de Guardas no Recife, teve convivência com presos políticos como Arraes, Julião, Paulo Freire, Pelópidas Silveira, Gregório Bezerra entre outros. A partir daí, escreve há cinco anos uma coluna semanal, HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA, em vários jornais com histórias bem humoradas da vida real. Em 2005 começou a editar a revista eletrônica semanal ESPIA na Internet com opiniões, dicas, notícias e muito bom humor, enviada por e-mail e fazendo sucesso nas páginas virtuais. Confira a entrevista concedida pelo escritor Carlito Lima acessando: http://varejosortido.blogspot.com/2008/11/entrevista-carlito-lima.html E mais acessando: http://www.carlitolima.com.br/

SILVEIRA JUNIOR & MEMÓRIAS DE UM MENINO POBRE – A Editora Hemisfério Sul Ltda. Comunica que acaba de ser publicado e já se encontra nas melhores casas do ramo a quinta edição do romance Memórias de um menino pobre, de autoria do escritor Silveira Júnior. O livro veio a público a primeira vez em 1978, e é a primeira vez que é editado pela Editora Hemisfério Sul. Com apresentação e prefácio do próprio autor e orelha da escritora Urda Alice Klueger, ainda traz desenhos, fotografias, pautas musicais e interessante “nota” organizada pelos netos de Silveira Júnior. SOBRE O AUTOR: Falecido em 1992, Silveira Júnior foi um menino pobre oriundo do interior agrícola de Santa Catarina, de uma região muito humilde e desassistida. Perdeu o pai quando pequeno e teve uma infância dura e penosa, onde relampejam alguns faiscantes brilhos, como a escola do Professor Cantalício e poucos mas importantes livros clássicos da literatura brasileira e mundial. O “menino pobre” dessas memórias vai ressurgir, na vida adulta, como importante intelectual que vai se destacar na vida pública e na literatura do Estado de Santa Catarina. Pode-se falar algumas curiosidades a tal respeito, como o fato de ele ter vindo a possuir a primeira carteira de jornalista que Santa Catarina emitiu ao longo de toda a sua história, ou como o programa de televisão de muito sucesso que manteve durante largo tempo, onde respondia e elucidava questões levantadas pelos telespectadores, ou como o fato de ter sido membro da Academia Catarinense de Letras. SOBRE O LIVRO: Memórias de um menino pobre é um daqueles livros inesquecíveis, um clássico da língua portuguesa. Numa linguagem que é pura ternura, Silveira Júnior trouxe para sua vida adulta os medos, as alegrias, os divertimentos, os frêmitos, os mistérios, e tantas outras facetas dos seus tempos de criança, de uma forma que só vivência de profundas raízes podem ter deixado numa pessoa que viria a se tornar exponencial no Estado de Santa Catarina. Numa singeleza que até faz doer o peito, de tão linda, o autor nos traz, ressuscitadas, a simplicidade e a poesia da vida no interior do Brasil nas décadas de 1920/1930. O livro começa com as mais antigas lembranças do “menino pobre”, e termina no momento em que ele deixa as terras de lavoura onde se cria, para ir, já mocinho, para a “cidade grande”, única expectativa de futuro para quem cresceu numa zona rural tão pouco fértil e dessasistida como aquela de Rio Branco, lugarejo que hoje se chama município de Guaramirim. O livro tem 220 páginas e custará 30,00 reais o exemplar. ISBN 978 -85-86857-32-4 – Editora Hemisfério Sul Ltda. – Blumenau – SC. CONTATOS hemisferiosul@san.psi.br urda@flynet.com.br Fones: 47 – 3035 3181 – à tarde 47 – 9158 8418 – c/ Sandra

ROSANI ABOU ADAL – Rosani Abou Adal, escritora, jornalista, publicitária, editora do jornal Linguagem Viva, 2ª vice-presidente do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo, será a poeta homenageada no sarau do Sopa de Letrinhas, no dia 29 de maio, sexta-feira, a partir das 21:30 horas, no Villaggio Café, Rua Teodoro Sampaio, 1229, em Pinheiros, São Paulo. O Sarau Sopa de Letrinhas, que acontece sempre na última sexta-feira do mês, é coordenado pelo compositor, músico, poeta e agitador cultural Vlado Lima. http://clubecaiubi.ning.com/profile/sopadeletrinhas Rosani Abou Adal, membro da Academia de Letras de Campos do Jordão e da União Brasileira de Escritores, tem poemas traduzidos para o francês por Jean Paul Mestas e para o italiano por Renzo Mazzone. Foi agraciada com o Prêmio Ribeiro Couto - UBE/RJ, com o livro De Corpo e Verde e com o Mulheres do Mercado, da Prefeitura do Município de São Paulo, entre outros. A editora jornal literário Linguagem Viva é autora dos livros de poemas Mensagens do Momento, De Corpo e Verde e Catedral do Silêncio. Participou de antologias no Brasil, França e Portugal. http://clubecaiubi.ning.com/profile/RosaniAbouAdal & www.linguagemviva.com.br/rosani

CONCURSO INTERNACIONAL LITERÁRIO DE POESIA promovido pela aBrace Editora e o Movimento Cultural aBrace, com tema livre e objetivando promover a atividade literária e o idioma português, bem como valorizar a criatividade e integrar poetas dos países de língua portuguesa. Confira regulamento em www.lyr.myblog.com.br

Veja mais:
VIII SEMANA DE HISTÓRIA DA UFAL
NITOLINO & O MEIO AMBIENTE
ARTIGOS DE PESQUISA

sexta-feira, maio 22, 2009

O TRAMITE DA SOLIDÃO



Imagem: foto de Derinha Rocha.


ENDECHA


Luiz Alberto Machado



O sax soava no quintal, reluzia na tarde mansa.

O mundo ouvia o silêncio do passado: o Brasil tricampeão mundial de futebol e a dor do nunca mais

A tarde calma no solo do sax
Com a tez grisalha da música
Horas de emoções a fio

Ao redor da minha solidão a preta gorda vinha buscá-lo pro jantar

O sax silenciava e eu morria na noite.

O Brasil tetracampeão de futebol e a vida do nunca mais

O sax soava no quintal com o solo de brasileirinho sob o pinheiro.

Acendia em mim um frêmito feliz.

Quem sentia falta do lar àquela hora?
O Brasil pentacampeão de futebol e eu sozinho no meio do mundo.

Toda tarde o sax soava dentro de mim.
Onde andava aquele solo?

Eu sozinho e o Brasil campeão em nada com a dor dos que choram na lama.

O cabelo em desalinho e um olhar vago por sobre o muro.

Um moleque menino de nada espantar quando adolescente irrefreável e um adulto incorrigível.

E o Brasil era imenso e não era nada para os donos de tudo.

Anoiteceu e faz frio
O sax ainda soando no quintal da memória
E nos meus sonhos o velho de pé com seus cabelos brancos
Com os acordes do coração
Que anoiteciam comigo
Enquanto o Brasil adormece ainda hoje na escuridão





Veja mais:
O TRÂMITE DA SOLIDÃO
NITOLINO & O MEIO AMBIENTE
VIII SEMANA DE HISTÓRIA DA UFAL
ARTIGOS DE PESQUISA

quinta-feira, maio 21, 2009

FEIRARTE & DICAS TATARITARITATÁ!!!



FEIRARTE – 30 anos do Massafeiralivre! VIII Encontro Cearense dos Historiadores da Educação I Encontro Cearense de Geografia da Educação Conversa MASSAFEIRALIVRE com Ednardo, Rodger Rogério e Teti Local: Teatro José de Alencar Data: 25 de maio de 2009 Horário: 20hs Audiência Publica: FEIRARTE No Ceará: Uma Homenagem Aos 30 Anos do MASSAFEIRALIVRE Requerente: Vereador Municipal de Fortaleza Ronivaldo Maia Comenda Honra ao Mérito Augusto Pontes: Homenageados: Augusto pontes, BC Neto, Manasses, Fátima Mesquita, Gentil Barreira, Cale Alencar Local: Câmara Municipal de Fortaleza Data: 26 de maio de 2009 Horário: 14h30minh Exposição: FEIRARTE No Ceará: Uma Homenagem Aos 30 Anos do MASSAFEIRALIVRE Curadoria: Augusto Pontes e Nelson Augusto Local: MIS – Museu da Imagem e do Som Avenida: Barão de Studart, 410. Data: 26 a 29 de maio de 2009 Horário: 8h às 17hs Abertura: 26 de maio 2009 às 19hs Audiência Publica: FEIRARTE No Ceará: Uma Homenagem Aos 30 Anos do MASSAFEIRALIVRE Requerente: Deputado Estadual do Ceará Prof. Artur Bruno Homenageados: Augusto Pontes, Ednardo, Rodger Rogério, Teti, Auto filho Local: Assembléia Legislativa do Ceará Data: 27 de maio de 2009. Horário: 15hs Lançamento dos Livros: No Tom da Canção Cearense do Radio e TV dos Lares e Bares na era dos Festivais Autor: Wagner Castro Terral dos Sonhos: O Cearense na Musica Popular Brasileira - Autora: Mary Pimentel Pessoal do Ceará Habitus e Campo Musical na Década de 70 - Autor: Pedro Rogério Local: Livraria Livro Técnico (Centro Cultural de Arte e Cultura Dragão do Mar) Data: 27 de maio de 2009 Horário: 20hs Exibição do Filme: Patativa Ave Poesia de: Rosemberg Cariri Exibição do Documentário: Massafeira: Festival de Amostragem de: Roberio Araújo Local: SESC SÃO LUIZ (praça do Ferreira) Data: 27 de maio de 2009 Horário: 17hs SHOW FEIRARTE No Ceará: Uma Homenagem Aos 30 Anos do MASSAFEIRALIVRE Com os Artistas: Ednardo, Rodger Rogério, Teti, Lucio Ricardo, Chico Pio, Calé Alencar, Regis e Rogério. Local: Praça do Ferreira Data: 29 de maio de 2009 Horário: 20hs INSCRIÇÕES SEMINÁRIO POLÍTICA DE SALVAGUARDA DOS DIREITOS DE ARTISTAS LOCAIS Ronaldo Agostinho Produtor Cultural (85) 8894 7717

JOSÉ GERALDO NERES & OUTROS SILÊNCIOS - Roda de conversa com o escritor José Geraldo Neres e Lançamento do livro: Outros silêncios Apresentação/Mediação pelo escritor Luiz Ruffato. O autor, Leitor, Influências e Processo criativo. Participações especiais: Rádi Oliveira (leitura). Performance: Kiusam de Oliveira (corporeidade afro-brasileira). 22 de maio de 2009, sexta-feira (gratuito) Horário: a partir das 19h Local: Biblioteca Olíria de Campos Barros Av. Sete de Setembro, 470 - Vila Conceição, Diadema – SP Informações: (11) 4055-9200. José Geraldo Neres nasceu em Garça, SP, em 1966. Poeta, ficcionista, roteirista, produtor cultural, é co-fundador do grupo Palavreiros. Integrante do Grupo Gestor & Conselho Editorial do Ponto de Cultura Laboratório de Poéticas, e responsável pela seção Outra Margem, da revista homônima. De 2005/2008, atuou como assessor literário da Secretaria de Cultura de Diadema e, mais recentemente, curador da Sala Permanente de Vídeos da 8ª Bienal Internacional do Livro do Ceará. É autor de Pássaros de papel (Projeto Dulcinéia Catadora, edição artesanal, SP, 2007) e tem textos publicados em antologias, revistas e suplementos literários no Brasil e exterior. Organizou, com Floriano Martins, a Antologia de Poetas Brasileiros (Huerga & Fierro Editores, Espanha, 2007). Recebeu diversos prêmios literários e incentivos, dentre eles: Bolsista da Fundação Biblioteca Nacional (2007/2008), Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural, Ministério da Cultura (2005), Mapa Cultural Paulista – Catálogo de Artes (2003/2004, 2005/2006, 2007/2008), Prêmio Nacional de Poesia Helena Kolody (2006, 3º lugar), Prêmio Cultural Plínio Marcos – Mostra de Artes de Diadema (2004), Concurso Nacional de Contos José Cândido de Carvalho (2004, 4º lugar). Participou ativamente de diversos eventos culturais, tais como: 1ª Bienal Internacional de Poesia de Brasília, Biblioteca Nacional de Brasília – DF (2008), 3ª Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas – Fliporto (2007), 1º Festival Internacional de Poesía, Granada, Nicarágua (2005), 5º Encuentro Internacional Literario aBrace – Uruguay (2004), 2ª Mostra de Vídeo do Município de Mauá, com o curta-metragem “A Herança” (2003), 7º Encontro Regional de Escritores de Rio Claro (2003). O livro Outros silêncios, publicado pela Escrituras Editora, recebeu o apoio do Ministério da Cultura do Brasil – Fundação Biblioteca Nacional – Coordenadoria Geral do Livro e da Leitura, e da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo – Programa de Ação Cultural – 2008 (ProAC). Info: http://www.escrituras.com.br Livro: Outros silêncios Autor: José Geraldo Neres Editora: Escrituras Gênero: Poesia/Literatura Brasileira Edição: 1ª Edição Páginas: 160 Formato: 14x21

SALÃO POÉTICO DA AABB - ocorrerá às 16h, no dia 31 de maio de 2009, no Salão Margarida, da Associação Atlética Banco do Brasil, Av. Borges de Medeiros, 829, Lagoa, Rio/RJ. Coordenação de Eurídice Hespanhol (apperjiana), Regina Gonzales, Evelyn Esteves e Marcelo Ottoni. Para inscrições ou informações os telefones são: (21) 2274-4722, Biblioteca do Clube ou (21) 9999-6497, ou email: ehm.pessoa@gmail.com.

RITMO NA CASA DAS ROSAS - Neste sábado, na Casa das Rosas, o estudo de recursos próprios da linguagem poética e, particularmente, do ritmo em poesia: Ritmo, elemento de expressão: uma visão do ensaio de Guilherme de Almeida – por Marcelo Tápia Publicado em 1926 e nunca reeditado, o texto pouco conhecido do poeta modernista traz uma abordagem peculiar do ritmo na expressão poética, que será apresentada e discutida por meio de análise dos exemplos utilizados pelo autor. Marcelo Tápia é poeta e tradutor, diretor do museu biográfico e literário Casa Guilherme de Almeida, em São Paulo. Sábado, dia 23 de maio, às 15h LOCAL: CASA DAS ROSAS – ESPAÇO HAROLDO DE CAMPOS DE POESIA E LITERATURA Av. Paulista, 37 Tels: 3285-6986 / 3288-9447 www.poiesis.org.br



VEJA MAIS:
GUIA DE POESIA
NITOLINO & O MEIO AMBIENTE
A TERRA: UMA PALESTRA SOBRE A CIDADANIA E O MEIO AMBIENTE
CANTARAU TATARITARITATÁ

quarta-feira, maio 20, 2009

BIBA & OUTRAS DICAS TATARITARITATÁ!!!


CARPE DIEM DA BIBA – Excelente blog da jornalista, professora e escritora Eulália Isabel Coelho, a Biba, que é mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e atualmente é professora titular da Universidade de Caxias do Sul. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Cinema.. Ela é autora do livro chama-se "O Imprevisto" e atuando principalmente nos seguintes temas: Cinema, Psicanálise, Semiótica. Veja o blog acessando http://bibacoelho.blogspot.com/ e também o currículo dela acessando: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4777247J6

FLINORTE - I Festival Literário Internacional do Litoral Norte de Pernambuco, que se realizará na orla marítima da cidade de Paulista, no Grande Recife, no período de 24 a 27 de setembro. O Flinorte é uma iniciativa da Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural – entidade ligada a Academia Pernambucana de Letras (APL), Academia de Letras e Artes do Nordeste (Alane), Gabinete Português de Leitura do Recife, União Brasileira de Escritores, Secção Pernambuco (UBE) e pela Casa da Imprensa – que conta com o apoio das Prefeituras Municipais do Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Itapissuma, Itamaracá, Goiana e Araçoiaba. Para maiores informações sobre o Flinorte, basta enviar e-mail para: flinortepe@gmail.com

MEMÓRIAS DA PELE - O público admirador das artes plásticas terá a oportunidade de conferir a exposição Memórias da Pele, de Plínio Palhano, no Museu do Estado. A mostra do artista pernambucano apresenta 19 telas, em couro, que propõem uma retomada às origens da pintura, a começar pela arte rupestre. A curadoria é de Raul Córdula. Local: Museu do Estado de Pernambuco (Av. Rui Barbosa, n° 960, Graças, Recife), a partir de hoje (19), até 11 de junho. Visitação: de terça à sexta (9h às 17h), sábados e domingos (14h às 17h). Apoio: Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE) e Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco.

I SALÃO DE MAIO DE ARTES PLÁSTICAS - Instalado em 08 de maio, o 'I salão de maio de Artes Plásticas', que expõe trabalhos de 63 autores na Fundação Pierre Chalita, em Maceió, permanece aberto a visitação pública no horário comercial até o dia 15 de junho. O I Salão de Maio de Artes Plásticas é uma promoção conjunta do Núcleo Alagoas da Academia do Nordeste e Fundação Pierre Chalita.

FOTOGRAFIA - Até 25 de maio, acontece a exposição de fotografias Quem Somos Nós. A mostra retrata as paisagens e cenários da cidade de Marechal Deodoro e o cotidiano da comunidade Vila Emater II. As imagens foram produzidas por 12 jovens que residem no entorno do Lixão de Maceió, a partir de oficinas de fotografia realizadas pelo Ponto de Cultura Guerreiros da Vila. A instituição é mantida pelo Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (Ceasb) As fotos estão expostas no salão principal do Museu Palácio Floriano Peixoto ( Mupa), Praça Mal. Floriano Peixoto, s/n, Centro, Maceió. Mais informações : (82) 3315-7874. Quem Somos Nós tem apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Ministério da Cultura (MinC).

ENCONTRO INÉDITO - No período de 23 e 24 de maio, acontece o I Encontro Pernambucano de Graffiteiras em Recife. A iniciativa é da Trincheira Tinta com o apoio da Secretaria Especial de Juventude e Emprego de Pernambuco, e tem como objetivo refletir, debater e incentivar a participação da Graffiteira na ocupação criativa do espaço público. O evento é organizado pelas artistas de rua e simpatizantes do graffiti feminino. O foco da atividade é para o exercício da criatividade, do intercâmbio solidário e crescimento coletivo das jovens mulheres que elegeram o graffiti como meio de expressão, de ocupação do espaço urbano e, direta ou indiretamente, desconstrução das desigualdades de gênero. O Encontro conta, ainda, com a Feira Trincheira Tinta e o Mutirão de Graffiti, além da confecção de um Fanzine. Outras informações: (81) 8669-8670 (Elaine) ou 8747-5681 (Gabi Bruce).

SOMOS O QUE FAZEMOS - Artistas plásticos sergipanos expõem suas obras até o dia 26 de maio, na Galeria de Arte Álvaro Santos (GAAS), em Aracajú. A mostra Somos o que Fazemos reune fotografias, desenhos e esculturas de 35 artistas locais, e fazem parte do acervo municipal. Todas as 45 peças da exposição foram adquiridas entre os anos de 2001 e 2009, por meio de prêmios conferidos durante as edições anuais do Salão dos Novos. A GAAS é uma unidade da Prefeitura de Aracaju mantida pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte (Funcaju). Endereço: Praça Olímpio Campos, S/N - Centro, Aracaju.


VEJA MAIS:
GUIA DE POESIA

terça-feira, maio 19, 2009

POETAS DOS PALMARES


Imagem: Foto do bairro São Francisco, Palmares – PE. Fonte. Jornal O Olho.

EURIPEDES AFONSO FERREIRA

DENTRO DA DOR E DENTRO DA TRISTEZA

Não seu porque, não sei, porém é certo,
Que ao teu doce olhar eu vivo preso
Tendo entretanto, quase que certeza
Que não me hás de amar
E fico surpreso
A me comparar
Ao pequenino pajem da balada
Que falecera cheio de afeto
Sem conquistar as graças da princesa.
E, novo pajem da balada antiga
Daquela doce cantiga
Eu vivo a te adorar
Embora não me ames.
E sendo o meu desgosto esta certeza
Vou sofrendo, sofrendo e vou ficando
Dentro da dor e dentro da tristeza.

ULTIMO VERSO

Tudo me amarga, tudo me aborrece.
Como se é infeliz quando se é triste
E quando o corpo padece,
A gente fica numa confusão,
Numa agitação
Como se tivesse a alma mergulhada
No descampado imenso....
Do nada...
Entretanto, que importa estar doente
Se o céu é muito azul, e o sol é quente.
Estas coisas assim bem reparadas
Dão alegria a gente.
Há um cheiro de vida em toda a natureza:
A lua espalha luz com tanta macieza
Como um lençol de linho,
É tão bonita a lua lá no céu
(a benção, mamãe lua).
Que importa porém, o meu sofrer profundo?
Há tanta coisa bonita no mundo!

EURIPEDES AFONSO FERREIRA – Falecido aos 32 anos de idade, o poeta teve ativa vida intelectual e esportiva em Palmares, publicando seus trabalhos no jornal “A Noticia!”. Seu trabalho foi reunida na antologia “Poetas dos Palmares”, organizada pelo poeta Juarez Correya.

FONTE:
CORREYA, Juarez (Org). Poetas dos Palmares. Recife/Palmares: FUNDARPE/Fundação Hermilo Borba Filho, , 1987.


segunda-feira, maio 18, 2009

ARLENE MIRANDA & TATARITARITATÁ!!!


ARLENE MIRANDA – a jornalista, escritora e poeta alagoana, Arlene Miranda, é autora do livro de memórias, Perfis, onde ela faz um registro da história da imprensa de Alagoas, durante os anos 50 e 90, apresentando relatos de personalidades e profissionais, além de aspectos da vida de seus amigos e companheiros de trabalho, reconstituindo todo universo de seu trabalho. Ela edita o belíssimo blog Canto da minha vida, onde ela se apresenta como: “Eu sou uma eterna sonhadora que busca na poesia uma fuga para o mundo dos sonhos, cuja força reside na paixão. A poesia é, para mim, a morada que tenho para abrigar minha ternura. Eu sou aquela apaixonada que traz n’alma pedaços do passado, buscando reencontrar almas inocentes perdidas no tempo, mas que continuam vivas nas minhas lembranças, todas envolvidas no amor que flutua em meu corpo. E que, depois, conduz à saudade que mora em meu coração e que me faz recordar. Sou aquela que ama a vida, que crê em Deus e busca encontrar o equilíbrio no carinho da família e dos amigos. Sou, enfim, alguém que procura pautar sua vida no otimismo, sem jamais deixar de exaltar o amor”. Confira acessando: http://cantodeminhalma.blogspot.com/

TANIA CASTELLIANO – Você sabe ouvir? Este é o livro da Tania Castelliano que é graduada em fonoaudiologia, mestre em lingüística pela Universidade Federal da Paraíba e presidente da Associação Amigos da Palavra/PB. Entre outros livros, ela é autora de Entenda seus conflitos e livre-se deles, Telemarketing 100%, A comunicação e suas diversas formas de expressão e É tempo de falar em público. Tânia trabalha como fonoaudióloga em oratória, comunicação, auto-estima e produção textual. Conheça mais dela acessando http://www.taniacastelliano.com.br/ & o endereço para acessar CV: http://lattes.cnpq.br/3874584512766060

POESIA NUM DEDO DE PROSA - Dia: 22 de maio Sexta-feira às 16h. Sarau lítero-musical com os poetas e editores da Revista A Cigarra, Zhô Bertholini e Jurema Barreto de Souza, acompanhados pelos músicos do Projeto In Cantaria, Carmem Sanches e Maria Carolina (voz e percussão), Joel Costa (violão) e Paulo Silva (percussão). Espaço da Biblioteca. SESC Santo André rua Tamarutaca, 302 Vila Guiomar - Santo André – SP telefone: 11 4469-1200 fax: 11 4469-1202 e-mail: email@santoandre.sescsp.org.br

XIV SALÃO POÉTICO DA AABB – O XIV Salão Poético será realizado no dia 31 de maio, a partir das 16hs. O evento contará com a participação especial do grande músico, professor e maestro, intérprete e compositor: Bira da Flauta. Apresentação poética “Os conectados” com o grupo “Novos Uivos”. Poetas convidados: Cairo Trindade e Barbara-Ella. Lançamento do livro “Fotografia de um poeta “ do poeta, designer de moda, ator e intérprete Flávio Dórea. Apresentação ao piano da pianista Dalila e vozes. Rodada poética. Coordenação: Eurídice Hespanhol, Regina Gonzales e Evelyn Esteves (grupo cumplicidade poética).

CABEÇA ATIVA - Concurso Nacional de Poesias Cabeça Ativa Tema: flores Limite: 16 linhas (versos) Classificação: os 12 selecionados, terão seus poemas publicados em um calendário poético para o ano de 2010 e receberão um exemplar sem nenhum custo. O poema não precisa ser inédito e qualquer pessoa pode participar. Inscrição: gratuita. Enviar o trabalho em 3 vias (com pseudônimo, digitado em fonte Arial 12. E em envelope anexo, colocar: pseudônimo, nome e endereço completos, e-mail e telefone). Prazo de inscrição: até dia 31 de julho de 2009 (valendo o carimbo postal) Enviar para: Cláudia Brino & Vieira Vivo Caixa Postal 156 " Centro " São Vicente " SP CEP 11.371-910

CASA DAS ROSAS - Tradução literária, quadrinhos, oficina de contos e de poesia. Conheça a programação de cursos da Casa das Rosas para os meses de maio e junho. Inscrições por apenas R$10. Mais informações: http://casadasrosas2009.mkt9.com/registra_clique.php?id=H24164106182451926 Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura Av. Paulista, 37 - Bela Vista CEP: 01311-902 São Paulo - SP Fones: (11) 3285-6986 / 3288-9447 Estacionamento conveniado Patropi: Al. Santos, 74

FEMUP - Interessados em participar do 44º FEMUP - Festival de Música e Poesia de Paranavaí e 41º Concurso Literário de Contos, a serem realizados nos dias 12, 13 e 14 de novembro de 2009, podem se inscrever até o dia 29 de agosto para pleitear prêmios de R$ 1 mil a R$ 2 mil reais nas categorias música, conto, poesia e declamação. SÃO R$ 31.750,00 DE PRÊMIOS EM DINHEIRO! Realizado em Paranavaí há 43 anos, o FEMUP, um dos festivais culturais mais tradicionais do Brasil, é uma iniciativa da Fundação Cultural de Paranavaí. O objetivo do evento é intensificar o intercâmbio artístico entre todas as regiões do País, além de descobrir e valorizar novos talentos. Para participar, o interessado precisa ser brasileiro, independente de estar no país ou não. As inscrições são gratuitas. O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis para download no site http://www.novacultura.com.br/ Mais informações em: (44) 3902-1128 ou cultura@fornet.com.br Participe e boa sorte!! Info: Amauri Martineli Diretor Cultural


VEJA MAIS:

sexta-feira, maio 15, 2009

O TRÂMITE DA SOLIDÃO


Imagem: foto de Derinha Rocha.

ABANDONO

Eu vi o poeta chorar
Numa sala exígua
Um canto remoto da casa
Voluntário eremita
De alados braços inertes
Um goleiro vencido no lance

Eu vi o seu choro
Desolada criança
Sem seu brinquedo preferido

E o seu brinquedo
É olhar nos olhos
Um calor de ternura
Cumplicidade

É sentir o coração
Falar alto
Um simples gesto

É a alegria por todos compartilhada

(os outros não têm lágrimas
em sua soez atitude)

Eu vi o seu choro
lágrimas sem dolo
lágrimas dos afeitos à guerra
em defesa do amor

Quem ama inventa o que vive

E chorando
Deixou tudo para trás

E chorando
Seu esforço é viver

Um futuro num quadro negro qualquer
Os sonhos se derretendo na solidão

O seu choro
Tangido feito necas para o chão
Em palpos de aranha

O seu choro
Pelo que fez e pelo que poderá fazer

- Uma fatia de tempo de não se lembrar

E chorava baixinho
Um punhado de gratidão

O seu suficiente conteúdo mágico
Era a revelação

E mesmo se valendo das lágrimas
Ainda canta
Para os que mal saíram do neolítico
Para os que não enxergam um palmo além do nariz

Ainda canta praqui – o lugar dos ofendidos
Dos ignorados

Eu vi o seu choro
De quem não tem farol na noite
Nem uma mão no dia
Um tinido no escuro
Um estalido no peito

Eu vi o seu choro de quem errou de veia e maldisse a sorte
Sacralizou o profano
E profanou o sagrado
Mera prece a malograr

Era um choro no seu mundo secreto que é um ermo
Um ermo onde cabem todos seus sonhos
Sonhos de tênue felicidade
Um bônus do sofrer

Eu vi o seu choro onde todo dia sua esperança
De fôlego agitado
Pra nos dizer da vida
Uma canção de chorar o sorriso pra todo mundo.

quinta-feira, maio 14, 2009

CIDA PEDROSA & OUTRAS DICAS DA SEMANA!!!


CIDA PEDROSA & AS FILHAS DE LILITH - Dia 20 de maio, em evento programado para às 19h00, na Livraria Cultura, em Recife - PE, a escritora Cida Pedrosa lançará o livro 'As filhas de Lilith', publicado pela Caliban. Cida Pedrosa é poeta e edita em parceria com Sennor Ramos a Interpoética. Publicou Restos do fim (1982); O cavaleiro da epifania (1986); Cântaro (2000) e Gume (2005). Participou de várias antologias. É uma das organizadoras da RECITATA – Concurso de Recitação do Festival Recifense de Literatura e vem se dedicando a estudar as interfaces entre a literatura, mídias e tecnologias. Foi uma das coordenadoras do Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco. Info: http://www.editoracaliban.com.br/ Veja poemas de Cida Pedrosa no Fórum do Guia de Poesia.

ÉTICA E ESTÉTICA – Ética e estética de Guilmar Silva em exposição e debate no Solar do Barão (Curitiba/PR) - A artista plástica Guilmar Silva (1942-2008), que deixou uma obra essencial na pintura paranaense e que, como funcionária da Fundação Cultural de Curitiba, exerceu importante papel como produtora cultural e incentivadora de novos artistas, receberá ampla homenagem nesta semana - 15 de maio Sexta-feira, às 18h30 Palestra de Angélica de Moraes (SP), uma das mais conhecidas críticas de arte brasileira, sobre o tema “Pintura expandida”. Local: Centro Cultural Solar do Rua Carlos Cavalcanti, 533 – Centro Curitiba/PR Maiores informações abaixo ou site da FCC – http://www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br/

ARTES PLÁSTICAS - A partir da próxima quinta-feira(14), o artista plástico sergipano Carlos Conrado abre sua exposição no Instituto Recriando. A mostra exibe trabalhos, em sua maioria, pintadas em acrílico sobre ela, onde o cotidiano e o imaginário do artista de 23 anos transita de forma explícita e às vezes subjetiva. O Centro de Artesanato está localizado na Orla de Atalaia, Aracajú. O Mirante da 13 de Junho funciona de segunda a sexta-feira, das 9 às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 9 às 15h. Outras informações: (79) 3246-5211.

POESIA - Até 31 de agosto A revista cultural Oca das Letras está lançando o I Prêmio Sepé Tiaraju de Poesia Ibero-Americana – 2009. As inscrições são gratuitas e estão abertas até 31 de agosto, por meio da página www.ocadasletras.com.br/ . O prêmio contempla poesias concebidas nas línguas portuguesa, espanhola e Guarani. Os trabalhos contemplados farão parte de uma antologia poética contendo três poemas de cada um dos 20 primeiros colocados. Também será publicado um livro do autor vencedor. Os concorrentes poderão participar com três poesias, cada uma limitada a 25 linhas de 60 caracteres. As obras inscritas deverão ser inéditas e não podem ter sido premiadas em outro concurso de poesia. Outras informações na página da revista: www.ocdasletras.com.br/ .

EMERGIR POESIA - Sarau emergir poesia Sábado 23/05/2009 Horário: a partir das 21h00min Um evento dedicado à poesia End: Bar João da viola - Rua Arpoador 401-Botafogo 1 seção/ Ribeirão das Neves. Próximo a fábrica de tubos PVC. Ônibus: Atalaia 5440 ou Jardim Primavera 5450 poesia "Emergir Poético", organizado por Isaias Faria. Info: Cássio Amaral. http://cassioamaral.blogspot.com/

CURSO DE CRIAÇÃO POÉTICA - O poeta Claudio Daniel realiza um curso de criação poética no Ateliê do Centro, localizado na rua Epitácio Pessoa, 91, próximo à estação de metrô República, em São Paulo. O curso, que acontece aos sábados, das 15 às 17h, é dividido em vários módulos, com exposições teóricas sobre Mallarmé, Valéry, Ezra Pound, Haroldo de Campos, entre outros poetas, e exercícios práticos de criação. Informações sobre o curso estão disponíveis no blog Laboratório de criação poética, na página http://labcripoe.blogspot.com/. Quem estiver interessado em participar pode enviar uma mensagem para o e-mail claudio.dan@gmail.com.

O CONTRÁRIO DO TEMPO – O excelente blog do poeta e artista visual português Fernando Aguiar traz as seguintes novidades: - POÉTICAS PARA UNHA VIDA, na VERBUM – Casa das Palabras, (Vigo, Espanha) PERCORSI DELLA SCRITTURA (Vercelli, Itália) ART MADRID 09 (Madrid, Espanha) TROPOFONIA (Belo Horizonte, Brasil ) EX!POESÍA’08 – Bienal de Poesia Experimental de Euskadi (Barakaldo, Espanha) RAMPIKE (Windsor, Canadá) ARTESERIES – Ciclo de Performance em Faro (Faro, Portugal) ESPACIO PERFORMANCE (Zamora, Espanha) MAN GALLERY – Nenad Bogdanovíc (Odzaci, Sérvia) COISAS DA LITERATURA (Goiânia, Brasil ) tudo em: http://ocontrariodotempo.blogspot.com/ Fernando Aguiar Apartado 50.253 1707-001 Lisboa PORTUGAL e-mail: fernandoaguiar@netcabo.pt & http://www.anamnese.pt/index2.php?projecto=az & http://homepage.oniduo.pt/domador_de_sonhos/faguiar_poema.html

LITERATURA PARA TODOS - III CONCURSO PÚBLICO LITERATURA PARA TODOS – O III Concurso Literatura para Todos selecionará nove obras de natureza literária para produção, publicação, divulgação e distribuição, com recursos do MEC. As seguintes modalidades poderão concorrer: Prosa (Conto, novela ou crônica) Poesia Textos da tradição oral (em prosa ou em verso) Perfil Biográfico Dramaturgia. É aberto a todos os brasileiros, natos ou naturalizados, maiores de 18 anos. Também poderão participar os naturais, maiores de 18 anos, dos países africanos de língua oficial portuguesa – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. A inscrição no Concurso se dará mediante o encaminhamento das obras literárias, mediante protocolo ou via postal, para: III Concurso Literatura para Todos, Ministério da Educação, Esplanada dos Ministérios – Bloco L – Sala 715 – CEP 70047–900 – Brasília – DF. O Ministério da Educação do Brasil divulgará os endereços de suas Embaixadas do Brasil nesses países no sitio www.mec.gov.br/secad. O prazo de inscrição e encaminhamento dos textos das obras literárias concorrentes inicia-se no dia 20 de abril de 2009 e encerra-se no dia 20 de julho de 2009. Eventuais pedidos de esclarecimento deverão ser encaminhados por intermédio do endereço eletrônico literaturaparatodos@mec.gov.br ou remetidos para o seguinte endereço: Diretoria de Políticas de Educação de Jovens e Adultos – Coordenação Geral de Formação e Leitura - Esplanada dos Ministérios – Bloco L – Sala 715 – CEP 70047-900 – Brasília – DF. Info: André Lázaro Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=680&Itemid

CONCURSO INTERNACIONAL DE LITERATURA - UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES (UBE/RJ) O prazo para as inscrições até 15 de junho de 2009. A União Brasileira de Escritores (UBE-RJ) concederá, no próximo ano, os seguintes prêmios literários para livros inéditos em 2009: Contos - PRÊMIO BERNARDO ÉLIS; Crônicas (escritas por mulheres) - PRÊMIO ALEJANDRO CABASSA; Ensaio - PRÊMIO AMELIA SPARANO; Literatura Infantil e Juvenil - PRÊMIO MONTEIRO LOBATO; Poesia - PRÊMIO PIZARRO DRUMMOND; Romance - PRÊMIO JORGE AMADO; Teatro - PRÊMIO JANETE CLAIR. Os livros concorrentes a prêmios devem ser remetidos, em separado por categoria, para o seguinte endereço: Rua Teixeira de Freitas, 5, Sala 303 - Lapa, CEP 20021-350 - Rio de Janeiro-RJ, Brasil. EDIR MEIRELLES Presidente da UBE-RJ

VEJA MAIS:
GUIA DE POESIA

terça-feira, maio 12, 2009

POETAS DO PARANÁ & ENTREVISTA COM JURACY RIBEIRO

Foto: Waters-Marsh.



JURACY RIBEIRO

SENTE SOL

poema escrito
em sua homenagem

corpo ausente
(infelizmente)
bem vivo
em minha frente
dizendo coisas
que geminiano não diz
nem morto

abra coração
e vez por todas
mamãe mandou colher
esta

VIOLENTADAS

as violetas róseas, brancas, mescladas
eram muito gentis. de tão amadas
em pequenos vasos ou mesmo no chão
floresciam na primavera, outono e verão

tratadas com carinho, cada vez mais lindas
eram tudo o que eu queria. as tristezas infindas
esquecidas por dias, meses. momentos
em que não podia haver mais tormentos

sem que esperasse vi as violetas
desbotadas, tristes, sofrendo. Choravam
em suas efêmeras existências. as auras pretas

o sol surgira subitamente no céu
enquanto as violetas indefesas se inclinavam
meus poemas floresciam em folhas de papel

COMO MANDA O FIGURINO

quando passa a ferro
prega muitas peças
na dura engrenagem
longe das boas fazendas, fora das vitrines
a vida é a máquina

agulha que espeta, sangra, dói
só dá furo no alinhavo sem arremate
perfura como metal
sem que saibamos o que a costura
há que se ter um dedal

quando seda deslizando
seguro-a firme nas mãos
se ensina a fazer rendas com amor
a vida é o bilro

se viver é ter amigos
meia palavra bast...tidor
é mesclar as tonalidades
juntar linhas num só ponto rococó
ninguém dar nó

vale a pena bordar
ser abordado

A FERRO E FOGO

cada poema que crio
arde no fogo
do fundo do quintal

ventania levando cinzas pretas
minhas fuligens, aí
e o desejo de recriar os poemas
vogal a vogal
a cada sílaba
e de novo esse desejo ardente
de atritá-los
como cabeças de fósforos
riscá-los da caixa
de surpresa

LABIRINTO

entro no poema
como no labirinto

sinto
escolho palavras
me embrenho na mata
me reflito no verso
sigo atalhos
pé na estrada
cansada
traço metas ainda
em direção
ao final

enfim
o último verso
miragem

(DES)CRENTE

Aflita
querendo ser cidadã do mundo
tonta
querendo isto, aquilo
vendo bichos em extinção
inerte
enquanto houver matança
fome e tortura no mundo
só à poesia me submeto
só a poesia me converte

ELA NÃO DESISTE

para, brisa
de me pedir
um poema

poema tem que nascer
devagarinho
não às pressas
mas com carinho
para, brisa
de me pedir
um poema
poema não é raio cortante
que nasce
num instante
logo desaparece
ele vem de mansinho
suave sopro no rosto
pássaro voltando ao ninho
você nunca esquece
o poema permanece
num beijo, brisa
para, brisa

VESTIDO DE NOITE

noite é minha amante
eu a adoro
adoro te ver na noite
vestido de seda
camisa recém comprada
flores, milhão de flores
minha poesia estampada
na tua, cara

ÚLTIMA PÁGINA

os meus olhos carmim
tão tristes e tão sérios
não entendo seus mistérios
por que chovem assim?

a chuva no meu rosto
o aperto no coração magoado
o meu choro não chorado
testemunham meu desgosto
ando farta de amargura
tristeza – nada me resta
senão a dor, que me molesta
talvez de minha desventura
minha mão já ferida
tem súbito desejo agora
de virar a página, sem demora
a página de minha vida

JURÁSSICA

quando estou naqueles dias
é brabo deixar de escrever cartas
pode ser fatal
nos meus dias jurássicos
toda pedra no caminho
é um enorme dinossauro
toda corda bamba
é uma serpente
pra me enfocar
e me devolver
ao remetente

toda lembrança
de seu beijo
é tábua
de salvação

Minha crueldade

no ritual de purificação
eu sou uma borboleta que Deus segura
pelas pontas das asas
com dois dedos
sobre a vela acesa
JURACY RIBEIRO – a poeta, arte-educadora, contadora de história, professora e terapeuta holística paranaense radicada no estado de São Paulo, Juracy Ribeiro, é autora do livro de poemas “Vidros e vidraças”, publicado em 1986. Ela tem participado de diversas antologias literárias, com seus poemas, contos e infantis, além de desenvolver um excelente trabalho que está reunido no seu blog Jura em Cy Bemol. Imperdível!!!
Além disso, Juracy Ribeiro concedeu simpaticíssima entrevista pra gente. Confira.




Foto: Dimas Cardoso.

LAM - Juracy, você é poeta, professora, arte-educadora, contadora de história, enfim, vamos logo para a pergunta de praxe, então: como e quando se deu seu encontro com a arte?

Desde muito criança, mas o estalo foi quando tive meus filhos. Conversando com o pediatra e pintor, Luís Carlos dos Santos, eu disse que escrevia poemas. Ele me pediu pra ler, me aconselhou a publicar e fez a capa do livro.

LAM - Quais as influências da infância e adolescência que contribuiram e determinaram sua formação artistica?

Quando aprendi a ler já dei de cara com a poesia e com Monteiro Lobato, como qualquer criança de minha geração. Me encantava com Cecília Meireles, Jorge de Lima, Olavo Bilac, Mário Quintana, Drummond, Mário de Andrade, nos livros didáticos. Pensava que um dia veria meu nome nos livros também (o que não aconteceu...ainda...risos...). Um fato marcante: minha mãe escreveu redação por mim, no quarto ano. Foi a melhor da escola. Uma grande empresa deu premiacão, fui muito elogiada, cumprimentada pelos gerentes, funcionários, diretores de escola, professores. Me senti um lixo e prometi a mim mesma... sempre escrever meus textos by myself...risos... e procuraria dar o meu melhor, a partir dali. Eu já adorava escrever.
Minha adolescência foi resumida em cartas, cartas, cartas. Cartas até pra ministros, presidentes, papai noel, artistas, B.J.Thomas - eu tinha esperança de me casar com ele --, professores, amigos, poetas, escritores, primos, tios, meus pais – morava junto, mas mandava cartas. Acho que mandei carta até pra Lua.





Autor da capa do livro Vidros e vidraças: pintor Luís Carlos dos Santos

LAM - Vamos começar pela poeta: você já publicou o livro "Vidros e vidraças", em 1986, e tem participado de antologias e de vários sites da internet com seus versos e textos. Fala dessa experiência do livro e como anda a poesia? É possivel fazer e falar de poesia hoje em dia?

Meu livro foi publicado em 86 e fez razoável sucesso. Pedi ao Clodovil no programa da TV Manchete, na época, blusa pro lançamento do livro. Ele me enviou o tecido, desenho, sugestão pra usar com saia jeans. Mas, muito tímida, não fiz lançamento algum. Ele mostrou o livro e dedicatória na TV dizendo: essa menina vai longe... risos...risos... (ele já se foi, eu nem cheguei ainda... risos). Escrevi poema em homenagem a ele... meu primeiro poema enviado a um concurso... primeiro lugar, passagem pro Rio de Janeiro com acompanhante. Eu tinha medo de avião, não fui receber.
A capa do livro do pediatra também fez muito sucesso, bastante criativa.
Quando publicamos nosso primeiro livro, pra baixo todo santo ajuda...risos...
O feedback de nossos textos na internet é sempre uma alegria, contatos com pessoas fora de nosso círculo de amigos, mas não busco elogios. Quero aprimorar meu trabalho.
Sempre é possível fazer poesia, e vivê-la no dia-a-dia. A vida é inviável sem poesia. Mas, não deveríamos ser tão mornos. Poetas deveriam ser mais corajosos, incisivos, como você, Luiz Alberto, que mete os peitos.

LAM - Como mencionei no começo desse nosso bate-papo, você é professora, arte educadora e contadora de história. Fala a respeito dessas suas atividades e, aproveitando, fale de que forma você vê a educação brasileira, nossas crianças e nossos jovens recebem hoje a educação que merecem? Ou ainda estamos no território da esperança na luta para tornar um país melhor e, a partir daí, fazer coisas de verdade?

Minha experiência como professora foi com literatura, português, língua inglesa, por três anos na rede estadual. Frustrante, sem poder ousar, totalmente limitada. Mas, tudo vale a pena... Alguma coisa há de ficar.
Um aluno me disse, anos depois: “professora, volte a dar aula pra nós. A senhora é muito louca”. ...risos...risos...
Como arte-educadora coordenei oficinas de criação literária pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo durante doze anos. Experiência única. Era uma iniciação a cada oficina. Acredito nisso.
A educação está longe de ser o ideal, mas existem esforços pra melhorar.
Sou mística, creio que velhos sistemas, padrões devam ser quebrados mesmo, pra que renasçam os novos. O mundo está mudando, estamos mudando pra outra dimensão. Nem todo educador está comprometido com a educação. Lamentável. Mas tudo tende à perfeição.
No livro Um Curso em Milagres diz: “Ensina só Amor, pois é isso que tu és.”
Ah, sou revisora também. Contei histórias em casas de repouso, presídio, escolas, creches, casas de cultura. Deixei tudo pra me casar com australiano, fiquei só três meses na Austrália e voltei a ser professora de inglês, de novo. Solteira, aceitando propostas... risos...

LAM - O que são "Impressões sobre Laura e todas as crianças" e "Viagem à vista"?

São meus livros de poemas infantis. Esse Impressões sobre Laura... é título provisório. Viagem à vista está pronto pra ser publicado.
Também estou escrevendo o Coro de Ângelos, pro meu neto de dois anos.
Boa parte do Viagem à vista já foi publicado no jornal mais importante do Vale do Paraíba.

LAM - Você tem participado, como já falei, de muitas antologias e sites, mantendo o seu blog "Jura em Cy bemol". Neste blog você reune quase todo, senão, uma boa parcela do seu trabalho literário, num é? Desta forma, a internet tem contribuindo para a difusão da sua obra? a internet tem, a seu ver, realmente democratizado a informação e contribuido para o conhecimento e o intercâmbio, ou é só mais uma onda que virou cibercultura para a formação de um universo paralelo do esoterismo de turmas e guetos abastados e dos incluidos digitais?

Boa pergunta, Luiz Alberto.
Em fevereiro deste ano, 2009, iniciei o blog por insistência de minha filha Alice, e do nosso poeta Joca Faria, que me pediu o blog pra que músicos da cidade pudessem conhecer meus textos e musicá-los. Estou gostando da repercussão, mesmo não sendo expert em informática. Estou conhecendo pessoas incríveis, amorosas, como você.
Tenho vinte e cinco cadernos de poesia. Um livro de contos acabado, com 80% deles premiados. Nem todos os livros estão prontos. Estou trabalhando meus textos online... risos... lavando roupa suja em público...risos...
Ainda não sei onde vou chegar com o blog.
Não aprendi a colocar fotos, gravuras. Nem a postar os textos na forma em que escrevi. A forma também diz muito. Mas, pra ser sincera, sou meditante. Internet me deixa fora do meu objetivo, que é ter cada vez menos informação e silenciar a mente. Usar melhor meu tempo em causas mais nobres... risos...
É necessário que todos tenham acesso à informação. Democratizar seria a palavra. O computador possibilita o acesso a todos a esse mundo mágico que é a rede. Muito mais fácil.
Me lembro de que quando escrevi o conto Passeio na Floresta, alguém da comissão julgadora me disse: Poxa, você ganhou esse dinheirão no mole? risos, risos ... Eu havia datilografado o conto treze vezes, corrigindo a cada vez.

LAM - Você já teve atuação como agente literária, desenvolvendo um trabalho de promoção da literatura entre pessoas recolhidas do sistema prisional brasileiro e dependentes quimicos. Fala, então, a respeito desse seu solidário engajamento e atuação social.

Minha formação me habilita a trabalhar em presídios, escolas, favelas, com polícia, etc.
Comecei em 1999 com Hosmany Ramos, escrevi três livros de poemas dessa fase: Hosmanya, RH Positivo e Charme no Cárcere - este último falta postar no blog.
Depois tive outros presos escritores (Cheguei a 40, como Ali-Babá...risos...) revisando textos, digitando, fazendo seleção pra concursos, revisando livros, respondendo cartas. Tudo por correspondência, via postal.
Existe muita gente escrevendo nas cadeias e ávida por boas leituras, que não sejam apenas textos religiosos. Eles não suportam mais isso. A arte é neutra.
Foi uma experiência muito boa. Um preso “meu”, Márcio Marcelo, tirou o 3º. lugar no Concurso Paulo Leminski, de Toledo, PR. A comissão julgadora, quando soube, ficou muito feliz por ter premiado um prisioneiro. Ele, muito mais com o dinheiro do suor do próprio rosto... risos...
Trabalhei três anos com servidores municipais quimiodependentes. Foi apaixonante. Não me apego a resultados. Confio na arte é seu princípio catártico, libertador, mágico.

LAM - Você é terapeuta holistica, formada pela Universidade Holistica Internacional - UNIPAZ, trabalhando com ecologia do individuo, sociedade, planeta e universo. Fala a respeito dessa sua atividade.

Sim, me formei, sou facilitadora da Avipaz – seminário A arte de viver em paz. O co-fundador da Unipaz, Pierre Weil, escreveu 40 livros sobre a cultura de paz, psicologia e holística. Em 2002, recebeu o Prêmio da Unesco de Educação e Paz, reconhecendo a metodologia dele como muito eficaz. Sou grata ao Pierre Weil por ter transformado toda minha vida. Sempre digo: a coisa mais importante que me aconteceu foi a Unipaz.
Na Unipaz nos comprometemos a tornar esse mundo um pouco mais habitável. Devemos nos tornar pessoas melhores, fazer algo pela sociedade -- optei pelos presídios, na época. Sentia que tinha débitos nessa área. Procuro cuidar do planeta, dos animais, -- a luta pela libertação doS animais é a razão de meu trabalho.
Minha poesia só terá sentido se puder chegar aos presídios. E, também, aliviar o sofrimento dos animais, senão todo meu trabalho terá sido em vão.
Se os olhos já viram, o coração não esquece.
Na internet tem muitos escritores, muita poesia. Precisamos levar mais poesia aos presídios e onde mais ela precisa chegar.
Trabalhei dois anos pessoalmente, não como voluntária, mas pela Fundação Cultural, no presídio feminino de São José dos Campos.
A poesia é tão indispensável nas cadeias quanto os banhos de sol.
Outra coisa importante em minha vida foi conhecer os sistemas de cura: florais de Bach. Sou terapeuta floral de nível III. Tenho vários mestrados em Reiki, Karuna Reiki. Taróloga, tântrica, Rosacruz, meditante desde 2000.

LAM - Vocé é vegetariana. E diz que foi vegana e adepta do crudivorismo. E ainda se diz frutariana. Fala pra gente a respeito dessa sua postura humana.

Pois é: tenho entrevista sobre isso no YouTube.
Primeiro as comilanças começaram a me incomodar, depois me tornei vegetariana, sentia pouca fome, passei aos alimentos crus, e por fim, já estava vivendo de luz... risos...
Vivi de luz durante dois anos.
Minha inspiração, meu humor, minha memória foram embora.
Pra que site é essa entrevista, mesmo? risos...risos..
Por amor aos animais, me tornei vegana. Ainda sou. Sempre serei. E frutariana desde 2006. Mickail Naimy diz no Livro de Mirdad, que é meu livro de cabeceira há anos: “(...) que dia virá em que os homens viverão do aroma das coisas, que é o seu espírito, e não de sua carne e sangue. E esse dia não está longe para aqueles que almejam.”

LAM - Além de tudo isso, você poderia abordar acerca dessas suas atividades todas com relação a sua visão da mulher no seu tempo, sua relação com o outro e com o Brasil machista, considerando a felicidade e a realização humana?

Sobre minhas atividades, a poesia é yin, e com ela busco meu equilíbrio e gostaria que trouxesse alguma reflexão aos leitores.
Estou me referindo a essa nova fase, que não postei tudo ainda no blog.
Depois da Unipaz comecei a ver o mundo, sair do meu eu-pequeno.
Estou caminhando, ainda.
Creio que a mulher de hoje deveria voltar à simplicidade, ao não-consumismo, a reivindicar direitos, mas não a ferro e fogo. Com mais amor. O amor é próprio do feminino. Veja a poesia de Valéria Tarelho, Líria Porto, Mariza Lourenço, a delicadeza de Josefina Neves Mello, a perspicácia de Leila Míccolis.
No século passado, toda mulher queria ser Leila Diniz. Hoje, toda mulher quer ser Leila Míccolis.
Esses tempos de crise estão nos mostrando o resultado da falta de solidariedade, amor, compaixão. Tenho pensado muito na causa dos idosos, também. Já trabalhei com literatura em casa de repouso. Como estamos tratando os idosos? As crianças? Que herança estamos deixando pra elas?
O Brasil machista está mudando. As mudanças são muito lentas, mas temos grandes progressos, conquistas. Tem horas que até acho os homens meio vítimas, injustiçados...risos...

LAM - Quando me invoco no meu Tataritaritatá, costumo dizer que se uma pessoa tiver a oportunidade de ler "A história da riqueza do homem" do Leo Huberman e, depois, numa talagada só emendar com o livro "Fim do mundo" do jornalista Otto Friedrich, acredito que jamais terá esperança no ser humano. A seu ver, fazendo um inventário do ser humano em toda a sua trajetória histórica no planeta terra, é possivel ter a crença de esperança do homem construindo um mundo melhor, inclusivo, isonômico e solidário para todos os seres deste planeta?

Não conheço esses autores, não li os livros. Vou procurar ler.
Claro que sim, muita crença no homem, caso contrário não trabalharia com prisioneiros. Tudo evolui, tudo concorre pra perfeição, paz e santidade. Tudo tende ao equilíbrio, mesmo que pra isso tem de haver uma quebradeira geral, como estamos vendo, em todos os sistemas religiosos, financeiros, educacionais, governamentais, sociais. Diz o Tao Te King: 22 “O que é imperfeito, será perfeito. O que é curvo será reto. O que é vazio será cheio. Onde há falta haverá abundância. Onde há plenitude haverá vacuidade. Quando algo se dissolve, algo nasce.”

LAM - Quais os projetos e perspectivas você tem por realizar?

Preciso fazer com que a poesia chegue aos presídios. E que a renda de minha literatura seja em favor dos animais, libertação de qualquer sofrimento. Pelos animais já entreguei minha vida.
Gostaria de tão-somente cuidar de bichos, e se sobrar tempo, me dedicar mais à literatura. Prioridade absoluta: animais.
Outra coisa: gostaria de chegar a ver só beleza, só o Bem. Sei que o mundo não é como nós vemos. Esse é o mundo de Maya, nossa visão distorcida.
No livro de Mirdad diz que é nosso olho faltoso que vê assim.
Até quando o entrevistador pega pesado nas perguntas, devemos amá-lo por isso... risos...
Agradeço muito a você o convite da entrevista. Você é genial. Batalha por todos nós. Um cara imprescindível. Louvo sua força, sua dedicação, sua forma carinhosa de tratar a gente. Antes de me entrevistar já sabia tudo de meu trabalho. Quem faz isso?
Big beijo, Luiz Alberto.


segunda-feira, maio 11, 2009

POETAS DE ALAGOAS



LUCIANO JOSÉ

TERRA BRASILIS

Pátria
Prato vazio
Patrimônio concentrado
Patrícios desprezados
Patrões obesos
Prazeres anulados
Sociedade brasileiramente desumana
Avança, Brasil!
Amplia sua dependência
Por todos os lados

COZINHA VIVA

Na cozinha viva
O pé da mesa tem chulé
A geladeira se comporta com frieza
A esponja anda se esfregando
A chaleira é puxa-saco
O sabão espuma de raiva
A panela vive sob pressão.

A REDE

Depois de engolir o cansaço
Ou permitir o gozo do sexo
A rede vomita gente de carne e osso.

PEDIDO REVELADOR

Domingo
Um casal
Uma cesta de piquenique
Um descuido
A pata faminta
Foi surpreendida por um tapa
Uma senhora
Que vestia uma bata falou:
Não bata na pata!
Nata só no corpo
Pata só na brasa
Tapa só na cama
Na hora do rala e rola
A boa e ingênua senhora
Pedia pata
Tirava a bata
E gozava trocando tapa.

CONFISSÃO

Juro a tu que nunca bem-te-vi tão bela
Beijando a flor de laranjeira
Perguntando se avestruz seria ema
E passarinhando a vida faceira.

DESCASO

Sob a frieza do mármore
Formas pétreas, gestos enrijecidos
Um coração que pulsa no silencio
O olhar fixo no vazio
Para manter a recusa em ordem
A estatua ignora qualquer pedido.

DESPREZO

Depois que resolver sair de casa
Virou menor abandonado
Cresceu, tornou-se marginalizado
Vivendo com base na lei do menor esforço
Foi acusado de vadiagem
E condenado a trabalhos forçados
Desprezado pela família e sem amigo
Não restou outra saída
Voltou para a rua, agora como mendigo.

GUARDA-ROUPA

No passado,
A caverna nos protegia
Dos predadores e carnívoros
Hoje,
O guarda-roupa nos salva
Dos caçadores de adúlteros.

MACHISMO NA BOIADA

Boi foi só
E ficou boi
Ando
Indo,
Não percebeu que o rio
Era de piranhas
Elas fizeram
Uma farra sem igual
Ao voltar,
Com hematomas e chupado,
A vaca cobrou uma explicação
Falou que o rio
Estava repleto de galhos e paus
Como aquela era a vaca,
O boi cumpriu sua missão
Cada boi tem a vaca que merece
E as piranhas que o enaltecem.

ONIPREPOTÊNCIA

Não saio sem minha pistola!
Com o talão de cheques não conheço breque!
Faço questão: primeiro meu pirão!
Só um detalhe: não me inveje, trabalhe!
(Diante disso
Deus que tudo vê e pode,
Começou a adorar a nova divindade).

FAMILIA UNIDA

O pai tem a vista curta
A mãe só enxerga de óculos
O filho, pela pouca idade, vê apenas vultos
Todos, em noite de lua cheia, naquela casa,
Costumar cruzar com fantasmas.

O ÚNICO SOBREVIVENTE

Após a hecatombe
Que fez nascer o extermínio
Sobrou o apelo e o lamento do único sobrevivente.
Os humanos conseguiram superar a si mesmos.
Nunca a relação poder-ignorancia esteve tão próxima.
Em meio aos escombros, ao caos generalizado
Sua tristeza superava qualquer fato consumado.
Nosso destino auto-destrutivo fedia como carniça.
A única vida que restou perdeu sua graça.

GLOSSÁRIO

Antropoforrobodologia – ciência do rala-bucho
Dormilantologia – investiga o sono dos vigias
Janela indiscreta – Hitchcock e voyeurismo
Poesia concreta – publicidade e urbanismo
SOS peixe-boi marinho – preservação ambiental
Sadia e Zé Gotinha – paralisia social
Hendrix e Joplin – dose letal
Roleta russa – instante fatal
Whisky paraguaio – cabeça inchada
Revista pornô – pornochanchada
Joelho de porco – rock e buchada
Menor idade – criança
Maior idade – adeus infância!
Terceira idade – está chegando a hora
Melhor idade – aqui e agora
Academia – malhação
TV – unilateral comunicação
Globo e você – nada a ver.

IMPORTANCIA

Que importa manter a consciência
Se a insanidade ocupa cada esquina
Que importa cruzar com a falência
Se nossos negócios vão de vento em popa
Que importa ficar alerta
Se a violência nos paralisa
Que importa tanta estratégia
Se a batalha nos assusta
Que importa toda essa pressa
Se nossa vida é feita de preguiça
O que importa é não dá importância
A gente de mente torta
Que se distrai com a ganância
O que importa
É aproveitar cada momento
Antes que a Ines esteja morta.

MAGIA DA ARTE

A prosa que lhe conto
Vira romance,
Transforma-se em poesia
E realiza encanto.
A peça que lhe narro
Se disfarça em música
Converte-se em cordel
E de tudo tira sarro.

CAMARALENTA

A camareira
Que aprecia cana,
Prepara a cama
Do camarada.
Mas de nada vale
O esforço do mordomo
Se a cama do dono
Resolve dormir
Mais que o cara.
Camarada cama, arada
Apreciada pela coluna
Pois até o peixe,
Que costuma usar
Um pijama de escama,
Adotou a água
Sua eterna cama.

PRESSA

Alguem queria fazer
Uma pesquisa na Internet
A pressa era tanta
E a desorientação mais ainda
Que ao invés de navegar
Acabou naufragando.

EXÓTICO

Tatuei tatu na testa
Gostei quando andei de besta
Bebi toda bebida da festa
Gritei gol na hora da cesta
Estive em casa na floresta
Trabalhei na noite de sexta
Adotei o que o outro detesta
E entendi....
Ser diferente é o que nos resta.

MEIO TERMO

Meia noite, ao leito
Meio dia, almoço
Meio tonto, permaneço
Meio sem graça, vivo.

COMUNICAÇÃO

O sapo durante a sesta
Coaxa, coaxa sem parar
Até que outro se manifesta
Deixando o brejo a brilhar
Além do sapo e do Tejo
Saborear o desejo
É coisa de bicho vivo
Que quer espantar o tédio
Cometer intenso assedio
E comer a casca do figo.

VÍRGULA

A despeito da ousadia
De toda vanguarda
Que desafia as formas
E se deleita com o absurdo
Eu pago para ver
A presença de uma virgula
Que ao embrenhar-se
Nos confins de um período
É capaz de despertar
Sua ambigüidade.

MULHERES FATAIS

Diva está sem perspectiva
Raquel diverte-se no bordel
Creusa parece uma deusa
Brida anda meio sofrida
Ana engana que ama
Lucia fica alucinada
Margarida chora amargurada
Janete pinta bem o sete
Graça se entrega na praça
Leonor com todos faz amor.
(Trocando em miúdos:
Mulheres fatais
Enlouquecem
Qualquer rapaz).

INDISCRETO

Dutra
Lê o Kama Sutra
Se empolga
E leva pra cama Olga
Cansado da peleja
Bebe algumas cervejas
Fica contente
E conta tudo pra gente.

INTENÇÃO OBSCURA

Conheci uma morena
Que encantava só por ser
Parecia ter código de barras
Conversei vários dias
Mantive inúmeros contatos
Para descobrir o modo de usar
Enquanto isso
Ela fazia caras e bocas
Como se dissesse
“cuidado, é frágil!”.
Tentei um gesto fortuito
Estabeleci uma ligação gratuita
No final
Seus olhos pareciam indicar
“antes de usar, leia o manual”
O tempo passou
Não descobri seu segredo
Perdi o prazo de validade
Me aborreci, me zanguei
Sucumbi de saudade
Depois entendi sua intenção:
Queria mostrar-me que era única
Que não possuía embalagem reciclada
Que poderia ser minha
Desde que apreciada com moderação
Fiquei encalhado
Decretei falência e aprendi
“Com morena faceira não se brinca”.

SURPRESA

Alguns dizem que
Protocolo não é para ser cumprido
É para ser quebrado
Imagino um discípulo de Osama Bin Laden
Participando de uma solenidade de formatura
Chamado para compor a mesa
Com cognome e disfarçado.
Ele espera pacientemente...
Na hora de entregar o canudo ao formando
Adivinha?
Nada ficou de pé,
Era apenas um explosivo.

EXIGENCIA

Assino aquilo que não vejo
Arriscando-me a ser apanhado
Pela malha fina do desejo
Sonego aquilo que não toco
Admitindo ser o afeto
Algo que só nasce in loco
Recuso aquilo que não dá gozo
Esperando ser seu corpo
Meu campo de pouso.

UTOPIA

Trabalhamos para consumir
Consumimos para nos satisfazer
Os caminhos que nos levam à satisfação
São variados
O sistema se organiza para um fim:
Consuma – mesmo sem precisar
O dinheiro é pouco
A vontade é muita
A necessidade nem tanto
Não há vida nessa lógica
Só a utopia pode nos redimir.

EXERCICIO

Fazer versos
É escolher grãos que irão à panela
Idéias revisitadas, sentimentos remoídos
Alterando a ordem dos fatos
Permitindo dizer o indizível
Densamente absorvido
Pelos ossos do oficio
Claro-escuro, lunático, inconcluso
Enjoado com as ondas da nauseante existência
Cativo do tempo, corro contra o vento
E chego ao pódio pensando na próxima vitoria
Ou ao inevitável erro, reverso da medalha.

A ÓTICA DE EROS

Começa assim....
Os olhares se comunicam de forma telepática
Palavras são ditas, enquanto a libido é despertada.
As mãos suprem o vazio buscando as formas
Lábios sedentos, socorridos pelas línguas
Bocas se encontram em beijos ardentes
Cabelos são puxados e costas arranhadas
Os ouvidos se deleitam
Com sussurros e palavras obscenas
Corpos suados se perdem em carícias
Genitais se apoderam um do outro
Movimentos repetitivos, camas a ranger
E de repente gemidos entram em cena
Às vezes gritos de gozo
Depois, o que resta
São lençóis manchados
E um sono profundo
Ai, como é bom!



LUCIANO JOSÉ BARBOSA DA ROCHA – formado em filosofia pela Universidade Federal de Alagoas, é professor da Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL, Campus III, Palmeira dos Indios. É autor dos livros “Intromissão do poema”, 2006, e “Grãos de versos”, 2008. Dele diz a professora da UFAL, Marcia Felix: “(...) A visualidade dos seus poemas, utilizando formas poeticas livres, fixas e gráficas, promovem uma plasticidade deliciosa através das experimentações efetuadas, bem como pelas possibilidades de construções concretas de suas poesias (....) deflagra toda a maturidade de sua obra e confirma que é impossível não ser intrometida por seus valiosos poemas”. Também Marcos de Farias Costa fala: “Grãos de versos pode ser grãos diversos onde se subentende grãos como gônadas (mônadas) e os versos como a cadeia que replica e gera o poema. Grão lembra semente e, por contágio semântico, sêmen: eis uma leitura feita por quem desconfia até da própria medula, visualizando esta poesia que se quer erótica ao tempo que deflagra um lirismo que tem como interface o processo de se pôr letra em musica. Grãos diversos (grãos de versos) homologa a heterolateralidade, pois o poeta sabe que ser diferente é o que nos resta, e deve saber também que nem sempre cabe no real o que se resolve em um poema (...)”. Da minha parte digo que Luciano José é um poeta que sabe do seu oficio, com zelo, graça e talento. Parabens, Luciano!




FONTES:
JOSÉ, LUCIANO. Grãos de versos. Maceió: Catavento, 2008.
______. Intromissão do poema. Maceio: Catavento, 2006.

VEJA MAIS:
POETAS DE ALAGOAS