quinta-feira, julho 31, 2008

DICAS PRO FINAL DE SEMANA & TATARITARITATÁ!!!!



CLOTILDE TAVARES – A escritora, atriz, terapeuta floral, professora universitária, conferencista e poeta paraibana Clotilde Tavares está lançando mais um livro, o "Coração Parahybano", uma seleção de 60 crônicas, escolhidas entre aquelas que ela tem publicado semanalmente no jornal "A União", na capital paraibana. Os temas das crônicas envolvem literatura, história e memórias. O lançamento será na quarta-feira, 6 de agosto, dentro do II Festival Literário de Natal, onde haverá autógrafos e um bate-papo com os leitores, que acontecerá às 19h30. O local é o Natal Shopping e a coordenação é da Livraria Siciliano. Título do livro: "Coração Parahybano: crônica, literatura e memória". Autora: Clotilde Tavares
Edição: Linha Dágua, João Pessoa-PB, 2008 132 páginas Capa plastificada
Preço: R$ 25,00 Lançamento: 6 de agosto de 2008, a partir das 19h30, no Natal Shopping.

ULTRA REVISTA – a nova edição da Ultra TV Notícia,tem uma entrevista com Jorge Sabongi, da casa de chás egípcios Khan el Kalili, um profundo conhecedor da cultura árabe que explica sobre a Dança do Ventre. Além disso, traz as diferenças da dança do ventre praticada no Brasil para a dança realizada nos países árabes. Isso e muito mais você acompanha nesta edição do Ultra Tv Notícias Ultra Revista Ultra Portal e TV Antenado no mundo, especializado em você! www.ultraportal.com.br Ultra Revista: um veiculo do Ultra Portal e TV

STAMMTISCH – sítio blumenauense editado pelo médico, escritor e poeta Luiz Eduardo Caminha, voltado aos encontros Stammtische, as patotas, confrarias e grupos de amigos, com muitas fotos dos eventos, também destinado para os amantes das letras com o melhor da crônica e da poesia.

LEITURAS DE POESIAS BRASILEIRAS - O Espaço Cultural É Realizações promove o curso de LEITURAS DE POESIAS BRASILEIRAS com Rodrigo Petrônio de agosto até outubro com temas diferenciados. O curso Leituras de Poesia Brasileira pretende traçar um panorama poético a partir da leitura e análise de poemas selecionados de alguns dos nomes mais importantes desta literatura. Dentro dessa premissa, o curso visa fornecer uma visão de conjunto, porém não sistemática, da poesia brasileira. É aberto tanto ao leitor mais especializado quanto ao leitor iniciante, ampliando o horizonte cultural de todos os que se interessem por arte, literatura e pensamento. MINISTRANTE: Rodrigo Petronio nasceu em 1975, em São Paulo. É escritor, professor e pesquisador. Formado em Letras Clássicas e Vernáculas pela USP. Professor de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema (AIC), do Instituto Fernand Braudel e do Centro de Estudos Cavalo Azul, fundado pela poeta Dora Ferreira da Silva. Colabora para diversos veículos da imprensa. Recebeu prêmios nacionais e internacionais nas categorias poesia, prosa de ficção e ensaio. Tem poemas, contos e ensaios publicados em revistas nacionais e estrangeiras. Participou de encontros de escritores em instituições brasileiras e em Portugal. É autor dos livros História Natural (poemas, 2000), Transversal do Tempo (ensaios, 2002) e Assinatura do Sol (poemas, 2005), este último publicado em Portugal, e organizou com a poeta Rosa Alice Branco o livro Animal Olhar (Escrituras, 2005), primeira antologia do poeta português António Ramos Rosa publicada no Brasil. É membro do conselho editorial da revista de filosofia, cultura e literatura Nova Águia (Lisboa). Lançou, pela editora A Girafa, o livro de poemas Pedra de Luz, finalista do Prêmio Jabuti 2006. Foi congratulado com o Prêmio Academia de Letras da Bahia/Braskem de 2007, com a obra Venho de um País Selvagem, que será publicada no início de 2009. Os cursos acontecem no Espaço Cultural É Realizações todas as qu Reservas pelo e mail: eventos@erealizacoes.com.br ou pelo tel: (11) 5572-8531 - WWW.erealizacoes.com.br Mais informações: Marcela Melo Assessora de Imprensa Tel : (11) 5083-8261 / 8709-7753 Marcelagmelo@terra.com.br

VERBO 21 – Está no ar as atualizações da revista Verbo21 - Cultura & Literatura www.verbo21.com.br/ trazendo entrevista com a escritora Simone Guerreiro, ensaios e resenhas & mais meio mundo de novidades. Não deixe de conferir.

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POETAS DO RIO GRANDE DO NORTE



LEONTINO FILHO

CIDADE ÍNTIMA

Visito
A metafórica cidade do poeta
Casas
Ruas
Cristais
Esculpidos na vasta armadilha
Sideral da mulher por ele amada.
Equilíbrio
As doses amargas do vinho
Trajetória abandonada no fundo
Da água
Do mar
Do espaço
Cercas que brincam com a frágil
Lâmina da árvore descalça.
Singro
Ilhas condenadas ao exílio
Inferno
Céu
Dentes imutáveis, folhas opacas
Tempestades
Vôos grudados no seio da poesia.
A brincadeira é leve
Como leve é o estouro
Da inspiração.
Molham-se os pequenos jogos
Quando o universo
Do verso é descoberto.

DO HOMEM

Antes dos mutilados giros
Queimam-se os crepúsculos rebeldes
Em teu eco
Que desmorona perante a retidão
Das jornadas
E desatam a ira de tua missão
Limites da vida
Refuhios esmaltados na pele
Seca do homem
Dura espera daqueles que sobrevivem
Aos mágicos embaraços
Da angustia
Que cristalizam a demorada
Fecunda
Soterrada
Vivência humana.

DA VIDA

Com o canto metálico
Esperamos sufocar
O adeus vestido
Em seda universal
Cigarra
Guitarra
Vida
Escamas a compartilhar
A ondulada essência
Do afeto
Para a vida
Conquistamos o silêncio da sorte
(a voporosa presença do sonho)
assopramos incensos
abençoamos o firme suor
que ladra – geme no esquecimento
para a vida
estamos abertos – claros enigmas
estamos assim:
sombra e calor
navalhas a cortar o ódio
teimoso – residente em nosso ser
com a vida
arrastamos translúcidas esperanças
e erguemos a estrada da morte.

DO AMOR

Plantei sementes por toda nossa vida
E deixei-as a florescer por canteiros diversos
Não desejei trazer felicidades engraquecidas
Apenas canções de amor
Que saem dos subterrâneos do homem
Procurando corais amigos
- residência de pássaros noturnos
cantores da peluda paixão do tempo
nada mais queria
contudo, sorria pelos caminhos solitários
tragando amor em cada trincheira
retive raios fumegantes a nos perturbar
para que depois
pudéssemos amar toda a existência
mas vi que o depois não se realiza
na vontade deixada de lado
que o depois é o agora
prestes a acontecer
e que o amor – ébano companheiro
já existe antes do nosso medo
quando então, partiremos com este nome
latejando, perdido a nossa procura?

TARDANÇAS

Há um bem-querer
Andarilho incrustado
Meu cigano ser

Inda invernia
Vai vida vã vadia
Pojante poesia

Um fruto ameno
Águas correntes por entre
- linhas dessa cena

e o fruto retarda
desculpas esfarrapadas
à mulher amada

(nômade) quem cruza
resta árvore somente
nó de minha musa

ao sentir calor
pássaros desinibidos
tangem os enganos

lembrar sol e mar
desta estrada agreste
fértil direção

vagamundo vaga
- bundo vaga-lume vaga
- gem vagante vaga

havita contigo
a mistura absoluta
nossos corpos tontos

à tarde, rascunhas
comigo textos e lemos
palavras na brisa

LEONTINO FILHO – Raimundo Leontino Leite Gondim Filho é o poeta e professor universitário Leontino Filho, natural de Aracati no Ceará, residente de anos em Pau dos Ferros, onde leciona na Universidade Estadual do Rio Grande do Norte. Ele é formado em Letras, com especialização em Língua Portuguesa, mestrado em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, defendendo a dissertação com a temática “Sob o Signo de Lumiar: Uma Leitura da Trilogia de Sérgio Campos” e doutor em Estudos Literários pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2005). É autor dos livros: Amor – uma palavra de consolo (1982), Imagens (1984), Cidade íntima (1987), Entressafras (1988), este em parceria com o poeta potiguar Gustavo Luz, e Sagrações ao meio (1993). Participou de várias coletâneas poéticas e colabora com jornais e revistas alternativas. Faz parte do Conselheiro Editorial da Revista Literatura de Brasília editada pelo escritor e poeta Nilto Maciel. Sobre ele, o nosso saudoso poetamigo Sérgio Campos (de quem musiquei o poema Nênia de abril) escreveu sobre o livro “Cidade íntima”, em 1991: “(...) Trata-se de um poeta em visivel ascensão, no que tange ao desenvolvimento de uma sintaxe de eleição dentro de seus cânones, o que cumpre o principio axiomático, a meu ver, de que o poeta precisa dispor de uma linguagem própria, de suas técnicas expressionais próprias. É também no sentido de contenção, de exatidão, como delas trata Ítalo Calvino, não na categoria dos postulados, mas quanto às características do escrever do próximo milênio. E, como isso implica economia de meios, potencialização da palavra, ao invés de força por acumulação, de molde a refletir – sendo avara – a paixão do ato poético. Esses traços, como pegadas deixadas na areia pelos seres que nela se movem, indicam de maneira inegável que a escrita poética de Leontino Filho está em movimento, evolui, procura as beiradas de seu mar. (...) Enfim, Leontino Filho consolida mais um ciclo de sua poesia. E não apenas como oficio solitário, mas também como ato solidário, como convem, acercando-se de poetas e crescendo com eles, numa relação dialética fundamental ao progresso”.

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quarta-feira, julho 30, 2008

LAM: EXPOSIÇÃO 26 ANOS DE POESIA



Durante o evento realizado na Escola Estadual Josefa Conceição da Costa, no bairro de Canaã, em Maceió, quando da doação de livros para a biblioteca do educandário, do lançamento do livro infantil “Turma do Brincarte”, do cordel “Tataritaritatá”, da palestra “Cidadania, cultura e meio ambiente”, o cd “LAM & amigos”, também ocorreu a exposição de livros “LAM:26 anos de literatura”, reunindo todos os meus livros publicados.



LIVROS PUBLICADOS:
Para viver o personagem do homem (poesias) Recife: Nordestal, 1982.
A intromissão do verbo (poesias), Recife: Pirata, 1983.
Raízes & frutos (poesias). Recife: Bagaço, 1985.
Canção de terra (poesias). Recife: Bagaço, 1986.
Paixão legendária (poesias). Recife: Bagaço, 1991.
Primeira reunião (antologia poética). Recife: Bagaço, 1992.
O reino encantado de todas as coisas (infantil). Recife: Bagaço, 1992.
Falange, falanginha, falangeta (infantil) Maceió: Nascente, 1995.
O lobisomem zonzo (infantil) Maceió: Nascente, 1998.
O cravo e a rosa (infantil). Maceió: Nascente, 1999.
Alvoradinha (infantil). Maceió: Nascente, 2001.
Rascunhos eventuais (crôniquetas). Florianópolis: OnLine Book, 2002.
As trelas do Doro (noveleta). Florianópolis: OnLine Book, 2003.
Turma do Brincarte (infantil). Maceió: Nascente, 2008.
Tataritaritatá (cordel). Maceió: Nascente, 2008.
Frevo Brincarte (infantil), no prelo – lançamento agosto/2008.
Alvoradinha na Manguaba (infantil), no prelo.
O SuperPonto contra o monstro do lixo (infantil), no prelo.
Fecamepa (cordel), no prelo.



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LIVROS DE LUIZ ALBERTO MACHADO
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segunda-feira, julho 28, 2008

BRINCARTE & TATARITARITATÁ



Nesta terça, dia 29 de julho, num evento que acontecerá nos três turnos, às 10:30, às 16 e às 20hs na Escola Estadual Josefa Conceição da Costa, no bairro de Canaã, em Maceió, o escritor e compositor musical Luiz Alberto Machado estará lançando o livro infantil “Turma do Brincarte”, o cordel “Tataritaritatá”, a exposição “LAM:26 anos de literatura”, a palestra “Cidadania, cultura e meio ambiente”, o cd “LAM & amigos” e a doação de livros para a biblioteca do educandário.
O evento é coordenado pela professora Cêça Marques, envolvendo a comunidade de Canaã e contando com participação das professoras Marijose Albuquerque, Nedja Leite, Fernanda Souto Maior, Maria Mazzarello e da diretora Ângela Cassiano.
O AUTOR - Luiz Alberto Machado é escritor, poeta e compositor musical, cursou Letras e Direito, é autor de vários livros infantis, de poesia e crônica, tendo realizado recreações infantis e palestras em diversos educandários e eventos no país inteiro, reunindo todo seu trabalho musical, teatral e literário na sua home page www.luizalbertomachado.com.br.
O evento culmina com o encerramento de uma série de palestras realizadas pelo escritor nas salas de aula da escola, onde levou um debate envolvendo a História de Alagoas, cidadania, cultura e meio ambiente ao som do frevo de sua autoria “Folia Caeté”. Ele promete para agosto por meio do seu selo editorial, Edições Nascente, o lançamento dos livros infantis “Frevo Brincarte” e “Alvoradinha na Manguaba”, e também do folheto de cordel “Fecamepa”.

SERVIÇO:
O que: Lançamento do livro infantil “Turma do Brincarte” e do folheto de cordel “Tataritaritatá”, de Luiz Alberto Machado.
Quando: dia 29 de julho, às 10:30, 16 e 20hs.
Onde: Escola Estadual Josefa Conceição da Costa, na via principal do bairro de Canaã, em Maceió – AL.
Informações: 82.8845.4611, lualma@terra.com.br ou www.luizalbertomachado.com.br

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sexta-feira, julho 25, 2008

PRIMEIRA REUNIÃO



Imagem: Fátima Sehagen

MINHA VOZ



Luiz Alberto Machado

Minha voz é a coragem de amar no ultraje dos desencontros.
E eu sou navio com rota esquecida e naufrágios muitos.

Quando minha voz é torrente de dor no exagero sombrio de uma canção,
não é nada, é tempestade que passou e deixou danos.

Quando minha voz é a coragem de amar
não é a sombra de um vendaval.
É a sujeição de um eterno pavio que aceso,
nunca apagará.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados do autor. In: Primeira Reunião. Recife: Bagaço, 1992.

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quinta-feira, julho 24, 2008

DICAS PRO FINAL DE SEMANA & TATARITARITATÁ!!!



CASA DA CULTURA CAJUEIRENSE MAIR VIEIRA COSTA – No próximo dia 26 de julho, a partir das 19hs, estará acontecendo a inauguração da Casa da Cultura Cajueirense Mair Viera Costa, na Avenida Manoel Alves da Silva, uma iniciativa envolvendo a escritora Marijose Albuquerque Costa, a Prefeitura – Secretaria de Educação de Cajueiro, projeto Livro Didático da Secretaria Estadual e Câmara de Vereadores do Município.

CAFÉ LITERÁRIO COMEMORA DIA DO ESCRITOR - O Porto das Letras prossegue as suas atividades neste mês de julho e convida o escritor e diretor do Instituto Maximiniano Campos, Antônio Campos, para falar sobre O Futuro do Livro. O Café Literário, como é chamado o evento realizado pelo Porto, acontece na próxima sexta-feira (25), às 17h, e comemora o Dia do Escritor. O Porto das Letras funciona na sede da Gerência Operacional de Literatura e Editoração da Fundação de Cultura Cidade do Recife. O local oferece um espaço aberto ao público para debates, palestras e discussões sobre literatura. Desde sua criação, o Porto tem promovido o intercâmbio entre autores locais e de outras regiões, organizando encontros de estudos literários, além de oficinas de leitura e produção de textos. SERVIÇO: Roda de conversa com Antônio Campos Local: Gerência de Literatura e Editoração Av. Rio Branco, 76 A Bairro do Recife Tel: 3232.2898 Sexta, 25 de julho de 2008 | 17 horas Contato: Sebastião Câmara (Assessoria de Imprensa da Sec. de Cultura) Fone: 8743.6547 Assessoria de Imprensa//Prefeitura do Recife 3232.8420/8856.6314 Anneliese Pires Secretaria de Cultura do Recife Assessoria de Imprensa 3232.8420 / 8743.6547

FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA – destaque para o fotógrafo Caíca e o fotógrafo ensaísta Clovis Loureiro, ambos, companheiros do olhar, trabalharam no Museu Lasar Segall, foram coordenadores e professores no museu no mesmo período. Clovis Loureiro apresenta um artigo de muita sensibilidade sobre a linguagem do VER, escrito alguns anos atrás, que se intitula “A Linguagem da Fotografia”. E ele apresenta também o ensaio fotográfico do amigo Caíca, um trabalho que confirma a força desse VER em sua percepção do mundo, com imagens captadas por uma câmera digital simples, Olympus D-595, mas de alta qualidade técnica. Na verdade ficamos orgulhosos de ser os primeiros a apresentar os dois grandes fotógrafos que trabalharam juntos e desenvolveram uma técnica (se posso dizer assim) do VER. Para artigos e ensaios de Fotografia, acesse www.fotografiacontemporanea.com.br Info: Célia Mello

REVISTA AMIGOS WEB – está no ar a edição numero 36 da Revista Amigos Web na internet. Tem opinião geral, tem um depoimento espontâneo de uma editora na pagina entrevista, tem um novo editorial, tem a cobertura de um sarau literário, eventos e sempre algo interessante para você, vai lá. É só acessar http://www.revistaamigosweb.com/ Info: Carlos Senna

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quarta-feira, julho 23, 2008

POETAS DA BAHIA



ALMANDRADE

O absurdo
Ronda
Um céu de metáforas
Sombra imóvel
Empoeirada
Namora
O ar dos museus
Palavras desertas
Soltas
No colorido
Dos jardins de Monet.
Esculturas de vento
Transparentes
Como os nomes
Sem as coisas
Suave é o século
Com sua pontualidade
Escondido na superfície
Das pedras e das águas.
A sonolência da cidade
Deposita
Sua essência
Na geometria dos cantos
Brilha
No feitiço das luzes
Rasgando
Nuvens densas
E tempestades de neve.
O equilíbrio do universo
Repousa
Numa esfera embriagada
Mas perfeita
O pensamento se curva
Dança
Viaja
Mira a beleza
Descobre
O doce mistério
Da invenção.
A fama engana.
Tudo que vejo
É o mundo,
Menos a escuridão
Que trapaceia o infinito
Há muitos séculos
O vento sopra
No mesmo lugar.
E o mar
Com a ternura do horizonte
Seduz a infância
Dos sentidos
O acaso traz o imprevisível.
Privilégio do verbo
O verso vem de longe
Traduz o dia pardo
O ser hesita
Na lógica de sua
Harmonia perceptível
E o universo
Talvez seja
Um vasto erro
Estendido entre
O signo e o vazio.
Uma fala
Nada, naufraga,
Acende o dia.
Não diz.
Todas as perguntas
Recolhem o espanto.
Templo vazio
Poço vazio.
No fundo,
Um dado suado.
Cenário abstrato
Do nada e das coisas.
O quadro é a geometria
Onde a realidade
Troca de lugar
Muda de enquadramento.
No calculo das cores
A visibilidade
Não nega
A ordem do imaginário.
Inflamável
É o atrito dos versos
Adversos
Súbito cansaço
Ironia
Voracidade
O brilho e o tédio
Dos metais
Palavras envelhecidas
Com múltiplos sentidos
Contraditórios
Em cada esquina.
Simetrias
Imperfeições abstratas
A representação
É a duvida
O nome não diz
Nada no pensamento
Mede o mesmo
...
hóspede da linguagem
solitário
com seu medo.
A luz
Molha a noite urbana
Exceto a fumaça
Um signo na pedra
Abelhas de cristal
Atrocidades
E cobaias
Está escrito
Nas extremidades
Campo de vôo
E distração.
O medo
Nomeia o inimigo.
O reflexo
Assume o escuro.
Intervalos
Desacordos.
Dura passagem
Esculpida
Na leveza da rocha.
O furor do novo
Embala a pressa
Em vão
Corre a tarde
O tempo é ouro
Os nomes passam
Devassam os lugares
Imprimindo-lhes
Uma marca
E uma tradição.
Fragmento
De um instante
Humor branco
Muros pintados
Escondem a cidade
O álbum mente
Atrás das fotos
Uma fabula diferente
Trânsito
Horror dos cinzas
Nervos fluidos.
O homem
Não encontra
O caminho
Da adversidade
O peso dos vícios
Sustenta um abismo
Prisioneiro e perdido
Na displicência
Das águas
Recorda
O futuro.
O exemplo do abstrato
Com sua forma indefinida
Ninguém vê
O estrago dos dias
Percebe depois.
Inútil percurso
Estendido
Na totalidade
Das coisas.
Deslocamento infantil
Para descobrir
Na matemática do espaço
A solidão
De habitar uma experiência.
Na fuga
Se esconde
A desordem inevitável
Do amanhecer.
O deslizar de um fio
Cruza o ar
Fantasia o raciocínio
A lã supreende
O frio
E se acomoda
No infinito
Do imagináio
Abraça
A pele e os pêlos.

ALMANDRADE – ANTONIO LUIZ M ANDRADE é artista plástico, arquiteto, mestre em desenho urbano, poeta, professor de teoria da arte do curso livre do MAM-BA, que participou de várias mostras coletivas, entre elas: XII, XIII e XVI Bienal de São Paulo; "Em Busca da Essência" - mostra especial da XIX Bienal de São Paulo; IV Salão Nacional; Universo do Futebol (MAM/Rio); Feira Nacional (S.Paulo); II Salão Paulista, I Exposição Internacional de Escultura Efêmeras (Fortaleza); I Salão Baiano; II Salão Nacional; Menção honrosa no I Salão Estudantil em 1972. Integrou coletivas de poemas visuais, multimeios e projetos de instalações no Brasil e exterior. Um dos criadores do Grupo de Estudos de Linguagem da Bahia que editou a revista "Semiótica" em 1974. Veja mais Almandrade no Guia de Poesia.

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terça-feira, julho 22, 2008

DICAS DA SEMANA & TATARITARITATÁ



MARIA LÚCIA NOGUEIRA MENDES & VENCI, VENCEREMOS – Aos 81 anos, Maria Lúcia Nogueira Mendes lança o livro "Venci. Vencemos." (Edições Inteligentes), no qual narra os duros momentos de sua luta contra o câncer. A noite de autógrafos acontece no dia 24 de junho, na Livraria da Vila (da Alameda Lorena), às 19 horas. O livro traz uma uma narração extremamente humana, na qual a autora conta a sua história com vivacidade e emoção, desde o primeiro diagnóstico, em fevereiro de 2006, passando pela cirurgia e tratamento até a comemoração dos seus 80 anos. Depois de descobrir que tinha um nódulo no pulmão e de consultar muitos médicos, veio o duro diagnóstico de câncer no pulmão. Maria Lúcia foi operada, em março de 2006, e outros exames foram feitos após a cirurgia, detectando também metástase no cérebro. A paciente se submeteu à radiocirurgia e o nódulo que lá se encontrava desapareceu. Maria Lúcia - uma dona de casa que deixou a profissão de wester telegraf para cuidar dos dois filhos - aborda não só os momentos difíceis, como o medo e a dificuldade em suportar o desconhecido, mas também aqueles em que pôde conhecer e contar com o conforto da família, amigos e competentes profissionais da saúde. Esta é sem dúvida, uma obra que poderá auxiliar muitas pessoas. Alternando alegria e seriedade, o livro é absorvente e, acima de tudo, um autêntico e brilhante reflexo de um ser humano. Lançamento de livro: Venci. Vencemos. Autora: Maria Lúcia Nogueira Mendes Editora: Edições Inteligentes Dia 24 de julho - quinta-feira - às 19 horas Local: Livraria da Vila - Alameda Lorena, 1731 - Jardim Paulista/SP - Tel: (11) 3062 1063 Informações/venda: (11) 3179-0081 - www.edicoes.com.br - info@edicoes.com.br Assessoria de imprensa: ELIANE VERBENA Tel: (11) 3079-4915 / (11) 9373-0181 – eliane@verbena.com.br Veja mais Publique.

MOVIMENTO POETAS SEM FRONTEIRAS FOGUEIRA POÉTICA NO KAÇUÁ - Sarau dia 30 de julho de 2008- Quarta-feira às 19 h. Local: Restaurante KAÇUÁ, o nordeste no Recreio. Rua Senador Rui carneiro, 220.- Recreio – Reservas: (021) 2490-2607 Mapa no site: www.kacua.com.br CONVIDADO ESPECIAL: Poeta, ator, dramaturgo, vencedor de prêmios literários no Brasil e no exterior ARTUR GOMES – Poesia e Fúria – À flor da alma, da pele e da palavra. LANÇAMENTO DO LIVRO "GotasdosEus" de autoria do escritor, matemático(UFRJ), ativista cultural e poeta Marcos Santos, autor do Projeto "Poesia viva", com cinco livros editados, três de poesia, um técnico e um de ficção/Romance. Inf.: ehm.pessoa@gmail.com Apoio: APPERJ – Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro – www.apperj.com.br Contato: apperj@apperj.com.br

VIII SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS – 2008 - O Salão de Artes está aberto a todos os Artistas Plásticos, nas seguintes modalidades: PINTURA ACADÊMICA, CONTEMPORÂNEA, NAIF E DECORATIVA, AQUARELA, DESENHO, PASTEL, ESCULTURA E INSTALAÇÃO. A inscrição será feita no período 25 de julho a 04 de agosto, de 2ª a 6ª feira, de 10 às 17h. Dia 26 de julho; sábado, de 09 às 13h. LOCAL: ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA - Av. João Luiz Alves, s/n - Fortaleza de São João - Urca - RJ - CEP: 22.290-240 ou no Atelier Vera Figueredo - R. Visconde de Abaeté, nº 105 casa - Vila Isabel - Rio de Janeiro - RJ - Cep 20 551-080.MAIORES INFORMAÇÕES: Cel. (21) 9966 3547 - Vera Figueiredo - Curadora do Salão de Artes – divulgação: Jornal RioArteCultura.Com > Email > Tel: (21) 2275-8563 e 9208-6225

BENDITO SARAU - Bendito Sarau da Bendita Agencia! Na próxima quinta-feira, dia 24/07. O Bendito Sarau é um evento que periodicamente fará o encontro entre artistas e profissionais de comunicação, com focos variados, como música, teatro, artes plásticas, literatura, fotografia, moda, etc.... Neste primeiro encontro faremos a leitura da peça “O Casamento do Pequeno Burguês” de Bertolt Brecht, com a participação doa atores Henri Castelli e Leonardo Miggiorin e das atrizes Mara Manzan e Thati Manzan. Info: EBERT BIASIOLI ACERVO COMUNICAÇÃO www.acervocomunicacao.com.br 11. 30712123 – 97921537 ID 84*74236

CAÇADOR DE CROCODILO – A Editora Novo Conceito lança em agosto o livro O Caçador de Crocodilos - A Emocionante Vida de um Homem Apaixonado por Animais, escrito por Terri Irwin. O título, lançado em 2007 na Austrália, é um emocionante relato sobre a vida de Steve Irwin, que ficou mundialmente conhecido por sua paixão e luta pelos animais e por seu programa “O Caçador de Crocodilos”, que era produzido por Terri, sua esposa. Terri Irwin é americana, zoóloga e técnica em veterinária. Em 1991, Terri Raines, com 27 anos, em viagem de férias pela Austrália, conheceu Steve Irwin durante um passeio no parque Australia Zoo. A paixão dos dois pela natureza os atraiu à primeira vista, e, em menos de um ano, estavam casados. Quando soube da morte de seu marido, Terri estava na Tasmânia com os filhos. Ela destruiu as imagens do momento em que Steve foi atingido pela arraia e deu continuidade à luta do marido pela natureza e ao trabalho no zoológico Australia Zoo. Livro: O Caçador de Crocodilos - A Emocionante Vida de um Homem Apaixonado por Animais Autora: Terri Irwin Formato: 16 x 23 Páginas: 288 Preço: R$ 39,90ISBN: 978-85-99560-41-9 Mais informações para a imprensa: Ellen Santini Com Texto Comunicação Assessora de Imprensa Ribeirão Preto – SP (16) 3964-7000 (16) 9146-2660

EDITORA PAKA-TATU – Lançamento: IMAGINÁRIO AMAZÔNICO Autor: José Coutinho de Oliveira Organizadores: Ana Paula Rebelo Silva, Maria Madalena de Oliveira Rebelo e Paulo Maués Corres Imaginário Amazônico tem como autor José Coutinho de Oliveira, linguista e extraordinário estudioso do folclore da Amazônia. Paka-Tatu bons autores, bons livros Rua Oliveira Belo 386, salas 8 e 9 Bairro do Umarizal CEP 66050-380 Fonefax (91) 3212.1063; (91) 9987.7486 www.editorapakatatu.com.br Veja mais dicas de Editoras.

TERCEIRO NOME – está no ar o novo sitio da Terceiro Nome, trazendo multimídias, fotos, jornalismo, história, arte, meio-ambiente, economia, geografia e sociedade brasileira. Para melhor conhecer é só acessar: http://www.terceironome.com.br/. Veja mais no Publique.

NOS IDOS DE 68 - O Professor Luiz Lyrio e a Mazza Edições estarão lançando em agosto, em comemoração aos quarenta anos de 1968, uma nova edição do livro NOS IDOS DE 68. NOS IDOS DE 68, será lançado no dia 18 de agosto, a partir de 18h e 30m no Restaurante Bar e Pizzaria Cozinha de Minas, que fica na Rua Gonçalves Dias, 45, no Bairro Funcionários, em Belo Horizonte. Na ocasião, serão sorteados, entre aqueles que adquirem um exemplar do livro, vários prêmios, entre eles um aparelho de dvd e uma barraca de campíng. Mais dicas no Publique.

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segunda-feira, julho 21, 2008

LITERATURA BRASILEIRA



ARCADISMO – TOMÁS ANTONIO GONZAGA - Nascido em Portugal, Tomás Antonio Gonzaga (1744 – 1810) passou parte da infância e da juventude no Brasil. Mudou-se depois para Portugal, onde se formou em direito. De volta ao Brasil, por algum tempo exerceu a profissão de advogado em terras portuguesas, mas em 1782 foi nomeado Ouvidor de Vila Rica, capital de Minas Gerais. Ocupou altos cargos jurídicos e em 1787 tratou casamento com Maria Joaquina Dorotéia de Seixas, a futura Marília. Ele tinha mais de quarenta anos e ela era pouco mais do que uma adolescente. Ele se apaixonou pela jovem Maria Dorotéia, a quem consagrou como Marília em seus poemas. Aderiu à Inconfidência Mineira e a detenção pelo envolvimento na Conjuração impediu o enlace. Ficou preso três anos numa prisão no Rio de Janeiro e, quando o movimento malogrou, foi julgado como participante, condenado e degredado para Moçambique, onde se casou com a filha de um rico mercador de escravos e morreria mais tarde. Viveu seus últimos anos completamente afastado da poesia.
Entre as suas obras, estão uma das obras mais estimadas e lidas no país, Marília de Dirceu (lírica) e Cartas Chilenas (satírica).
A poesia de Tomas A. Gonzaga, realiza com graça e equilíbrio o novo gosto pelo estilo simples e natural. Sua expressão é direta, seu vocabulário é acessível, desprovido de termos raros e cultos, e o sentido, na maior parte das vezes, é claro. O poeta não abusa das figuras de linguagem, como as metáforas, ainda que se utilize apenas de uma linguagem amorosa e cortês que se enquadra perfeitamente à forma poética escolhida. Seu estilo se caracteriza pelo pastoralismo, galanteria, clareza, recusa em intensificar a subjetividade, racionalismo neoclássico que transforma a vida num caminho fácil para as almas sossegadas, eis alguns elementos que configuram o Arcadismo nas liras de Tomás Gonzaga. Por causa disso, foi o mais famoso dos árcades brasileiros, merecendo essa distinção, quer pelas cores locais da lírica de Marilia de Dirceu, quer pela virulência das Cartas Chilenas, que lhe são atribuídas, pois apresenta em uma e outra obra indícios claros de seu pré-romantismo.
A diferença entre Cláudio e Gonzaga representa para o conjunto da poesia brasileira do século XVIII a chegada a um elevado grau de amadurecimento. Enquanto Cláudio Manuel deu preferência ao soneto. Gonzaga usou de formas poéticas mais variadas, da redondilha menor ao decassílabo.
Ao analisar a "Lira" de Tomás Antonio Gonzaga nota-se a exaltação da vida no campo, sua linguagem é simples e direta, sem excessos de ornamentos, ainda que se utilize apenas de uma linguagem amorosa e cortês. O amor aparece como um sonho, uma fantasia que serve de base para o poeta-pastor projetar uma vida retirada das atribulações e conflitos do mundo. Num meio mais calmo, no campo, ele e sua amada se bastam. No poema, Marília corresponde à figura da mulher padrão, ao ideal da figura feminina da época, usando uma linguagem simples e direta, aproximando-se da forma natural de falar ou escrever e da denotação, exceto a quarta estrofe, onde é apresentada a figura feminina por meio de metáforas, hipérboles e comparações. O eu lírico sonha com um viver do dia-a-dia, a sombra da paisagem bucólica (monte, campinas), usando um vocábulo ligado ao campo (vaqueiro, gado, vinho, legume, fruta, azeite, ovelhinhas, leite, pastores, etc), transmitindo um amor sereno e sem sobressaltos: "nem me cega a paixão, que o mundo arrasta". Pode-se verificar na estrutura do poema que seus versos são decassílabos e que sua estrutura frasal é simples, mas possuindo hipérbatos, percebendo que os adjetivos usados tem a função descritiva. Encontra-se presente no principal da mensagem gonzaguiana uma poesia suave, de acentuado cunho realista, de concepção burguesa da vida, dentro do espírito moralizador e didático.
As vinte e três liras iniciais de Marília de Dirceu são autobiográficas dentro dos limites que as regras árcades impõem à confissão pessoal, isto é, o EU não deve expor nada além do permitido pelas convenções da época. Assim um pastor (que é o poeta) celebra, em tom moderadamente apaixonado, as graças da pastora Marília, que conquistou o seu coração.
Percebe-se no poema o enquadramento dos impulsos afetivos dentro do amor galante. Está-se longe do passionalismo romântico. A expressão sentimental vale-se de alegorias mitológicas e concentra-se em fórmulas mais ou menos graciosas. Vai se encontrar um conjunto de frases feitas sobre os encantos da amada, sobre as qualidades do pastor Dirceu e sobre a felicidade do futuro relacionamento entre ambos. Conforme o gosto do período, há um esforço para cantar as qualidades da vida em família, do casamento, das módicas alegrias que sustentam um lar.

MARILIA DE DIRCEU - PARTE I – LIRA I

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’pressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado,
Tenho próprio casal, e nele assisto,
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite,
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte
dos anos inda não está cortado:
os pastores que habitam este monte,
respeitam o poder do meu cajado.
Com tal destreza toco a sanfoninha,
que inveja até me tem o próprio Alceste:
ao som dela conserto a voz celeste,
Graças, Marília bela,
graças à minha Estrela!
Mas tendo tantos dotes da ventura,
só apreço lhes dou, gentil pastora,
depois que o teu afeto me segura
que queres do que tenho ser senhora.
É bom, minha Marília, é bom ser dono
de um rebanho, que cubra monte e prado;
porém, gentil pastora, o teu agrado
vale mais que um rebanho e mais que um trono.
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!
Os teus olhos espalham luz divina,
a quem a luz do sol em vão se atreve;
papoila ou rosa delicada e fina
te cobre as faces, que São cor de neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! Não, não fez o céu, gentil pastora,
para glória de amor igual tesouro!
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!
Leve-me a sementeira muito embora
o rio, sobre os campos levantado:
acabe, a peste matadora.
sem deixar uma rés, o nédio gado.
Já destes bens, Marília, não preciso
nem me cega a paixão, que o mundo arrasta;
para viver feliz, Marília, basta
que os olhos movas, e me dês um riso.
Graças. Marília bela,
graças à minha Estrela!
Irás a divertir-te na floresta,
sustentada. Marília, no meu braço;
aqui descansarei a quente sesta.;
dormindo um leve sono em teu regaço;
enquanto a luta jogam os pastores,
e emparelhados correm nas Campinas,
toucarei teus cabelos de boninas,
nos troncos gravarei os teus louvores
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!
Depois que nos ferir a mão da Morte,
ou seja neste monte, ou noutra serra,
nossos corpos terão, terão a sorte
de consumir os dois a mesma terra.
Na campa, rodeada de ciprestes.
lerão estas palavras os pastores:
"Quem quiser ser feliz nos seus amores,
Siga os exemplos que nos deram estes".
Graças. Marília bela,
graças à minha Estrela!

Veja mais Marilia de Dirceu.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS
BANDEIRA, Manuel. Noções de história das literaturas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1940.
BOSI, Alfredo, História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1970.
BRASIL, Assis. Dicionário pratico de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979.
______. Vocabulário técnico de literatura. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979.
CAMPEDELLI, Samira. Tomas Antonio Gonzaga. São Paulo: Abril, 1980.
CANDIDO, Antonio. Iniciação à Literatura Brasileira. São Paulo: FFLCH/USP, 1999.
CANDIDO, Antonio: CASTELLO, José Aderaldo. Claudio Manuel da Costa. In: Presença da literatura brasileira, vol. 1. São Paulo, Difel, 1968.
CARPEAUX, Otto Maria. Historia da literatura ocidental. Rio de Janeiro: Alhambra, 1980.
_________. Pequena bibliografia critica da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979.
CARVALHO, Ronald. Pequena história da literatura brasileira. Rio de Janeiro: F. Briguet, 1955.
COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
DURÃO, Jose de Santa Rita. Caramuru. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
FERREIRA, Pinto. Historia da literatura brasileira. Caruaru: Fadica, 1981.
GONZAGA, Tomás Antonio. Marília de Dirceu. São Paulo: Melhoramentos, 1964.
LIMA, Alceu Amoroso. Introdução à literatura brasileira. Rio de Janeiro:Agir, 1956.
LITRENTO, Oliveiros. Apresentação da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Forense-Universitária/INL, 1978.
MARTINS, Wlson. A literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1967.
MOISÉS, Massaud, A Literatura Brasileira Através dos Textos. São Paulo: Cultrix, 2000.
________. A Literatura Portuguesa. São Paulo: Cultrix, 2001.
ROMERO, Silvio. Historia da literatura brasileira. Rio de Janeiro: José Olympioo/INL, 1980.
SODRÉ, Nelson Werneck. Historia da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasiléia, 1976.

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sexta-feira, julho 18, 2008

PRIMEIRA REUNIÃO



Imagem: Madonna and Child, ca. 1480-1485, do pintor da Alta Renascença italiana Giovanni Bellini (1426-1516).

PRELÚDIO

Luiz Alberto Machado

Foi por amar a vida
Que beijei o ventre
E colhi o sol
Para proteger o homem e a natureza

Foi por viver intensamente
Que amei esta carne
E a fisionomia secreta dos seres

Foi por ter submetido o coração ao amor
Que submergi nos olhos
No calor vivo das emoções
Sem haver negado qualquer alegria
Nem mesmo projetado qualquer mentira

E foi por ter justamente amado
Que acalentei a dor e a solidão
E renasci eternamente menino.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

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quinta-feira, julho 17, 2008

DICAS PRO FINAL DE SEMANA & TATARITARITATÁ!!!!



COMO ESCREVER E CONTAR A LITERATURA DE CORDEL - Workshop: Corpo e Rimas em Movimento- Como escrever e contar a literatura de cordel- 23/07- (Julho) às 19h SINOPSE: O participante vai aprender, por meio de histórias, improvisos e interação como escrever e contar as diversas modalidades da literatura de cordel. Dinâmicas de teatro de cordel trabalham a expressão corporal para o universo da poesia popular rimada e metrificada ser vivenciado plenamente. OBJETIVO: Iniciar o treino da escrita, leitura e escuta em versos, através da oralidade da cultura popular. Público- alvo: Educadores da educação infantil, ensino fundamental e médio, mediadores de leitura e bibliotecários. Duração: duas horas. Valor R$ 30,00 Livraria da Vila: Rua Fradique Coutinho, 915 - Vila Madalena- Telefone: 11-3814-5811 Por César Obeid www.teatrodecordel.com.br

SAGARANA – revista italiana de literatura, editada por Julio Cesar Monteiro Martins, trazendo uma série de novidades: o escritor argentino Roberto Arlt + Zélia Gattai, um conto inédito de Peter Karvaš e um de Rubem Fonseca, poesias inéditas de Kenneth Patchen, de Eguren, de Arnold de Vos e de Gregorio Carbonero, textos importantes de Elias Canetti, Clarice Lispector, Pier Paolo Pasolini, Susan Sontag, William Gibson e muitos outros, além da Exposição virtual, que apresenta aos leitores de Sagarana o Brasil colonial através das obras dos quatro pintores europeus mais importantes entre aqueles que retrataram a vida quotidiana brasileira entre os séculos XVI e XVII: Jean-Baptiste Debret, Johann Rugendas, Frans Post e Albert Eckhout. Tudo isso muito mais acessando www.sagarana.net

II ANTOLOGIA DE POETAS LUSÓFONOS - A Editora Folheto Edições & Design com a colaboração do Elos Clube de Leiria da Comunidade Lusíada e com o apoio institucional de várias Associações, Academias e Instituições dos Países Lusófonos, lança o regulamento para a II Antologia de Poetas Lusófonos com o intuito de continuar a promover a Poesia e os Poetas dos Países Lusófonos. Informações: Sandra Amaro Técnica Superior de Comunicação Folheto Edições & Design, lda Praça Madre Teresa Calcutá, lote 115, loja 1 2410-363 Leiria Telf./Fax: 244 815 198 E-mail: folheto@gmail.com; amaro204@gmail.com Blog: http://folhetoedicoesdesign.blogspot.com & http://poetaslusofonos.blogspot.com

CONGRESSO EM INTELIGÊNCIA EMOCIONAL PROMOVE CONCURSO INTERNACIONAL DE FOTOGRAFIA - A VIDA ATRAVÉS DAS EMOÇÕES - Estão abertas as inscrições para o Concurso A Vida Através das Emoções, promovido pelo Congresso de Inteligência emocional, que tem como patrocinador Ricardo Javier Ocampo, famoso orientador de IE. Educador e autor de diversos livros (sendo seu lançamento mais recente: Desenvolvimento Emocional Executivo - Desarrolo Ejecutivo Emocional - lançado apenas em espanhol - Ricardo, que esteve no Brasil em abril comandando diversas palestras sobre Inteligência Emocional (inclusive no Centro Empresarial Mourisco), ensina como, por meio dela, obter o equilíbrio das emoções. As inscrições terminam no dia 15/08/2008 (sendo este o último dia para recebimento do material) e terá seu resultado publicado no dia 22/08/2008 através do site do "I Congresso Internacional de Inteligência Emocional", promovido pelo guru, que acontecerá em Córdoba na Argentina e pretende reunir grandes autoridades no assunto. O concurso está aberto a qualquer pessoa de qualquer parte do mundo que quiser participar. O regulamento do concurso, que poderá ser conferido no site do Congresso WWW.america-ie.org/concurso.html INFORMAÇÕES SOBRE O CONCURSO: A VIDA ATRAVÉS DAS EMOÇÕES CONCURSO FOTOGRÁFICO Data limite de recepção: 15.08.2008. BASE: WWW.america-ie.org/concurso.html INFORMAÇÕES E CONSULTAS: Ernesto.bergami@america-ie.org As fotos deverão ser enviadas por correio eletrônico a: Ernesto.bergami@america-ie.org ou por via postal a Ángelo Peredo 43, piso 2, depto. "A", CP: 5000 – Córdoba – Argentina CONTATO, ENDEREÇO E INFORMES: America IE – Sr. Ernesto Bergami Angelo Peredo 43, Piso 2, depto. "A" – CP: 5000 – Córdoba – Argentina – Código Postal: 5000 Tel: 0383-15-521109 (Internacional: 00549-3833-521109) Email: Ernesto.bergami@america-ie.org Luciana Costa Barretto Asssessoria de imprensa 55 21 8855-5025

SARAU DO CHARLES - Sexta-feira, 18. 07. 08 às 20:30 no Teatro da Vila. (Rua Jericó, 256 - Vl. Madalena; Próximo ao metrô; Em frente ao Mercearia São Pedro) Informações: Associação Raso da Catarina contato@rasodacatrina.com.br ou (11) 3032.6269

JOSÉ CARLOS DALTOSO – UM NOVO AMANHÃ, sétimo livro histórico de autoria de José Carlos Daltozo, mostra um painel da imigração japonesa para o Brasil, que completou cem anos em junho de 2008. Focaliza a colônia japonesa de Martinópolis (SP) desde 1926, quando chegou a primeira família, até os dias atuais. O livro é repleto de depoimentos e fotografias antigas de lavradores e familiares, fotos de escolas rurais japonesas, disputas de kendô e sumô em plena zona rural, equipes de beisebol que já existiram na cidade, festividades atuais do Kaikan, jogos de gate ball, entre outros assuntos. Um livro para ser lido e guardado, com certeza será de extrema utilidade para que as futuras gerações saibam como foram os tempos heróicos vividos por esses verdadeiros desbravadores. Com 148 páginas em papel couché, o livro apresenta reproduções de mais de 200 fotos históricas sobre a colônia japonesa em Martinópolis-SP. Para aquisição do livro UM NOVO AMANHÃ, JOSÉ CARLOS DALTOZO – CX. POSTAL 117 - 19500-000 - MARTINÓPOLIS – SP jcdaltozo@uol.com.br

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quarta-feira, julho 16, 2008

POETA DE ALAGOAS



DIÓGENES TENÓRIO JÚNIOR

O CLAMOR DAS PEDRAS

Um dia, um dia as pedras gritarão” (Mario Quintana)

Deixe as pedras clamarem;
Com o tempo, calarão.
Verão que é inútil seu grito,
E guardarão suas forças
Para chorar silenciosamente
Pelas vozes silenciadas.
Não dê ouvidos ao que elas dizem!
A vida não é retórica, e o mundo
Nunca sobreviveu às custas
Dos idealistas e das poesias.
Olhe ao seu redor: podes sentir
O mau-cheiro das almas em decomposição.
É essa a realidade em que vives,
É esse o destino que te aguarda.
Vamos embora, cuidar do que é nosso.
Deixe as pedras clamarem;
Com o tempo calarão.

CANTIGA DE NINAR

Navega, sonho, navega
No meu sono que é um mar.
Se a tristeza te carrega,
Mesmo assim não me sonegues
O direito de sonhar.
Navega, sonho, navega,
Não me deixes naufragar.
Se qualquer onda te pega,
Por favor, não me entregues,
Nem me deixa despertar.
Navega, sonho, navega
Nas águas do meu pensar.
De vez por todas renega
A solidão; me delega
Esse dom de navegar...

PISCINA

Na piscina da existência,
Toda a água é renovada:
Vai-se a antiga, da inocência,
Vem a nova, maculada.

MURICI

Essa cidade me vence.
E de tal modo me envolve,
Que já não sei se habito
Ou se é ela que vive em mim.

CARLITO, AOS SESSENTA

Para Carlito Lima

Chega Carlito aos sessenta. Mesmo assim
O tempo não diminui sua energia,
Renova o exercício da alegria,
E seu humor parece não ter fim.
Se o avanço da idade é ruim,
Carlito não demonstra, e irradia
Cada vez mais carinho e fidalguia,
Esteja num palácio ou botequim.
Seis décadas Carlito faz agora,
E a multidão que está aqui implira
Que outras seis permaneça entre nós;
Que viva, vibre, ame e se entregue,
Mas haja o que houver, nunca nos negue
Sua presença, seu abraço e sua voz.

OFÍCIO

Já não sei como grito:
Se através das palavras
Ou dos meus olhos aflitos.
Se grito com minha lavra,
Imagino que ela salva
Uma multidão de proscritos;
Mas, se com meus olhos falo,
Nada escondo, e num estalo
Alço vôo ao infinito.

POEMINHA CONCLUSIVO

Nós somos
O fardo
Mais pesado
Que carregamos.

DO EMBARAÇO DIVINO

Os trovões são pigarros de Deus,
Embaraçado, quando algum anjo irreverente
Pergunta se ele está satisfeito
Por haver criado o homem.

CREDO

Eis que somos aurora e esperança,
E nossos medos já não mais impedem
A trajetória rumo à imensidão.
Nem mais ouvimos o rumor dos passos
Que, lentamente, plena noite escura,
Nos encaminham para as ermas sombras
Dos precipícios onde acaba o chão.
Em força viva nos transfiguramos,
Como se fôssemos, por um instante,
O sonho convertido em missão
(Tal se pudéssemos, na luta infinda,
acalentar a velha liberdade
que faz sempre vencer toda verdade
sobre a mentira que sonega o pão).
Não renegamos mais a nossa crença,
Pois não nos basta apenas a certeza
Do que palpita em nosso coração.
É necessária a nossa luta insana,
O nosso sacrifício sobre-humano,
Para que brote o fruto sazonado
Dessa semente de transformação.

DIÓGENES TENÓRIO JUNIOR – O poeta alagoano com formação em Direito e atuação no campo jurídico da capital alagoana. É autor dos livros O Clamor das Pedras (1997) e Mar sem Porto (2003). Dele prefaciou seu primeiro livro o poeta Jorge Cooper: “(...) O Clamor das Pedras, livro de poemas inédito, adquire, de imediato, à primeira mira, todo o engenho que constrói o poeta – (passageiro de pouca idade gesticulando os versos das indagações e das dúvidas). (...) São muitos gritos de um só poeta, ao mesmo tempo jovem e cismado. Juventude aliada às cismas, aos presságios. Só cismas e presságios? Que mundo é este onde são as pedras que clama, que advertem? A pedra que não é plágio, é fragmento de adágio e que estava no caminho de outro poeta, tal como pedra que era, sólida e muda, aconselhava o caminho de quem primeiro a viu. Muda e tácita. Os tempos são outros, tudo piorou, e as pedras do poeta Diógenes Tenório Junior chegam falando e ninguém as escuta (...) É um inicio proimissor, tendo ao lado uma lanterna e certas pedras”.
Também sobre ele escreveu o também poeta Sidney Wanderley: “Você demonstra ter o que falta à quase totalidade dos que andam praticando poesia por estas bandas: a noção de que em poesia a forma pode não ser tudo, pero es fundamental. Você promete. Pior ainda: já está começando – indiscutivelmente – a cumprir a promessa. Os da velha guarda (eu inclusive) que se cuidem”.

FONTE:
TENÓRIO JUNIOR, Diógenes. O clamor das pedras. Curitiba: HD Livros, 1997.
______. Mar sem porto. Maceió: Catavento, 2003.

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terça-feira, julho 15, 2008

DICAS DA SEMANA & TATARITARITATÁ



III RECITATA – Dentro da programação do Festival Recifense de Literatura terá lugar para a Recitata – abreviação de Recife em Cantata - um torneio poético com objetivo de divulgar os poetas da cidade e a oralidade de suas poesias. Essa 'competição', que entra em sua terceira edição, tem direito a comissão julgadora – júri popular e especializado – e a premiação em dinheiro. A 3ª Recitata acontecerá entre os dias 28 e 31 de agosto no Recife Antigo. As inscrições, no entanto, já estarão abertas a partir da próxima quinta-feira(10) e seguem até o dia 10 de agosto. O Festival Recifense de Literatura – a Letra e a Voz é uma realização da Prefeitura da Cidade do Recife, através da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura da Cidade do Recife, coordenado pela Gerência Operacional de Literatura e Editoração. Para participar, os interessados devem se inscrever na Gerência Operacional de Literatura e Editoração (Av. Rio Branco, 76 A, Bairro do Recife). Ou pegar informações pelos telefones 3232. 2898 |3232.2937 e também pelo e-mail: festival.recitata@hotmail.com. Tanto a ficha de inscrição quanto o regulamento podem ser baixados no site da Prefeitura www.recife.pe.gov.br. Assessoria de Imprensa/Prefeitura do Recife 3232.8420/8856.6314 Anneliese Pires Secretaria de Cultura do Recife Assessoria de Imprensa 3232.8420 / 8743.6547.

GERALDO CARNEIRO & MIRAGEM EM ABISMO - Miragem em Abismo Dia 23/07 Lançamento do filme Miragem em Abismo, de Eryk Rocha, sobre poemas de Geraldo Carneiro. Sala de Laura Alvim, 20:30. Exibição do filme, recital com participação de Camilla Amado, Mariana Ximenes, Ana Paula Pedro e Nilcemar Nogueira. Exibição do filme, seguida de debate com o poeta e compositor Lirinha, o psicanalista Isidoro Americano do Brasil, o cineasta Eryk Rocha e o poeta Geraldo Carneiro. Aproveite e veja a entrevista de Geraldo Carneiro no Guia de Poesia.



MESTRE DIDI - Mestre Didi, aos 90 anos, reconhecido em todo o mundo pela sua arte, atividade literária e religiosa, abre esta mostra na Galeria Murilo Castro (www.murilocastro.com.br) São 28 esculturas feitas em material orgânico, como nervuras e palmas de palmeira, palha da costa, contas vegetais, búzios e couro, com representações e dimensões variadas. Cada obra é um emaranhado de linhas, curvas, círculos, triângulos e setas, desenhando formas finas e a maioria verticais, apontando para o céu. Algumas das obras apresentadas nesta exposição participaram da “Bienal de Valencia”, Espanha, em 2007, da exposição na “Comune di Milano - Cultura Musei e Mostre”, Itália, em 2005, e na “Mostra do Redescobrimento - Brasil 2000 Anos”. Outras são obras inéditas. A exposição conta com curadoria e texto de apresentação de Emanoel Araújo, diretor do Museu Afro-Brasil de São Paulo. O catálogo é enriquecido com textos de Washington Olivetto, Angela Gutierrez e Juana Santos que é antropóloga e esposa de Mestre Didi. A galeria será totalmente ambientada por Pedro Pederneiras, cenógrafo do Grupo Corpo, para receber esta importante exposição. Uma produção à altura de Mestre Didi. Divulgação: Jornal RioArteCultura.Com > Email > Tel: (21) 2275-8563 e 9208-6225

CONCURSO CULTURAL DE PORTO ALEGRE – Estão abertas as inscrições até 29 de agosto de 2008, para o concurso da Prefeitura de Porto Alegre nas categorias de Histórias Verdadeiras, textos contendo as memórias do trabalhador; Histórias Inventadas (contos); Poesia, retratando o mundo do trabalho através da linguagem poética; Histórias em Quadrinhos e Cartuns; Fotografia; e Ensaio Acadêmico, textos originários de dissertações, teses e monografias ou pesquisas de cunho analítico e acadêmico sobre questões relativas ao trabalho no Brasil. Cada participante poderá se inscrever com até 03 trabalhos em cada categoria, com exceção da Fotografia, na qual o limite é de 06 fotos.Trabalhos não selecionados na edição anterior deste Concurso podem ser re-inscritos. Os trabalhos devem ser entregues no Centro Municipal de Cultura - Coord. do Livro e Literatura, Av. Érico Veríssimo, 307 (de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h), fones (0xx51)32898075/32898076 CEP 90160-181, em Porto Alegre/RS ou enviados pelo correio (postagem até 29 de agosto 2008).Inscrições por internet, com exceção das fotos, Hqs e cartuns. Haverá no site www.portoalegre.rs.gov.br/smc Informações sobre o concurso poderão ser obtidas através dos telefones 32898075/32898076 E-mail: historiastrabalho@smc.prefpoa.com.br Concurso da Prefeitura de PORTO ALEGRE/RS Info: Neida Rocha (0**51) 9942-3898

ESCOLA DO ESCRITOR: CURSOS - A Escola do Escritor lança pacote promocional de "cursos" durante a 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece de 14 a 24 de agosto de 2008, no Anhembi. Estão incluídos no pacote promocional: almoço, ingresso no Pavilhão de Exposições do Anhembi e translado (somente ida) da Escola do Escritor até o Evento. Cursos: 14/08/2008 - 9 às 15 horas
SEGREDOS PARA DESPERTAR A SUA CRIATIVIDADE Docente: Armando Alexandre dos Santos 18/08/2008 - 9 às 13 horas O VENDEDOR DE LIVROS E O DISTRIBUIDOR Como unir esforços e trabalhar as oportunidades Docente: Flávio Galvão 19/08/2008 - 9 às 13 horas GESTÃO DE ESTOQUES E CONTROLE DE CONSIGNAÇÕES DE LIVROS Docente: Gerson Ramos 20/08/2008 - 9 às 13 horas MERCADO EDITORIAL BRASILEIRO E A ARTE DE ESCREVER E PUBLICAR UM LIVRO Docentes: João Scortecci e Maria Esther Mendes Perfetti 21/08/2008 - 9 às 13 horas LEI DO LIVRO, QUESTÕES PRÁTICAS DO DIREITO AUTORAL E LEI ROUANET Docentes: João Scortecci e Maria Esther Mendes Perfetti 22/08/2008 - 9 às 13 horas IMPRESSÃO DIGITAL DE LIVROS SOB DEMANDA E EM PEQUENAS TIRAGENS Tecnologias e Oportunidades Docente: Sergio Clemente Sala de Aulas: Rua Mourato Coelho, 393 conj 1 - esquina com Rua Teodoro Sampaio, Bairro de Pinheiros, São Paulo, SP - Telefax: (11) 3034-2981 Estacionamento em frente no Pão de Açúcar ESCOLA DO ESCRITOR Rua Dep. Lacerda Franco, 165 – Pinheiros CEP 05418-000 - São Paulo - SP - Telefax: (11) 3034-2981 escoladoescritor@escoladoescritor.com.br & www.escoladoescritor.com.br & info@amigosdolivro.com.br

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segunda-feira, julho 14, 2008

POETAS DA BAHIA



HENRIQUE WAGNER

AS HORAS DO MUNDO

Deixo que o relógio insista.
O agora perdeu-se aqui.
Não esqueço minha memória.
Não insisto no meu fim.
Deixo que se vá agora
Todo o tamanho do fim.
Horas sendo as mesmas horas,
E tudo indo sem mim.
Deixo que o relógio insista,
Atrasado sempre, inútil,
Marcando as horas do mundo.

UM POEMA DE AMOR

Penso que, se já acordamos à mesma hora, sobre a mesma cama,
Tomamos o mesmo banho e sentimos os olhos arderem com a mesma marca de sabonete,
Sorvemos o doce café quentinho que nos tem o mesmo cheiro
E andamos nas ruas de mãos dadas formando uma única sombra,
Somos um único somos, temos um único peso no universo
E nossos corações tocam numa mesma banda percussiva.
Não nos vemos de costas e nem de frente,
E andamos pra frente e pra trás quando queremos.
Então sorrimos largamente porque jamais chegaremos aos 200 anos,
E não nos defrontaremos com os sustos de um futuro remoto,
Nossas dentaduras não cairão sobre os salões invisíveis.
Apenas uma infância, uma juventude, uma velhice:
Um beijo eternamente multiplicado, um corpo formado
De dois antigos corpos aluídos.

POESIA

Há um poema em algum lugar
Feito de espera e horizonte,
Feito de vela, e insone.
Há um poema a cada hora
Que se pensa no infinito
- pra cada hora um infinito.
Há um poema à toda noite
Na lâmpada acesa ou não,
Na folha branca ou na mão,
Bem como há um céu distante,
Estrelas por trás dos olhos,
Estrelas do mar adiante.

O HOMEM DECAPITADO

O pior homem é aquele que é poeta
E o pior poeta, aquele que publica.
Um poema é a autópsia da alma
E a poesia então se humaniza.
E o poema publicado
É o desfile do homem decapitado.
Um homem decapitado, mas com as dores
De um homem decapitado, vivo.

O PIANO

O piano de cauda não coube
No meu apartamento,
E minha tristeza, do tamanho de uma cidade,
Trouxe os rumores sorumbáticos
Dos becos de minha alma.
Por estar tão intrigado com o fato
De uma nota entrar e um piano não,
Dei gravidade ao silencio:
Soltei os pássaros da gaiola.

ITINERÁRIO DE UM POETA

Bela é a manhã quando não a acordamos,
E todo dia apenas desfaz-se a sua beleza
(e pensamos que é novo o dia).
Parece vir de longe trazendo a noite,
Pois mostra quase sempre os tons amarelecidos
Ou pontos negros de noites antigas.
Apoderaram-se delas os de insônia,
Os notívagos,
Os boêmios.
A noite solta-se a cada dia,
E sem que acordemo-la,
Bela é a manhã quando não nasce o dia.

O VATE

Preciso escolher logo as minhas botas,
Que tudo já está escolhido:
A cor do céu, lua ou sol,
Jeito, força, luz ou escuridão.
Como sei que não tenho direito
De ser exigente, farei um único pedido:
Quero um cavalo,
Para que a certeza seja breve.

O POEMA MORTO

O tempo é triste.
O que ele faz com os nossos pais.
Não. O que ele faz com os avós.
Por anos a humanidade se revoltou
Com a morte. E o tempo cura.
O tempo sara.
Não.
O tempo é que nos leva,
Não a morte. Talvez a morte
Tenha morrido há muito tempo
Engasgada, repleta de um fastio sangrento,
De uma indigestão inocente.
O que sobra e sempre sobrará
É o tempo. O tempo sem verbo
E sem apresentação:
A poesia do poema morto.

RESTOS

Semeio tempestades para colher folhas verdes
E diviso o sol cabisbaixo para sonhar na madrugada.
Com as cascas do abacaxi revigora-me o chá.
Com os restos da tua vida a minha saudade,
Se não eficiente, proficiente nos aproximar-me a ti.
Nos farelos do te alimento, o gosto de tua boca.
No final do beijo o sangue do batom
Que é sempre vermelho e sempre será.
Nos espaços que a chama criou
Ao devastar barreiras gigantes,
Construo o nosso ninho de folhas de passarinho,
Até que dure o ocaso, em que amando,
Eu possa fazer um filho.

TALVEZ AGRIDOCE

Porque estou ouvindo o som dos cajus crescendo
E porque as suas cores vão rompendo com a cor das velhas coisas,
Porque os sentidos têm me levado ao sentido de existir cheirando cada gota de lágrima vertida pelo meu amor,
Ou ao sentido de existir olhando
Passo a passo a saudade, essa distância que não se completa,
Porque os cajus já foram chupados pelas minhas narinas,
É que eu existo e tenho a mão
Para escrever minha alma nesta folha branca de madeira.

TENCOLOGIA DA MORTE

É tudo muito rápido
E fácil de entender:
Desejamos o futuro,
Buscamos o que não temos,
O que não temos é o punhal
Que nos atravessa invisivelmente
Feito um nailon cortante.
Lentamente o futuro nos esconde
Por trás do seu passado
- quando tudo o que queremos é estar dentro de alguma coisa.
Feito uma ave de rapina que voa alto
E de repente mergulha no chão,
Cravando as unhas em algum inútil movimento,
O futuro, em incontáveis segundos, nos mata.

A PRAÇA INTEIRA

Parece haver um espírito na praça.
Se ele existe é do tamanho da praça.
Todas as noites, o espírito
Deve deitar-se sobre a praça inteira,
Cobri-la com a sua vasta barba
E pedir esmolas
A Deus.

HENRIQUE WAGNER – O poeta e critico de literatura baiano, Henrique Wagner, é autor dos livros “As horas do mundo” e “A linguagem como estética do pensamento”. Os poemas recolhidos nesta seleção são do “As horas do mundo”, onde Anderson Braga Horta escreve: “(...) Em As horas do mundo saúdo as bodas da juventude com o poema. Em rigor, as núpcias de Henrique Wagner com a poesia realizaram-se antes, pelos quinze anos dele, sacramentadas pela publicação de seu primeiro livro. (...) louvar aquelas qualidades ditas juvenis cuja menção abre esta página, e que habita as páginas que se lhe seguem. Juventude madura, ou maturidade juvenil, como queiram, é o que se oferece no trabalho poético de Henrique Wagner. Apesar de sua pouca idade, é capaz de escrever poemas graves como “Nunca”, e, apesar dessa gravidade, é capaz de um lirismo não convencional como o de “Talvez agridoce”. (...) Há os que vivem mais intensamente, mais depressa que o comum dos mortais. Depois, quando precisa, o poeta suprime a experiência, supre-a com a intuição. E por vezes consegue fazer, de uma lacuna de Ersatz, uma obra-prima. Findem-se aqui essas caóticas considerações. Os poemas de Henrique Wagner estão à espera, com seu clamor de juventude”.

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sexta-feira, julho 11, 2008

PRIMEIRA REUNIÃO



Imagem: The Education of the Children of Clovis, 186, do pintor neoclássico holandês/ingles Sir Lawrence Alma-Tadema (1836-1912).

POEMA EM VOLTA ALTA

et comme dieu je vais nu” (Mallarmé)

Luiz Alberto Machado

Eu sou um deus
Um deus vivo presente
Criado na mentira do mundo e dos homens
Indesculpavelmente humano
Efígie imperfeita da perfeição
Que se amedronta dos porões da floresta indigente que engole gente e todo tipo de ser vivente como ente que mente e mente mente
Que se refugia na poesia de viver para compensar a sua contumácia de manifestar-se desatino, imperfeito, perecível diante de todas as paradoxalidades indesvencilháveis com suas mil garras cheias de anúncios e gritos e choros e lamúrias eternas dentro dos edifícios bêbados de ostensiva imobilidade e pasmaceira e catatonia no meio dos relâmpagos que faíscam acordes naturais e imprimem alarmes e ameaças da toca o breu do concreto bruto do asfalto desvelando o sigilo absurdo dos rostos em pânicos ou felizes com seus pacotes das compras que se danam atônitas pelos semáforos e limites dos cartões de crédito e esquinas e alvoroços como cães famintos na lata de lixo, como um maçarico doido no coração do consumo onde a fugacidade do riso é perene n lodo capitalista!

Eu sou fruto que é raiz e que é semente. O tempo me asfixia. E tudo quanto eu disse era uma lâmina cega na raiz do meu coração imberbe. De que me resta ser herói aos vinte e três anos no meio da minha melancolia que já e suficiente na minha farsa.

Agora carrego ainda mais o meu amor essênio. Procurando a minha túnica de uma só peça e indo ao encontro dos homens de palavras suaves.

Ao mundo oferto o meu sonho herético: Maa kHeru! Maa kHeru!

Eu sou um deus
Eu sou um deus
Um deus vivo presente crucificado em seu próprio verbo, em seu próprio flagelo e tristemente vivo feliz! Não tenho gênesis nem registro acásicos nem júbilos nem hosanas nas alturas ou aleluias nas funduras. Estou cercado em mim mesmo, milpartido com todos os fragmentos compactados num vácuo tão intenso no meio da loucura coletiva e dentro da emboscada do futuro, crendo na vida mesmo que sirva de experimento para os que fabricam catacumbas, mesmo que eu saiba dos que fazem a experiência bélica com a vida dos outros, mesmo que sirva de cenário para as neuroses dos que povoam as ruínas de tudo na esclerose do veneno que asfixia o sol na multidão de anjos estúpidos luzindo com suas olheiras nos estandartes dos algozes: que tudo seja feito pelo amor aos dólares vis!

Eu sou um deus
Eu sou um deus
Um deus vivo presente crucificado em seu próprio verbo e à mercê da sina impressa no assoalho dos tempos. E constato ao tato o fato da minha crença na vida ser a minha festa e fecho-me em minha deificação débil e inútil e sou todo um mar revolto.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

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quinta-feira, julho 10, 2008

OUTRAS DICAS & TATARITARITATÁ!!!



FEIRA DO LIVRO JARAGUÁ – O Grupo Literário A ILHA e a Hemisfério Sul Editora convidam para o lançamento dos livros "Escritores Catarinenses e o Grupo Lit. A ILHA" e "Borboletas nos Jacatirões", de Luiz Carlos Amorim, no dia 12 de Julho, as 15 horas, na Feira do Livro de Jaraguá, na Praça Ângelo Piazera. Na oportunidade, será lançado também a edição de número 105 do Suplemento Literário A ILHA, edição especial em homenagem aos 28 anos de publicação da revista e de atividades do Grupo A ILHA e a edição 3 da revista Mirandum, da Confraria de Quintana. "Escritores Catarinenses e o Grupo Literário A ILHA" reúne biografia, bibliografia, alguma fortuna crítica e uma pequena amostra da obra de escritores que passaram ou que estão até hoje no Grupo Literário A ILHA – PROSA, POESIA & CIA - Http://geocities.yahoo.com.br/prosapoesiaecia. Veja mais dicas de lançamentos no Fórum do Guia de Poesia.



ESPAÇO ACADÊMICO – A REA – Revista Espaço Acadêmico surgiu da iniciativa de um grupo de docentes da Universidade Estadual de Maringá – UEM. A partir de março de 2001 ela foi registrada no ISSN com periodicidade definida. Nesta fase, a Revista Espaço Acadêmico agregou outros colunistas e ampliou o Conselho Editorial e sua abrangência. Também contamos com a contribuição de vários colaboradores, cujos artigos não apenas enriqueceram a revista como foram de enorme importância para a sua divulgação. A ampla aceitação da revista no meio acadêmico e extra-acadêmico se deveu a sua postura crítica e democrática. Pluralista desde sua gênese, a Revista Espaço Acadêmico recusou o enquadramento ideológico e político-partidário. O debate acadêmico não pode ser autêntico e dinâmico se estiver prisioneiro dos ismos e da miopia política ideológica dos que se imaginam senhores da verdade, amparados em seus castelos de areia construídos dogmaticamente. Confira e veja mais dicas de Revistas.



VERBO 21 – A revista Verbo21 - Cultura & Literatura traz uma série de novidades: Entrevistas com os escritores: Marcelino Freire & Franklin Maxado. Ensaios, resenhas e crônicas: Entre cinema e quadrinhos (resenha de O Espinafre de Yukiko, de Frédéric Boilet) - por Laiz Fraga; Lista de Compras (os melhores livros brasileiros de todos os tempos) - por Ademir Luiz; Aracnofilia-mattosiana-sonetada (resenha de Aranha Punk, de Glauco Mattoso) - por Marcelo Oliveira; ¿Por qué debió defender Ricardo Piglia a la poesía? - por Rodolfo Alonso; O corpo dentro do corpo (resenha de Casa das Feras, de Márcia Bechara) - por Saulo Dourado; Fragmentos Hipnagógicos (resenha dos livros de poemas de Paulo Henriques Britto e Leonardo Gandolfi - por Luis Serguilha; Há 60 anos roubando bicicletas (resenha do filme Ladri di Biciclette, de Vittorio De Sica - por João Araújo; O Gráfico Amador: as origens da moderna tipografia brasileira, de Guilherme Cunha Lima - por Alex Cojorian. Na Nossa Tribuna com: Angelo Roncalli, Nicolás Tolosa e Wilson Gorj & 7 colunas: Verde que te quero Verde, Vértebra, Cinema Riscado, Daguerreótipos e Kaos Kapital. Confira e veja mais dicas de Revistas.

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quarta-feira, julho 09, 2008

POETAS DA BAHIA



WASHINGTON QUEIROZ

MEU VERSO

Meu verso não tem malabarismos
É seco: grito de arara ecoando na pedra
Do teu coração que bate, que bate
Não tem pétalas, segredos, ecos:
É um estilhaço fervendo, voando louco,
Sem paragens ou abrigo.
O verso é nada e não está comigo
- está no doido da esquina
na continência do bêbado, está em mim.
Meu verso não presenteia amores. Antes,
Está nas torturas, nas duras dores.
E além, meu verso não é poesia
E não agrada: é brasa que fere o olho
E a paisagem sagrada.
O verso enfim não está em mim;
Gira no planeta, acomete doenças,
Não quer ser lírico ou laço.
E foge do fogo dos que criaram
As alegrias todas, tidas e vindas.
Das danças e manifestações do prazer
Se esconde. Inconformado, meu verso
Não quer ter.
Assim, aos domingos meus verso não vai às igrejas.
Brinca com prostitutas, puxa punhal, navalha,
Dorme na sarjeta.

ACENO AOS MEUS FILHOS

Meu coração,
Com Sísifo, aprendeu a ser Urso.
Indomável ao amar
(presente vermelho na janela)
meu coração
do século despetala-se.
Naufrago, urticante de caravelas,
No movimento das ondas,
Meu coração arqueja e cala-se.

DAS CERTEZAS DO TEMPO

Há uma certeza na página em branco
Do tempo que nos habita.
Há, sobretudo, uma convicção absurda,
/ plausível /, de que somos viáveis.
Em nosso tom pálido: a esperança muda,
(turvo olhar das praças adormecidas)
ida das crianças de ontem, de hoje,
de amanhã e sempre.
Que assim seja. Pois assim que o homem;
Assim quer deus; assim eu quero. Amem.

GEOGRAFIA DOS DIAS

Esta geografia do silencio,
A face muda/mudo
Calendário – a passar, passar....
Os dias/ímpios
E os segredos invioláveis.
Meu filho tecendo nuvens
Ante meu rosto mudo;
Tecendo suas cirandasm
Perplexo, meu rosto mudo.
“ – Pai, por que o rosto mudo?
porque o rosto mudo?”
- A geografia dos dias:
diáfana,
efêmera,
/ meu rosto mudo.

ANDANTE

Ai que vontade de amar, de amar, de amar
Como uma bola de sabão
Que morre colorida
Num dia totalmente azul

O MUNDO EM UM DEDO

O mundo realizado
A vida realizada
O momento realizado
E o dedo na boca.

AUSÊNCIA

Nada é tão cruel
Como os pássaros.
Cantam, cantam, cantam
E depois voam
Para aquele ponto negro
Que existe em qualquer homem.

ESTUDO PRIMEIRO PARA MAR, GAIVOTAS
SINTETIZADOR, VIOLONCELO E VIOLINOS


As gaivotas não voltam.
Os mares são sempre amanhã.
Cântico de pios / estrondo de águas:
Melodia zoohidrica
Sob o azul paciente dos violinos.
As gaivotas não voltam.
Os mares são sempre amanhã.
Nostalgia bramindo em sussurros,
Em chiados, feito sintetizador;
Em roncos, feito violoncelo.
As gaivotas são sempre amanhã, pois
Os mares não voltam.

TOQUE DE CRISTAL

Granítica
É a palavra amor
Diamantina
É a palavra ódio.

O PÁSSARO

Extrair do passaro a cor
O canto,
A policromia do vôo;
Extrair o encanto do trissílabo
Que planificamos no asfalto?

OS ENTES QUERIDOS

Todas as tardes
Visitava aquele casarão
Antigo, à beira do lago.
Passava horas a olhá-lo
Como quem recompunha uma história.
Em uma tarde foi-se o casarão
E o lago também.
Então ele juntou-se aos destroços.

AUTOCONHECIMENTO

Os dias de excessiva luz
Nos fazem tropeçar em cismas.
Assim falava um homem
Cego, de bengala, que cruzava a rua.

PALAVRA: O SER E O NÃO SER

As palavras ditas
São ontem:
Perderam o fogo do silêncio:
A voz da brisa que (às vezes)
Persegue a consciência,
Perderam.
Quando são ditas já fora o imã,
O enigma, o magma já fora.
As palavras mudas:
Essa estranha vontade de dizer,
Essa estranha maneira de dizer.

DOS CAMINHOS

Aquele bonde velho
Que encalhou diante da bifurcação
Se traz uma dor na ferrugem
No peito rosas não levava.

OS METAIS

A música que compõe o verso
É feita de metal,
Danças místicas, punhal:
/ cascavel-amante/
com anéis na janela
e cálices na alma.

TOLERÂNCIA

Todos os dias
Eu me aguardo.
Todos os dias
Eu me aguardo.

O CINZA DO AZUL

Nesta azul compus um verso torto
Cheio de silencio e amargo;
Um verso esconso e cansado:
Verso e reverso.
Não do azul
Mas do estrôncio, do arsênio
Que o azul guarda.
Que é o azul
Senão uma muito leve esperança?
Um verso carpido: cicatriz de mandacarus
Ou canto de gavião, ermo, errado
Desenganado, como todos os versos
Do azul nascidos?
Adunco soluço em asas partidas,
No peito o amálgama
No dorso a ferida?

WASHINGTON QUEIROZ – Nasceu em Feira de Santana e reside em Salvador. Poeta, antopologo do IPAC, ex-professor de antropologia da UFBA, tem trabalhos realizados em etnologia indígena e tradição oral sertaneja – vaqueiros. Participou de diversas antologias e salões de artes plásticas com premiações. É um dos fundadores da Revista Hera. É autor do livro A dança dos véus: fantasia e fuga, dentre outros livros.

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