segunda-feira, abril 21, 2008

POETAS DO RIO GRANDE DO NORTE



CHAGAS LOURENÇO

NA DÚVIDA DO SIM OU NÃO
DAVID REIOU GOLIAS


Pense numa confusão
que está acontecendo
esse tal de referendo
na dúvida do sim ou não.
É um dia de tensão!
Muitas festas, estrepolias
muitas farras e orgias
e o povo todo confuso
vai entrar em parafuso
-David reiou Golias.

O AMOR

Inqietude, tentação
traz saudades, faz chorar
nos magoa o coração
é tão sublime saber amar.

FLOR RENASCENDO

O rosto
rejuvenesceu
as flores murchas
renasceram
os pássaros mudos
entoaram seus cantos.
O brilho da vida
voltou
surgiu
de um ninho mágico
inexplicável
encantador
único,isolado
puro,feliz.
É o amor escolhendo
formas incompreensíveis
de existir
se perpetuar
sobreviver.

A ESTRADA

A estrada é poesia
a paisagem é poesia
o pôr do sol é poesia,
e o colorido dos seus raios
refletem a sombra
de uma mulher,
A sombra é poesia
A mulher é amor.

PARA O POETA ANTONIEL CAMPOS, O POETUNICO

Abrem-se os poros
em círculos
como esferas
de um poema.

O LUAR

A lua surgiu imensa
Cor de fogo
Longínqua, arredia
Temerosa e bela.
O amor apareceu
Ardente e forte
Queimando como fogo
Corajoso e belo.
A beleza do luar
O calor do amor
O medo
De tudo acabar.

BANDA DA RIBEIRA

A banda tocava frevo
as pessoas dançavam
cantavam
bebiam
fumavam.
Através das espirais
da fumaça do charuto
eu espreitava:
Casais apaixonados
se beijando
Cabelos presos
incomodando
beijo na face
arrebatando.
Para cumprir a palavra
dei minha camisa da banda
e Fia saiu desfilando
compromentendo meu cheiro
pela adjacência do Beco.

SOLUÇOS

Tuas lágrimas
se derramam
no meu peito,
pelas alcovas
vagueia o meu pensar.
O medo de te ofender
me chateia,
me apavora
o medo de te deixar.
Afundo o rosto no travesseiro
querendo dormir sem acordar,
um sonho alvissareiro
diz que sou feliz
só no sonhar.
Teus braços
envolvem o meu corpo
me balançam os soluços
do teu chorar,
na liberdade
os anseios de minha vida
tenho certeza
um dia ela virá.
Adormeço
nos sonhos da ilusão
tenho medo
até mesmo de falar
e se acordo
com teus soluços em meu peito
fico sabendo
que eu também devo chorar.

FLOR

A planta estava lá
apenas reguei,
a flor,
já crescida
já cheirada
admirada
apreciada
não ganhada,
quis ser minha
e veio
e ficou
e é minha.
Continuará
sendo admirada
apreciada
regada
e minha,
eternamente,
minha.

LIBERDADE CONDICIONADA

Quando me enrosco em teus braços
debaixo dos teus "cheiros"
fico completamente indefeso,
como um lírio brejeiro
como a areia da praia
que o vento sopra nas dunas
como a espuma das ondas
das águas do mar,
como um peixe na rêde
sem poder se livrar.
A relva do campo
na terra fincada
a liberdade dos homens
condicionada
são as meias verdades
que alguém, um dia falou
é a rotina da peça
que a censura cortou.
É o grito encravado
em cada garganta
é a voz desse povo
que não se levanta,
mas é tudo que quero
e que sempre quiz
apesar disso tudo
eu sou muito feliz.

BOEMIA

Se eu soubesse:
que deixando de ser boêmio
não morreria;
Confesso:
com certeza deixaria.
Como sei:
que mesmo sem ser boêmio
eu morreria;
Afirmo:
vou morrer na boemia.

O ADEUS

O último gesto foi de carinho
a última palavra, de tristeza
o último aceno, de saudade.
A cena foi de prazer,
o sentimento de amor
a realidade, de adeus.

CHAGAS LOURENÇOChagas Lourenço é Francisco das Chagas Medeiros Lima, economista e poeta potiguar. Ele escreve poemas desde 1967, graduou-se em Ciências Econômicas na Universidade Federal de Pernambuco e edita o blog Chl (http://freicarmelo.blogspot.com), reunindo suas poesias, crônicas, causos e afins.

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