terça-feira, abril 29, 2008
PAI POETA – POETAS DE BRASILIA
RENAN LINS ALVES DA CUNHA & MARISA CARLA QUEIROZ ALVES DA CUNHA
A GRUTA
Venho com todas as minhas forças
Transpondo teus cumes,
Cerrando tuas flores negras,
Sugando o suor adocicado,
Avistando o monte desejado.
Corro desesperado pelos teus vales,
Desço despedaçado na estrada do teu regaço.
O calor da chama se encontra na gruta,
O amor de Messalina, não o quero para ontem!
Sugiro que o coração se arrebente!
Enquanto a língua astuta,
Sorve do teu líquido puro
As forças para enfrentar a vida.
O prazer que inunda o meu ser segundo!
TEU CORPO
Se eu fosse mais belo que a manhã de sol
Competiria com o astro rei
Para cobrir teu corpo.
Do pássaro selvagem mais doce,
Roubaria o canto
Para embalar o teu sono.
Do arco-iris descuidado e manso
Suplicaria as cores
Para alegrar os teus olhos,
Meu eterno encanto.
DESEJO
Fosse o dia preenchido
Desses beijos ardentes,
Não haveria tristeza
Da espera da noite.
O desejo não dorme,
Não quer o sol,
Não quer a lua,
O desejo me rouba o dia,
Acalma a Zeus,
E me tortura.
AMOR E DESEJO
Em ti meu desejo vive
E procura a todo instante,
O ensejo de te deixar prostrada
Com gotas de suor brilhante.
O brilho nos teus olhos é de amor flamejante.
A gloria maior de vencer teus receios,
Fazer da tua vida um eterno recreio,
Jogar no teu mar a isca do meu amor saltitante.
Um minuto, uma hora do teu sorriso excitante
É um infinito de prazer conquistado,
Uma contenda entre o amor e o desejo.
Um bálsamo vencedor para o meu coração fatigado.
AGONIA
O dia já se foi silencioso.
Não me disse o adeus
Com o por do sol em fogo.
Tanto desejei este maldito dia!
Como amar sem possuir a agonia infindável
De um pássaro sem gorjeio,
D´alma perdida nos passos obscuros
Dos seus enigmáticos anseios.
ILUSÕES – REGRESSO
Estou só com o meu cavalo.
O bater dos seus cascos escreve
A dimensão da minha solidão...
Corro atrás da lua cheia,
Os bolsos vazios de ilusões.
O amargo regresso de torpeza vem cheio.
CANECAS DE VINHO
Duas canecas de vinho
Brilham perdidas sobre uma mesa redonda.
Extremos da diagonal que une
O nada à indiferença.
Trazem no álcool e no sabor
A chance de mudar meu mundo e minha dor.
Duas canecas de vinho
Brilham perdidas sobre uma mesa redonda.
DÚVIDAS
Se o beijo me pertence
E o beijo eu lhe cedo.
Entrego-lhe também minhas mãos.
Mas as mãos pertencem ao mundo...
E o mundo, pertence a quem?
Estes meus olhos poderiam ser os seus
Companheiros de sempre....
Mas os olhos, o que são os olhos sem uma
Alma a funcionar?
E a minha alma garrida possuirá
Um cérebro com olhos bem abertos pela frente?
O mundo reclama mais beijos.
Por que não se beija tanto
Como se comem os queijos?
Por que se arma com tanta pólvora essa gente?
Será que não acham uma boca para beijar?
PAI POETA - Livro realizado pelo casal Renan Lins Alves da Cunha e Marisa Carla Queiroz Alves da Cunha. Ele é médico especialista em Cardiologia e Clínica Médica. Também Doutor em Cardiologia pela WIU/USA, é pós-graduado em filosofia pela Universidade Católica de Brasília e exerce atualmente o cargo de diretor do Instituto Brasileiro de Geriatria Preveniva – IBRAGE – DF e trabalha no serviço de Cardiogeriatria do Hospital Santa Helena em Brasília. Ela é medica especialista em Cardiologia e Medicina Esportiva, doutora em Cardiologia pela WIU/USA, pós-graduada em Filosofia pela Universidade Católica de Brasília, diretora do IBRAGE e médica no serviço de Cardiogeriatria do Hospital Santa Helena em Brasília. O livro reúne o trabalho que ambos desenvolvem na área de contos, crônicas, filosofia e poesia.
FONTE:
CUNHA, Renan Lins Alves & CUNHA, Marisa C. Q. Alves. Pai poeta. Brasília: LGE, 2007.
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