quinta-feira, abril 30, 2009

O TRÂMITE DA SOLIDÃO

Imagem: Soneto acerca do erotismo, do poeta e artista visual português, Fernando Aguiar.


NOTURNO

Luiz Alberto Machado

É noite na boca
Santa calmaria
De quem mais seria?

É noite no olhar
Flagrante atento
E o mais que invento

É tímido a se esbaldar
E de quem mais vem lá

Que seja bem vindo

É noite de vez
Saudável esperança
De braços com a dança
Pra lá e pra cá

É noite que o dia
Assaz rebeldia
Não soube conter

É noite que fala
O silêncio delatado
Quem faz de rogado?

É noite pra tudo
Que nem vem-vem
Na santa nobreza
De não ser de ninguém

Veja mais:
O TRÂMITE DA SOLIDÃO
PRIMEIRA REUNIÃO
O TRABALHO
A TERRA: UMA PALESTRA SOBRE A CIDADANIA E O MEIO AMBIENTE
CANTARAU

VIRADA CULTURAL & TATARITARITATÁ!!!

NELSON LEIRNER - Vestidas de Branco Abertura: dia 07, qui, 19h Período: 08 de maio a 04 de julho, Térreo Artista: Nelson Leirner Curadoria: Moacir dos Anjos O tema da exposição Vestidas de Branco trata da visão singular que o artista Nelson Leirner lança ao mundo. Olhar que é ao mesmo tempo amoroso e crítico. O humor é que predomina nas criações do artista e é ele quem as faz originais e potentes. Pode-se dizer que o artista cria 'brincadeiras' que atingem e ativam a consciência do público, levando-o a refletir sobre os modos de convivência com seus semelhantes. A exposição tem a curadoria do crítico de arte pernambucano Moacir dos Anjos e apresentará várias instalações com objetos populares que compõem o extenso repertório do imaginário popular religioso e profano nordestino. Tendo como mote a cerimônia de casamento, Nelson Leirner articula esses elementos na exposição “Vestidas de Branco”, em que comenta e desnuda noções que justificam os ritos do casamento, embora sem desautorizá-las em momento algum. Tema que não foi escolhido de modo fortuito, mas por condensar mecanismos de sociabilidade arraigados o bastante para serem pensados como perenes, e não como ideias construidas gradualmente. Nelson Leirner (S.Paulo-1932) é pintor, desenhista, cenógrafo, professor da Faculdade de Belas Artes do Rio de Janeiro e realizador de happenings. Em 1966 funda e integra o Grupo Rex ao lado de vários artistas hoje consagrados. Em 1967 é premiado na IX Bienal de Toquio. Tornou-se hoje um dos mais expressivos representantes do espírito vanguardista dos anos 1960, tanto no Brasil, quanto no mundo. Sua ideia central é popularizar o objeto de arte e introduzir a participação do público. Além disso, uma de suas características são as críticas irônicas ao sistema de arte, Leirner se recusou a participar das Bienais de 1969 e 1971 durante o período da ditadura, por motivos políticos. Já no ano de 1974, criticou o regime militar através da série “A rebelião dos Animais”. Acervo Aberto Período: 19 a 31 de maio, 2° andar Gravuras que predominam o geométrico e o abstrato nas obras de Amilcar de Castro, Eduardo Eloy, Emanuel Araújo, Maria Bonomi, Maíra Ortins, Reina Katz, Sérvulo Esmeraldo, Tomie Ohtake e Zenon Barreto. As obras em exposição pertencem ao Acervo de Arte do BNB. Luciano Sá Ambiente de Comunicação Social Fone: (85) 3464.3196 Celular: (85) 8736.9232 E-mail: lucianoms@bnb.gov.br

FELIPE JUNIOR – Excelente Blog do Poeta Felipe Júnior com textos, poemas, informações, concursos, além de espaços como o Boca no Trombone e Rapidinhas, links Poetas em Destaque (toda semana uma abordagem sobre a obra de um poeta. Esta semana você confere a obra de Rogério Generoso), O Varal dos Cordéis (traz os melhores cordéis para serem apreciados), Conversa de Poeta, textos dos grandes estudiosos, e muito mais. Entre agora e confira o que há de mais novo no nosso blog.Blog do Poeta Felipe Júnior Um espaço cultural, educativo e todo seu!



VIRADA CULTURAL 2009 MUITA ARTE, CULTURA E FESTA NA CASA DAS ROSAS DAS 18 HORAS DO DIA 02 ÀS 18 HORAS DO DIA 03/05 PROGRAMAÇÃO 18 horas A Atriz Ideal Cia. Teatral Amigos do Almeida A tragicomédia “A Atriz Ideal” trata das ilusões, fantasias e delírios de um diretor de teatro angustiado com a passagem do tempo. Texto: Fernando Viti. Encenação: Carlos Rahal. Atores: Fernando Lourenção, Carlos Rahal, Leandro Hainis, Marcus Lacerda, Sheila Belém, Simone Bruno, Thamara Fogal, Juliana Leme, Gil Oliveira. Músicas Originais: Renato Almeida 20 horas O Réquiem das Flores Grupo Quântica Teatro Laboratório Um personagem de quem pouco se sabe e que vive imerso em pensamentos e vícios sem tempo e espaço definidos, percorre sozinho o labirinto da existência humana, onde a angústia e a liberdade se misturam à espera incansável pela enigmática figura de Hermann, seu grande amor morto na guerra. Desenhos coreográficos e interpretação: Priscila Nicoliche. Músicos: Meyson, Jua de Casa Forte, Leandro Pellagio 22 horas Navalha na liga Encenação de poemas e canções de Alice Ruiz que revela diferentes modos de visualizar poemas e músicas dentro da linguagem cênica. Pesquisa literária: Flávio Rodrigo Penteado; Assessoria artística: Denise Weinberg; Elenco: Gabriela Cerqueira, Giuliana Oliveira, Flávia Teixeira e Laurinha Guimarães; Encenação: Helder Mariani. 24 horas Marsicano Recital de cítara indiana O músico paulistano apresentará peças clássicas indianas ragas em variações de sua autoria. Introdutor do Sitar no Brasil, gravou sete cds, sendo o último indicado ao 49 th Grammy (EUA). 02 horas Banda Babilaques A banda Babilaques - nome emprestado de um projeto multimídia de Wally Salomão - surgiu no segundo semestre de 2008, fundindo diferenças e confundindo referências. Com formação heterogênea, o grupo tem influências heterodoxas, como diz uma de suas letras: “do hip hop ao Iggy Pop, do ZZ top a Zizi Possi”. 04 horas Banda Paralela A Banda Paralela surgiu pelo encontro informal de alguns músicos da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo. Fazer música de vários estilos a partir de instrumentos de sopro e percussão é a assinatura do grupo. De maxixe a dance music, tudo é possível apenas com os instrumentos acústicos: saxofone barítono, escaleta, saxofone alto, trompete, trombone, bumbo e caixa/prato. 06 horas Conjunto Língua Brasileira Com repertório de choros de André Parisi, o grupo se diferencia por arranjos elaborados em cima de composições que fogem à regra da tradição, ao mesmo tempo em que se apoia na mesma para se construir. A apresentação será um pré-lançamento do cd do conjunto. Café da Manhã 08 horas Dado Trio Com repertório de jazz, eclético e valorizando a improvisação, o Dado Trio nasceu em 2003, a partir do saxofonista, flautista, compositor e arranjador Dado, e já recebe uma grande variedade de exelentes músicos. 10 horas Felisdônio Com Micrantos Cia. De Dança A dança é inspirada no personagem Felisdônio do O Livro das Ignorãças, de Manoel de Barros, que nos faz lembrar de que o contato íntimo com o mundo pode acontecer de forma desajeitada, brincalhona e poética. Felisdônio apresenta ao público parte do processo de criação do espetáculo Memórias da Infância da Micrantos Cia. de Danças. 12 horas Cantadores e repentistas Os cantadores Sebastião Marinho, Luzivan Mathias e Andorinha desenvolvem o autêntico improviso de viola nascido no interior dos estados nordestinos. Ao som de acordes encantadores, os poetas apresentam diversas modalidades de estrofes improvisadas sobre os temas pedidos pela plateia numa impressionante demonstração de agilidade mental. 13 horas "Paris Te Amo" Prepare-se para ver Paris de uma maneira que você nunca imaginou antes, mostrada pelos olhos de alguns dos cineastas mais aclamados do mundo, incluindo os Irmãos Coen, Gus Van Sant, Isabel Coixet e Walter Salles. O resultado é um caleidoscópio de histórias sobre alegrias, separação, encontros inesperados e estranhos, e acima de tudo, sobre amor. 15 horas Contação de histórias Contos de Enganar a Morte, com Mafuane Oliveira Baseada na literatura de Ricardo Azevedo, Mafuane Oliveira narra a engraçada saga de Zé Malandro, um grande herói que tenta enganar a morte. Como diz o autor, ao mesmo tempo em que essa história popular nos possibilita uma interessante reflexão sobre a morte, é uma verdadeira, divertida e apaixonada declaração de amor à vida. 16 horas Sarau Chama Poética com o tema: “Longa é a arte, tão breve a vida”. Músicos convidados: Carmen Queiroz e Lula Barbosa Declamação dos poemas: Alex Dias, Francesca Cricelli e Fernanda de Almeida Prado Poemas sobre a arte poética, a brevidade da vida e o tempo. Direção: Fernanda de Almeida Prado 18 horas Fim Serviço Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura Av. Paulista, 37 - Bela Vista F: (11) 3285-6986 contato.cr@poiesis.org.br &http://casadasrosas2009.mkt9.com/registra_clique.php?id=H23281280171611926 Estacionamento conveniado Patropi: Al. Santos, 74

SARAU DA ALIANÇA FRANCESA 2009 – Nesta quinta-feira, 30 de abril, às 19h, acontecerá a abertura da edição 2009 do Sarau da Aliança Francesa de Natal. O sarau será em homenagem ao escritor potiguar Nei Leandro de Castro e ao escritor francês Paul Marie Verlaine . O sarau também marcará a abertura do ano França-Brasil em Natal. Sobre Nei Leandro de Castro Nei Leandro nasceu em 1940 na cidade de Caicó, interior do Rio Grande do Norte. Residiu em Natal dos 5 aos 28 anos e, a partir de 1968, passou a morar no Rio de Janeiro trabalhando como redator e diretor de criação nas principais agências de propaganda. Foi colaborador d’O Pasquim e escreveu resenhas literárias para o jornal O Globo e para o Jornal do Brasil. Publicou os livros de poesia: O pastor e a flauta (1961), Voz Geral (1964), Romance da cidade de Natal (1975, reeditado em 2004), Feira Livre (1975), Zona erógena (1981), 50 sonetos de forno e fogão (1982, de parceria com Celso Japiassu), Musa de verão (1984), Era uma vez Eros (1993), Diário íntimo da palavra (2000) e Autobiografia (2008). Os seus romances foram: O dia das moscas (1983), As pelejas de Ojuara (1986, reeditado em 1991, 2002 e 2006 e adaptado para o cinema), Dunas vermelhas (2003). Publicou em 1970 um livro sobre a linguagem de João Guimarães Rosa, Universo e vocabulário do Grande Sertão com reedição em 1982. Sobre Paul Marie Verlaine Nascido em Metz, no dia 30 de Março de 1844, foi educado no Liceu Bonaparte (atual Liceu Condorcet) em Paris. Trabalhou como funcionário público e começou a escrever poesia cedo. Foi inicialmente influenciado pelo parnasianismo e seu líder, Charles Leconte de Lisle. A primeira obra publicada de Verlaine, Poèmes saturniens (1866), o estabeleceu como um poeta de originalidade e futuro promissor. Em agosto de 1871 e, em setembro, Verlaine recebeu a primeira carta do poeta Arthur Rimbaud. A tempestuosa relação de amizade de Rimbaud e Verlaine os levou a Londres, em 1872. Em julho de 1872 em uma crise de desespero Verlaine disparou dois tiros com uma pistola em Rimbaud, atingindo seu pulso, mas sem causar-lhe sérios danos. Verlaine foi preso e encarcerado em Mons, onde ele experimentou uma conversão à Igreja Católica, o que novamente influenciou suas obras e provocou críticas afiadas de Rimbaud. "Romances sans paroles" foi o resultado poético deste período. Depois de sair da prisão, Verlaine viajou novamente à Inglaterra, onde trabalhou por alguns anos como professor e produziu outra obra de sucesso, Sagesse. Ele voltou à França em 1877 e, enquanto ensinava Inglês em uma escola em Rethel, apaixonou-se por um de seus alunos, Lucien Létinois, que foi quem o inspirou a escrever seus próximos poemas. Verlaine ficou devastado quando o garoto morreu de tifo em 1883. Os últimos anos de Verlaine testemunharam dependência de drogas, alcoolismo e pobreza. Ele viveu em bairros pobres e hospitais públicos, e passava seus dias bebendo absinto em cafés parisienses. Por sorte, o amor à arte dos franceses foi capaz de dar-lhe apoio e alguma ajuda financeira: suas poesias antigas foram redescobertas, seu estilo de vida e estranho comportamento em frente a platéias atraíram admiração, e em 1894 ele foi eleito "Príncipe dos Poetas" da França. Sua poesia foi admirada e reconhecida como inovadora, servindo de fonte de inspiração para famosos compositores, como Gabriel Fauré, que transformou vários de seus poemas em músicas. Paul Verlaine morreu em Paris com 51 anos de idade, em 8 de janeiro de 1896, e foi enterrado no Cimetière des Batignolles. (Fonte: Wikipédia) Evento: Sarau da Aliança Francesa de Natal - Edição 2009 Local: Aliança Francesa de Natal Data: 30/04/2009 Hora: 19h

DANDO A CARA A TAPA - lançamento do livro de 25 anos de poesia de Dalberto Gomes, dia 8 de maio, às 18:30h, Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, no Palácio Pedro Ernesto, Cinelândia, Rio/RJ. Mais informações: dalbertogomes@yahoo.com.br

VIVA CULTURA! - A Viva Cultura! Divulgação e Eventos Culturais de Minas Gerais, responsável pelos eventos culturais de Varginha estará lançando uma “Revista Cultural” com as 30 grandes cias de teatro do Brasil. A revista será lançada no dia 18 de Setembro, na grande noite de lançamento do “Festival Nacional de Teatro de Varginha 6ª Edição”. Os interessados deverão confirmar a participação,enviar o material, e efetuar o valor correspondente. Para confirmar e solicitar o nº de Conta para sua participação envie email para: vivaculturavga@gmail.com Entre em contato conosco: (35) 3222-9016 Visite o site com todos os eventos de Varginha: http://www.vivaculturavga.com.br/ Lindon Lopes Marcos Misael Jornalistas e Produtores dos Festivais de Varginha

Veja mais:
GUIA DE POESIA
O TRABALHO
A TERRA: UMA PALESTRA SOBRE A CIDADANIA E O MEIO AMBIENTE
CANTARAU

terça-feira, abril 28, 2009

MAITÊ & OUTRAS DICAS TATARITARITATÁ

MAITÊ PROENÇA - Era uma noite especial de sexta. Estávamos todos lá: eu, Derinha Rocha, os músicos José Barros e Jarbinhas Barros, a poeta Valderez de Barros, Luiz de Nigris Junior e Helô Matos. Todos muito bem acomodados no auditório da Escola Superior da Magistratura de Alagoas, ESMAL, em Maceió. Nós e uma platéia atenta curtindo o clipe que a Derinha fez homenageando Maitê Proença, com fotos da atriz e um bg pra lá de especial: Beatriz, de Edu e Chico, na marcante e definitiva interpretação do Milton Nascimento. Neste caso, dois aplausos: um pra Maité, outro pra Derinha.



A atriz global foi anunciada e entrou no palco ao modo bem dela. Realmente é bonita. E só. Me fez lembrar das “Dona Beija” e “Marquesa de Santos”, séries ou novelas, sei lá, que vi assim de relance nalguns capítulos duma rede de televisão que nem lembro qual. Ela aboletou-se despojadamente e blá blá blá. Falou, falou e falou. Foram 30 minutos de lero. Depois uma pergunta dali, outra daqui. E assim foi, palmas.


Na saída do auditório encontramos a excelentíssima desembargadora presidente do Tribunal de Justiça, Elisabeth Carvalho Nascimento. Saudamos e seguimos para a fila de autógrafos. Lá encontrei a figuraça do escritor alagoano, Carlito Lima, agora também Secretário de Cultura do Municipio de Marechal Deodoro, a primeira capital alagoana. Tomamos umas e outras tantas doses de uísque, mangando da gente mesmo e de todo mundo que nos caía à lembrança. Mangação da boa, oba-oba, confete e exaltações. Tudo muito legal: ambiente, petiscos e uísque.


Quanto ao livro, ah, estou lendo e depois posto aqui um comentário resenheiro.


PAPEL NO VARAL - Começa nesta quarta, 29/4, às 19h, no Bella Gula (Av. Amélia Rosa), o Projeto Papel no Varal. "Poesia de todo canto, poesia pra todo mundo". Coordenado por Ricardo Cabús, o sarau contará com um varal de poesias de autores brasileiros e estrangeiros. Os poemas serão declamados por atores e poetas convidados, bem como pelos amantes da poesia que desejarem participar. Todos os poemas previamente selecionados poderão ser lidos por qualquer dos presentes, com exceção do próprio autor. Haverá dois blocos de poesias e no intervalo teremos a música de Júnior Almeida, em participação especial. Entrada Gratuita. Confira no Cacos Inconexos acessando: http://cacosinconexos.blogspot.com/

ANTONIO MIRANDA - O poeta, escritor e professor universitário Antonio Miranda estará na Feira do Livro de Buenos Aites. El IV Festival Internacional de Poesía tendrá lugar durante la 35ª. Feria Internacional del Libro de Buenos Aires (que acontece del 23 de abril al 11 de mayo de 2009). Antonio Miranda es uno de los invitados oficiales del evento, representando el Brasil, con el apoyo de la embajada brasileña en Argentina, y se presentará en recital el Sábado 2 de mayo a partir de las 19:00 en una sesión con los poetas Nicolás Rojo (Santa Fe), Luciana Mellado (Chubut), Osías Stutman (argentino, residente en Barcelona, España), y Laura Yasán. Coordina Fernando Caniza. Veja a programação completa do evento: http://www.el-libro.org.ar/internacional/culturales/festival-de-poesia.html

POESIA ENCENADA - Até a próxima quinta-feira (30) estão abertas as inscrições para o V Festival Poesia Encenada do Sesc, em João Pessoa. O evento ocorre nos dias 12, 13 e 14 de maio, tendo como local de realização o Sesc ( Rua Desembargador Souto Maior, 291, Centro da cidade). O objetivo do festival é mobilizar criadores da literatura e das artes cênicas produzidas na Paraíba, além de incentivar a formação de uma platéia participativa. Nesta edição de 2009 haverá 19 produções representativas de poetas paraibanos apresentadas por meio do Projeto Parede Poética. O regulamento do festival define que cada poeta interessado pode inscrever até 3 (três) poemas, com temário livre, bem como existe liberdade também para quantidade de páginas digitadas. Outras informações: (83) 9996-0183 ou 3208-3158.

FAUSTO VALLE – O poeta e escritor mineiro Fausto Valle estará lançando na II Bienal do Livro de Goias, o seu livro “Além do Vão da Janela”. Ele é médico, foi professor universitário, exercendo também cargos de direção na Universidade Federal de Goiás. Sua pequena produção literária da juventude perdeu-se no tempo e no espaço. Reativou-se literariamente no ano de 1988, quando publicou seu primeiro livro. Desde então, escreve regularmente. Sua obra: A fonte do sal (poesia, Zamenhoff Editores, 1988), Cravos sobre a mesa (poesia, Editora Kelps, 1992), Relógio de areia (poesia, Editora Kelps, 1998), Aldeia absurda (poesia, Editora Kelps, 1999), Confraria dos marimbondos (contos, Editora Kelps, 2001), Um boi no telhado (contos, R&F Editora, 2005), Poemas dispersos (poesia, EditoraKelps/Editora UCG, 2005). Escreveu uma peça de teatro, O escolhido. Escreveu textos para teatro de mamulengos. Tem artigos, poemas e contos espalhados na internet, em sites de outros escritores. Publicou poemas na revista portuguesa "Palavras em Mutação", a convite — e em mais duas revistas brasileiras. Recebeu os prêmios: Menção honrosa no extinto concurso José Décio Filho (1991), com o livro Cravos sobre a mesa; Bolsa de Publicações Wilson Cavalcanti Nogueira, versão 1997, da Fundação Cultural de Pires do Rio, com o livro Relógio de areia; Troféu Goyazes 2004 (Bernardo Elis, categoria conto), concedido pela Academia Goiana de Letras.

CONGRESSO - III Congresso de Direito de Autor e Interesse Público Fórum Nacional de Direito Autoral São Paulo (FGV), 26 e 27 de maio de 2009 Revisão da Lei de Direitos Autorais O III Congresso de Direito de Autor e Interesse Público integra o Fórum Nacional de Direito Autoral. Será realizado pela Escola de Direito de São Paulo da FGV (Direito GV) e pelo Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Santa Catarina em parceria com o Ministério da Cultura. O Congresso deste ano será dedicado à análise das propostas de revisão da Lei de Direitos Autorais que estão sendo desenvolvidas por iniciativa da Coordenação-Geral de Direito Autoral do Ministério da Cultura, a partir das discussões elaboradas no âmbito do Fórum. O temário do Congresso foi dividido em painéis correspondentes aos tópicos da Lei Autoral que poderão ser objeto de modificação legislativa. O Fórum Nacional de Direito Autoral tem promovido, desde 2007, uma série de debates com a sociedade sobre a política e o sistema legal e institucional brasileiro voltados para a área do direito autoral. Os eventos de 2008 estão disponibilizados no portal do direito autoral, na página do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br/direito_autoral). As inscrições podem ser feitas pelo endereço: http://www.fgv.br/direitogv/eventos/ Maiores informações pelo telefone (11) 3281-3314. A entrada é franca e as inscrições limitadas! Data: 26/05/2009 a 27/05/2009 8h às 18hFGV - Rua Itapeva, 432 - São Paulo, SP
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GUIA DE POESIA




sexta-feira, abril 24, 2009

O TRÂMITE DA SOLIDÃO



Imagem: Terra à noite, NASA.

CONSELHO DA CAIPORA

Luiz Alberto Machado

Quem anda de noite
Vê muita coisa

Alerta! Alerta! Quem dorme
Cheguem moças à janela
Venham ver a nau tirana
Como vai largando as velas

Quem anda de noite
Vê muita coisa:
O segredo da cobra grande
A tentação do pecado original
As dez pragas do êxodo
Os amantes do bezerro de ouro
Os incestuosos filhos de Moab e Amon

Guanumbi soltou aviso
Escolha das três filhas do Capitão-General
Louvo a noite dos vivos
Louvo a noite dos mortos
Em sete dedais de veneno o mundo acabará

Quando?

Quem anda de noite
Um possível segredo
Um silvo sinistro
A maldição da serpente u-la-la!

Um motivo pra mentira
Mula sem cabeça
Uma tocha volúvel
Um rastro de cobra
Um instinto de medo

- Guanumbi soltou aviso:
se Corpus Cristi cai no São João o mundo acabará quando?

Onde avistas terras de Espanha, areias de Portugal?

Quem anda de noite
Vê Iemanjá
A mãe dos quinze deuses
Orixá de longos e belos seios dos mil encantos adorada
A rainha dos mares
A Janaína, princesa oiaká

Quem anda de noite
E vê muita coisa
Reza Salve-Rainha
Enquanto o diabo pisca o olho nas caldeiras de Pedro Botelho

Quem anda de noite
E vê muita coisa
Faz um pelo-sinal
Enquanto John Graham explode o avião que conduz sua própria mãe

Reza um pai-nosso enquanto governantes do mundo planejam videoteipe da catástrofe de Nagasaki e Hiroshima em Kosovo em São Paulo em Paris ou no Timor Leste

Exalta um creio-em-deus-pai enquanto as mulheres de Weinsberg deprecam por sua anuência pra carregarem seus maridos tombados nas trincheiras das explosões de hoje

Quem anda de noite
Encontra Caipora
Dá língua nos dentes
- Foi corrupção!

Também cala a boca
- Será conivência?

No alarido gritante
- a barriga troveja!

Da voz fanhosa
Sem força sem

Quem anda de noite
E vê muita coisa
Também cala a boca
Também cala a boca
Também cala a boca

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O TRÂMITE DA SOLIDÃO
PRIMEIRA REUNIÃO
GUIA DE POESIA
A TERRA: UMA PALESTRA SOBRE A CIDADANIA E O MEIO AMBIENTE
CANTARAU

quinta-feira, abril 23, 2009

CARYBÉ E OUTRAS DICAS TATARITARITATÁ



Imagem: Mulher no Quarto, oleo sobre eucatex, ass, de Carybé.

CARYBÉ – O pintor figurativo brasileiro de origem argentina Carybé (Hector Julio Paride Bernabó, 1911-1997), terá celebração dos 70 anos de sua primeira visita à Bahia com uma exposição que e integra a programação especial de 50 anos do MAM. Carybé teve participação ativa, ao lado de Lina Bo Bardi e Mário Cravo no projeto de implantação deste museu, cujo acervo conta com importantes peças de sua obra. O lançamento será nesta quinta, 23/04, às 19 horas e a exposição começará de amanhã, 24/04 até 31/05/3009, sob curadoria de Raul Lody . Segmento: pintura, gravura, escultura e desenho. Local: Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM BA Av. Contorno Solar do Unhão Salvador / Bahia / Brasil 55-71-3117-6043 55-71-3171-6133 mam@mam.ba.gov.br & www.mam.ba.gov.br/ Horários_Terça a domingo, 13-19h; sábados e domingos, 13-21h Info: http://www.canalcontemporaneo.art.br/



FREDERICO BARBOSA: Stand-up Literatura. No próximo domingo estreia o novo programa do Cronópios em parceria com a Livraria Martins Fontes: uma série de performances literárias no Café da Livraria Martins Fontes e transmitidas AO VIVO pela TV Cronópios. Serviço: No próximo domingo, dia 26 de abril, com início às 15 horas. O primeiro convidado é o poeta Frederico Barbosa, diretor da Casa das Rosas e seus parceiros, os músicos Elisa Gatti e Irineu de Palmira. Entrada franca. Local: Livraria Martins Fontes Avenida Paulista 509 Tel.: 2167-9900 Estação Brigadeiro do Metrô Estacionamento: entrada pela R. Manuel da Nóbrega e na Internet através do Portal Cronópios http://www.cronopios.com.br



VALÉRIA SIMÕES: LUGAR DE AUSÊNCIA – a fotógrafa baiana Valéria Simões está com uma exposição até o dia 24/05/2009, numa mostra que reúne 30 fotografias impressas e emolduradas da artista. A surpresa é que uma foto adicional, também exposta na parede, na verdade se sucede em 120 imagens projetadas na TV de plasma, ininterruptamente. Valéria Simões graduou-se em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia, em 1994. Trabalha como fotógrafa desde o início dos anos 90 e já participou de diversas exposições individuais e coletivas em Salvador, Alagoas, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Paris, Montreal dentre outras. Atualmente vem se dedicando à documentação de projetos ligados à cultura popular, à atividade docente e desenvolvendo ensaios autorais. A exposição nasceu do ensaio fotográfico focado em questões recorrentes da vida contemporânea. Embora não estejam explícitos, os cinco subtemas -Emparedados, Vestígios, Anônimos, Vazios, Transitórios- podem ser detectados pelo observador mais atento. Local: Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM BA Av. Contorno Solar do Unhão Salvador / Bahia / Brasil 55-71-3117-6043 55-71-3171-6133 mam@mam.ba.gov.br & www.mam.ba.gov.br/ Horários: Terça a domingo, 13-19h; sábados e domingos, 13-21h. Curadoria de Vauluizo Bezerra. Confira mais da arte dela acessando o seu blog http://valeriasimoes.blogspot.com/



NILZA AMARAL – A escritora Nilza Amaral começo a escrever quando se aposentou como professora de Linguas e Literaturas. Publicou vários livros e participou de diversos concursos literários, sendo ganhadora em vários deles. Agora ela realiza noite de autógrafos do seu livro “A prisioneira do espelho”, publicado pela Ed. Arte Paubrasil A PRISIONEIRA DO ESPELHO LIVRARIA DA VILA ALAMEDA LORENA, 1731 – JARDINS SÃO PAULO Piso Superior Das 19h às 22h. Veja mais Nilza Amaral acessando: http://www.geocities.com/~rebra/autoras/10port2.html



FABIO SEXUGI – O poeta e professor do Departamento de Letras da FECILCAM - Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão, educador da Escola São José de Peabiru, além de atuar como professor de italiano em Campo Mourão, Fábio Sexugi, acaba de ser contemplado com dois prêmios literários na Itália: O resultado do 1º aconteceu no dia 4 de abril, quando ele foi selecionado pelo conjunto da obra para integrar a Antologia Comemorativa dos 40 Anos do Prêmio Literário Júlia de Gonzaga, promovido pelo Castello di Fondi, no Lácio, região central da Itália. Trata-se de uma antologia bilíngüe que reúne poetas contemporâneos com composições em italiano ou espanhol O segundo foi comunicado pela Presidente da Terceira Cincunscrição da cidade de Lecce, no sul da Itália, onde ele foi premiado com a primeira colocação no Prêmio Primaverart, promovido pelo Assessorato alla Cultura, Università del Salento e pela Associazione culturale "Accademia Salentina Delle Lettere", na categoria Literatura. Por este prêmio ele recebeu o 1º lugar na categoria poesia e o Prêmio da Crítica, como a melhor produção literária do certame em 2009. O autor também já foi premiado com o 1º lugar no I Concurso Internacional de Poesia Caleidoscópio, do Projeto Poesia Pública de Belo Horizonte – Poema “Xícara” (Outubro de 2008); 1º lugar no IV Concurso Internacional de Poesía Latinoamericana, categoria espiritualidade, Projecto Poemía de Las Piedras (Uruguai) – Poema “Parafina” (Fevereiro de 2009); 3º lugar no XXVII Concurso Internacional Literário das Edições A.G. de São Paulo – Poema “Bússola” (Março de 2009); e Participação na Antologia “Parole e Poesia” / Edizioni Il Fiorino di Módena (Itália) – Poemas “Nascondiglio” e “Nostalgie Brasiliane” (Março de 2009). Confira mais detalhes no blog El Peabiruta acessando: http://peabiruta.blogspot.com/



PHOTOPOEMAS: TODO DIA É DIA DE LIVROS – Produção Editorial e Cultural Vidráguas Coordenação: Carmen Silvia Presotto Fotografia: Ricardo Hegenbart Arte e figurino: Bruno Padjem Modelo: Fernanda Evangelista – Way Models Porto Alegre Maquiagem:Val Oliveira Painelista: Américo Conte Web-designer: Eduardo Côrrea Crônica: Dois amores ao mesmo tempo, Fabrício Carpinejar, do livro O amor Esquece de Começar, Bertrand. Apoio: Retro Brechó e Câmara do Livro, Porto Alegre Sapatos: Júlia Presotto Atentos: O trabalho de photopoema, depois da exposição, seguirá no site Vidráguas (www.Vidraguas.com.br), bem como o recebimento dos Livros, no Retro Café que depois da Semana do Sr. Livro, ganhará também a adesão: um livro na Cesta Básica, já cantada na Feira do Livro passada pelo Patrono Charles Kiefer , à Biblioteca da creche Tia Beti, Vila Bom Jesus.

IV QUIXOTE COM ROSAS – Exposições de Livros, Quadros e Esculturas. Abertura Oficial e Saudação ao Quixote Dia 23 de Abril de 2009 Local: Cooperativa Cultural da UFRN Hora 11h Curador: Prof. João da Mata Costa - UFRN Na ocasião será comemorado mais um ano de falecimento de Miguel de Cervantes, o mais célebre escritor espanhol e criador de um dos livros mais importante da literatura mundial, O Dom Quixote de la Mancha, que há mais de quatro séculos vem encantando gerações com suas batalhas contra os moinhos de vento, sua amizade com o seu fiel escudeiro Sancho Pança e seu amor por Dulcinéia del Toboso. Também será o dia de São Jorge “O Santo Guerreiro” e o dia Mundial do Livro. Além disso a COOPERATIVA CULTURAL DA UFRN HOMENAGEA: 10 anos da morte do poeta João Cabral de Mello Neto 100 anos da palestra-conferencia “Natal Daqui a Cinqüenta Anos do Manoel Dantas. 100 anos da morte do poeta Jaime Wanderley 100 anos do nascimento do escritor Dalcídio Jurandyr 100 anos da morte do escritor Euclides da Cunha 100 anos da 1ª ed. do livro Recordações do Escrivão Isaías Caminha, do Lima Barreto. 200 anos do nascimento dos escritores e poetas Edgar Allan Poe e Edward FitzGerald 200 anos de nascimento do Naturalista Charles Darwin.

CONCURSO EÇA DE QUEIROZ - A Sociedade Eça de Queiroz promove o concurso: Ética na obra de Eça de Queiroz. Trata-se de um de ensaios inéditos sobre o tema: Ética na obra de Eça de Queiroz. Os trabalhos concorrentes deverão ser enviados em 3 (três) vias: máximo de 5 (cinco) páginas. Todos os trabalhos virão digitados e sob pseudônimo, acompanhados de envelope lacrado, com endereço, nome completo, telefone e e-mail (caso tenha). As Inscrições dos trabalhos serão de 1o de maio a 31 de agosto de 2009, considerando-se, no caso de remessa por via postal, a data de postagem nos Correios. Os trabalhos concorrentes devem ser remetidos para: Rua Sá Ferreira, 152, aptº 403, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, CEP 22071-100. Qualquer informação (021) 2287-8244, Dr. Lins.

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quarta-feira, abril 22, 2009

POETAS DO RIO GRANDE DO SUL



VERA SALBEGO

PALAVRAS

Palavras.
Amigas ,companheiras.
Parceiras das horas.
São fileiras de letras.
Como pequenos soldados.
Que lutam ligeiras.
Nas trincheiras da vida.
Palavras
Belas palavras.
Que encantam.
Iluminando o nosso dia.
Palavras .
São crianças .
Nascendo ao toque
Do escritor.
Que em cada momento.
Deixa sua mensagem.
Em cada entrelinhas.
Em cada emoção.

MULHER

Sensibilidade em flor
Cheiro de relva.
Mulher
Irmã, filha, mãe.
Mulher,
Guerreira.
Forte em tuas lidas
Lutaste pela tua emancipação.
Que outrora
Era apenas mulher sem voz.
Hoje, tua voz é ouvida.
Mas, tua luta te fez.
Vencedora desta sociedade
Machista.
Que hoje se rende
A teus encantos
Como profissional
Que atua em todos
Os cantos.
Do mais modesto
Ao mais sofisticado.
Mulher foste mãe.
Em teu ventre
Traz a vida e a luz.
De um ser que vem de ti.
Do teu amor.
Mulher grande companheira.
Que defende tua cria
Frente às dificuldades do mundo.
Mulher tem dupla jornada.
Teu lar, teu trabalho.
E tua família.
Teus valores são imensos
E intensos.
Ainda sobra tempo
Para ser amante.
Mulher cheirosa
Exalando teu perfume
Sobre a sensualidade.
Muitas vezes teu suor
Sustenta tua família.
E ainda tens tempo
Para o batom.
Para o rebolado de tua caminhada.
Mulher, sempre mulher.
Com teu cheiro de fêmea
E tua essência de vida.
No cantar da melodia
De tua coragem.
Na guerra da sobrevivência.
Do ser e de ser mulher valente.
Que administra a família
Com o sucesso.
E, que um dia terás o privilégio.
De governar as rédeas do mundo.
Com tua sensibilidade
De mulher.
E teu olhar de menina.
E tua candura de ser.
Sendo mãe, amante, profissional.
Na vitória de teu lindo
SER,
MULHER!

DUAS BORBOLETAS

No vôo da borboleta
Que tira o néctar
Da própria vida.
Que ato sublime
Este de duas borboletas.
Que voam...
Com sua beleza
Ao redor das flores do jardim.
Numa sincronia harmoniosa.
Como se fosse um balé no municipal!

SONHADORA DA LUA

Eu me perco
Para me achar!
Ou te confundo
Ao me explicar?
Todavia,acredito que tu me entendas
E além de me entender,gostas de mim.
Assim: tal como sou
Um pouco de poeta
De vagabunda das estrelas
De sonhadora da lua
Vivo o encantamento da noite
Porque me fiz em ti
Meu amanhecer de amor.

REDE VERMELHA

No olhar que busca na imensidão
Do mar
Com suas ondas ligeiras
Que trazem encanto.
Aos veranistas na beira do mar.
Na rede o poeta observa
A magia.
Do momento de verão, paixão,
Tesão.
Corpos dourados desfilam
Nas areias.
E o poeta em seu descanso
Na rede vermelha
Sente no rosto a brisa do mar.
No balançar da rede, como ondas.
Que o faz velejar num mundo só seu.

ESCREVO POESIA

Escrevo Poesia
Para as pessoas sensiveis.
E que delas
Tiram alento para a vida.
Escrevo poesias.
Para os guris e as gurias.
Que buscam nas palavras
O sabor da vida.
Escrever poesia
E cantar
A vida
Na sua sublimação.
Escrever poesia.
È falar da liberdade.
É sentir a palavra
viajando em cada porto
ou no aeroporto.
Em cada escala.
Uma rima que aparece.
Sobre a escrita e a palavra.
POESIA!!

LAREIRA

Naquele dia fazia frio
Meu bem querer estava ao meu lado.
A lareira acesa aquecia nossos corpos.
Uma taça de vinho tinto
Aquecia nosso amor.
A chama da paixão era intensa.
Naquela cabana no meio das montanhas.
Vivemos nossa sintonia.
Nossas mãos se encontravam,
Entre carinhos.
Na busca de quero mais.
Nossos olhos se miravam
Ao encontro de nossas almas.
E no encontro de nossos lábios.
O beijo mais sublime foi trocado.
Como as chamas da lareira
Nosso amor queimava nossos corpos
Ardentes de paixão.
Apenas com a musica de nossos corações

AMOR / TEMPO

Ao teu lado
O tempo voa
Longe de ti
Caminho
A lentos passos.
Dentro em mim,
Agita-se meu sangue,
Ultrapassa barreiras.
E,
Nos olhos te transmito
Minha agonia da alma
Meu corpo dilacerado!

AMIGA

Mulher,companheira
Amiga...
Tua ternura
Te faz ser a luz.
Que caminha
Sempre comigo
Na luz do teu olhar
Que trilha Ao lado meu.
Amiga
De todas as horas
De todo o tempo.
Amiga,és o anjo.
Companheiro
Que me ouve,
Me dá força.
Que caminha na trilha do tempo.
E no ritmo da vida.
Lá está tua presença amiga.

QUERO ESCREVER

Quero escrever
Ao ser humano
Algo que o faça
Despertar
Para o mundo.
Que o faça parar
De destruir a natureza.
E tomar consciência
Que a natureza é o pulmão
Do mundo.
E de nossa existência.
E dela precisamos
Para nossa sobrevivência
Neste planeta terra.
Vamos unir nossas forças
E tentar salvar
O que resta ainda
Da nossa Floresta Amazônica
De nossa Mata Atlântica.
Vamos plantar mais árvores
E preservar a vida
Do nosso planeta.
Unindo forças no mundo todo
A Natureza será preservada
Para as novas gerações
Conhecer a beleza da Fauna e Flora
De nossa Terra.
Assim, escrevo com a consciência.
De poeta e o coração de ser humano.
Para espalhar aos quatro ventos
A sinfonia do amor a Natureza

SONHO

Sem ti , amor...
Não existe a beleza das flores.
Por que meus olhos se perdem no infinito
Desta distância que nos separa e só conseguem
Se fechar, quando a noite vem com seu silêncio.
Falar-me das coisas que eu gostaria
De ouvir...
De saber...
De fazer
Que esta poetisa
Cansada
Cansou de sonhar.
A realidade de teu amor não me permite ilusões.
Prefiro a dura realidade
Mas te sabendo em mim
A cada passo desta caminhada.
Sem ti, amor..
Não existe final de semana
Pelo menos,quando tudo me parece
Nada mais do que um passar de horas...
Sem ti, amor...
Não há sede e nem fome
E se me alimento
È para não adoecer
Porque doente está este coração de tanta saudade...
Sem ti, amor...
Eu nem sou mais eu
Eu sou quem te chama
Quem te espera
Quem te ama mais ainda
Do que a própria distancia que nos separa.

VERA LUCIA MARTINS SALBEGO – A poeta, escritora e professora gaucha Vera Salbergo é formada em Letras (PUC) e Pós-Graduada em Psicopedagogia (Faculdades de Amparo - SP), é autora de diversos livros publicados, participando de antologias, entidades de classe e grupos literários, integrante do Poetas Del Mundo, é responsável pela Revista Poética Duplicidade juntamente com a poeta Carmen Laranjeira, entre outras atividades.



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terça-feira, abril 21, 2009

POETAS DO RIO DE JANEIRO



LÉA MADUREIRA

REFÚGIOS

Ouvi tocar tambores em cena
Asa na mão veste branca
Regiamente descalça
Ouvi tocar tambores
Na incompletude de quintais
Largos refúgios
A boca não fala o que o corpo
Sorve na fome do tempo
Resistência estóica
Sob o silêncio
- da veste branca aos tambores –
Ouvi o discreto pulsar
Da permanência.

IMAGINÁRIO

Espaço e ponto e linha
no canto do muro
roucas cigarras
nas folhas e galhos
Inertes ao chão
Entre teares e teias
sementes e gravetos
matéria dos passos
em teto de vidro
Pássaros e pipas
alinham poemas
na ponta dos bicos
Crisálidas escondidas na seda.

INVENTÁRIO

Escorre a memória
Entre assembléias – o pátio
Livre cátedra transpira idéias embates
Aos cavalos chão de bilhas
Aos heróis cangalha e exílio
Desafios de pele
Eriçando atalhos
Descoberta de muito ou quase amor
A musse de chocolate
Indaga o desejo da boca
Café pingado aos recém-libertários
Passam velhos companheiros
E também passarinheiros
Veneno de algoz no mármore
Do futuro seqüestrado
Casamentos batizados
Nudez em travessias.

HERANÇA

Sob a sola dos pés, varando a rua,
Sombrio apito a lamentar corria
Do trem de Tiradentes, cheia de lua
d. João, El Rey, léguas ao pó media.
Arrasta correntes, o antigo estorvo
Ladeira abaixo, ausente a simetria
Modelo imposto pesa e tripudia.
A morte cantando em linguagem dócil,
Das ruas, salões – estranho contraste –
Emerge em duelo, ironia e ócio.
Como fechar coloniais janelas
Se ao vil aplauso cedo as condenaste?
Reais espinhos... tão cruéis seqüelas!

CANTO DI TIÉ

O tié-sangue o canto derrama
Nas mãos vazias de terra
Galhos sem tronco
Asas ceifadas
Ao grito de resistência
Raiz cerzida n´alma do tempo
Divisor d´agua no estio
Segando arestas dos excluídos
Crestada agonia no peito do tié.

DESPOVOADO

Casario
Distante miragem entregue à sede
O descaso – moléstia do tempo –
Devasta a fala
De pedra são os ombros
Os ossos a sombra dos passos
Na encruzilhada dos pés
- diáspora –
Perdida faina.

PONTO ZERO

Serapião carreou-se pela charneca
Noite adentrou.... luar luou
Nunca se viu tanta estrela assim no chão!
Um tiro a queda o rastro
Lamparina lambeu em queimada
Serapião emergiu no breu da noite, encantado.

JOGOS

Parceiros desfeitos...
Descalças memórias
Ao pé da cama.
Espelhos, perfume
Escova espalhados e a colcha no chão.
Chinelos, aos cantos
- os quatro –
Do quarto
Crianças tropeçam
Em jogos quebrados.

LÉA MADUREIRA - é professora de história, poeta, membro da Comissão Editorial do Jornal Poesia Viva e da Uapê Revista de Cultura. O livro de Léa Madureira, Por não haver navegado, reúne os quatro elementos básicos que vão constituir o fluxo da própria realidade na sua poesia. Eles revelam o modo de ser e de criar da poeta. Da Água vêm as origens, o mergulho na infância; o Ar leva a existência aos processos de mudança; o Fogo vem incensar os ideais com o vigor da sua erupção e a Terra dá a medida do mundo, semeando, penetrando, enraizando. Para cada um desses elementos o leitor vai encontrar um espaço para exercitar sua própria criação, como uma degustação dos sentidos experimentados a cada momento do livro. Uma página em branco que, ao ser tocada, mexida, riscada vai configurar o nascimento de um novo livro, que passa a existir a partir do encontro do leitor fruidor com a autora que o convida a navegar.

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segunda-feira, abril 20, 2009

MAITÊ PROENÇA & TATARITARITATÁ!!!!



MAITÊ PROENÇA – A atriz e escritora paulista Maitê Proença, depois de uma bem sucedida carreira no teatro, cinema e televisão, fez incursão na literatura, inicialmente escrevendo crônicas para a revista Época, publicando seu primeiro livro “Entre ossos e escrita”, em 2005. Depois escreveu a peça “Achadas e perdidas”, em 2006, seguindo-se “As meninas”, um texto teatral em parceria com Luiz Carlos Goes. Em 2008, ela lançou “Uma vida inventada: Memórias trocadas e outras histórias” e, no próximo dia 24, às 19:30hs, em Maceió, ela estará realizando uma palestra e o lançamento deste livro. Serviço: Maitê Proença em Maceió. Endereço da Esmal: Rua Cônego Machado, 1061. Farol, Maceió – referência: no final da rua do CESMAC. No sitio dela o visitante encontrará a biografia, carreira, retratos, entrevista, estrada, crônicas e muito mais. É só acessar: http://www.maite.com.br/



TCHELLO D´BARROS: SEMBLANTERIA POP – Para comemorar seus 20 anos de atuação no mercado alagoano, celebrado no dia 11 de abril, o Iguatemi realiza a partir do próximo dia 23, em parceria com a revista S.Mag, a exposição “Fashion 20Vinte”. O nome faz uma referência ao famoso evento de moda “fashion Week” e um trocadilho com os vinte anos do maior centro de compras da capital alagoana. O evento acontece na praça central e apresentará os principais destaques da moda durante essas duas décadas e os modelos que inspiram as tendências do outono-inverno 2009. Para cada ano de existência do shopping, o jornalista James Silver, que assina a curadoria da mostra, identificou um hit ou um acontecimento com repercussão na moda, traduzindo-os em produções registradas pelos fotógrafos Andrea Moreira, Gustavo Boroni, Leninha Omena, Silvio Eugênio, Luis Eduardo Vaz e Dressa Mello. O ano de fundação do Iguatemi, 1989, foi interpretado pelas jornalistas Gilka Mafra, Michelle Barros e Aline Angeli numa releitura do fim dos anos 80: com direito a muitas cores e ombreiras. 1990 marcou a força do jeans como coringa da moda. O ano seguinte relembrou o auge de Xuxa numa divertida foto de Andrea Moreira com algumas ‘xuxetes’. 1992 foi a vez das t-shirts com palavras de ordem grafadas – bem ao estilo ‘caras pintadas’.Já em 1993, ano em que Mandela ganhou o Nobel da Paz, a temática foi o ‘black is beautiful’. No ano seguinte, A Lista de Schindler ganhava o Oscar, inspirando uma foto singela toda em P&B, com o vestido da garotinha em vermelho, como no filme. 1995 marcou o auge da vinda de grifes internacionais ao Brasil. E Gustavo Boroni congelou numa imagem as socialites Gabriela Cabus, Sâmea Lins, Rosa Gaia e Luciana Lima com um arsenal de Louis Vuiton, Prada e Gucci. No verão de 1996 o tubinho preto ganhou um frescor fashion. Por isso a peça vestiu a artista plástica Verinha Gamma numa cena do tipo ‘bonequinha de luxo’. A cintura baixa explodiu no verão de 1997 e foi reinterpretada numa foto ao estilo ‘angels’ – com três modelos usando exclusivamente jeans com esse shape. Como o japonismo influenciou muito a moda em 1998, o ano foi representado na exposição com uma foto, com styling de Flavius Lessa, onde a artista gráfica Ana Glafira se travestiu de uma cosmopolita garota japonesa. Como em 1999 o esporte teve muita influência sobre a moda, o foco central da foto que representa esse ano é o movimento. O ano de 2000 foi o auge da tendência hippie chic, por isso, a foto não poderia ter sido mais explícita quanto ao tema. E como 2001 foi a época da opulência do brilho, um baú faiscante foi preenchido por uma modelo coberta por mais de R$ 50 mil em jóias e bijuterias. As listras voltaram com tudo em 2002 e foram interpretadas numa foto cheia de grafismo. O ano seguinte marcou o retorno do shape helenístico à moda, por isso a fotógrafa Dressa Mello convocou a veterana modelo Juliana Tenório para emprestar sua beleza clássica à mostra. 2004 foi o ano da androginia. E 2005 marcou um mergulho de volta aos anos 50, numa foto retrô de Luis Eduardo Vaz com a chef Ana Paula Oliveira vivendo uma ‘submissa’ dona de casa da época. A top Bruna Tenório também faz parte da exposição, numa foto que fala do retorno dos maxi óculos vintage: febre em 2006. O inverno de 2007 ressuscitou – mais uma vez! – o xadrez. Por isso, James Silver editou um look onde o DJ Bacana incorporou um kilt irlandês com a famosa padronagem. E 2008 foi relembrado pela força insubstituível do preto: uma cor eterna na moda. A exposição ainda contempla duas outras vertentes. Serão exibidas, em retrospectiva, 20 capas de moda da revista S.Mag – algumas históricas, estreladas por Gisele Bündchen, Yasmin Brunet e Bruna Tenório. A mostra ainda conta com a interpretação de 20 formadores de opinião sobre a peça-chave desse inverno: a calça cenoura. Entre os convidados para a “empreitada” fashion, arquitetos, designers, estilistas, produtores de moda, fotógrafos e artistas gráficos, a exemplo de Rodrigo Fagá [que assinou também o projeto arquitetônico da exposição], Juliana Tenório, Flavius Lessa, Aline Rijo, Ana Waleska Bulhões, Henrique Gomes, Katinha Tenório, Jean Gadotti, Vivi Barbosa, Tatiana Malé, DJ Bacana, Suel, Felipe Camelo, Caza, Cláudia Calheiros, Juliana Buarque, Lúcio Moura, Ana Cláudia Lyra, Ana Glafira e Tchello d’Barros. Esse último, inclusive, criou a série "Semblanteria Pop", retratando as cabeças criativas deste projeto. Desenvolvida na linguagem da Pop Art, rendendo assim um tributo a Andy Warhol, precursor mundial do gênero, a série de ‘carinhas’ aparece na exposição identificando o espaço de cada um dos formadores de opinião especialmente convidados. O editorial de moda produzido para a exposição será destaque na edição fashion da S.Mag, com veiculação no próximo mês de junho. Serviço Mostra Iguatemi Fashion 20Vinte Dia: 23/4/09 Local: praça central shopping Iguatemi Maceió Horário: 19h Maiores informações sobre a Série SEMBLANTERIA POP no FASHION20 IGUATEMI com o artista Tchello d’Barros – 82-8857.1967 / tchello@tchello.art.br iNFO: Ana Glafira 82-8856.5030 www.anaglafira.art.br anaglafira@anaglafira.art.br



UNICORDEL – Agenda da Unicordel para os próximos dias 24-abril - 16 h - Recital na biblioteca do metrô (Leitura nos Trilhos), localizada na estação central (próximo à Casa da Cultura, Recife) 25-abril - 21 h - Recital na Ilha de Itamaracá, na abertura da Ciranda de Lia. Info: José Honório da Silva-União dos Cordelistas de Pernambuco-UNICORDEL

LUIZ OTAVIO OLIANI – Luiz Otávio Oliani está lançando no próximo dia 08 de junho, o seu livro “Espiral”, pela Editora Palavra. O evento ocorrerá a partir das 17 até as 20 hs, na Livraria Berinjela Av. Rio Branco, 185 Sobreloja - loja 10 Centro Rio de Janeiro. Luiz Otávio Oliani é natural do Rio de Janeiro, graduado em Letras e Direito. Participou de diversas antologias e tem poemas publicados em jornais do País e do exterior. Com incursões no teatro e no jornalismo, frequentou oficinas e atua no movimento literário da cidade carioca desde 1990, período em que obteve mais de 50 premiações. Publicou "Fora de órbita", Editora da Palavra, poesia, 2007, orelhas de Teresa Drummond e prefácio de Igor Fagundes; livro recomendado à leitura pelo Jornal de Letras, editoria dos acadêmicos Arnaldo Niskier e Antonio Olinto, em outubro de 2007. Em 2008, teve o poema "Teresa" musicado por Ma ury Santana no CD Música em Poesia, volume 1. No prelo, "Espiral", com prefácio de Reynaldo Valinho Alvarez e orelhas de Astrid Cabral, publicação da Editora da Palavra, 2009.

A CADEIRA – Uma revista superinteressante está disponível na rede. Trata-se de A Cadeira, revista virtual da Academia Niteroiense de Letras, já se encontra no site www.academianiteroiense.org.br. Confira, imperdível.



VALDECK ALMEIDA – O escritor baiano Valdeck Almeida de Jesus está lançando 8 livros no seu estande exclusivo na Bienal da Bahia. É que dos 88 expositores que participam do evento, o estande Valdeck Jesus é exclusivo do poeta baiano. Além disso, desde 2005 que o Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus de Poesia lança novos poetas no mercado editorial. Este projeto foi um sonho que seu idealizador acalentou desde os doze anos de idade, que pretendia dar oportunidade a escritores emergentes. A última edição foi lançada na 20ª Bienal do Livro de São Paulo, com 182 poetas do país inteiro, bem como de Portugal, Angola e Moçambique. As inscrições já estão abertas no site Galinha Pulando. OUTRAS OBRAS QUE SERÃO LANÇADAS NA BIENAL: Feitiço contra o feiticeiro” (poesias), “Jamais esquecerei do Brother Jean Wyllys” (poemas e crônicas), “Poemas que falam” (poesias), “Valdeck é Prosa, Vanise é Poesia” (prosa e poesia), “30 Anos de Poesia” (poesia), “1ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus” (poesia), “2ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus” (poesia) e “3ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus” (poesia). Estande “Valdeck Almeida de Jesus” 9ª BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DA BAHIA 2009 17 a 26 de Abril de 2009, das 10 às 22 horas Centro de Convenções da Bahia Avenida Otávio Mangabeira, s/n° Boca do Rio – Salvador – BA www.bienaldolivrobahia.com.br Veja mais: www.galinhapulando.com

ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL – MARIANA – MG – Ocorrerá a solenidade de posse dos membros da Academia de Letras do Brasil –Mariana. Info no blog da Academia de Letras do Brasil - Mariana-MG http://academialetrasbrasilmariana.blogspot.com/ e na http://www.academialetrasbrasil.org.br. ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL - MARIANA – MG ALB – DATA: 30 DE MAIO DE 2009. HORÁRIO: 19:30. LOCAL: Auditório do Instituto de Ciências Humanas e Sociais – UFOP Rua Cônego Amando, Chácara - ao lado do Palácio dos Bispos. Info: Andréia Aparecida Silva Donadon Leal - Déia Leal (31) 8893-3779 (31) 8431-4648 http://www.jornalaldrava.com.br/pag_deia_leal_plan.htm

CONCURSOS/LANÇAMENTOS - Estão abertas as inscrições para Antologia POETRIX EM CENA e CADERNO INTERNACIONAL DE POETRIX II organizada pela Revista Poetrix com o apoio do MIP – Movimento Internacional de Poetrix, para Lançamento na XIV Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro – 2009. Inscrições até o dia 03 de Julho de 2009. O tema é livre e não haverá qualquer tipo de censura, sobre o conteúdo publicado pelos autores na antologia. A Antologia Poetrix em Cena e Caderno Internacional de Poetrix II será lançada no Rio de Janeiro, Capital, em Setembro de 2009, na XIV Bienal do Internacional do Livro do Rio de Janeiro 2009 com data a ser definida. Os autores inscritos poderão ou não participar do evento. Mais informações pelo e-mail: antologia@antologiapoetrix.net Telefone: (21) 8139-3520 com Jandeilson Bezerra Mais informações: www.antologiapoetrix.net & jandeilson@antologiapoetrix.net

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GUIA DE POESIA
CIDADANIA & MEIO AMBIENTE: UMA PALESTRA

sexta-feira, abril 17, 2009

O TRÂMITE DA SOLIDÃO



Imagem: Mulher, de Arnaldo Garcez.

QUARTA-FEIRA

Luiz Alberto Machado

A festa acabou
E não houve nenhum barulho na madrugada

A rua está pesunhada em honra de Pã
Homenagem a Baco

A festa do povo passou

Neste dia
Eu te ofereço minha carne em holocausto
Neste luar que azula a escuridão

As ruas do pretérito caboclinho do Rabeca
O reluzente estandarte da Virgem Guadalupe
E a extinção de Tupác Amaru
Até sua descendência em quarto grau

Tudo apaixonadamente vivo
Tudo delirantemente sentido
Tudo escandalosamente passado a limpo

Contaminados se foram os cultores do pecado original
Do hedonismo
E do rig-veda

Hoje o morto carrega o vivo
E ontem de noite correu bicho em Matriz de Camaragibe
E anteontem o bufo inspirou Zé da Justa pra afinar a orquestra
E a Fubana dos artistas, varrida de sonhos,
Impetrava um calor nas reentrâncias das senhoras

E a folia fez-se noite
E a folia fez-se dia

Permita Deus
Este mês seja só carnaval

Dentro de mim passou a folia do planeta
Com seus trogloditas modernos
E o assoalho é só excrementos da festa

Da casa vazia
O reino dos fantasmas

Saia do sereno,
Saia do sereno,
Saia do sereno que esta frieza faz mal

Então o silêncio
E o meu sacrifício de Odin:
Apenas água para beber
E braços solidários

Tudo cinzas

E não fiz abstinência da carne
Nem interdição dos sentidos

A minha impulsividade e o suntuoso e o inexprimível
Um dia tão grande no desvario do frevo

Não quero penitência
Estou debilitado pelo incenso inebriante de mulher
Que dorme oculta no deleite do meu travesseiro

Tudo viverá enquanto meu verso existir
O bar, a noite, o cigarro e a solidão

O poeta morreu terça-feira
E eu sigo inquieto
O amor assim que deveria ser: a vida!

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VAREJO SORTIDO
PRIMEIRA REUNIÃO
GUIA DE POESIA

quinta-feira, abril 16, 2009

POETAS DE HOJE EM DIA(NTE) & TATARITARITATÁ!!!



CLÉRIO JOSÉ BORGES: HISTÓRIA DA SERRA – Lançamento do livro História da Serra, do escritor, historiador e acadêmico Clério José Borges de Sant´Anna, na Casa de Congo Mestre Antonio Rosa, na praça João Miguel, na Serra sede, dia 30 de abril. Às 19 hs. O Livro com quase 300 páginas conta a história da fundação da Cidade da Serra, no Estado do Espírito Santo apresentando aspectos da Cultura, do Folclore e do Turismo. Info: Clério José Borges Tel.: xx 27 - 9257 8253 - Presidente do CTC WWW.CLERIOBORGES.COM.BR

POETAS DE HOJE EM DIA(NTE) - O coquetel de lançamento da coletânea nacional XXI POETAS DE HOJE EM DIA(NTE) que acontecerá neste sábado, dia 18 de abril de 2009, a partir das 20h, na Barca dos Livros, na Lagoa da Conceição, em Florianópolis. Organizada por Aline Gallina e Priscila Lopes com patrocínio do FUNCULTURAL de Santa Catarina, e publicada pela editora Letras Contemporâneas. A coletânea reúne 21 poetas (incluindo as organizadoras) que possuem trabalhos divulgados através da internet. Também participam do livro Jayro Schmidt (introdução) e Eduardo Jorge (prefácio). Outro lançamento já marcado, em São Paulo, será no dia 23 de maio, às 19h30min, no Bar do Batata. Os eventos serão abertos ao público e aquele que comparecer terá direito a um exemplar.Mais informações: Rita de Cássia (assessora de imprensa) Ou acesse: http://www.xxipoetasdehjemdiante.blogspot.com/

MOSTRA DE ARTES VISUAIS - Estão abertas as inscrições da Mostra de Artes Visuais do 2º. Colóquio do Grupo de Pesquisa em Imagem, Espaço, Memória e Ensino - IMAGO da Universidade Regional do Cariri – URCA que acontecerá no período de 17 a 19 de junho, no campus Pimenta. A Mostra contemplará as categorias de desenho, pintura, fotografia, gravura, colagem, escultura, intervenção e instalação. Poderão se inscrever artistas do Ceará e de outros estados brasileiros. A temática do Colóquio e da Mostra será “CaririCaturas – imagens e representações da cultura no tempo e no espaço”. Informações adicionais poderão ser obtidas pelo e-mail: coloquioimagomav@gmail.com ou pelo telefone: (88) 3102-1212 ramal 2424. Sala do IMAGO, Bloco de Geografia. Rua Cel.Antônio Luiz 1161 – Pimenta – Crato – Ceará. Info: COLETIVO CAMARADAS: www.coletivocamaradas.blogspot.com Poesia da Luz Fotografia Nívia Uchôa (88) 96127485 / 35114787
http://www.poesiadaluz.blogspot.com

GUILHERME DE ALMEIDA E O HAIKAI NO BRASIL –O poeta e tradutor Marcelo Tápia, atual diretor da Casa Guilherme de Almeida, trata do modelo criado por Guilherme para o poema tradicional japonês em língua portuguesa e de sua produção de haikais, abordando, também, a influência do modelo na obra de outros haikaístas brasileiros. A palestra incluirá uma breve apresentação das origens e características do haikai e se valerá, ainda, do estudo dos modos de transposição do poema japonês a outro contexto lingüístico-cultural, para tratar de questões fundamentais relativas à tradução poética. DIA 18 DE ABRIL, SÁBADO, ÀS 15H. SALA 1 Serviço: Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura Av. Paulista, 37 São Paulo –SP CEP: 01311-902 Tel: 3285-6986 / 3288-9447 www.poiesis.org.br

VERBO 21 – a revista Verbo 21 traz nesta atualização entrevista com o escritor LUIZ BRAS, retratos japoneses - crônicas da vida pública e privada por Alex Cojorian, O evangelho segundo Godard por Ademir Luiz, o vestido de dançar por Wladimir Cazé, o sobrenatural de Kipling: talento e colonialismo por Chico Lopes, Sandman e as convenções literárias por Marcelo Lima, um poema de Washington Benavides e mais colunas sobre meio-ambiente, política, cinema comportamento e muito mais. Acesse e confira: www.verbo21.com.br

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quarta-feira, abril 15, 2009

MANUEL BANDEIRA & TATARITARITATÁ



JOÃO WERNER – O artista plástico paranaense, João Werner, acaba de lançar o livro “Pinturas de João Werner 2002-2008”, reunindo 34 reproduções de pinturas à óleo, acrílica e digitais das séries "Terra e o trabalho com a Terra" e "Cidade e vida urbana", realizadas entre 2002 e 2008. O livro tem edição de luxo, capa dura, dimensões: 20x25 cm com 40 páginas, e é vendido ao preço de R$ 108,00. Os interessados em adquirir esta excelente obra, poderá fazê-lo por meio de depósito bancário: João Cesar Werner Banco Bradesco Agência 3482-7 Conta Corrente: 0009040-9 Prazo de remessa: 30 dias da data do depósito. Contatos pelo email werner.joao@gmail.com Confira mais no http://www.joaowerner.com.br

MANUEL BANDEIRA - POETA ETERNO - O poeta pernambucano Manuel Bandeira ganha uma semana em sua homenagem, no mês em que completaria 123 anos. Até sexta-feira (17) a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) realiza, no Espaço Pasárgada, a Semana Manuel Bandeira, com palestras, debates, saraus e espetáculos abertos ao público. Dando seqüência ao ciclo de mesas redondas, na quinta-feira (15), o professor de Literatura da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Anco Márcio Tenório Vieira, discutirá sobre a relação de Manuel Bandeira com o Regionalismo de 1926. Outras informações: http://www.fundarpe.pe.gov.br/ .



FÁTIMA VIEIRA – Belíssimo sítio da aquariana paraibana Fátima Vieira que é formada em Relações Públicas pela UNICAP e, também, em Secretariado Executivo pela UFPE, reunindo seus escritos, fotos, seleção de poemas e músicas, entre outras coisas. Para conferir é só acessar: http://www.geocities.com/fatimavieira/index.html

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA - De 14 a 30 de abril, acontece a exposição fotográfica Ilha de Encantos, do fotógrafo Carlos Brasileiro. A mostra segue por quinze dias, no Espaço Cultural MIX Mateus, Avenida João Pessoa, n°224, João Paulo. A exibição é composta por 30 fotografias do Centro Histórico de São Luís. O artista produziu o álbum fotográfico do Mapa Multimídia do projeto O Real e o Virtual do Centro Histórico de São Luís, com o patrocínio da Petrobrás, Fundação Nacional de Artes – Funarte e Ministério da Cultura – MinC. Outras informações: (98) 3245-8514 / 8892-3113 ou papitonetiar@hotmail.com/.

QUASE AMOR - Grupo Coletivo - Quase amor lançamento_ 17/04/2009, sexta-feira, 19h exposição_ 18/04/2009 a 19/05/2009 A dupla, composta por F. Rafael e Mozart Santos, selecionou 12 peças com elementos/ações criados por cada um deles procurando gerar diálogos com o meio e modificando artisticamente o espaço no qual a exposição está inserida. Enquanto Mozart tem uma percepção romântica e esperançosa dando margens ao imaginário do amante, F. Rafael parte do cotidiano, e lança questionamentos como também aposta nas mensagens subliminares, brincando com frases populares e idéias profanas. segmento_ objeto, desenho, ação local_ SESC Casa Amarela Av. Professor José dos Anjos 1109 1109 Recife / Pernambuco / Brasil 81-3267-4400 horários_ Segunda a sexta, 14-19h Info: http://www.canalcontemporaneo.art.br/

I CONCURSO LITERÁRIO GUEMANISSE DE CRONICAS E TEXTOS HUMORISTICOS – 2009 – Com o objetivo de incentivar a literatura no país, dando ênfase na publicação de textos, a Guemanisse Editora e Eventos Ltda. promove o 1º Concurso Literário Guemanisse de Crônicas e de Textos Humorísticos, composto por duas categorias distintas: CRÔNICAS – narrativa que descreve um flagrante da vida, sério ou pitoresco, atual ou histórico, real ou imaginário, com temática livre. E TEXTOS HUMORÍSTICOS – narrativa cômica de situações, piadas, com temática livre. Regulamento e informações: www.guemanisse.org & editora@guemanisse.com.br

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terça-feira, abril 14, 2009

POETAS PERNAMBUCANOS - ENTREVISTA: GERUSA LEAL



GERUSA LEAL

ESCREVEDOR

Não escrevo o que não sinto
Amadora que sou
Sinto o que não escrevo
Jeito de amar a dor
Escrevo o que não sinto
Salvo a vida
Não sinto o que não escrevo
Nem percebo que vivi

ARRIMO

Caminho que dá na venda
Senda que faz estrada
Mesmo partindo do nada
Fruto da intuição
Ergue-se, pedra por pedra
Muro que dá arrimo
Seja com rima ou sem ela
Seja prosa ou barco a vela
Poesia ou falação
Pois enquanto houver pena
E sentimento no peito
Precisa haver algum jeito
De alguém botar no papel
O que outro alguém lá recolhe
E com seus muros e barcos
Refaz a sena do nada
E zomba da solidão.

CONTEMPLAÇÃO

De dentro da imensidão poente
À beira do precipício de mim
Contemplo carneiros de algodão
Na face impassível de Deus.

ETERNO

Mais que sorriso silente
Mais que ruidosa mudez
Mais que paleta de tintas
Ressecada, quebradiça
Que o pincel endurecido
No ateliê deserto
Mais que partir outra vez
Dói a terrível certeza
Do retorno sempre certo.

SOBRIEDADE

Sobriedade
Sóbria idade
Sobre a idade
Sobra idade
Sobriedade

PROVISÓRIA DANAÇÃO

Que tudo que eu diga
Soe a desalento, desencanto
Que à meia-noite sombria
Me visite
O fantasma espectral
Que hoje, amanhã
Sábado ou domingo
Os bondes saiam dos trilhos
E a morte na cruz não me salve
Que agora, neste momento,
Não me livre o senhor de todo o mal
Os bares estejam vazios de homens plenos
E as mãos dos namorados não se toquem
Porque hoje eu não sei
Não quero
Não sou.

MULHERES DE PRETO

Respirando a loucura
Bebendo a morte
Num só enorme dia
Feito de séculos
Milênios
Eternamente o combate no coração
Suportando o insuportável ao relento
Contra o muro
Lamento mudo
Rogo sem esperança
Sem urgências
Sem sentido
Inexplicavelmente
Durando no tempo
As mulheres de preto.

SABER SECRETO

De serpentes o coito perturbei
Matando a fêmea numa transformado
Fui mulher, fui prostituta
Os segredos femininos desvendei
Outras vez tendo o coito perturbado
Dum casal de ofídios outro acasalado
Desta feita em homem fui mudado
Do sagrado segredo macho-femea me apossei
Ao invés de serpentes eram deuses
Que então desta vez me convocaram
Como arbitro em disputa equivocada
Sobre quem mais prazeres desfrutava
Sabendo-me por certo em mortal perigo
Quer a um quer a outro desagradasse
Mesmo assim o que vi manifestei
Tive os olhos furados, por vingança
Da fêmea que se sentiu na disputa derrotada
Mas o segredo andrógino era meu
E o macho, com certeza por piedade
Mas também, não duvidem, desafio
Compensou-me com o dom da profecia
Cego e profeta então prossigo
Mas perdão não peço pela insolência
De saber que prazer não se mede nem se pesa
Macho-femea-serpente me tornei.

NÃO-FALO

Falo de mãos e de dedos
Falo de figos
E de seus segredos
Falo de lábios e línguas
Falo de peixes e serpentes
E maçãs
Falo de pele e de arrepio
Falo de velas, espadas e
Bastões
Falo de cheiros e de sabores
Falo de flores
Falo de romãs
Falo de cálices, de sinos
E de torres
Falo de calores e de convulsões
Falo e a noite se vai
E eu não durmo
Não-falo

SOU?

Caminhando vou –
Fumaça, vôo, nuvem
Chuvisco azul
Nuvem de chuva
Sabe-se La porquê
Dia de lua.



GERUSA LEAL – a poeta e escritora pernambucana Gerusa Leal, é autora de contos e poemas publicados nas coletâneas Contos de Oficina, organizadas pelo escritor Raimundo Carrero e também as organizadas pela Fundação de Cultura Cidade do Recife. Conquistou premiação nos concursos Luís Jardim, Prefeitura de Cordeiro – RJ, Maximiano Campos, Fliporto e mais recentemente o prêmio Edmir Domingues de Poesia 2007 da Academia Pernambucana de Letras, com o livro de poemas “Versilêncios”, livro ainda com lançamento previsto para final de março/2009. É integrante da Rede de Escritoras Brasileiras – REBRA. Ela edita o blog Flor de Gelo.
Ela gentilmente concedeu uma entrevista exclusiva pra gente, confira.



LAM - Primeiro, Gerusa, vamos pra pergunta de praxe: quando e como se deu seu encontro com a Literatura?

Luiz Alberto, eu sou filha de escritor autodidata que, infelizmente, por excesso de auto-crítica, publicou apenas um romance, que depois renegou e apesar da primeira edição haver se esgotado, nunca quis fazer uma segunda, e de contos premiados e alguns belos poemas que estão espalhados nas mãos de mãe e algumas irmãs.
Mas, antes que escritor, meu pai era um grande leitor. Eu sempre o vi com um livro nas mãos, e nossa casa sempre teve livros por estantes espremidas ao longo dos corredores. Eu tinha tal sede de aprender a ler que naquele tempo em que a gente só ia para a escola aos sete anos de idade, perturbei tanto minha mãe, primeiro para que ela me ensinasse os números na fita métrica que ela usava para costurar para a gente e para fora, como se dizia, e em seguida, ou ao mesmo tempo, vai saber, para que me ensinasse a ler, que já cheguei na escola alfabetizada. A primeira palavra aprendida a escrever, e a ler, foi GATO, que ela desenhava tracejada, eu ia ligando os tracinhos e lembro até hoje da alegria ao reconhecer a palavra.
Daí em diante, foi um tal de nunca mais parar de ler, um vício tão grande que quando não tinha nada para ler lia até dicionário.

LAM - Quais influências da infância e da adolescência foram marcantes para a formação da escritora?

Meu pai tinha uma excelente biblioteca, devorei todos os livros, e mais alguns que, no início da adolescência, ele me comprava para que eu lesse durante uma convalescença prolongada de uma artrite reumatóide, que me deixou muito tempo de cama. São dessa época as primeiras leituras de Moby Dick, Os três mosqueteiros, Dom Quixote, Ivanhoé, e por aí vai. Quanto mais volumoso o livro, mais eu me sentia presenteada, e sempre me entristecia quando acabava.
Havia, é claro, também, toda a coleção de Monteiro Lobato, que eu lia, e relia e relia.

LAM - Você tem formação em Psicologia. De que forma essa formação contribuiu para a formação da poeta e de como você concilia essas duas vertentes?

Luiz Alberto, acho que a formação em Psicologia veio do mesmo interesse que veio a paixão pela literatura e, hoje, pela criação literária, pela alma humana. Tudo que diz respeito à alma humana me interessa, e nada do que é humano me é estranho. Acho que a conciliação vem na medida em que a formação em Psicologia, hoje, é algo metabolizado, que faz parte do meu repertório de vida, e me aguça a capacidade de observação, acima de tudo. Mas fujo feito o diabo da cruz da psicologização em meus poemas, em minha prosa. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Portanto, a formação em Psicologia, se o escritor não tiver cuidado, pode ser uma faca de dois gumes, pendendo perigosamente para a auto-ajuda que, no meu entender, está distante do gênero de poesia e de prosa de ficção que me interessa criar e ler.

LAM - Você tem participado das Oficinas de Criação do mestre escritor Raimundo Carrero. Qual a contribuição dessas oficinas na maturidade da escritora?

Eu diria, Luiz Alberto, que sem as Oficinas de Criação Literária do amigo Raimundo Carrero, muito provavelmente não existiria, hoje, uma escritora, uma poetisa. Instigada por parentes e amigos que diziam que eu escrevia bem e que, por isso, devia escrever, e sabendo que escrever certo está longe de escrever boa poesia e boa ficção, ao descobrir a existência das oficinas, há pouco mais de seis anos, me inscrevi numa delas, com o propósito claro para mim, na ocasião, de provar aos que me instigavam e a mim mesma que eu não era escritora, e continuar com minhas aulas de dança ou ir atrás de aulas de canto, qualquer coisa apenas para o cultivo de uma atividade prazerosa. Acontece que já no primeiro encontro, Carrero me colocou no espírito a dúvida, e eu me encantei tanto em poder conviver, sem sequer a obrigação de escrever, com escritores e partilhar de perto de momentos do seu processo criativo, que para mim bastava. Mas com toda a habilidade que lhe é peculiar, respeitando o momento de cada um, Carrero acabou me levando a escrever, a partilhar o escrito, e fui me apaixonando pelo processo, e o resultado é que escrevo há pouco mais de seis anos, com poemas e contos premiados, alguns publicados em coletâneas, e agora a publicação de Versilêncios, premiado em 2007 pela Academia Pernambucana de Letras. Então, a escritora, sem as oficinas de Carrero, não existiria e, se por acaso existisse, com certeza não teria feito, em tão pouco tempo, o percurso que fêz, aparentemente pequeno para quem olha de fora, mas imenso para quem só está empenhada na criação literária há seis anos. As oficinas aceleram absurdamente o amadurecimento artístico de quem realmente se interessa, frequenta, estuda, exercita, lê. E as de Carrero são algo à parte, por conta da imensa generosidade do renomado escritor, que não nos sonega absolutamente nada da partilha de suas descobertas e invenções no campo da criação literária.

LAM - Você integra a REBRA, participa de várias antologias e tem marcado presença em vários cenários literários. De que forma isso tem contribuído tanto para o processo de realização e para a difusão de seu trabalho literário?

Olhe, há um autor, Gabriel Perissé, no seu excelente A Arte da Palavra, que diz que todo escritor deve criar, deve ter um "leitorado". Um grupo de mentes pensantes, a quem ele apresente, em primeira mão, sua produção, com a mente aberta a comentários, críticas, observações, e até elogios.
Há um outro autor, que agora não vou me lembrar o nome, que diz que hoje em dia não basta você escrever, não basta que sua produção literária tenha qualidade, você precisa se envolver numa rede por onde sua produção circule, para que possa ser lido. Acho que isso é tanto mais verdadeiro quanto mais iniciante, desconhecido e atuante fora do eixo das grandes editoras milita o escritor. Exemplo excelente disso é exatamente essa entrevista que você agora me faz e que, tão generosamente, se dispõe a publicar em sua página cultural. É esse tipo de rede que divulga o trabalho de um escritor de uma forma menos massiva mas talvez de mais qualidade.
A REBRA é um outro espaço excelente para divulgação, agora mesmo, por contatos feitos através da REBRA, minha produção poética está sendo estudada por aluna de módulo de literatura feminina brasileira na universidade de Miami, na Flórida. E quanto ao processo de realização, os blogs pessoais, as listas de criação, como o grupo comasuapermissão, de poetas daqui de Recife, do Rio de Janeiro e de São Paulo, de que participo, e onde foi gestado todo o Versilêncios, ou revistas eletrônicas, como a Histórias Possíveis, da qual sou colaboradora permanente, o que me cobra pelo menos um texto em prosa por mês, contribui de uma forma fabulosa para que a gente não se deixe cair na inércia, esteja sempre criando, inventando, se renovando literariamente.

LAM - Agora vamos falar de Versilêncios, um livro recheado de temas pessoais e afetivos com seu lirismo maduro. Ou como você mesma diz: "poemas blocados em sub-unidades mostradas como um percurso narrativo e existencial de um eu lírico". Fala, então, do processo de composição dos poemas para chegar na unidade do livro, até a premiação alcançada.

Meu contato com a criação poética é ainda mais recente que com a ficcional. Há uns quatro anos, numa bienal internacional do livro aqui em Recife, conheci a poetisa Márcia Maia que, a partir de contatos em outras atividades na bienal, sugeriu que eu participasse também da oficina de Fred Barbosa, por três ou quatro manhãs. Eu disse que não ia, que não era poeta, que não era minha praia. Desde então Márcia começou a insistir que eu era poeta, e o que custava eu fazer a oficina de Fred, do que eu tinha medo? Pensei e respondi que tinha medo de gostar, de enveredar pela poesia e deixar de mão minha outra paixão, a prosa de ficção. Mas fui fazer. Um exercício poético feito durante essa curta oficina, inscrevi no concurso literário da Fliporto, em 2006, e resultou num terceiro lugar. Nesse meio tempo, Márcia me convidou para participar dessa lista de criação, na internet, e fiquei por lá compondo meus poemas em resposta a provocações de imagens, de poemas dos colegas de lista, ou depositando nesse vaso alquímico poemas que vinham espontaneamente. Mas apenas arquivando o resultado dessa produção numa pasta que apelidei de "brincadeiras literárias". Ao cabo de algum tempo, Márcia me provoca outra vez, a inscrever um livro de poemas no concurso da Fundação Cultural de João Pessoa. Aleguei que não tinha livro, ela insistiu que eu tinha, que já tinha postado muita coisa na lista, que desse uma olhada. Imprimi os poemas, coloquei em cima da cama e (questiono sempre isso nos concursos) precisava de um número mínimo de páginas. Que representava praticamente toda minha produção até aquele momento. Desanimei. Como dar unidade a algo que não havia sido criado pensando em unidade? Então comecei a agrupar os poemas em blocos por afinidades quase que só intuídas, pois eles poderiam ser agrupados de diversas outras formas. E nesse processo, percebi que esses grupos, ou blocos, podiam ser montados segundo um percurso existencial, passando do questionamento do próprio ato de criação poética, pela infância, por diversos momentos do existir, até chegar à maturidade e envelhecimento do eu lírico. Decidi que ia ser essa a estrutura do livro, inscrevi em João Pessoa, e no mesmo dia se encerrava o prazo para a inscrição no concurso da Academia Pernambucana de Letras. Como concurso é concurso, em João Pessoa não obtive nem menção honrosa, e na Academia Pernambucana, fui o prêmio Edmir Domingues de Poesia 2007. E essa é a história da gestação e premiação desse livro.

LAM - Versilêncios tem recebido muitos elogios traduzindo a maturidade da poeta reconhecida na premiação. A partir disso, como se mostra e se realiza a poeta nesse mundo de barulhos e indiferenças?

Bom, Luiz Alberto, como diz Carrero, o amadurecimento de um escritor, de um poeta, é um processo que leva tempo. Talvez venha contribuindo para a percepção de maturidade em minha poesia, alguns aspectos. Primeiro, sou uma mulher madura, de 55 anos de idade. Depois, sou uma leitora madura, e que sempre foi apaixonada também pela leitura de poesia, sempre li bons poetas, sendo meus preferidos Fernando Pessoa, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Mário Quintana e outros. E por último, mas não menos importante, apesar de meu embasamento teórico em termos de criação poética ser mínimo, há toda essa base de vida e de leitura metabolizada e, mais uma vez, a oficina de Carrero acelerou meu amadurecimento como criadora também no gênero poesia, pois como não faço uma poesia de formas fixas, rimada, metrificada, uso no burilamento dos meus versos, os mesmos recursos e ferramentas que venho aprendendo e metabolizando ao longo dos anos de oficina com Carrero. Além disso, a convivência, pela internet, com poetas com os quais trocamos, num verdadeiro laboratório onde se dá e se recebe toques preciosos durante o processo de criação de um poema, é outro fator de aceleração do amadurecimento criativo.
A poeta convive de forma dialética com esse mundo de barulhos e indiferenças, pois só a convivência dialética fertiliza. Mas se mostra com certa dificuldade, devido a uma personalidade predominantemente introversiva, e um gosto nada disfarçado pelo silêncio e a solidão, não a solidão afetiva, mas a solidão onde a gente pode se exercer por inteiro, e de onde nascem nossos frutos literários.

LAM - Você transita por outras formas literárias. Fala a respeito dessa versatilidade.

Eu de fato comecei meu percurso criativo em literatura pelo conto, que é a forma que mais me fascina. De repente há um parentesco próximo entre o conto e o poema, dada a necessidade de se expressar o máximo com o mínimo de recursos, buscando levar ao leitor o efeito desejado. Há um livro de contos sendo gestado, alguns também premiados, mas no qual ainda estou trabalhando. E ando ensaiando também, desprentensiosamente, uma novela, ainda muito em embrião para que se saiba se vai vingar. Eu gosto de me concentrar, de não abrir muito o leque, mas uma certa diversidade é muito nutritiva para o ato criador. Alguém já disse, também não vou lembrar agora quem, que o bom poema é aquele que mais se aproxima da prosa. E que a boa prosa é aquela que mais se aproxima da poesia. Portanto, nem tão estranha assim essa busca pela diversificação. Um gênero alimenta o outro.

LAM - Você tem pronto um argumento para uma narrativa infanto-juvenil. Fala a respeito dessa empreitada.

Esse argumento está pronto há alguns anos, mas anda em compasso de espera. Há muita coisa acontecendo, muitas demandas, e de fato não tenho me dedicado a esse projeto. A idéia passa por uma releitura de um clássico de Kafka, já há um esboço de enredo, alguns personagens delineados, e alguns capítulos rascunhados. Mas também um projeto muito embrionário, não tenho previsão de conclusão para ele.

LAM - Quais os projetos e perspectivas da Gerusa Leal?

Projeto prioritário, no momento, meu livro de contos. Mas, até para alimentar a alma, paralelamente, a gente vai trabalhando em outras coisas.
Perspectivas? Não saberia te dizer, ainda engatinho pela seara da criação literária, tenho aproveitado os espaços que se me oferecem, e tenho tido retornos gratificantes. Acho que a única perspectiva de que posso falar com segurança é que a criação literária continua me apaixonando, e que continuarei buscando o aprimoramento na qualidade do que produzo, principalmente pelo prazer estético, que é diferente mas, para mim, tem sido tão nutritivo quanto uma boa leitura.



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