quinta-feira, abril 09, 2009
O TRÂMITE DA SOLIDÃO
Imagem recolhida do blog de Adelaide Coelho.
CAPÉI, A DEUSA SELENE
Luiz Alberto Machado
A noite saiu do coco de Tucumã
E a moça das águas da cachoeira
Sozinha no fundo dos bosques
Acendeu os vaga-lumes
E à beira do lago
Sua imagem
Influenciou a natureza
E regulou as marés
A germinação das sementes
O fluxo das mulheres
O nascimento das crianças e dos bichos
E o brilho de certas pedras de cor
E a moça branca das águas da cachoeira
Vive sozinha no fundo dos bosques
O meu amor proibido
Sua lágrima se fez Amazonas
E alumia meus versos de ermitão
E eu
Sigo até o terminadouro navegante solitário
Quando ela se envolve no breu
E parece não mais raiar o dia
Eu varo tetéu, eterno guardião,
Cantando quero-quero
Prá vigiar a volta do sol
Ouço o seu canto
E sou Selenito
Andejo da noite
Coruja segura o ponta do céu
Que o meu amor já se foi
O meu amor já se foi
Já foi
Foi
VEJA MAIS:
TRÂMITE DA SOLIDÃO
PRIMEIRA REUNIÃO
GUIA DE POESIA