segunda-feira, junho 30, 2008

POETAS DO RIO DE JANEIRO



EFIGÊNIA COUTINHO

NASCENTE

Toda essa apologia, bem entendeste,
Como límpida Nascente, pura, se revela
Que ao remexer dos olhos traduziste.
Vindo com glórias de ternas sinfonias.
Vejo em tudo teu nome, em tudo o leio,
Ainda bem que compreendestes meu afeto.
Venho através destas rimas persistentes
A te exaltar aos olhos de todo o Universo.
E tudo vais falando, eu tudo vou escutando...
Cantas, embalando, e, sonho com teu cantar
E eu vislumbro os lindos raios desse cantar.
As paisagens vais imaginando, nestes
Cenários de vida; eu vejo-as, enternecida,
Nos versos e cantos, que vais desenhando!

TEUS DESEJOS

Razão feroz indaga meu corpo
Solto gemidos, grito por pouco
Forte sentimento em nós disposto
Nasce o desejo precursor do gosto!
Eu ardo e tremo todo instinto entrego
Nessa tua boca louca me esfrego
Rasgando o véu do meu corpo
Penetras o fado no meu porto!
Acoplo teu corpo com a perna
Sobre a qual o meu corpo se aderna
E gozo em tua boca meu prazer.
Em tua pele, meu corpo se ajeita
Duas almas na mutação perfeita
Duas bocas na fonte do jardim vivo!

BEIJO-TE

Ó tu que meus beijos queres, indaga
Ao beija-flor, não poupa este desejo
Pergunta se ele beija só flores rosa,
Ele dirá que beija a mulher mais formosa!
O poeta que me beija, não por razão pouca
Beija o néctar da rosa por ser sua sina,
Pois dar-te-ei o amor de que desejas
Duma rosa, alma gêmea, rainha e sina!
Entoemos este vigor do (A)mar
Sentindo gula e gana de sonhar
Sem temor, saboreando à idéia...
Poeta sabe e sente o Amor
Em sua mente e dentro do coração
Jogo ardente espargido outra cor!

AMOR É AMOR

Dois corações sinceros, união celestial
Não há nada que impeça. Amor é Amor
Onde não encontra barreiras nem se
modifica ou teme a qualquer incerteza.
Amor, é símbolo imutável, dominante,
Que vivencia a procela com bravura;
É corpo celeste girando no espaço
Cujo sentir se aprimora, lá nas alturas.
O Amor não oscila ao tempo, mesmo que
Seu ensejo não poupe sua juventude;
O Amor transmuta, renovando o existir...
Afirmando para eternidade fidelidade...
Com paixão, seu coração, forte brasão...
Forte ardor, há ardor mais forte que o Amor!?

FRUTO AMOR

Pela estrada triunfal, de uma ambição suprema,
Eu, Musa, cujo ardor nenhum perigo abate,
Sobe alto cume, avista o apetecido emblema
Em pedra perfulgente e de fino quilate!...
Sedenta de alcançar primoroso gomo...
Contra empecilho mil garbosa se debate,
E vai, com passos firmes e paciência extrema,
Nos braços da esperança o destemido vate!...
Embebida de consistente clorofila...
Que em minhas fundas células se instila,
Meu ser completamente se transmuta:
E, é verde meu Ideal, é verde meu Amor,
Meu gosto pela Vida, meu Incontido Ardor,
sou, Caule, Folha, Flor e Fruto do teu Amor!

O FOGO DOS TEU BEIJOS!

Tenho, os olhos úmidos, inquietos
os seios nus, - que volúpia divina
Louca de amor, minh’alma voa
levo-te a tentação do amor ardente.
Teu corpo se avizinha do meu,
e te enlaço como uma serpente...
a boca prendes, quente,cheia de
beijos, palpitante, à minha...
Beija mais, que o teu beijo me
teia Fogo! aperta mais meu corpo
mais! que eu tenha a vida, presa
nestes laços de prisão tão doce!
Aperta os braços mais, na volta
sensual, abrange todo o quadril!
Ávidos lábios sorvem o vinho na concha
O corpo amado a chorar de gozo!

TEU CORPO

Meu coração pula acima dum Arco-íris
ao sentir toda essa Paixão. Em que teus lábios
são súplicas, lanço-me num beijo furtivo
Respondes-me com o desejo do teu corpo.
Segredas toda volúpia da paixão
Abres meu ventre, beijas meus seios
oferecidos, e na chama que solto; teu
corpo explode de caricias e prazeres.
E com a língua em fogo me derretes
o desejo. Te debruças para que em ti
Lanço a chama desse desejo...
Um arco-íris de alegria desprende-se dos meus dedos
quando toco o teu corpo e habito dentro de ti...

AMOR INFINITO

Dos sonhos e ilusões, os tons
mais azuis, se é verdadeiro o
Amor com que me queres, tornando-me
a primeira entre todas as Mulheres!
Eu nada mais desejo neste mundo, sendo
Senhora de um afeto ão profundo,
certo suportarei as horas duras,
ditosas e altivas até nas amarguras!!!
Que na poesia fecundem todos os mistérios
e inflame a rima clara e ardente, que
brilhem sonoramente, luminosamente...
O Amor, constelamento Puro, em suas
formas claras, fluídas e cristalina!
amor que repurifica, canta Paz Infinita!

VIAGEM NO TÚNEL

A Vida em segundos dentro do
Universo. Por mundos fundos
os momentos mais diversos,
entre a eternidade e o presente.
Abrem-se para ao Túnel do Tempo!
Um todo feito por momentos
numa dança de terrenos anjos
movendo-se pra’qui, p’ra lá,
apaixonam-se, numa dança celestial
unindo-se suas Almas uma vez mais...
Solto-me no Túnel, ao ar.
Passageira deste sonho
Piruetas vou desenhando
Duas vidas, uma só nave
a entrepor pela galáxia!
Em Cirros estratos, que
Se acumulam e se esparramam
Por um céu marinho encenando o aéreo
Enquanto duas Estrelas
Insinuam-se num romance etéreo...

ARAUTO DE SONHOS E SAUDADES

Vinde a mim, passado e presente,
Tecendo sonhos ,agarrados por imagens
Que creio e proclamo dissolutas.
Que ânsia remota, trêmula de arrelias,
Imprópria, pousou em teus lábios
Quais purpúreas dores duma paixão?
Sorveu da tua alma amor secular?
Mulher divindade...Divina idade...
Que agitação convulsiva de paixão,
Que desejo ardente,
Que temporal de estio te atam?
Que tempestuoso céus, que tormento,
Que clamor de viver, em suplício,
Que fazem de ti, guerreira formosa.
Relembras, diz-me, a doce primavera,
Que num nefasto gesto fostes raptada
Pelo canto dum Visigodo, ficando enamorada?
Pois eu, ao teu lado, passado e presente
Entrego tudo que tenho,
E me dispo para ser, melancolia,
Arauto de sonhos e saudades.

EFIGENIA COUTINHO - Carioca radicada em Santa Catarina, Efigênia Coutinho é formada em Artes, se especializou em Tapeçaria de tear, buscando os seguimentos indígenas e sua História Natural. Ela participou de várias exposições. Para conhecer melhor Efigênia Coutinho acesse sua páginas da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores – AVSPE.

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sexta-feira, junho 27, 2008

PRIMEIRA REUNIÃO



Imagem: The Moneylender and his Wife, (detail 1), 1514 [Oil on panel], do pintor flamengo da renascence norte européia Quentin Massys – Metsys (ca.1465-1530).

POR UM NOVO DIA

Luiz Alberto Machado

Por um novo dia sempre!
Este é o meu canto a cada dia
Para que o sonho de viver seja possível.
É preciso cantar
Por um homem justo e novo
Por um gesto necessário em favor da vida.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. In: Primeira Reunião. Recife: Bagaço, 1992.

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quinta-feira, junho 26, 2008

POETAS DO RIO GRANDE DO SUL



LIGIA ANTUNES LEIVAS

ENTRELINHAS

Na insensatez dos conceitos
Emergem desejos...
Quebra-se o elo:
Desequilibra-se o universo.
A expectativa antessonha auroras
Neste querer maior
De peles de veludo unidas
No desenho de nós mesmos.
Na hora cálida da tarde
Atiçam-se todas as luzes...
Um pouco de mim, de ti, de nós
E a explosão de todos os sentidos.
Cada espaço traz a medida certa
... um oceano cresce entre nossas vidas
e nesta separação entre desenganos
descubro-me atônita!
Olhos ao longe (tão longínqua distância!...)
Sou voz perdida, sou desterro
Sou muito menos agora
Que as entrelinhas deste poema....

EMOÇÕES EMERGENTES

Mar revolto ante meu olhar!
Mistérios, segredos íntimos,
Profundezas abissais
Trazem outra vez meu passado.
Orla de majestoso contorno...
O primeiro encontro tão de repente!
Revejo-me contigo
(solicitudes, proximidades)
nós, entrelaçados,
sob o magnífico céu das estrelas
(tão bisbilhoteiras!)
inebriados
a viver a sensata insentatez
das transgressões dos amantes
que se descobrem
quase ao acaso do tempo
(magias das mil e uma noites!...)
a quem coube traçar
o estonteante destino
daquela madrugada?
Olho o mar... céu enfeitado!
(tão comportadas as estrelas!)
por certo elas sabiam:
um dia, nós nos perderiamos por aí
pelos descaminhos supreendentes
de nossos incertos caminhos.
Esta noite sou apenas confissão.

RASÓDIA DE UM CORAÇÃO FEMININO

... do pó?
... do barro?
... da costela de Adão?
Que importa? Há alguma diferença?
... surgia a Mulher tão-somente.
À sombra do homem ela deveria ficar
para sempre... sm cessar
qual Sísifo sacrificado.
O tempo passou;
a resignação sucumbiu.
E a Mulher buscou a luz,
buscou a própria essência.
Houve lástimas, lamentos.
No contraponto, porém,
vislumbrou o céu inteiro,
a noite total.
Hoje ainda há limites,
há fronteiras demarcadas...
mas a luta continua.
Mesmo que se algemem alguns pulsos,
o resgate foi feito:
mostramo-nos sem máscaras... - Somos Mulheres!

NAMORADO

Veio chegando junto com a juventude
Veio sorrateiro, disfarçado, de mansinho
E eu cuidava nos olhos seus o sorriso
e em sua boca eu buscava todo riso
Algo invisível (não sei se era o silêncio)
dizia-me muito... tudo que meu coração queria
e eu o seguia, espreitava-o em cada canto
e nesse jeito ia encantando todo meu dia
Passou o tempo, a hora, cada momento
e no meu peito foi brotando um sentimento
que era mel (não era fel!...) era começo
de um amor que igual até hoje desconheço!
Ah! mas veio o destino, a sina e não sei mais
Ele se foi... pra onde? ...não soube jamais
Voltou a vida em seus caminhos na calçada
e aqui fiquei... às lembranças abraçada

JULGAMENTO

Haverá o tempo de o tempo já ter ido.
Então, não caberás mais em mim
e eu?... não beberei estas lágrimas.
O amor será sílabas, monossílabos entre nós.
... ... ...
Tantas vezes é ele tão-somente
pulsações escarlates
acorrentadas à tua ausência.

QUANTAS VEZES QUIS TE DIZER.... PAIXÃO

Quantas vezes quis te dizer "Te amo!"
Não sei por que dobrei essa vontade.
Não sei por que guardei essas palavras.
Nem sei por que tanto adiei esse dizer
que tão feliz faz quem o declara calmamente!
Estranho... talvez não possas entender tão fácil
(assim também comigo acontece)
mas já naquela primeira frase
que me escreveste tão desinteressadamente
fascínio intenso assomou-me inteiramente...
o coração e todos os melhores sentimentos
(eu os senti no entusiasmo do meu viver)
Sim!... Como foi bom! Foi como pensei
devesse ser o verdadeiro amor:
contemplação, ardor, arrebatamento
carinho mel, enlevo céu, doce afeição
sentidos e aquerenciados
sem qualquer presença além da imaginação.
Sei... neste 'ser mais ser' vivi o pranto, a dor,
senti o coração sofrido...
transparente, porém... muito mais bonito!
Nenhum silêncio foi suficientemente forte
para constranger tão fiel amor
que a ti dediquei sem nada pedir em troca.
Sim! Este amor que hoje ainda tanto se propaga
e que não cansa de andar por todo meu ser
me faz feliz mesmo que por todo lado
com ele - tão calado - eu sempre ande!

TRILOGIA

Beija-flor! Ó beija-flor!
se fosses o meu amado,
jamais te deixaria beijares outra flor!
Amor e Posse
Bom humor?... hummmmmmmmmm...
Deixa-me ver... ... ...
E haverá melhor resposta para o amor?
Amor e humor
Pensei ser o homem algo bem comum.
...então, houve aquele dia... Encontramo-nos...
Descobri o significado do amor!
O amor e o amado

O ESSENCIAL PERMANECE

Quando a vida já não for mais vida
e se fizer apenas brumas e recordação
na tênue e sutil memória da humanidade
que percorre as esperanças escarpadas,
tu - homem! - serás essência
da alma tua que aqui passou.
Quando o mundo for só pedras desfeitas
e não tiveres mais por onde conduzir teus passos,
tu - homem! - serás apenas restos de ti mesmo...
Morto e apodrecido, tudo em ti terá perdido a validade
mas se alguém ainda assim te guardar na lembrança,
que seja para louvar a essência tua que aqui ficou.

MADRUGADA DO ADEUS

Madrugada
profana
obscura
Fantasmas dançam
( - à minha volta?...
- dentro de mim?...)
Testam meus passos
na melodia espectral deste silêncio
Me perco na dança
Meu corpo balança
A madrugada prossegue... sepulcral
Me faz insana
Perco meu rumo
... me sumo.

DESPEDIDA

Adeus...
Assim... quase rápido
quase leve
sussurro, suspiro
nada além de um respiro
Adeus...
Assim... pequeno,
tão frágil, tão forte
engasgado talvez
pacto frio, sem aceno
Essa voz em mim
conclusão já firmada
sem prosa ou mais nada
fel... (desejo sem jeito)
velado no peito...
Nenhuma noite tem volta
e o que morre não volta...

LIGIA ANTUNES LEIVAS – Nascida em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, Ligia Antunes Leivas é graduada em Letras e Direito, pós-graduada em Língua Portuguesa. Possui diversos livros publicados pela Universidade Federal de Pelotas, dentre eles: “De Amor e de Dor”, “O Invisível de Cada Um de Nós”, “O Feminino no Real/Ficcional” e “A Noite Não É Um Tempo Calado”. É integrante da Academia Sul-Brasileira de Letras, do Centro Literário Pelotense e do Clube dos Escritores de Piracicaba, SP. É professora emérita em Extensão da Universidade Federal de Pelotas. Participa de mais de 68 coletâneas e foi incluída na III Antologia do Portal CEN. Veja mais dela na AVPB.

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quarta-feira, junho 25, 2008

DICAS DA SEMANA & TATARITARITATÁ



TCHELLO D´BARROS: CONVERGÊNCIAS/ CONVERGENCES – a arte de Tchello d´Barros é daquelas que tem recebido acolhida de crítica e de público. Pudera, desde o seu trabalho poético visual aos folhetos de cordel, entre outras incursões do artista no campo artístico, Tchello tem demonstrado a sua capacidade de artista completo e mestre no seu oficio. E isto aliado a um sujeito sangue bom da melhor estirpe, traduz simplesmente na gradiosidade de gente que é: quase 2 metros de altura e uma imensidão incalculável de talento e grandeza humana. Em Blumenau, no seu estado natal, durante o III Congresso Luso-Brasileiro de Escritores, teve lugar no Salão Strauss 2, Viena Park Hotel a exposição Convergências. Um sucesso de público e crítica, conforme depoimento da Professora da UNICS e Mestre em Educação da PUC-RS, Luiza Josefina Varaschin: “A Exposição de poesia de Tchello d’ Barros foi simplesmente perfeita. Embelezou o espaço, encantou os olhos, dos visitantes, emocionou os poetas pela harmonia, criatividade, pesquisa”.Para que você tenha idéia da exposição, veja:


Veja mais acessando: http://www.youtube.com/user/tchellod7barros

BILL LUNDBERG – Vídeo-instalações de Bill Lundberg, a partir do dia 26/6, 19h30, Galeria Artur Fidalgo: Rua Siqueira Campos, 143 sljs 147 a 150, Copacabana, RJ, t 21 2549.6278, De seg a sex, 10h às 19h e sáb das 10h às 14h, Estacionamento: no shopping (acesso pela Rua Figueiredo de Magalhães, 598). O norte-americano Bill Lundberg é internacionalmente reconhecido como um dos pioneiros na arte da vídeo-instalação em artes visuais. Esta é a primeira vez que expõe em uma galeria comercial brasileira, apresentando duas vídeo-instalações. O carioca terá a oportunidade de apreciar uma vídeo-instalação totalmente filmada no Rio de Janeiro e outra intitulada “Moldura”. Diz Guy Brett, crítico de arte inglês que ajudou a deslanchar as carreiras de Lígia Clark e Hélio Oiticica lá fora: "Bill Lundberg desenvolveu uma forma de "filme-escultura" nos anos '70, antes mesmo que tal tipo de arte fosse convenientemente nomeada e situada. Ele toma a qualidade espectral da projeção do cinema escurecido e transfere-a para 'lugares concretos', evidenciando a contradição entre o real e o ilusório...". Lundberg, que é casado com a também artista plástica brasileira Regina Vater, integra os aspectos formais da pintura, da arte da performance e do cinema, para tratar da condição humana, explorando por meio de técnicas experimentais, temas como o isolamento, a vulnerabilidade e as relações interpessoais. + 1 pouco acessando: http://www.rioartecultura.com:80/billlundberg.htm



MARCELLA TERRA – Com abertura realizada no último dia 24 na Casa da Cultura da América Latina, SCS QD 4, Edifício Anápolis, Brasília, a exposição de Marcella Viglioni Terra. Ela nasceu em Belo Horizonte-MG em 17/12/1977, filha do escritor e poeta Abilio Terra Junior e da artesã e poeta Luiza Helena G. Viglioni Terra. Depois de cursar os Primeiro e Segundo Graus em Brasília, formou-se em Artes Plásticas pela Escola Guignard da Universidade Estadual de Minas Gerais-UEMG, em Belo Horizonte, especializando-se em Fotografia e Escultura. Antes de se formar em Artes, sofreu fortes influências nessa terra de ninguém, Brasília. Desde pequena, seu pai, meio que tutor, a levava para assistir filmes europeus, como: Pele de Asno, Metrópolis, A Lavanderia, Edith Piaf... Sua mãe a influenciou no seu modo de mostrar o mundo, com sua sensibilidade nata. Já seu irmão a rebelava, fundamental para tais resultados. Sempre subversiva, Marcella freqüentava a noite infindável da 109, por ela reverenciada em um de seus quadros (este no jornal ao lado). Festas, festivais e shows alternativos, com bons amigos, os quais também tiveram seu papel na formação da sua identidade cultural. Na Arte, sofreu influência do Minimal e do Conceitual. Brasília - DF - Brasil. Imperdível. Confira: www.fiocondutor.siteonline.com.br

CAIXA PRETA - A coleção de poesia Caixa Preta, organizada por Claudio Daniel para a Lumme Editor, tem três novos títulos publicados: Pincel de Kyoto, de Wilson Bueno, Mergulho às avessas, de Andréa Catrópa, e Poemas diversos, de Elson Fróes. O lançamento dos livros ocorreu nos últimos dias e a proposta da série, iniciada com dois livros de Horácio Costa, publicados em 2007 – Paulistanas e Homoeróticas – é apresentar ao leitor textos inventivos, inquietos, de autores que "realizam uma pesquisa poética imaginativa e com artesanato de linguagem", segundo o texto de frontispício dos livros. Os livros da Lumme Editor podem ser adquiridos em livrarias ou ainda pelo e-mail vendas@lummeeditor.com

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terça-feira, junho 24, 2008

POETAS DO CEARÁ



VILMA MATOS

CONFLITOS

A partir daquele dia
Que viste as gravuras,
Sei perfeitamente que sentiste
Calafrios e tonturas.
Gostas de figuras,
Mas também de versos,
Principalmente dos meus
Que falo de amor sincero.
Procurei te mostrar o universo
Onde iríamos bailar,
Mas porém tu não quiseste,
Passei a ti provocar.
Fiz –me versos
Para ser apreciada.
Fiz-me canção
Para ser cantada.
Conseguindo apenas!
Inspirar-te a escrever
Versos que descrevem teu olhar
Em busca de me ver.
Na cilada nós caímos,
Surgindo daí os conflitos
E o que nos restou foi amargar
Em nossos próprios escritos.

DELÍRIO

Andando por caminhos desconhecidos
Enfrentei escuridão,
Durante o percurso tropecei nas pedras
Da traição.
Dobrei meus joelhos,
Fiz uma prece.
Queria arrancar a dor
Que dilacerava meu coração.
Senti minh’alma chorar,
Molhavam-me o rosto
Lágrimas de saudade.
De um príncipe, acreditei no amor
Vôos da imaginação.
Diante de mim, apenas,
O fantasma da solidão!

FERTILIZAÇÃO

A terra pouco a pouco
Vai escurecendo,
E, por trás das montanhas
O sol sorrateiramente vai sumindo,
Deixando que a noite
Debruce-se sob a terra
E lhe faça um carinho.
Ela, sem se dar conta,
Lentamente vai se desnudando
Sob o curioso olhar da lua,
Nesta doce magia se vê
Totalmente nua.
Rendida ao toque suave e ao cheiro da chuva
Torna-se fértil
Para fertilizar a semente e trazer à vida
A meiga, doce e amiga
A nossa linda Camila.

COMEÇAR DE NOVO

A vida é um eterno recomeço,
Muito embora, em algumas vezes,
Encontre-se saída
Só pelo avesso!
Diante dos percalços
O mais importante é acreditar na vida
Com ou sem tropeços
Sempre será preciso um novo inicio!
Constituem-se chances “benditas”
Para grande aprendizagem,
Conduz o sujeito por outros caminhos,
Encontrando novos e velhos amigos!

DESABROCHAR DA FLOR

Encontrei no jardim da vida
Uma pequena
Uma singela Flor.
Suas pétalas eram brancas
Simbolizando Paz,
O amor.
A Florzinha não percebia,
Nem se dava conta que é luz
E que desfaz trevas... !
Gosto de você
Por ser sensível e afeita ao amor
Minha querida, minha linda Flor!

FACETAS

Risos, gargalhadas...
Procuro motivos
Nada vejo,
Que palhaçada!
Infeliz, lamento
O tempo passado
Acreditava neste povo...
Que Eu ,muito amava.
O que aconteceu,
Não foi administrado!
A verdade, é, que no meio à turbulência
O meu coração reclamava
Sentimentos verdadeiros
Estão sendo alcançados
Reflexos imaginários
Vindo de quem?
A mente me cobrando
cadê o amor que tu amavas
Onde estão os eleitos
Aqueles que tu tanto veneravas?
Fica-te quieta
O ser humana é isso e não basta
Imaginar um ser perfeito
Pois somos misturas de muitas raças.

AFLIÇÃO D’ALMA

Deus.
Oh, Ser Supremo e amado!
O que fazer,
Diante de um coração sangrado?
Patético,
Inocente,
Imortal
Esquece que é semente,
E se deixa levar
Pela vaidade.
No âmbito do ser
As lágrimas se transformam
Em sangue
Alma chora inconformada
Vendo o amor morrer
Nos braços d’alma penada
Oh, triste vida!
Oh, morte desalmada.

O JOGO

Usando algumas palavras
Transportei-me ...
Lendo os teus escritos
Te senti.
Viajei pelo mundo das palavras,
Durante algum tempo te idealizei...
Formamos um acorde.
Pena que retornei...
Continuei usando metáfora
Usei magia.
Não compreendeste minhas palavras,
Quanta ironia!
Divaguei um pouco,
Não encontrei respostas.
Amor ou ódio?
Desprezo e raiva.
Mistérios e segredos,
Angústia e vazio
Lamento,
Estás sendo esquecido!

CORPOS CELESTES

Via-se um foco de luz,
Que grande luminosidade!
Fui até lá para verificar
Se não era uma miragem.
O estranho é que,
À medida em que eu me aproximava
Minha visão ficava mais ofuscada,
Meu corpo estremecia
E a cabeça girava.
Continuei andando, andando...
Existia ali uma luz que cintilava
Foi então que percebi
Que vinha de dois corpos entrelaçados.
Enquanto a lua e todos os astros
Brilhavam com maior intensidade
Continuava a dança rítmica
De dois corpos que proclamavam
O objeto desejado.

SEPARAÇÃO

Examinando com minúcia
Falou a razão!
A serenidade do espírito reagiu,
Não deixando a contradição
Tomar conta do momento,
Da situação.
Se possível for
Contar-lhe-ei o sucedido.
Com certeza
Daria para escrever mil páginas
De um livro.
Onde seria relatada
A conversa franca, aberta...
Exposições de idéias
E discurso declamado
Por poeta.
Troca de olhares, declarações
Rostos marcados
Homens, mulheres...
E ELA, com todo seu encanto,
Não conseguiu impedir as lágrimas
Que insistiam em surgir
Tornando-a mais atraente.
O enfeitiçado não pensa, só vê.
Corre um risco desgraçado
Podendo a razão perder,
Na calçada, no escuro
Não dava... não via
Que a mão direita tocava os dedos dela
E o corpo que tremia.
E a traição do corpo em pedra transformado
Despertando o impulso congelado.
Trêmula não queria, desprezava,
Não admitia o óbvio, recusava.
Supondo ampla avenida,
Num beco sem saída
Se encontrava.

FUGA

Procuras fugir!
Aposto que não queres.
Desejas mesmo é estar aqui.
Desistas, dessa fuga,
Não vais conseguir!
Não adianta sonhar
O melhor é desistir.
Sempre que tentares distanciar ...
Mais próximo vais sentir.
Será uma sombra, apenas!
Sempre que houver sol, luz a clarear.
Ela estará juntinho a ti
E te fará lembrar...
Entregue-se ao calor
A chama está acesa
Aqueça o corpo
Dissolva o gelo
Livre-se do medo, viva o amor!

VILMA MATOS - Maria Vilma Matos Peixoto nasceu em Crateús – Ceará. Aos 18 anos foi morar em Brasília - DF, onde trabalhou no Jornal de Brasília, situado no Setor Gráfico. No início de 1985, mudou-se para Fortaleza. Desejava arranjar um bom emprego e ingressar na faculdade de Direito. Em setembro do mesmo ano, conseguiu o emprego almejado, onde permanece até hoje. É graduada em Pedagogia e Pós-Graduada em Psicopedagia Universidade Estadual Vale do Acaraú. Professora da disciplina "Prática do Ensino", a poeta criou sua primogênita poesia, intitulada "Ética Pedagógica". Capacitação em Saúde Mental - Universidade Federal do Ceará - UFC , Dinâmica de Grupo - Universidade Federal do Ceará – UFC, Espanhol - Yes Idiomas. Atualmente está cursando Direito pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Ela pertence às Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará ALMECE Academia Feminina de letras do Estado do Ceará – AFELCE e Associação Cearense de Imprensa – ACI. Lançou recentemente o cd “Doces Poemas” em que ela recita seus poemas acompanhada de Joãozinho do Violão. Também foi incluída na III Antologia do Portal CEN, recentemente lançada em Blumenau – Santa Catarina. Seus trabalhos estão reunidos no www.caestamosnos.org/vilmamatos

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segunda-feira, junho 23, 2008

LITERATURA BRASILEIRA



LITERATURA BRASILEIRA – ARCADISMO/ROCOCÓ
O Arcadismo tornou-se um movimento que dava muito valor à natureza, aos poemas da escola que eram de gêneros bucólicos, exaltando a vida ao ar livre, a comunhão com o viver natural. Segundo Afrânio Coutinho, o nome Arcádia veio da lendária região da Grécia antiga denominada pelo deus Pan e habitada por pastores que se divertiam com canções de amor e pugnas poéticas, caracterizadas pela simplicidade e espontaneidade. Era a pátria da antiga poesia pastoral (Toffanin). Os membros da Arcádia chamavam-se pastores, cada um deles adotando um nome pastoril. O propósito expresso da Arcádia era combater o mau gosto reinante, herança do seiscentismo, reação contra o barroquismo decadente. Já para Nelson Werneck Sodré o arcadismo era um retorno clássico, representando uma falsidade evidente e as obras dos que seguiram a escola denunciam vivamente isso. Para ele, a criação das academias assinala um dos traços mais claros da fase em que o arcadismo encontra a sua expressão mais ou menos generalizada.
Já o Rococó, segundo Otto Maria Carpeaux, foi um movimento neoclássico artístico europeu, ocorrido entre o classicismo e o barroco, sendo o exagero do segundo. E se caracterizava pelas linhas curvas, delicadas e fluídas, as cores suaves, o caráter lúdico e mundano dos retratos e das festas galantes, representando os costumes e as atitudes de uma sociedade em busca da felicidade, da alegria de viver, dos prazeres sensuais. Também é conhecido como o "estilo da luz" devido aos seus edifícios com amplas aberturas e sua relação com o séc. XVIII. No Brasil o estilo Rococó revelou-se tardiamente, pois já no início do século XIX, na escultura de madeira e de pedra-sabão, na pintura mural e na arquitetura, com José Pereira Arouca, Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, Manuel da Costa Ataida e Francisco Xavier de Brito.
No Brasil, segundo Afrânio Coutinho, o movimento Arcádio vingou com os poetas da chamada escola mineira: Cladio Manuel da Costa, Basílio da Gama, Santa Rita Durão, Alvarenga Peixoto, Tomás Antonio Gonzaga, Silva Alvarenga, dentre outros. Segundo Oliveiros Litrento, é nesta fase que inaugura o nativismo brasileiro quando Antonio José da Silva (1705-1739), O Judeu, torna-se a maior expressão da primeira metade do século, quando foi acusado pelo Santo Oficio e metido nos calabouços da Inquisição, chegando a ser condenado e a morrer degolado e queimado na fogueira.
Para Silvio Romero, a escola mineira é a fase de preparação do pensamento autonômico e da emancipação política. E para Oliveiros Litrento a Escola Mineira conjugando significativamente os elementos histórico e estético, veio a constituir uma plêiade de tal força poética que somente pode ser explicada pela consciência do nativismo brasileiro de então modelado literariamente pelo convívio estimulante de permanências mais ou menos longas na Europa.

FONTES:
BANDEIRA, Manuel. Noções de história das literaturas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1940.
BRASIL, Assis. Dicionário pratico de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979.
______. Vocabulário técnico de literatura. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979.
CARPEAUX, Otto Maria. Historia da literatura ocidental. Rio de Janeiro: Alhambra, 1980.
_________. Pequena bibliografia critica da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979.
CARVALHO, Ronald. Pequena história da literatura brasileira. Rio de Janeiro: F. Briguet, 1955.
COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
FERREIRA, Pinto. Historia da literatura brasileira. Caruaru: Fadica, 1981.
LIMA, Alceu Amoroso. Introdução à literatura brasileira. Rio de Janeiro:Agir, 1956.
LITRENTO, Oliveiros. Apresentação da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Forense-Universitária/INL, 1978.
MARTINS, Wlson. A literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1967.
ROMERO, Silvio. Historia da literatura brasileira. Rio de Janeiro: José Olympioo/INL, 1980.
SODRÉ, Nelson Werneck. Historia da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasiléia, 1976.

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sexta-feira, junho 20, 2008

PRIMEIRA REUNIÃO



Imagem: Mulher chorando, de Pablo Picasso.

A LÁGRIMA DE NERUDA

Luiz Alberto Machado

Meus conterrâneos, eis minha missiva:
Estamos próximos do final do século
Às portas de uma nova era
Rogo, portanto, a paz
Não difiro de nada
Sou eu procedente do índio botocudo
De negros escravizados e de brancos degredados de Portugal

No peito um canto para Neftáli Reyes
Contra os que se devoram no dia e na noite.

No peito o meu canto com a nossa dessemelhança que é o tiro que dizimou Balmaceda fomentando nossas hostilidades.

Nosso suor ainda é vendido a preço vil
A preço de cadáveres indígenas, negros e marginalizados.

As mulheres, nossas irmãs, são as mesmas
Nas favelas do Rio
Nas callampas do Chile
Nas jacabes do México
Nos barrios de Caracas
Nas barriadas de Lima
Nas vilas miséria de Buenos Aires
Nas catagrilles de Montevidéu
E uma bola de cartola ainda determina o rival nos gramados de Santiago do Chile.

Meus conterrâneos, eis minhas palavras:
A esperança ainda é o nosso amuleto na estética de Huidobro: a precisão de um armistício e de um sonho maior que o de Bolívar.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

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quinta-feira, junho 19, 2008

DICAS PRO FINAL DE SEMANA & TATARITARITATÁ!!!


CESAR OBEID – Aquecimento global não dá rima com legal – Info: 11-9244-5845 & www.teatrodecordel.com.br


EZRA HENRY SAFRA - livro "Fotografia" de Ezra Henry Safra já se encontra disponível na Livraria Saraiva e no site www.Saraiva.com.br. Confira no site: www.ezrahenrysafra.com.br


NATO CANTO - Fotografando o Desejo Nato Canto, 48 anos, é formado em publicidade pela PUC- São Paulo e cursou a Escola Pan Americana de Artes. É fotografo há 25 anos. A paixão pela fotografia é hereditária, seu pai é fotógrafo.
A exposição "Quero ser Stevie Wonder" estará na Galeria Arteatrando, de 07 a 29 de junho. Serviço: Exposição Quero ser Stevie Wonder, fotografias de Nato Canto. De 07 a 29 de junho/08. Entrada Franca. Abertura 07 de junho às 20 h. Local: Casa do Teatro - Rua Barão de Campinas, 619 – Centro – Amparo – SP. Mais informações: Tel: 3817 1058 – casadoteatro@ig.com.br, & http://casadoteatro.spaceblog.com.br

SEXTA BÁSICA – O projeto "Sexta Básica", idealizado por Pedro Osmar, funde música e poesia Com o compositor Moisés Santana e o poeta e letrista Zhô Bertholini Curadoria: Pedro Osmar (Jaguaribe Carne) Serviço: Onde: Casa Das Rosas (av.Paulista, 37, Bela Vista) Quando: 20/06, às 19h Quanto: Entrada franca Informações Telefone: (11) 32856986

ROMÉRIO RÔMULO - Romério Rômulo nasceu em Felixlândia, Minas Gerais, e mora em Ouro Preto, onde é professor de Economia Política da UFOP. Prefaciou a primeira edição assinada das poesias eróticas de Bernardo Guimarães, “O Elixir do Pajé” (Dubolso, 1988), mais de 100 anos depois da edição original. Já publicou diversos livros, como “Só pedras no caminho pedras pedras só pedras nada mais” (Lemi, BH, 1979), “Anjo Tardio” (Edição do Autor, Ouro Preto, 1983), “Bené para Flauta e Murilo” (Edições Dubolso, Sabará, 1990) e a caixa “Tempo Quando” (contendo 4 livros em 2 volumes, Dubolso, 1996). Seu último livro é “Matéria Bruta” (Altana, SP, 2006). Atualmente, prepara um livro de poemas sobre o amor. Mais detalhes, acesse: http://romerioromulo.wordpress.com

POESIA NOS ARCOS - Atenção todas as tribos poéticas! Poesia, música e teatro no local mais poético da Capital da Poesia - a Lapa. Tributo ao poeta NILTON ALVES, dia 07 de julho de 2008, 19h, na Casa de Cultura Hombu, Av. Mem de Sá, 33, Lapa/Rio/RJ. Coordenação de Flávio Dórea; Gladis Lacerda; Marcia Agrau & Sérgio Gerônimo. Informações: apperj@apperj.com.br

CLAUDIA BAKKER - Galeria ARTE EM DOBRO RJ A artista plástica carioca Claudia Bakker apresentará, a partir de 26 de junho, quinta-feira, na galeria Arte em Dobro, no Leblon, a exposição "A partir da primavera noturna". No total são 26 novos trabalhos que reúnem desenhos feitos com linha, objetos de tecidos e fotografia. Claudia Bakker – Artista plástica residente no Rio de Janeiro, Claudia tem formaçăo no Parque Lage e na Escola de Comunicaçăo da UFRJ, onde fez Mestrado em Comunicação e Tecnologia da imagem (2001). Pioneira no Brasil em instalaçőes ao ar livre e efêmeras, trabalha sobre a metáfora do tempo e da cor no espaço. Desde 1994 realiza instalaçőes em diversas instituiçőes, como o Museu do Açude, Fundaçăo Eva Klabin, Casa França Brasil, Palácio Gustavo Capanema e outros. A partir das instalações, desenvolve projetos com a fotografia, em que o registro das mesmas se transforma em outro trabalho. Dentre as várias exposiçőes de que participou, destacam-se a Coleçăo de Gilberto Chateaubriand no MAM, o Projeto Respiraçăo na Fundaçăo Eva Klabin, além de projetos no Oi Futuro, Paço Imperial e o Projeto Macunaíma, organizado pela Funarte. Claudia Bakker, que é conhecida por suas grandes instalações com maçãs, mostrará na ARTE EM DOBRO um novo trabalho desenvolvido a partir de Primavera Noturna exibido na sexta edição do Projeto "Respiração em Estados de Metáforas" na Fundação Eva Klabin. Seus trabalhos foram apresentados para membros do Américas Society em 2006 e também fizeram parte da Conferência sobre Arte Contemporânea no Museu do Açude durante o 6º Congresso Internacional do DEM HIST/ICOM Lisboa-Portugal/2006. A Instalação "O Jardim do Éden e o Sangue da Górgona" foi apresentada no I Simpósio Latino-americano da "International Organization for Science and Technology Education" e ainda no VII Encontro Perspectivas do Ensino da Biologia, tendo a arte como contribuição para práticas pedagógicas sobre o pensamento de Paulo Freire e Manuel Castells (USP/São Paulo –2002). Saiba mais: www.claudiabakker.com.br Arte em Dobro A Partir da Primavera Noturna Exposição de Claudia Bakker Rua Dias Ferreira, 417 – 2º piso . Leblon . Telefones: 22591952 e 22948284 Abertura : dia 26 de junho, quinta-feira, às 19h Exposição : de Segunda a Sexta, das 12h às 18h. Sábados das 10h às 14h. Até 26 de Julho, Sábado Censura Livre | Entrada Franca www.arteemdobro.com.br

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POETAS DE SANTA CATARINA



RUBENS DA CUNHA

SEM TÍTULO

O tempo anda
Prosperando em minha carne.
Antes
Eu liso, mínimo,
Agora
Eu vulgar
Vulcão
Pelos nas curvas e nas covas
De meu corpo.
O tempo anda licencioso
Com meus hormônios.
Antes,
Eu brinquedo
Escondido entre caixas e sonhos
Agora,
Eu espasmo
Espaço que não entendo,
Adorno,
Pinturas, cabelos,
Beijos, impulso cortado.
O tempo anda amarrando
Meus intestivos e sapatos.
Antes
Eu sombra, véu,
Agora
Eu fluxo,
Rigidez
Vermelho e caos.
O tempo anda vagindo
Meu olhar.
Antes
Eu filho,
Agora eu revolto,
Enforcado,
Todo masmorra,
Todo corda,
Todo feito em feiúra,
Em tijolos crespos de angustia.
Em espinhas na cara.
Espinhos na garganta.
O tempo anda a quilômetros de mim
Fazendo-me o que sou agora:
Um entremeio,
Um intermédio, um campo de passagem,
De passagem para o futuro.

OUTROS EM VIAGEM

Visitor a familia. Expatriado, retornar aos inícios. A ausência da mãe desconforta a alma. O irmão e o pai à mesa. O almoço simples, comungado em quase silêncio. O pai rememora juventudes. O irmão recém liberto da infância ainda não constrói diálogos. Voltar para o exílio destituído de alegrias e tristezas. Nos ossos, as invisíveis raízes.

SEM TÍTULO

Tenho tudo nos próximos vinte anos.
Prazeres cáusticos.
Filhos cáusticos
E o amor, este bicho atroz,
Irreal, que gane seus dias
Sobre o corpo dos adultos.
Tenho tudo nos próximos vinte anos.
Trinta dinheiros
Vomito dinheiro
Coleciono dinheiro
Que sustenta meus pilares.
Sou um esqueleto financeiro,
Sou um homem preso num cofre.
Sou feliz.
Tenho tudo nos próximos vinte anos
Bíceps, tríceps lapidando a ferro quente
Ventre duro
Baixos duros.
Sou árvore, rocha
Coisa qualquer que não se
Amarra em dor.

NOITE AGORA CORPO

Amar é guiar na noite um cão surdo. A noite cega homens e cães. É nos ouvidos que se depositam as unhas do medo. São fantasmas nas folhas, aparições, animais, outros sem cabeça, com patas viradas, invenções de ouvidos covardes: redomas de escuros se fazendo em quem não ladra o amor.

SEM TÍTULO

Nada de ponte,
Luz, túnel,
Penso gaviões,
Tartarugas, elefantes.
Animais são evoluções.
São eles que nos
Levam para o outro lado.
Nada de construções
Humanas, de campos
Limpinhos e jardinados,
Penso Amazônia,
Saahra, geleiras do norte e do sul,
Nas estepes, no Everest,
É para lá que as almas seguem.
Nada de nuvem,
Anjos imberbes,
Um velho senhor sentado nas alturas.
Penso sangue,
Tornado, caverna, magma,
Deus está nos quentes,
Nos vermelhos escuros
Que padecem a morte.
Nada de lagrimas.
Penso neblinas.
Nada de luto
Penso alfabetos
Recitados por crianças.
Nada de morte
Penso avessos,
Costura de veias,
Verberações inquietas.
Os sempres é que nos anseiam
Depois de finda a respiração.

CATEDRAIS DA ALMA EM CULPA

Humano: desvio de sonho. Esquivo Deus de areia que não se arranca a cortes, não se descasca a dentes. O homem condoeu-se de ser rútilo por dentro, apenas para ser esta lua imantada de temor por fora. Sangrar-se des-rio. Destinar-se estátua ao depois da morte é o merecimento válido dos feitos em descrença. O antes, na vida, fica por conta do sono e da sina de acordar auroras.

CASA DE PARAGENS

Todo endereço tem um caos que lhe atribui leopardos, alguns rinocerontes de feltro, águias e corujas. Todo poema tem ferrugens à porta esperando a palavra exata, a moldura de vidro da alma. Todo amor tem o crivo impreciso de não se saber inteiro, de corroer-se útero, intestino. Vênus.

RUBENS DA CUNHA – catarinense de Joinvile, o poeta e escritor Rubens da Cunha é acadêmico de Letras e integrante do grupo de poetas Zaragata que publicou a antologia poética Cordames & Cordoalhas. Ele também é vice-presidente da AJOLE. É autor dos livros “Campo Avesso”, “Casa de Paragens” e do excelente “Aço e nada”. Publica crônicas semanais no jornal A Noticia e edita o blog “Casa de paragens”.

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quarta-feira, junho 18, 2008

III ENCONTRO DE ESCRITORES LUSO-BASILEIROS



Foto gentilmente cedida do acervo de Tchelo d´Barros.

No meio da minha vida cheia de correrias e errâncias, tive a grata e singular satisfação de um dia aportar minha insignificante existência por 114 horas maravilhosas na belíssima e encantadora cidade de Blumenau. Gente, é bom demais. Só estando lá mesmo para crer.
Quando lá pus os pés, depois de dar entrada num hotel para lá de chique e acolhedor, fui levado pelo Tchello d´Barros para conhecer as paragens. Como eu sou andejo e adoro caminhar, ganhei o dia. Melhor, ganhei mesmo a vida naquela tarde.
Clima ameno, ainda não havia aquele frio de lascar na despedida. Aí fui perambulando e curtindo tudo: as capivaras na beira do rio, o teatro Carlos Gomes, os sebos, as mulheres lindas, o trânsito sem buzina, os chopes tomados, a alemãozada toda, tudo muito elegante e refinado. Até mesmo foi exageradamente elegante e refinada a forma como uma linda moça me barrou na Fundação Cultura, pois, nem podia mesmo retrucar, senão seria uma afronta e uma grosseria da minha parte à forma tão simpática como fui convidado a me retirar do recinto.
Pois é, nada, mas nada mesmo maculou o meu encanto por Blumenau. Tanto é que ensaiei de cara uns versos com a pretensão de tascar um poema daqueles bem apaixonados qual canção de amor com o título “Blumenau, meu amor”. Está vingando, depois mostro.
Por esta razão, nada mais justo que começar o papo agradecendo à vida esta experiência impar. Agradeço também ao meu amigo Tchello d´Barros e ao médico, escritor e agora também amigo Luiz Eduardo Caminha, pela paciência de ambos em me aturar e por estarem comigo nessa hora. E também agradeço ao portal Cá Estamos Nós - Portal CEN – a maior ponte literária entre Portugal e Brasil, capitaneado pelo amigo Carlos Leite Ribeiro, que promoveu e me convidou para participar como debatedor em Blumenau, do III Encontro de Escritores Luso-Brasileiros.
Tudo isso teve início muito antes, anos atrás. Foi quando mais ou menos, salvo engano, quase uma década atrás ou perto disso, fui convidado pelo amigo Carlos Leite Ribeiro para participar do “Cá Estamos Nós”. Na época não só participei, como ajudei a divulgar as atividades no Boletim Nascente que eu então editava ao lado da queridíssima poeta, escritora e pesquisadora, Vaninha Moreira Diniz, com o fito de alargar ainda mais a ponte proposta pelo amigo lusitano. Também fiz lincagem do CEN até hoje nos Portais Poéticos do meu Guia de Poesia. Contudo, o excesso de trabalho e os afazeres insuperáveis distanciaram-me, mas não conseguiu me desconectar por inteiro desta ponte que se manteve e se mantém até agora no meu coração. E foi justamente por causa do CEN que fui parar na belíssima e reiteradamente encantadora cidade de Blumenau, num evento coordenado pelo médico e escritor catarinense, Luiz Eduardo Caminha, uma figura agradabilíssima e que, ao lado da sua esposa simpaticíssima, formam o incansável casal que fizeram tudo para a festa de confraternização ser além da proposta de intercâmbio e chegar aonde chegou: na satisfação geral das pessoas. Obrigado procês também.
Foi neste evento que pude ter conhecimento do trabalho intelectual de uma das figuras das mais incandescentes de dignidade que já conheci na vida: o escritor, professor e acadêmico da Academia Catarinense de Letras, Celestino Sachet que proferiu a palestra oficial de abertura do evento, sob o tema “Influencias culturais da vinda da família real para o Brasil – enfoque especial para literatura”.
Em seguida ocorreram as palestras “CEN – quem somos, o que queremos, para onde iremos”, ministrada pelo historiador, geógrafo e jornalista português, Carlos Leite Ribeiro e a história dos encontros CEN, em depoimentos da escritora e poeta cearense, Vilma Matos, de quem pude ser agraciado de afetuoso relacionamento de amizade e respeito.
O primeiro painel foi realizado sob a moderação de Luiz Eduardo Caminha e trouxe as temáticas do “Romance histórico e literário na literatura lusófona”, com a escritora e editora Urda Alicer Klueger, “Reconstruindo a história através da memória dos documentos históricos” com Christina Baumgarten e “O arquivo histórico José Ferreira da Silva como fonte memorial e histórica de pesquisa” pela Sueli Petry. Este painel teve um momento inesquecível: o meu encontro com a escritora, pesquisadora, editora e amiga Urda Alice Klueger, uma figura iluminada de sapiência e simplicidade. Nos divertimos bastante no frio, na caminhada do hotel para sua casa e na noite chuvosa de Blumenau. Beijos no seu coração, Urdalinda.
No meio disso, participei da mesa de debates “Temáticas e linguagens da prosa lusófona contemporânea”, que foi moderada pelo poeta e webdesign Tchelo d´Barros. Comigo estiveram o professor e cronista Gervasio Tessaleno Luz e o poeta e professor doutor José Endoença Martins. Foi após esta exposição que tive a oportunidade de estreitar amizade com o grande professor Celestino Sachet que teve a simpatia de me aceitar entre seus discípulos e me premiou com a sua humílima sabedora de amigo. Também foi surpreendente a intervenção do Gervásio Luz expondo sobre “Antonio Maria”, resultando que a gente rememorasse coisas e fatos da vida deste grande nome da música brasileira, regadas a chope e muito bate papo e me presenteando ainda, com o seu belíssimo livro “Rio que passa em nossas vidas”. Obrigado, Gervásio.
No dia seguinte participei da mesa de debates “Poesia lusófona – de mares nunca dantes navegados aos horizontes atuais”, onde participei ao lado do poeta e produtor cultural gaúcho Ademir Antonio Bacca e do poeta e escritor catarinense Rubens da Cunha, moderados pelo poeta Marcelo Steil. Nem preciso falar que desta mesa de debates fomos direto para uma maravilha de bar onde rolou altos papos, muita música e risadagem que mais emolduraram meu encantamento pela cidade e pelas pessoas desta cidade.
No outro dia, tive oportunidade de participar do sarau em plena praça pública, uma surpresa atrás da outra. Lá o Jairo Martins fez bonito e o Otto Eduardo Gonçalves tascou o seu “O poeta é pimenta do planeta Malagueta”. Por causa disso tomamos umas e outras muitas na companhia do Marcelo Steil e, também, o não menos desenhista italiano Domenico que nos premiou com fartas risadas pelo seu jeito de quem caiu de uma nave especial de plutão.
Por fim, vieram o encerramento, as despedidas e o lançamento da III Antologia do Portal CEN, figurando entre os selecionados Artur da Távola, Tchello d´Brros, Vilma Peixoto, Célia Lamounier, Luiz Eduardo Caminha, Luiz Poeta, Ligia Antunes Leivas, Ligia Tomarchio, Carlos Leite Ribeiro, Terezinha Manczak, Aba Albarello, Efigênia Coutinho, Eustáquio Mario Ribeiro Braga, Iara Melo, dentre outros.
Foram 114 horas inesquecíveis. Por isso e muito mais, obrigado Blumenau.



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TERCEIRO ENCONTRO LUSO-BRASILEIRO DE ESCRITORES
PORTAIS POÉTICOS
ENTREVISTAS

segunda-feira, junho 09, 2008



Gentamiga,
Nos próximos dias estarei viajando para Santa Catarina, onde estarei participando do ENCONTRO LUSO-BRASILEIRO DE ESCRITORES que acontecerá em Blumenau entre os dias 12 e 15 de junho. Lá participarei das mesas de debates Temáticas e Linguagens na Prosa Lusófona Contemporânea e Poesia Lusófona – de mares nunca dantes navegados aos horizontes atuais.

Retorno dia 20 com todas as novidades procê.

Enquanto isso, não deixe de ver o Guia de Poesia e o Pesquisa & Cia.

Ah, outra coisa:
Antecipando as comemorações pro dia dos namorados, veja o clipezinho do meu poeminha em canção “O AMOR” abaixo:



E pros festejos juninos da rádio Tataritaritatá, veja também o clipezinho do forró que fiz em parceria com o saudoso Félix Porfirio “PERDI A NOÇÃO DE SER FELIZ” abaixo:



Beijabrações & tataritaritatá!

sexta-feira, junho 06, 2008

PRIMEIRA REUNIÃO



SISIFISMO

Luiz Alberto Machado

Sobre esta terra, hy breazil
Muita lágrima
Muito sangue
Jamais redimidos

Sonhou-se novo sol, hy breazil
Mas a banda é a mesma
As armas as mesmas
Os homens, os mesmos, hy breazil

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

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PUBLIQUE SEU LIVRO – CONSÓRCIO NASCENTE
TCC – FAÇA SEU TCC SEM TRAUMAS

quinta-feira, junho 05, 2008

DICAS PRO FINAL DE SEMANA & TATARITARITATÁ!!!



CIRCENSES de Alckmar Santos - Formado em engenharia eletrônica, fez mestrado em teoria literária na Unicamp e doutorado em Paris, com orientação de Julia Kristeva. Em poesia, publicou os livros Rios imprestáveis, Retrato e percurso e Meu tipo inesquecível, além do poema digital “Dos desconcertos da vida, filosoficamente considerada”. É autor também do romance São Lourenço e do volume de ensaios intitulado Leituras de nós.Ciberespaço e literatura. Circenses é o livro de poesia de Alckmar Santos - A imagem do circo como metáfora para o trabalho artístico é usada em Circenses de forma inteligente e sensível, sem cair no óbvio. Os poemas são o resultado poderoso do choque entre a singeleza das imagens do circo e a tensão proveniente da forma requintada, do vocabulário precioso e da aspereza sintática de Alckmar. Editora 7 Letras Tel. (21) 2540-0076 editora@7letras.com.br & www.7letras.com.br

DI-VERSIFICANDO www.di-versificando.blogspot.com – A Vez do Poeta desta semana é do grande poeta Miró, um protagonista na forma poética urbana. Miró carrega em si o canto das ruas de Recife e muito mais, o clamor de tantos e tantos sem voz e sem vez. É a cara do multiculturalismo pernambucano. A divindade poética nos versos e sentimentos do imortal Rogaciano Leite; Agenda de recitais e eventos;
Festas juninas, charges, piadas, enquetes e as notícias do mundo cultural que você quer saber; O Di-versificando traz uma nova forma de mostrar a poesia... traz um novo jeito de cantar o verso e declamar a vida. Não deixe de ler a poesia mais lida... A Praga de Zambeta, um poema cômico e popular da autoria do poeta Felipe Júnior. Confira isto e muito mais...

PREMIO ASABEÇA - VII Prêmio Literário Livraria Asabeça – 2008 - A Livraria e Loja Virtual Asabeça organiza anualmente o Prêmio Literário Livraria Asabeça, categorias Poesia, Contos/Crônicas e Infantil (nova), com apoio da Scortecci Editora, para autores brasileiros, maiores de 16 anos, residentes ou não no Brasil. O tema é livre. Tem por objetivo descobrir novos talentos e promover a literatura brasileira.INSCRIÇÕES: Inscrições até 30 de junho de 2008 Mais informações: Livraria e Loja Virtual Asabeça www.asabeca.com.br Telefone: (11) 3031-3956 Email: asabeca@asabeca.com.br

SEMANA DE ARTE - Dando continuidade ao projeto Semana da Arte ESAMC, que acontece entre os dias 9 e 13, a Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação busca incrementar o estabelecimento sistemático de linhas de contato e entrelaçamento criativo entre as produções artísticas de sua comunidade interna de alunos e professores junto às produções externas, realizada pela comunidade artístico-cultural na qual está inserida. Intitulada Limites da Intimidade, o projeto busca despertar a curiosidade, estimular a quebra de fronteiras e tabus do íntimo que se revela na arte. São palestras, vídeos e oficinas abertas ao grande público. Outras informações: (82) 9982.8494.

PRÊMIO LITERÁRIO - Estão abertas as inscrições para o Prêmio Maximiano Campos de Literatura, destinado a crianças, jovens e adultos. O prêmio está estruturado em duas categorias: a primeira é direcionada a crianças e jovens que estejam cursando o ensino fundamental. A segunda, dirigida a adultos que já tenham concluído o ensino fundamental. Os vencedores de cada uma das categorias ganham passagens e hospedagem para a IV Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas, que ocorre de 6 a 9 de novembro. Inscrições e outras informações: www.imcbr.org.br/.

SALÃO DE TERESINA - Abertas as inscrições para o 15º Salão de Artes Plásticas de Teresina, que acontece nos dias 8 e 9 de agosto. Cada participante pode inscrever até três trabalhos, que podem envolver obras bidimensionais, escultura ou instalação, sendo que nesta o artista poderá concorrer com apenas uma obra, montada em local determinado pela Casa da Cultura de Teresina. Os interessados devem inscrever os seus trabalhos gratuitamente até o dia 22 de julho junto à Coordenação de Artes Plásticas, na Casa da Cultura, das 8h às 13h. Ficha de inscrição e outras informações: www.fcmc.pi.gov.br

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quarta-feira, junho 04, 2008

DICAS DA SEMANA & TATARITARITATÁ!!!!



SPA DAS ARTES - Recife 2008 Bolsas de Incentivo à Produção e Residência Artística Inscrições até 7 de julho de 2008 Por correio: Centro de Formação em Artes Visuais Pátio de São Pedro Casa 11, São José, Recife - PE 50.020-220 ou Museu Murillo La Greca Rua Leonardo Bezerra Cavalcanti 366 Parnamirim, Recife - PE 52.060-030 81-3232-1409 / 1410 www.recife.pe.gov.br Ficha de inscrição Apoio: Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Museu Murillo La Greca, Centro de Formação em Artes Visuais Info: www.canalcontemporaneo.art.br

MAÉRCIO LOPES – A xilogravura de Maércio Lopes está no Coletivo Malungo - na rua Tristão Gonçalves (Rua da Vala), 567, Centro – Crato – CE. Acompanhe os eventos culturais do Cariri pelo endereço www.agendacariri.wordpress.com Info: Poesia da Luz Fotografia Nívia Uchoa (88) 96127485 / 35114787 http://www.poesiadaluz.blogspot.com

PREMIO SALÃO ABRAHAM PALATINIK DE ARTES VISUAIS – MOSTRA CURTA CELULAR A FAPERN está promovendo o lançamento dos Prêmios: 'Salão Abraham Palatnik de Artes Visuais' e 'Mostra Curta Celular', edições 2008, nesta quarta-feira, dia 04 de junho, às 19h, no Palácio Potengi, Cidade Alta, Natal (RN) Info: fapern@rn.gov.br ou pelos telefones 3232.1729 e 3232.1727

CONCURSO DE POESIA - II Concurso Nacional de Poesia Sobre o Vinho Inscrições até 10 de setembro 2008 veja o Regulamento aqui: http://carnavalhagumes.blogspot.com

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terça-feira, junho 03, 2008

DICAS DA SEMANA & TATARITARITATÁ!!!



SEMANA DA ARTE ESAMC – A ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação, visando contribuir para a formação de uma sociedade aberta às pluralidades culturais presentes na contemporaneidade, dará, em 2008, continuidade ao projeto Semana da Arte ESAMC. Com este projeto, a ESAMC busca incrementar o estabelecimento sistemático de linhas de contato e entrelaçamento criativo entre as produções artísticas de sua comunidade interna de alunos e professores junto às produções externas, realizada pela comunidade artístico-cultural na qual está inserida. Além da mostra de produções de caráter visual, a Semana da Arte ESAMC oferecerá uma programação de palestras, vídeos e oficinas, todos abertos ao grande público. Através desta ação, a ESAMC reafirma seu compromisso com a construção de uma ambiência social saudável e diversificada, onde, através de ações de troca e diálogo, fortaleçam-se os vínculos e potencializem-se os crescimentos conjuntos. Nesta edição de 2008, a Semana da Arte ESAMC terá como linha de pensamento temático "Limites da intimidade", sendo formalmente organizada pelo Núcleo de Idéias e tendo como curadores a professora mestranda Caroline Gusmão e o professor doutor Francisco Oiticica. "Limites da intimidade" é a temática definida para a presente edição em razão de sua pertinência à discussão dos caminhos da sensibilidade atual. Os domínios do indivíduo e da coletividade podem causar encontros ao mesmo tempo traumáticos, quando enrijecidos e impostos, como também promover a sociabilidade, quando permeáveis ao contato. A terceira edição da Semana da Arte ESAMC destaca a importância de iniciativas que estimulem a superação dos tabus e incrementem a criatividade como fatores de responsabilidade social. APRESENTAÇÃO A 3° Semana da Arte ESAMC, intitulada Limites da Intimidade, busca despertar a curiosidade, estimular a quebra de fronteiras e tabus do íntimo, que, por sua vez, se revela em arte. Desta forma, faz com que as pessoas adquiram uma visão crítica, desenvolvendo o pensar em relação ao tema. A ESAMC se preocupa em criar um ambiente favorável, para que seus membros e a sociedade alagoana tenham oportunidade de conhecer um universo cultural, além de permitir que novas habilidades sejam criadas, oferecendo as ferramentas para que o próprio indivíduo construa suas idéias, seu modo de pensar e interagir. Partindo dessa premissa, a Semana da Arte se constrói por seus espectadores, pois, não só dá vazão aos expositores, como se preocupa em estar inter-relacionada com o público. CONCEITO Ao definir o tema da 3ª Semana da Arte ESAMC, surgiu a necessidade de encontrar um símbolo que representasse todo o contexto pertinente ao assunto. A escolha do zíper para conceber "Limites da Intimidade" foi determinada através do princípio de que ele se encontra em diversos acessórios e criações humanas, como, por exemplo: bolsas, calças e bermudas. A função de tal utensílio, de fechar ou abrir, leva o indivíduo a limitar o seu íntimo, fazendo assim com que ele mostre ou não seu particular, de forma principalmente subjetiva para o espectador. Juntamente com a definição do tema, houve uma reformulação na marca do evento, tornando-a mais moderna e dinâmica, indicando a nova organização do mesmo. ARTISTAS CONVIDADOS Ana Glafira Andrey Melo Bruno Soares de Vasconcelos Celso Brandão Cyro Patury Gabriel Navis Dalton Costa Daniel Hogrefe Delson Uchoa Edson Holanda Eva le Campion Felipe Camelo Fernando Honaiser Flora Uchoa Francisco Oiticica João Mário Luiz Felipe Vasques Maria Amélia Vieira Maíra Vilela Marta Emília Marcus Vinícius Nilton Resende Pedro Octávio Brandão Pedro Luccena Renata Voss Suel Thcello d'Barros Tainá Costa Wado Werner Weber Salles Renato Medeiros Marta Araújo Curadoria Caroline Gusmão Francisco Oiticica Organização (Núcleo de Idéias) Guto Gerbase Roberta Guimarães Palestrantes: Juliano Melo Costa Socorro Lamenha Bispo



CONTÍNUO TRANSITÓRIO - Primeira exposição individual de Waléria Américo. Nesta terça-feira, 3 de junho, às 20 horas, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108), a artista plástica Waléria Américo abre sua primeira exposição individual, Contínuo Transitório. Antes, às 19 horas, haverá bate-papo com o curador da mostra, Moacir dos Anjos. Gratuita ao público, a mostra fica em cartaz até 20 de julho deste ano. Em Contínuo Transitório, fotografias, gravuras, instalações e vídeos sugerem pequenas ações reais ou imaginárias que desestabilizam o olhar e tornam possível a construção de um trânsito entre sensações e pensamentos. No trabalho Para ver o céu mudar de cor, série de cinco fotografias, a artista passeia sobre uma mureta no topo de um edifício, de onde é possível ver uma paisagem feita de prédios que, juntos, quase encobrem o horizonte. No vídeo Mergulho na Paisagem, o ato de jogar pedras em um lago é encenado tantas vezes a ponto da ação perder sua função e se transformar em uma relação entre corpo e paisagem. Em Contenção, Waléria caminha em linhas retas, sobe e desce os níveis distintos de um ambiente feito de pedras, negociando a sua permanência nesse lugar que da forma como é filmado pouco se pode saber. Com micro-câmeras atadas no corpo, a artista percorre lugares da cidade, registra-os a partir dos seus movimentos e compartilha essas perspectivas fragmentadas em Mirar. Por meio de objetos inventados, sem finalidade certa, como um trampolim inacessível (Ilusão, ou minutos antes) ou uma cadeira com altura pouco convencional (Suspensão), Waléria reafirma seu desejo de propor sentidos contextuais e fugidios. ENTREVISTAS E INFORMAÇÕES ADICIONAIS: Waléria Américo (Artista) - (85) 8794.5820 Moacir dos Anjos (Curador) - (81) 9975.2962 Jacqueline Medeiros (Coordenadora de Artes Visuais do CCBNB) - (85) 8851.5548 Luciano Sá (assessor de imprensa do Centro Cultural Banco do Nordeste) – (85) 3464.3196 / 8736.9232 – lucianoms@bnb.gov.br SERVIÇO: Artista: Waléria Américo Curador: Moacir dos Anjos Local: Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza Endereço: Rua Floriano Peixoto, 941 – Térreo – Centro Período: de 03 de junho a 20 de julho de 2008

MUBE - Museu Brasileiro da Escultura – Exposição “O Equilíbrio entre o Abstrato e o Figurativo” de Margarita Farré Curadoria: Sabina de Libman Inauguração: 05 de junho de 2008, quinta-feira, das 17 às 20 horas Exposição: 06 a 29 de junho de terça a domingo, das 10 às 19h MuBE – Museu Brasileiro da Escultura Avenida Europa, 218 - Jardim Europa - São Paulo Tel.: 11 3081-8611 www.mube.art.br MARGARITA FARRÉ - Forte, vigorosa, poderosa e ao mesmo tempo poética, patética, lírica, assim é a escultura de Margarita Farré que carrega com dignidade o peso de seus compatriotas Casals, Gaudí, Dali e Picasso, além das informações e técnicas aprendidas após longos anos de trabalho. Uma artista, uma escultora, neste caso, é fundamentalmente fruto de sua ousadia e um gesto de talento criativo. Seus grupos nada mais são que uma ousadia e um gesto de talento e criatividade. Num deles, de três figuras, o bloco de metal desdobra-se, desmitifica-se, para transformar-se num trio que canta não sabemos qual fertilidade ou quais qualidades humanas, mas, é evidente que é um convite ao acalanto que se encontra na família, no amor ou amizade. É um trio de figuras muito bem definidas com predomínio dos corpos e dos corações. As mentes, as cabeças, nesta e noutras peças suas são proporcional e propositadamente menores porque, penso eu, nesta parte anatômica do corpo humano se encontram as idéias, a cultura, a fantasia e a imaginação, que não ocupam volume algum, e que, por outro lado são exatamente os elementos que nos ligam e vinculam uns aos outros. Há momentos, em toda a obra escultórica de Margarita Farré, de reflexão e de síntese que nos obrigam a classificá-las (mesmo com todos os temores que a classificação causa nos críticos de arte), como uma artista muito completa, de personalidade própria e com nome já garantido nesta difícil atividade artística que é a escultura.

SOLO NO SUBSOLO - Tavinho Paes no SOLO, lá no SubSolo 06 de JUNHO - Winners Cyber Café - SubSolo Clubb Av. N. Sra. de Copacabana, 1.171 - entre Sá Ferreira e Souza Lima COPACABANA - Posto 6 - telefone: (21) 2521-6525 café-bar < 2 ambientes > night-club telão transmitindo em tempo real o que acontece no salão do subsolo ROTEIRO 21h cineclubb ambient film - Be-Bop Jazz Cult Films Festival 22h video.mix poema.show - by Tavinho Paes 23h - tema da noite - OS SUBTERRÂNEOS - 50 anos da publicação do livro de Jack Kerouac poetas convidados Carluxo - Edu Planchêz - Pedro Lage insert-films downloaded by eMule - Pull my Daisy - The Beat Generation - The Source Manhattan 30's Flash - Couch by William Burroghs ...e mais surpresas. roda de poetas durante as apresentações

DIVERSOS AFINS – a vigésima Primeira Leva da Revista Cultural DIVERSOS AFINS traz uma série de novidades: A viagem ao Belo pelas telas do artista plástico paulista Canato; Uma conversa com o escritor Moacyr Scliar; Trilhas sensíveis da poesia em Carlos Trigueiro, Jorge Vicente, Sandro Ornellas, Mônica Montone, Antonio Naud Junior e Floriano Martins; uma carta à Clarice Lispector nas linhas confessionais de Luciano Bonfim e muito mais. Confira acessando: www.diversos-afins.blogspot.com

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segunda-feira, junho 02, 2008

LITERATURA BRASILEIRA



LITERATURA BRASILEIRA – BARROCO – SEC. XVII
O barroco, segundo Assis Brasil, é um estilo de época, predominante na península ibérica no séc. XVII. A expressão era usada em reação à pintura, escultura e arquitetura dos séculos XVII e XVIII. Só muito mais tarde a critica literária se interessou em estender à literatura os preceitos do barroco, um estilo dinâmico, livre, imaginativo. Para Carpeau, as características barrocas estão no heroísmo exaltado e no estoicismo melancólico, na religiosidade mística ou hipócrita e sensualidade brutal ou dissimulada, representação solene e crueldade sádica, linguagem extremamente figurativa e naturalismo grosseiro. Adotado inteiramente na Europa, este estilo era desenvolvido nos centros de importância cultural do Brasil, como Salvador, Rio de Janeiro e Recife-Olinda, onde se distingue em relevo a continuação da prosa informativa e histórica, da oratória religiosa e do centro jesuítico erudito cultivados nos colégios da companhia, além da poesia.
No estilo barroco há uma característica predominante: o escritor usa expressões latinas e mitológicas, e certos vocábulos difíceis. As coisas nunca são ditas diretamente, mas de forma alusiva, com sutileza e trocadilhos. Tanto a prosa como a poesia são cultivadas na fase barroca brasileira, e o Padre Antonio Vieira, através de sua oratória religiosa, cujo sermonário era voltado para o Brasil, além da influência geral que exerceu na época, é considerado o mestre da época seiscentista. Também na crônica frei Vicente do Salvador, com a Historia do Brasil (1627), Simão Vasconcelos, com a Crônica da Companhia de Jesus (1663) e a Vida do venerável padre José de Anchieta (1672), e Ambrosio Fernandes Brandão, com os Diálogos das grandezas do Brasil (1618), numa linha nativista de reconhecimento e defesa dos interesses da terra.
Quanto ao tema, o Barroco valoriza a experiência humana e acentua a contradição entre a vida e a morte. A vida é transitória, a beleza física passageira, a felicidade é apenas um aceno longínquo. Mas a bondade suprema de Deus é reconhecida, ele redime as fraquezas humanas. A poesia barroca exalta ainda o amor e o sentimento religioso, o que caracteriza bem a poesia de Gregório de Matos Guerra. Também é o momento de Manuel Botelho de Oliveira e frei Manuel de Santa Maria Itaparica, conhecidos como poetas pela poesia de inspiração nativista, na linha do louvor dos aspectos e recursos naturais da terra, espécie de retrato complexado do Brasil-colônia em confronto com Portugal colonizador.

GREGORIO DE MATOS GUERRA - Gregório de Matos Guerra (1623-1696) é, para muitos, o verdadeiro iniciador da literatura brasileira. Como um dos primeiros poetas brasileiros, sua obra sobreviveu manuscrita sendo a confrontação das duas grandes contradições surpreendidas no lírico e no satírico, voltado para a critica e a agressão ferina, às vezes de autolamentação, aos costumes, hábitos e individualidades de sua época, compondo um retrato amplo de Salvador da segunda metade do séc. XVII, inclusive do Recôncavo Baiano, onde se desenvolvia a economia do açúcar. Também sua obra é vista como uma manifestação da época, objetiva e documental, exaltando o amor carnal e platônico, destacando-se na sua poesia a beleza das mulheres. Seu estilo variado, desde satírico, lírico, amoroso e religioso demonstra a tradição da poesia quinhentista portuguesa, de Camões, mais a influencia preponderante do Barroco espanhol com Lope de Veja e Quevedo. Sua sátira em versos cortantes atinge grandes e pequenos, e acaba sendo perseguido e destituído de suas funções de vigário-geral e tesoureiro-mor, nomeações que havia conseguido através de D. Gaspar Barata. Sua fama, inicialmente foi de caráter local, com a obra inédita ou espalhada por inúmeras publicações, inclusive alguns poemas sem assinatura. Segundo Assis Brasil, tido como canalha ou gênio, o Boca do Inferno é responsável pelo primeiro momento alto da poesia brasileira, praticamente na época de sua origem e formação. Um barroco por excelência, segundo os críticos, quer na poesia lírica ou religiosa, sendo a sua obra de temas pendulares, como o amor platônico e devasso, o pecado e a pureza, a boemia e o moralismo. Critico mordaz da sociedade, foi reconhecido pelo padre Antonio Vieira, que fez paralelo entre os seus Sermões e a Sátira de Gregório de Matos, como instrumentos de critica.
Segundo Ronald de Carvalho, foi Gregório de Matos o primeiro jornal brasileiro, onde estão registrados os escândalos miúdos e graúdos da época, os roubos, os crimes, os adultérios e até as procissões, u aniversários e os nascimentos que ele tão jubilosamente celebrou nos seus versos.

SONETOS DE GREGÓRIO DE MATOS GUERRA

Um soneto começo em vosso gabo;
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
Na quinta torce agora a porca o rabo;
A sexta vá também desta maneira,
Na sétima entro já com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi, que vós, senhor, a mim me honrais,
Gabando-vos a vós, e eu fico um rei.
Nesta vida um soneto já direi,
Se desta gora escapo, nunca mais,
Louvado seja deus, que o acabei.

A Deus vão pensamento, a Deus cuidado,
Que eu te mando de casa despedido,
Porque sendo de uns olhos bem nascido,
Foste com desapego mal criado.
Nascentes de um acaso não penado,
E cresceu-te um olhar pouco advertido,
Criou-te o esperar de um entendido,
E às mãos morreste de um desesperado:
Ìcaro foste, que atrevidamente
Te remontaste à esfera da luz pura,
De donde te arrojou teu vôo ardente.
Fiar no sol, é irracional loucura,
Porque neste Brandão dos céus luzente
Falta a razão, se sobra a formosura.

Não vi a minha vida a formosura,
Ouvia falar nela cada dia,
E ouvia e me incitava, e me movia,
A querer ver tão bela arquitetura.
Ontem a vi por minha desventura
Na cara, no bom ar, na galhardia
De uma mulher, que em anjo se mentia,
De um sol, que se trajava em criatura.
Me matem (disse então vendo abrasar-me)
Se esta coisa não é, que encarecer-me
Sabia o mundo, e tanto exagerar-me
Olhos meus (disse então por degender-me)
Se a beleza hei de ver para matar-me
Antes, olhos cegueis, do que eu perder-me.

Corrente, que do peito desatada
Sois por dois belos olhos despedida,
E por carmim correndo despedida
Deixais o ser, levais a cor mudada.
Não sei, quando caís precipitada
As flores, que regais, tão parecida,
Se sois neves por rosa derretida,
Ou se a rosa por nove desfolhada.
Essa enchente gentil de prata fina,
Que de rubi por conchas se dilata,
Faz troca tão diversa, e peregrina,
Que no objeto, que mostra, e que retrata,
Mesclando a cor purpúrea, e cristalina,
Não sei, quando é rubi, ou quando é prata.

Do prado mais ameno a flor mais pura,
Que em fragrâncias o alento há desatado,
Hoje a fortuna insípida há roubado
A pompa, o ser, a gala, a formosura.
Flor foste, ó conde, a quem a desventura
Por decreto fatal do iniquio fado
Quis dar-te como flor do melhor prado
Tumba do mar, nas águas sepultura.
Porque menos decente o monumento
Poderias achar no infeliz caso
De ver extinto tanto luzimento.
Por magnânimo herói no final prazo
Somente na extensão desse elemento
Terias como sol decente ocaso.

Anjo no amor, Angélica na cara!
Isso é ser flor e anjo juntamente;
Ser Angélica flor e anjo florescente,
Em quem, senão em vós, se uniformara?
Quem vira uma tal flor, que a não cortara
Do verde pé, da rama florescente;
E quem um anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus o não idolatrara?
Se pois, como anjo sois dos meus altares
Fores o meu custódio, e a minha guarda
Livrara em de diabólicos azares.
Mas vejo que por bela e por galharda,
Passo que os anjos nunca dão pesares,
Sois anjo que me tenta e não me guarda.

Largo em sentir, em respirar sucinto
Peno, e calo tão fino, e tão atento,
Que fazendo disfarce do momento
Mostro, que o não padeço, e sei, que o sinto.
O mal, que fora encubro, ou que desminto,
Dentro no coração é, que o sustento,
Com que para penar é sentimento,
Para não se entender é labirinto.
Ninguém sufoca a voz nos seus retiros;
Da tempestade é o estrondo efeito:
Lá tem ecos a terra, o mar suspiros.
Mas oh do meu segredo alto conceito!
Pois não me chegam a vir à boca os tiros
Dos combates, que vão dentro do peito.

Triste Bahia! Oh quão dessemelhante
Estás, e estu do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vejo eu já, tu a mi abundante.
A ti tocou-te a maquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado
A mim foi-me trocando, e tem trocado
Tanto negócio, e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar execelnte
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagar Brichote.
Oh se quisera Deus, que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!

Tristes sucessos, casos lastimosos,
Desgraças nunca vistas, nem faladas,
São, ó Bahia, vésperas choradas
De outros que estão por vir mais estranhosos:
Sentimo-nos confusos, e teimosos,
Pois não damos remédios às já passadas,
Nem prevemos tampouco as esperadas,
Como que estamos delas desejosos.
Levou-nos o dinheiro a má fortuna,
Ficamos sem tostão, real nem branca,
Macutas, correão, novelos, molhos:
Ninguém vê, ninguém fala, nem impugna
E é que, quem o dinheiro nos arranca,
Nos arrancam as mãos, a língua, os olhos.

Sete anos a nobreza da Bahia
Serviu a uma pastora indiana, e bela,
Porem serviu a Índia, e não a ela,
Que à Índia só por premio pertencia.
Mil dias na esperança de um só dia
Passava contentando-se com vê-la:
Mas Fr. Tomás usando de cautela,
Deu-lhe o vilão, quitou-lhe a fidalguia.
Vendo o Brasil, que por tão sujos modos
Se lhe usurpara a sua dona Elvira,
Quase a golpes de um maço, e de uma goiva:
Logo se arrependeram de amar todos,
E qualquer mais amara, se não fora
Para tão limpo amor tão suja noiva.

FONTES:
BANDEIRA, Manuel. Noções de história das literaturas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1940.
BRASIL, Assis. Dicionário pratico de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979.
______. Vocabulário técnico de literatura. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979.
CARPEAUX, Otto. Pequena bibliografia critica da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979.
CARVALHO, Ronald. Pequena história da literatura brasileira. Rio de Janeiro: F. Briguet, 1955.
COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
DIMAS, Antonio (Coord). Gregório de Matos. São Paulo: Abril, 1981.
FERREIRA, Pinto. Historia da literatura brasileira. Caruaru: Fadica, 1981.
LIMA, Alceu Amoroso. Introdução à literatura brasileira. Rio de Janeiro:Agir, 1956.
LITRENTO, Oliveiros. Apresentação da literatura brasileira. RJ/Brasilia: Forense/Universitária/INL, 1978.
MARTINS, Wilson. A literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1967.
MIRANDA, Ana. Boca do inferno. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
ROMERO, Silvio. História da literatura brasileira. Brasília: INL, 1989.
SODRÉ, Nelson Werneck. História da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976.

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