segunda-feira, junho 23, 2008

LITERATURA BRASILEIRA



LITERATURA BRASILEIRA – ARCADISMO/ROCOCÓ
O Arcadismo tornou-se um movimento que dava muito valor à natureza, aos poemas da escola que eram de gêneros bucólicos, exaltando a vida ao ar livre, a comunhão com o viver natural. Segundo Afrânio Coutinho, o nome Arcádia veio da lendária região da Grécia antiga denominada pelo deus Pan e habitada por pastores que se divertiam com canções de amor e pugnas poéticas, caracterizadas pela simplicidade e espontaneidade. Era a pátria da antiga poesia pastoral (Toffanin). Os membros da Arcádia chamavam-se pastores, cada um deles adotando um nome pastoril. O propósito expresso da Arcádia era combater o mau gosto reinante, herança do seiscentismo, reação contra o barroquismo decadente. Já para Nelson Werneck Sodré o arcadismo era um retorno clássico, representando uma falsidade evidente e as obras dos que seguiram a escola denunciam vivamente isso. Para ele, a criação das academias assinala um dos traços mais claros da fase em que o arcadismo encontra a sua expressão mais ou menos generalizada.
Já o Rococó, segundo Otto Maria Carpeaux, foi um movimento neoclássico artístico europeu, ocorrido entre o classicismo e o barroco, sendo o exagero do segundo. E se caracterizava pelas linhas curvas, delicadas e fluídas, as cores suaves, o caráter lúdico e mundano dos retratos e das festas galantes, representando os costumes e as atitudes de uma sociedade em busca da felicidade, da alegria de viver, dos prazeres sensuais. Também é conhecido como o "estilo da luz" devido aos seus edifícios com amplas aberturas e sua relação com o séc. XVIII. No Brasil o estilo Rococó revelou-se tardiamente, pois já no início do século XIX, na escultura de madeira e de pedra-sabão, na pintura mural e na arquitetura, com José Pereira Arouca, Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, Manuel da Costa Ataida e Francisco Xavier de Brito.
No Brasil, segundo Afrânio Coutinho, o movimento Arcádio vingou com os poetas da chamada escola mineira: Cladio Manuel da Costa, Basílio da Gama, Santa Rita Durão, Alvarenga Peixoto, Tomás Antonio Gonzaga, Silva Alvarenga, dentre outros. Segundo Oliveiros Litrento, é nesta fase que inaugura o nativismo brasileiro quando Antonio José da Silva (1705-1739), O Judeu, torna-se a maior expressão da primeira metade do século, quando foi acusado pelo Santo Oficio e metido nos calabouços da Inquisição, chegando a ser condenado e a morrer degolado e queimado na fogueira.
Para Silvio Romero, a escola mineira é a fase de preparação do pensamento autonômico e da emancipação política. E para Oliveiros Litrento a Escola Mineira conjugando significativamente os elementos histórico e estético, veio a constituir uma plêiade de tal força poética que somente pode ser explicada pela consciência do nativismo brasileiro de então modelado literariamente pelo convívio estimulante de permanências mais ou menos longas na Europa.

FONTES:
BANDEIRA, Manuel. Noções de história das literaturas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1940.
BRASIL, Assis. Dicionário pratico de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979.
______. Vocabulário técnico de literatura. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979.
CARPEAUX, Otto Maria. Historia da literatura ocidental. Rio de Janeiro: Alhambra, 1980.
_________. Pequena bibliografia critica da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979.
CARVALHO, Ronald. Pequena história da literatura brasileira. Rio de Janeiro: F. Briguet, 1955.
COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
FERREIRA, Pinto. Historia da literatura brasileira. Caruaru: Fadica, 1981.
LIMA, Alceu Amoroso. Introdução à literatura brasileira. Rio de Janeiro:Agir, 1956.
LITRENTO, Oliveiros. Apresentação da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Forense-Universitária/INL, 1978.
MARTINS, Wlson. A literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1967.
ROMERO, Silvio. Historia da literatura brasileira. Rio de Janeiro: José Olympioo/INL, 1980.
SODRÉ, Nelson Werneck. Historia da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasiléia, 1976.

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