domingo, maio 15, 2011

ANA PAULA FUMIAN



POEMAS, LETRAS & TEXTOS DE ANA PAULA FUMIAN

VIDA SINGULAR

Cada coração procura sua órbita
Um descompasso sem passo marcado
Como correnteza que desfaz um caminho
E o vento que sopra vida
Na alma sedenta de amor
Feito pássaro a procura de ninho
Um andarilho que perdeu a estrada
Feito fagulhas da saudade que fere
Que nem o tempo desfaz
Cada coração procura seu ângulo
E para construir laços causa espanto
Como o impar querendo um par
Um limitar da eternidade no papel
O tempo querendo voltar
E o fim que recomeça no limite
Como lágrimas que não precisam de olhos
Para nascer
Cada coração tem sua fortaleza
Na busca de uma proteção que não existe
Selas transparentes e couraças de seda
Rochedo que briga com os lírios
Na incerteza de um talvez
Cada pulsar tem sua composição
Mas na melodia de um adeus
Todo acorde desafina.

QUERO

Quero as flores que colhi no seu jardim
Para enfeitar meus dias tão vazios
Quero as borboletas coloridas
E os pássaros que cantam de manhã
Quero o silêncio dos seus olhos
E o descansar da tarde que chega
Quero o afago dos seus lábios
A tocar meu rosto devagar
Quero a brisa dos seus gestos
A me procurar sem direção
Quero suas certezas duvidosas
E seus planos incertos
Quero a tempestade da paixão
Pra confundir os nossos mundos
Quero o tempero do seu medo
E a segurança do seu sono mais profundo

VIAGEM

O que me trouxe aqui foi a vontade de te ver
Foi a vontade de entender o que sua ausência me causa
Foi a vontade de ler seus planos
E por engano me encontrar nas suas loucas manias
Foi a vontade de invadir seu segredo
De perturbar seu sossego
E entender o medo que você tem de amar
O que me trouxe aqui foi o meu corpo teimoso
Que não responde mais aos meus comandos
Foi a noite que me rouba o sono
E o pensamento que não para de pensar
Foi a urgência de acabar com tanta espera
E a vontade de transformar meu inverno
Numa tranqüila e doce primavera
O que me trouxe aqui
Não é o mesmo que me faz querer ficar
Eu vim por causa de você
E fico porque não vejo outro lugar
Onde eu encontre o amor com tanto medo de amar

RECOMEÇO

Recomeço, juntando tantos pedaços, o que ontem me desfez hoje constrói os meus traços!

DESORDEM

Você criou essa desordem
Bagunçou as minhas horas
Encheu de incertezas minhas ideias
Me mostrou alguns atalhos
E a paciência de coração que ama

Insistiu no improvável das minhas escolhas
E tranformou minhas esperar em urgências
Desfez os meus pontos finais
E escreveu no final de cada fala
Delicada reticências

Me ensinou a aceitar com calma a saudade
E a entender a ausência sem compromisso
A perdoar sem terceiras intenções
E a um pouco o juízo

Você colocou sentido em tantas coisas
Deu direção, deu vida e cor
Essa bagunça agora inevitável
Colocou desordem na ordem
Que me impedia de enxergar
A travessia contrária
Que caminha o amor...
Que caminha o amor...

METAMORFOSE
O rio passou
Eu fiquei olhando
A voz me chamou
Eu senti a ausência
A folha caiu
Eu fiquei trêmula
A palavra me tocou
Eu virei poema

EXPRESSÃO DO SILÊNCIO

Quantas frases não ditas no espaço desse tempo. Eu corro do escuro pra ver a luz dos seus olhos. Subo no muro que separa nossos corações. Entendo que nosso destino está na contra mão. Eu me esquivei do seu sorriso mas cai no seu olhar, do meu céu eu vi seu céu com todas suas estrelas contornando a imensidão. Seu reflexo no espelho me tira o sentido... Não quero mais a realidade como um abrigo na noite, nem quero a caridade das canções que falam de amor. Quero o estar dos dias. nas brisas dos pensamentos que você rouba de mim ao poucos. Quero as frases não ditas, gravadas no meu ser, como tudo que há de lindo em você, mas que de alguma forma passou a existir dentro de mim...

E SE (LOUCURA)

E se eu soprar o sol e ele cair do céu e se afogar no mar em pleno verão? E se eu resolver desligar as estrelas que brilham de noite no ninho de cada constelação? E se eu resolver pintar o céu de rosa e vender as nuvens como algodão doce num parque de diversão? E se eu engarrafar o mar só pra ter as ondas revoltas nas conchas das minhas mão? E se eu riscar o horizonte de amarelo, colocar letreiros luminosos só pra chamar sua atenção? E se eu arrancar as linhas paralelas do arco-íris para enfeitar num dia nublado as grades do seu portão? Pode ser que você me chame de louca, também pode ser que não! Pode ser que eu esteja sonhando! Mas também pode ser essa seja minha estranha mania de chamar sua atenção.!

ANA PAULA FUMIAN – A escritora, poeta e letrista mineira Ana Paulo Fumian, é administradora de empresa, participa do Clube Caiubi de Compositores e Poetas del Mundo, edita o excelente blog Manuscritus e Uvas Verdes.

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