sexta-feira, março 18, 2011

POESIAS DE MOÇAMBIQUE: PAULO PAULO



POEMAS DE PAULO PAULO

ELOGIO AO AMOR

Primitivos pensamentos meus
Que me vê navegando em ti
Vivo-te
intensamente
Bebo-te
Na embriaguez
Como um poeta que transcreve as poesias
Do teu corpo que faz a ancora
Prendendo-me em tuas teias sedutoras
Onde meu corpo nu atraca em teu cais de profecias
Naufragando na profundeza dos glaciais
Nem ouses a poupar-te de mim
Que os teus vaticínios se profetizem no meu corpo em chamas
Para tecer meus versos e despertar teu adormecido cio
Dentre os mais primitivos instintos
Onde vens a minha memória navegar na essência que és
Amo-te em mim
Amo-te em mim
De forma doida selvagem e promíscua.
Te odeio!
pelo teu beijo que me queima insaciável
desejo-te
como o tempo quando espera pela distancia
comungar em ti todos os dias da minha vida
até a minha partida
Amo-te em mim!

CASA DE NINGUÉM

Casa de ninguém
Moro ali naquela casa
De milimétrica dimensão física
Onde as paredes não existem
Moro ali naquele beco de odor
Onde todos cabíamos com amor
Mesmo ali naquele cubico onde
sexualmente abusam-nos e sem pudor
Onde os carros não ousam a passar
Por onde passas e não gostas de contemplar
Onde ao som das buzinas quietamente adormeço
Onde o rasgar agressivo do sol desperta-me
Mesmo ali
Onde os nobres desertam dos pobres a qualquer preço
Recambiando-nos ao subúrbio do mundo e da existência
Mesmo ali no buraco de noites tristes e enfadonhas
Na esquina da escola de paredes invisíveis, da sobrevivência.
Tornei-me adulto sem tempo de crescer e aprender
Verdadeiramente as diferenças sociais
Sou o filho que a rua nunca o pariu
O menino que a rua o criou
O professor da agonia
O indigente
E, por ironia,
Nesta nudez peça, consideram-me herói…
Será que isso me alegra ou me dói?
A realidade é que a realidade nunca me fez uma carícia
Mas me consome, liberta sua ira, que euforia!
Surradas ao meu cicatrizado rosto, que já não é de ninguém,
É só da rua,
Que a verdade muda e crua
Ofertou e condenou a não ser mais alguém!

*Nota : Este texto (Casa de ninguém ) teve um prémio mundial de poesia NOSSIDE 2010

A MORTE

Sim... tu!
a morte
sinto-te
quem tu és?
que te escondes na escuridão
dançando sob a minha desalenta sombra
Em busca de um novo olhar
para colher a Desgraça
nesta desencantada vida
Sim morte!!
Eis-me aqui em vosso ventre
hospedado
Rendendo minha alma
deixo-me enterrar ao relento
pois do vento que me agasalha
nesta poeira poética morre.....
e morre parte de mim....
juro-te!
Confesso-te
Que por vezes penso que sou a própria morte
Deixada à sorte
onde as palavras adormecem
Num ecoar repleto e silencioso
Nesta Machamba onde se lavra a dor da partida
Onde se vai..
De onde se sai...
Para nunca mais voltar
Sim tu!
A morte
Sinto
fervura da vossa charrua chegando
sem rumo
de alma nua
e sem frio
obedeço
cumpra-se o destino!!!!


PAULO PAULO – Paulo Paulo é um jovem, moçambicano, trabalhador, estudante nascido em 1978 em Maputo, jovem, ainda, nas lides literárias que a seu esforço ou mérito próprio, já caminha à vontade no espaço preambular da literatura. Teve duas (2) menções honrosas num concurso mundial de poesia, promovido pela República Italiana, com a colaboração da UNESCO. Este prémio é mundial. É o único concurso poético para obras inéditas e jamais premiadas, aberto a todas as línguas do mundo e a qualquer forma de comunicação. o XXV Prémio Mundial de Poesia NÓSSIDE 2009, como mencionado particular em que participaram poetas de 42 países localizados em todos os continentes. Sangue de Darfur é o poema que valeu a Paulo Paulo a honrosa classificação. Como também o XXVI Prémio Mundial de Poesia NÓSSIDE 2010, como mencionado especial em que participaram poetas de 57 países localizados em todos os continentes, em 47 línguas Casa de Ninguém é o poema que mais uma vez valeu a Paulo Paulo a honrosa classificação no concurso referenciado e consta das antologias poéticas NÓSSIDE 2009 e 2010. Uma dica: Leco NKhululeco Apresenta : Concerto Acústico de Poesia VOMITANDO PALAVRAS “ Quando as palavras engravidam os meus metamorfoseados versos de utopias” Cremildo – Guitarra/Voz Claudino Braga – Guitarra/Voz Pedó – Guitarra Helder Nhassengo — Guitarra Alcides — Percussão David Aguachero – Vídeo/Mbira Macario Tomé – Performance Nikhossa – Voz Abacilar – Saxofone Convidado : Paco Sininho LOCAL Teatro Avenida HORA 19:00H DATA 19 de Março 2011 ENTRADA 150,00MT Apoio : Chitchango

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