quinta-feira, outubro 18, 2007

INGRID DITZEL FELCHAK



“(...) O corpo nu na relva se estende e o vento geme qual doente na hora final. (...) Vento que descobre meus pensamentos. Vento que desbrava meu corpo. (...) que arrasta o meu ser e me desgoverna (...) Vento que loucos pensamentos e quando o sol surge no seu total fulgor traz sensação de loucas paixões. Rolo em desalinho. Prendo-me na grama úmida e nas ervas daninhas. (...) E, sem querer, me lanço nos teus desbravamentos” (Ingrid Ditzel Felchak, Vento, tempo).

FELCHAK, Ingrid Ditzel. Fase. Rio de Janeiro: Litteris/KroArt, 2005.

Em minhas mãos o livro “Fase” da poeta paranaense Ingrid Aparecida Ditzel Felchak. Uma deliciosa leitura feita em quem diz “(...) Anoto as histórias amadas que eram contadas por quem não cansou. Contadas, contadas por quem amou”. Uma poeta que canta: “(...) Menino dos deuses que embala desejos, sufoca anseios meu sonho”. Poeta que se diz: “(...) Sou a noite em agonia. Sou ninguém!”. Poeta que canta o Canto Sem Voz: “No verso que canto não há prantos. No verso que canto não há voz. No verso que canto há um canto. Paredes sem canto, canto sem voz. No verso que canto não há pranto, somente canto. No verso que canto, canto a voz do mudo. No verso que canto, canto o próprio canto. No canto do verso há um canto que fica além do canto sem voz”. Poeta que: “(...) Procuro um simples despertar de sentimento, onde sonhos tornem realidade”. Poeta que é: “Sou o pensamento que destrói seu sono. Sou o tempo que rouba a sua beleza. Eu sou o fogo consumindo sua alma. O ar, que, aos poucos, sufoca sua voz. Sou apenas um sentimento. Sou apenas SOLIDÃO”. Dela diz o poeta e especialista em Língua Portuguesa, Luciano Ditzel: “(...) A imortalidade concretiza-se através da poesia, fruto de sonhos com toques de realidade; é a obra de arte do poeta, expressão do sentimento lapidada. Sua alma viaja pelo tempo através da sua criação, resultando no máximo de labor desse operário das palavras. E assim eterniza-se poeta, pelas mais diversas sensações e emoções do público leitor. Essas emoções podemos sentir em “Fase”, que, certamente, nasceu para brilhar. E, tenho certeza, outras fases surgirão da mente criadora da poetisa Ingrid, para que possamos brindar novamente. “Fase”, viajará pelo tempo”. Aplausos.

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