domingo, fevereiro 06, 2011

CAMPANHA TODO DIA É DIA DA MULHER: ADRIENNE BESSA



Imagem: Fotomontagem de Adrienne Bessa.

ADRIENNE, UM POEMINHA PRA ELA

Luiz Alberto Machado

Adrienne, linda à beça do mar Adriático feito uma capa de revista cobiçada, é a Pierce que embala, a Frantz que encanta, a Bailon que seduz, a Pao que exala fêmea e espanta como a Gunde que me flagra da Adam em luz de seu desbunde no aroma Vittadini. Ela é tentadora que enfeitiça como a Kress para que eu Fellini a faça musa da noite e de todos os dias. Ela vem perturbadora na minha fantasia feito a Mesurat de Green sem mensurar dos vestuários mínimos no seu calçãozinho vermelho estufado de axé duma Antonson viva heroína que dou fé e é sonsa King nos palcos dos meus sonhos mais reveladores feito um parque de diversão pro meu prazer. É a sedutora Manning que se mostra nua na TV, feita a bela Armstrong numa pin-up da volúpia acesa, uma deusa Barbeau que tece a teia da Basso como a inventiva Mayor na minha veia para exaltar os traços da Farb de todas as assimetrias, que só a Dellwo brasileira sabe ressaltar na folia, como a poeta Rich na minha fantasia que se refaz na Shelly e eu que me pele, atue na cena e salte aos olhos dela para que a vida possa valer a pena.



Imagem: Adrienne por Anderson Quespaner.

ADRIENNE BESSA – A atriz, modelo, musa, jornalista e fotoblogueira Adrienne Bessa, que também se assina Dribbs, edita os fotologs Gibis, o Dribbs, o Dribbs2, o Dribbs 3 e o Adrienne Bessa onde divulga os quadrinhos brasileiros. Ela também escreveu a respeito, como a seguir “Brasileiros torcem pelo Brasil apenas nas copas do mundo, olimpíadas e jogos pan-americanos, mas nos quadrinhos...” e “Velta, nova identidade paraibana”.



Imagem:Adrienne por Emir Ribeiro.

BRASILEIROS TORCEM PELO BRASIL APENAS NAS COPAS DO MUNDO, OLIMPÍADAS E JOGOS PAN-AMERICANOS, MAS NOS QUADRINHOS... (Por Adrienne Bessa)

"Depois de assistirmos a várias competições nos jogos Pan-Americanos de 2007, a TV é inundada por uma avalanche de propagandas com textos aparentemente lindos e poéticos, exaltando a união do povo brasileiro em volta de um único objetivo, ou seja, do nosso Brasil ganhar muitas medalhas e provar que pode sempre fazer o melhor com esforço, determinação e, principalmente, com nossa gente torcendo, rezando e fazendo fé.

É realmente uma mensagem bonita, e seria abrangentemente linda se esse mesmo espírito de cooperação, de torcida, de desejos de melhoras e sucesso, ocorresse em todas as áreas artísticas, literárias, esportivas... enfim, que esse sentimento de patriotismo e irmandade fosse total.

Mas, infelizmente não é o que acontece nas histórias em quadrinhos.

Quando estamos um pouco fora desse meio, mais na qualidade de expectador, não percebemos e até achamos impossível que os leitores de histórias em quadrinhos não tenham esse mesmo sentimento pelos artistas que trabalham com gibis nacionais.

Lamentavelmente, não tem.

Pelo menos a grande maioria dos leitores, não tem.

Basta pesquisar pela internet e constatar essa estarrecedora realidade: a maioria dos leitores de gibis NÃO TORCE PELO BRASIL, nessa modalidade artística.

Eles torcem pelo competidor estrangeiro.

E ai de quem se opor a eles.

Eu mesma fui testemunha de casos assim, e quando fui dar minha opinião, recebi muito insulto. Isso fez com que eu me afastasse da internet por uns anos, especialmente nos locais onde se concentram discussões sobre quadrinhos.

Não existe respeito nas discussões.

Não existe o mínimo de sentimento de irmandade.

Não existe um grama de patriotismo.

Não existe essa coisa bonita que vimos no PAN 2007 do Rio.

Existe sim, gente dizendo: Quero que o quadrinho nacional se extinga de vez. Isto é, preferem ver os super-heróis americanos, os mangás japoneses, os faroestes italianos imperando e sempre vencendo a diversidade brasileira, nas bancas e nas gibiterias. Não está na hora de levarmos esse espírito de união, de irmandade, e de patriotismo também para os quadrinhos?

Não está na hora de começarmos a torcer pelos nossos artistas?

Não está na hora de nos orgulharmos dos bons trabalhos que eles fazem?

Não está na hora de consumirmos esse material de boa qualidade que está tão perto de nós?

Não está na hora de pararmos de comprar essas revistas com personagens e histórias que não tem identificação alguma com a gente brasileira, e começarmos a olhar para dentro do nosso país?

Depois desse meu texto, possivelmente virão incompreendidas interpretações, como xenofobia, patriotada, inocência e outros. Desculpe quem pensar assim, mas não tenho nada disso, mas apenas uma visão de grupo, de país, e de irmandade.

Felizmente, esta página não faculta comentários, então isso pode ser uma vantagem, e as pessoas que a lerem podem parar, pensar bem, e começar a mudar essa conduta.

Vamos tentar repetir o sentimento do Pan, das Olimpíadas e das Copas do Mundo, aqui dentro, e com os nossos artistas e personagens.

Acho que nossos artistas dos gibis merecem essa torcida!



Imagem: Adrienne por Jorge Moura.

VELTA, NOVA IDENTIDADE PARAIBANA – (por Adrienne Bessa)

Conheço a heroína Velta há uns sete ou oito anos, quando meu primo Zânio me emprestou um gibi dela, em formato grande, com uma história onde Velta se juntava a outros heróis brasileiros para combater uma bizarra e poderosa alienígena que assassinava pessoas, depois de se aproveitar sexualmente delas. O tema em si já era chocante e polêmico, e mostrava um diferencial das histórias de super-heróis, que costumam esconder assuntos mais adultos. Mesmo porque a linha de super-heróis é naturalmente infanto-juvenil, e no geral as pessoas que os colecionam desde pequenas, quando adultas, tendem a migrar para outras linhas mais sóbrias e condizentes com o avanço mental que vem com a idade. Mas, em Velta, se vê o tema de super-heróis direcionado para um público adulto, e isso vem estampado na capa da edição, num aviso em destaque.

Além dessa abordagem diferente sobre um tema historicamente pueril, Velta ainda traz novidades, como a forma da própria heroína ser mostrada. Fugindo dos estereótipos, Velta não é aquela mocinha burra que se envolve em problemas, para depois ser salva por um namorado musculoso vestido de malha colante, capa esvoaçante e colorida.

Nada disso.

A Hq criada pelo paraibano Emir Ribeiro mostra as mulheres de outra forma, que não aquela de "coitadinhas burras que servem apenas para serem tiradas de encrencas, pelos homens".

Velta é inteligente, decidida, independente, de personalidade forte, e para deixar ainda mais claro para aqueles que não percebem de cara a superioridade dela, Emir a fez mais alta do que qualquer homem médio normal: Ela tem mais de dois metros de estatura. Outra coisa que choca os mais tradicionalistas e ligados ainda na censura, é a indumentária da detetive loura, que adora andar com modelos ligados no corpo, deixando suas formas bem à vista, provocando, afrontando e deixando o time masculino de boca aberta.

Esse enfrentamento à censura rendeu à personagem um grupo de inimigos que, diuturnamente, vivem a enxovalhá-la e condená-la pelos seus modos diretos e suas roupas sensuais.

Mas, para os que dão ouvidos a esses detratores, Emir, de vez em quando solta uma bomba e detona todo o falatório bobo, e mostra como sua heroína é completa e complexa, e difícil de ser entendida por gente que se fixa apenas numa leitura simplista. Isso é visto com clareza no novo álbum VELTA, NOVA IDENTIDADE PARAIBANA, onde a heroína dá uma pausa no seu trabalho de ganhar dinheiro como detetive, e parte para uma missão de cunho pessoal. Através de uma ilha misteriosa que apresenta um fenômeno temporal, ela viu a chance de voltar ao passado e salvar a vida da sua mãe, que morreu quando Velta tinha 9 anos de idade. Determinada a salvar sua mãe, Velta se envolve em um caso complicado que lhe rende um novo sobrenome e uma origem diferente.

Não há super-vilões querendo dominar o mundo, não há mutantes super-poderosos vestidos em roupas extravagantes, gritos de guerra do tipo "para o alto e avante," e nada disso que se espera de uma história infantil de super-heróis, mesmo porque, Velta praticamente nem usa o poder que tem; e poder é um assunto relegado a último plano, nessa edição.

O que fica mais à mostra, dessa vez, são os sentimentos familiares da personagem com relação à sua mãe, que produzem cenas que chegam a emocionar quem lê a história. Eu mesma, cheguei a lacrimejar, em algumas passagens.

Além dessa preocupação em conduzir o leitor a entrar no estado emocional da personagem, Emir Ribeiro acrescenta um pouco das paisagens que o cercam, na cidade onde vive, e é fácil identificar alguns dos principais pontos turísticos de João Pessoa, no transcorrer do álbum, e que servem de cenário para a desesperada tentativa de Velta de trazer sua mãe de volta à vida.

A história principal se passa quase toda na litorânea e bela capital paraibana, mas, nas páginas finais, em uma pequena história, Velta serve de cicerone ao leitor, e mostra belezas turísticas de outros municípios da Paraíba, dando um bom incentivo para que se visite os locais mostrados nos desenhos e montagens. As capas também são lindamente desenhadas e pintadas. Vale a pena comprar esse álbum. Eu li e adorei.



Imagem: Adrienne por ela mesma.

ENTREVISTA: ADRIENNE BESSA

LAM - Adrienne, você é uma fotoblogueira que divulga gibis. Além disso é modelo, atriz, musa cabeçuda e jornalista que não exerce a profissão. Como e quando é que surge a Drib´s e essa sua predileção por HQs?

Ei, ei, ei... Luiz Alberto... vai devagar!!! Rsrsrsrs!!! Eu não sou atriz, nem modelo, nem musa cabeçuda!!! Musa cabeçuda?!?! O que é isso?!!!?? Rsrsrsrsrs!!!
Tá, eu só me formei em jornalismo, mas não exerci a profissão porque consegui um bom emprego... e muitos colegas meus dizem que jornalista continua ganhando pouco, então, achei melhor ficar onde estava, que era garantido...
Eu adoro HQs, sim!!! Leio muito!!! Comecei lendo gibis emprestados de um primo, e não parei mais!!! Rsrsrs!! Mas também leio livros, eu amo leitura!!



Imagem: Adrienne por Jorge Moura.

LAM - Quais influências da infância e adolescência marcaram para formação de uma jornalista que não exerce a profissão e vira fotoblogueira?

Virei fotologueira numa fase difícil da vida, quando terminei um noivado por causa de traição! Fiquei muito fragilizada e perdida, busquei uma outra atividade que me ocupasse e me fizesse esquecer... e foi quando uma amiga sugeriu postar umas fotos... gostei dos comentários, e fui postando mais e mais!!! Rsrsrsrs!!! E me desinibindo mais e mais, também!!! Rsrsrsrsrs!!!



Imagem: Fotomontagem de Adrienne Bessa.

LAM - Você escreveu um artigo em defesa dos super-heróis brasileiros. Então, duas perguntas numa só: A primeira: o que motivou a sua ação; em segundo, qual a sua visão de herói brasileiro diante de "macunaímas" e "artistas" torpes que comandam a patriamada do jeito que querem (o Brasil é um país que só tem "artistas", achar bandido é que são elas)?

Ah!! Escrevi aquele artigo porque uns amigos pediram, queriam uma opinião feminina sobre super-heróis do Brasil, e então, coloquei para fora a minha porção jornalista que andava adormecida!!!
Adorei escrever o artigo, e depois dele, foram me pedindo mais outros, e eu escrevi mais outros!!!
Olha, acho que o Brasil precisa de gente honesta, gente ética, porque do jeito que está, dá nojo!!
O Brasil precisaria realmente de super-heróis para corrigir tanta injustiça, tanta corrupção e tanto horror que assistimos todo dia na televisão!



Imagem: Fotomontagem de Adrienne Bessa.

LAM - Você também escreveu um artigo sobre a torcida brasileira apenas voltada para futebol e coisitas do esporte, mas com relação ao quadrinhos brasileiro a coisa não caiu na graça, muito embora o Mauricio de Souza e sua Turma da Mônica seja um sucesso, como também o Roko-Loko e Adrina-Lina do Marcio Baraldi siga de vento em popa. A que você atribui o sucesso do Mauricio e do Baraldi e esse estranhamento com o gibi brasileiro?

Sério, acho muito pouco somente duas pessoas serem sucesso nos quadrinhos do Brasil, então, se for transformar esses números em dados de estatística, é um percentual baixíssimo!!
A verdade é que o Brasil tem milhares de grandes desenhistas e roteiristas... então, porque só dois conseguem maior destaque??
Olha, não sei qual a receita do Baraldi, mas o Maurício se beneficiou com a campanha da televisão, dos produtos Cica... tornou seus personagens populares!!
Talvez falte aos outros artistas mais espaço na televisão, para popularizar seus trabalhos!!

LAM - Você também já escreveu sobre a heroína e musa Velta, do Emir Ribeiro. Como você vê a Velta e todo o trabalho do Emir?

Eu adoro a Velta, me identifico com ela em muita coisa, acho a mulher de personalidade mais forte dos quadrinhos, bem diferente de todas as outras!
A Velta manda, determina, faz acontecer, não é tipo daquelas heroínas bobas que só sabem gritar por socorro!
Só fui conhecer o trabalho do Emir em 2002, quando li um gibi editado pela Opera Gráfica, depois não perdi mais nada do que ele lançou... tenho tudo! Adoro as historinhas do Emir!!



Imagem: fotomontagem de Adrienne Bessa.

LAM - Nos seus fotoblogs você reune informações, dicas, fotos, artes e montagens, tudo visando divulgar o gibi brasileiro. Qual a recepção do público e dos artistas da área a esse excelente trabalho de divulgação que você faz?

Não foi bem assim, Luiz Alberto!! Rsrsrsrs!!
Comecei postando fotinhas comuns, de paisagens, imagens românticas... mas um dia coloquei uma foto de maiô, e as visitas aumentaram... e os comentários também, e elogiaram muito a imagem!!!
Fui perdendo a vergonha e postando outras mais reveladoras!!!
Fotolog virou então, um vício... estava sempre querendo postar mais e receber mais elogios...
Mas, o chato é que apareciam uns sem noção com baixaria, com cantadas, e eu não queria isso!!!
Eu queria que vissem as fotinhas como representações artísticas, como se eu fosse uma artista em um palco, e a platéia podia vaiar ou aplaudir, mas sem palavrão e nem contato mais próximo!



Imagem: fotomontagem de Adrienne Bessa.

LAM - Você já foi desenhada pelo Emir Ribeiro e pelo Luciano Oliveira, bem como transformada em heroína pelos Sebastião Seabra e Anderson Quespaner, sugerida, inclusive pelo Tito Augusto. Quais suas impressões a respeito?

Ameeeeeeeeiiiii virar personagem nas mãos de artistas tão talentosos!!!
Guardo os gibis deles com muito carinho e quero um dia mostrar para meus filhos e meus netos!!! E eu tenho esperança de aparecer em mais gibis e me divertir muito!!! Rsrsrsrs!!!
Já tenho algumas propostas, mas, não posso falar agora!!! Rsrsrs!!



Imagem: fotomontagem de Adrienne Bessa.

LAM - Em vários de seus posts você traz publicações de obras da literatura brasileira que foram transformadas em gibis feitas pela EBAL há anos e agora retomada por algumas editoras. Qual a sua visão a respeito e qual a possibilidade real do Romance da Adrienne Bessa?

Imagina!!! Minha vida real não é tão interessante a ponto de virar romance, né? Eu adoraria, mas, acho que não ia vender quase nada!!! Rsrsrsrsrs!!

LAM - A seu ver a internet tem contribuído para difusão do gibi e do seu trabalho na divulgação de HQs?

Ah, sim!!!
Internet é uma máquina de propaganda poderosa, mas, ainda não é aproveitada em toda sua plenitude!!
Tem muita gente fazendo um lindo trabalho difundindo gibis brasileiros, muita gente boa, e os resultados estão aparecendo!!
Gibi nacional está vendendo mais e conquistando o coração de mais leitores !



Imagem: Adrienne por Sebastião Seabra.

LAM - Quais os projetos que a modelo, atriz, musa, jornalista e fotoblogueira tem por perspectiva realizar?

Não sei, gosto de viver muito no presente, porque muitas vezes fazemos mil planos e as coisas não dão certo!
Tenho o sonho de ser mãe, mas, vou esperar um pouco e aproveitar bem a vida ao lado do meu amado marido...
No lado profissional, com certeza, não vou ser modelo, porque já passei da idade, já estou perto dos 30, nem tenho corpão sarado de musa da Playboy, minhas fotos são tratadas no photoshop para causar uma boa impressão!!
Além disso, tentar ser modelo profissional seria entrar num mundo incerto, obscuro e desconhecido, cheio de variáveis que podem levar para um caminho que não é legal!!
Não gosto de me arriscar em aventuras duvidosas quando tenho um trabalho seguro!! Mas, adoro fantasiar, e acho que vou ainda postar muitas imagens antes de cansar e parar com a brincadeira!!
Brigada por tudo!! Tudo de bom para vc!! Adrienne



Imagem: fotomontagem de Adrienne Bessa.

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