sábado, abril 09, 2011

TODO DIA É DIA DA MULHER: HELENA CRISTINA



HELENA CRISTINA BUARQUE

LUXÚRIA

Entre astros atômicos
No encontramos
Com medos platônicos
Quase sempre sós

Quem criou a perfeição
Chora de compaixão
Mortais insanos
Não aprendem com enganos

A terra estremeceu
O mar virou fúria
O humano se arrependeu
Entre gritos e lamúrias

O alado respondeu
Está aí sapiens das certezas
Acabou com quem te acolheu
Fique com a luxúria e a beleza
Que só tem valor aos olhos teu

LUA DOS AMANTES

Lua dos amantes
Dos que juram que sentem amor
Daqueles que nunca provaram antes
O amargo sabor da dor

Lua dos solitários
Que caminham pelos becos
Procurando seres solidários
Que os livrem dos seus medos

Lua das moças gentis
Que esperam com ardor
Alguém que acalme suas noites febris
Talvez um grande amor

Lua singela e majestosa
Brilha no alto do céu
Como se fosse a única rosa
No jardim dos que se deleitam do seu mel

TOTALMENTE TUA...

Rendo-me
Ao teu sorriso
Ao teu carinho
A tua mão quando toca minha pele
Ao teu pensamento, quando invade o meu
Ao teu pedido para que me libere

Rendo-me...
Quando sussuras loucas palavras
Que libertam o ser desvairado que habita meu eu
Quando me chamas de louca

Rendo-te...
E digo que louca seria se não deixasse
De unir meu corpo ao teu
De viver intensos momentos
Que poderão ser descritos
Só por você e eu...

FOGO DA PAIXÃO

O fogo ainda arde
Foi queimando cachoeira adentro
O sangue ferve sem que eu o controle
Alucinada peço remédio, um unguento
A respiração vai ficando lenta
O coração ainda bate descompassado
Já não estou mais louca
Feito uma santa durmo...



ENTREVISTA COM HELENA CRISTINA PARA CAMPANHA TODO DIA É DIA DA MULHER.



LAM - Vamos para pergunta de praxe: como e quando se deu seu encontro com a Literatura?

Minha mãe D. Marilda sempre foi e é uma leitora assídua, pelo que me recordo desde os cinco anos aproximadamente lembro-me de ver ela sempre com um livro nas mãos sendo fazendo almoço, lavando roupa, enfim, sempre que tinha uma brecha lá estava ela com um livro em mãos.
Meu encontro mais profundo com a literatura aconteceu muito cedo lá pelos oito anos, pois meus avôs eram funcionários da Biblioteca Pública do Paraná, então todas as vezes que ia ao centro da cidade com minha mãe, ficava na Biblioteca Pública para minha mãe ir realizar seus afazeres e eu ficava com minha avó. Para não fazer bagunça D. Nancy me enchia de livros para ler, é claro que ela dava os mais grossos possíveis assim eu ficava sossegada por mais tempo. RS
Até que um dia espontaneamente comecei a pedir para ir à Biblioteca, minha mãe começou a levar-me com mais freqüência para passar as tardes com minha avó. A partir daí foi inevitável parar de ler.
Aos 12 anos comecei a escrever alguma coisa, como era fissurada pela Agatha Christie, comecei a escrever um romance policial, que nunca terminei, depois vieram à época dos textos, onde eu retirava uma frase de cada canção que eu gostava e escrevia em uma seqüência lógica, até formar algo legal e que transmitisse uma mensagem, dentre os cantores que me influenciaram destaco Chico Buarque, Gal Costa, Vinícius de Moraes, Maria Betânia, Fagner, Alceu Valença, etc....

LAM - Você é paranaense, terra de gente da estirpe de Leminski, Dalto Trevisan, Arrigo, Ricardo Corona, Toninho Vaz, Barbara Lia, Domingos Pellegrini, entre outros. Como curitibana, o que a sua cidade representa para você?

Não podemos esquecer Helena Kolody grande poetisa. Mas voltando à sua pergunta. Curitiba para mim representa um misto de emoção, sentimentos e orgulho tudo isso misturado com certa responsabilidade, pois as pessoas sempre tem a tendência de relacionar os autores citados com os que estão iniciando e como se não bastasse nós nos cobramos também.
Mas vou trilhando meu caminho com um passo de cada vez, inspirada nos mestres que conheci quando criança na Biblioteca como Dalton Trevisan, Paulo Leminski, Helena Kolody e outros mais.
Em poucas linhas descrevo Curitiba como um berço que assim como muitas outras Cidades e Capitais produz bons frutos.



LAM - Quais as influências da infância e adolescência que promoveram a formação da sua identidade profissional?

Minha Mãe, Meus Avós, Convivência assídua na Biblioteca Pública do Paraná, os professores que sempre me incentivaram a explorar o mundo das letras.

LAM - Você é Analista de Sistema e possui especialização em Gestão do Conhecimento. O que levou você a definir pela profissão? E fala a respeito dessa sua formação profissional e da conciliação destas com a Literatura.

Na verdade tornei-me Analista de Sistemas por acaso ou destino, não sei direito. Rs.
Quando estava na sétima série na década de oitenta ganhei um prêmio na escola através de um sorteio para fazer um curso de informática básica.
Fiquei muito feliz apesar de não ter a mínima noção do que era, mas é aquela história “Cavalo dado não se olha os dentes”, cheguei em casa e a noite contei para meu pai, que de cara não deixou eu fazer o curso, disse que se eu quisesse lidar com computadores teria que fazer faculdade.
E assim foi a minha vontade era tanta de mexer no computador que quando terminei o segundo grau, prestei vestibular e entrei para a Universidade, tornando-me assim Bacharel em Análise de Sistemas.
Quando concluí o curso já estava trabalhando na área e vi que era uma realidade bem diferente da que eu pensava, em 1998 a Pontifícia Universidade Católica do Paraná abriu vagas para a Pós Graduação em Gestão do Conhecimento, informei-me sobre as matérias e notei que se falava muito em Capital Intelectual, Filosofia, Ética, Conhecimento Adquirido, Conhecimento Tácito, fiquei curiosa e resolvi arriscar.
Não é fácil conciliar o trabalho de Análise de Sistemas mais especificamente de Gerente de Processos de Negócios com a Literatura.
A área de informática em si é totalmente voltada para a lógica racional onde não existe devaneios é sim ou não o talvez não existe, ao contrário da Literatura que aceita muitas vezes o inaceitável.
Mas quando escrevo liberto-me das correntes da lógica racional e dou lugar para a criatividade voraz. Desativo uma parte do cérebro e ativo a outra, confesso que não é fácil. RS



LAM - Você participou da Agenda Poética do Portal Poetas Brasileiros. Como se deu essa participação e qual a recepção do público?

Assim que comecei a publicar meus escritos vi que a receptividade do público superou minhas expectativas, aí comecei a fazer parte de sites e blog´s voltados para divulgação da Poesia e um desses sites do Portal do Poeta Brasileiro.
No final do ano de 2010, recebi o convite para participar da Agenda 2011 com Mensagens Poéticas, onde eu teria quatro poemas divulgados, com uma pequena biografia e foto, não pensei duas vezes e aceitei de cara.
A recepção do público foi a melhor possível, pois cada confrade ou confreira tiveram direito a 10 agendas, basta dizer que as minhas 09(nove) já se foram e ainda tenho pedidos.
Foi um trabalho muito bem elaborado por Aline Romariz e sua equipe, uma qualidade impecável e o mais legal a um preço acessível.

LAM - Você reúne seus textos literários no Recanto das Letras. Quais são as suas perspectivas no portal?

Reúno alguns textos no Recanto das Letras, lá foi o primeiro portal onde me cadastrei e que tenho imenso carinho com os meus leitores. O Recanto funciona como um termômetro, pois lá aparecem leitores de todas as camadas sociais, desde os que chegam por acaso, como os que vão especificamente para ler poemas, crônicas, contos, textos literários, etc.
As minhas perspectivas são as que sempre tive publicar meus textos e ver como são recebidos, analisar como o público os interpreta e aprender com os erros e melhor sempre com os acertos.



LAM - Você participa do Clube Caiubi de Compositores. O que você acha da reunião de artistas das mais variadas tendências que se encontram no Caiubi?

Participar do Clube Caiubi de Compositores é algo ímpar.
Ali temos a oportunidade de criar com pessoas do Brasil todo e de várias formas. Existem horas que estou escrevendo um poema com alguém de Minas Gerais, ao mesmo tempo tentado colocar letra em uma melodia de alguém de Campinas.
Outras me atrevendo a escrever textos regionalistas, tradicionalistas.
É a prova que a diversidade está aí para ser vivida e compartilhada.

LAM - Você também participa do Portal Poeta Brasileiro. Fala pra gente desse portal e das relações desenvolvidas.

O Portal do Poeta Brasileiro é um lugar daqueles que você entra e não quer sair mais, é um portal direcionado para poetas,onde temos muito incentivo para criar, participar de concursos, escremos bastante em parceria além de divertido, temos o “Mote”, onde uma frase de um poeta renomado e lançada e temos o prazo de um dia para desenvolver algo breve em cima do que foi dito.
O resultado sempre é muito bonito e emocionante, ver tantos sentimentos ali demonstrados.
Todos devidamente organizados pela querida Aline Romaríz.
O lema do portal é “Gentileza gera Gentileza”.
O site do Portal está sendo refeito com parcerias estabelecidas e coisas novas vêem por aí aguardem.



LAM - A internet tem contribuido para difusão do seu trabalho literário?

Sim, sempre apostei na internet, se bem utilizada produz bons frutos o contrário também é verdadeiro.
Comecei pela internet, continuo na internet e agora estou começando vir para a realidade.
Afinal o boca a boca é a melhor das propagandas também.

LAM - Quais os projetos você tem por perspectiva de realizar?

Já estou com meu livro pronto para ser lançado até o final do ano, é um livro de Poesias.
Tenho uma canção que está prestes a entrar no CD de um parceiro do Clube Caiubi.
Se der tempo vou participar da Antologia Poética 2011 pelo Portal dos Poetas Brasileiros que será lançada na Bienal do Rio de Janeiro.



HELENA CRISTINA – A escritora e poeta Helena Cristina Buarque é paranaense de Curitiba, bacharel em Análise de Sistemas pela PUC-PR e especialista em Gestão do Conhecimento. Ela está presente com seus textos no Recanto das Letras, no Clube Caiubi de Compositores e no Poetas Brasileiros. Veja tudo isso e muito mais dela no Crônica de amor por ela. E mais na campanha Todo dia é dia da mulher.

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