MARTA NASCIMENTO – Conhecer pessoalmente Marta Nascimento foi
uma das experiências mais agradáveis que tive na vida. Simpaticíssima, gentil,
acessível e generosa, essa paraibana radicada em São Paulo me recebeu de braços
abertos na sua residência para divulgar o meu trabalho. O seu altruísmo espontâneo
é meritório de toda minha eterna gratidão.
Nascida em João Pessoa, ela hoje é radicada
em Barra Bonita, no estado de São Paulo. É radialista, poeta, apresentadora de
TV, compositora e cantora, Marta começou sua carreira em 1986 com o Grupo Tribo
Terra, participando de diversos festivais. Com mais de 100 composições musicais
engavetadas, ela gravou seu primeiro cd Do Jeito da Vida, em 1997. O seu
segundo cd, Eu Plural, foi lançado em 2000. A sua poesia já foi
publicada nas antologias de 2003 e 2004 da Editora Casa do Novo Autor. Como
radialista, ela comanda o programa cultural Olho Clínico, na TVC-Jaú, Canal 2. Conheça
um pouco mais dessa simpática artista:
ENTREVISTA: MARTA NASCIMENTO
LAM - Marta, vamos para a pergunta de praxe: como e quando se deu
seu encontro com a arte?
Posso te dizer que o palco sempre me
chamou a atenção desde criança. Não fui aquela menina que brincou de boneca
como tantas outras, eu já criava personagens e os exibia para a família em
palcos armados no fundo do quintal da nossa casa.
LAM - Quais as influências da infância e adolescência que
fundamentaram a sua formação profissional?
Meu pai foi uma influência muito forte
na minha vida, Desde pequena lembro que ele nos educava através das suas
metáforas nas histórias que nos contava. Apesar dele não ter nenhuma
ligação com a arte, nos transmitia uma visão de que a vida poderia ser vivida através
daqueles personagens fortes que existiam nas suas referências. Ele cantava
muito e me ensinava todas as músicas que ele gostava para que eu cantasse pra
ele enquanto fazia o seu trabalho. Tive bons mestres musicais , como a minha
irmã Lúcia e o meu cunhado Ailton, que me trouxeram o que havia de melhor na
música daquela época, enfim, acredito que por essas influências a música se fez
muito forte na minha vida e não é a toa que eu acabei fazendo o que faço hoje.
LAM - Você por formação é radialista. Também é cantora e
compositora musical. Como se deu a escolha pelo rádio? Foi a cantora que levou
você pra isso, ou foi o rádio que levou você profissionalmente para a música?
Foi a cantora que me levou ao Rádio.
Recebi um convite do então diretor da Rádio da Barra, Alcemir do Carmo, para
fazer um programa musical naquela emissora e me senti impotente para fazê-lo.
Como assim, eu não era radialista? Risos, daí senti a necessidade de
fazer esse curso que me encantou e que me levou a TVC Jaú, onde estou até hoje.
Do rádio que sempre tive vontade de estar, passei para a TV.
LAM - Você participou de diversos festivais de música. Isso
contribuiu para sua formação de cantora e compositora? Conta pra gente essa
experiência.
Posso te dizer que sempre foi uma surpresa
ser classificada para um festival. Acho que esse palco é uma vitrine bem legal.
Sempre coloquei minhas músicas com a intenção de que alguém que não esta ao
nosso redor pudesse conhecer um pouco do que eu fazia e assim fui podendo
crescer um pouco mais nesse área, pois a responsabilidade de estar nesse palco
exige isso.
LAM - Você também participou do Ave e Viola e, depois, do Grupo
Tribo Terra. Fala da experiência desses dois projetos.
O Ave e Viola era um grupo paraibano que
me atraia muito pelo seu conteúdo musical. Amiga dos integrantes,
esporadicamente era convidada para participar de alguns shows. Naquela
época era muito difícil encontrar uma mulher para cantar, pois nossos pais nos
proibia de fazê-lo, mas com jeitinho fui conquistando esse espaço e foi muito
bom.
A Tribo Terra foi a minha principal
escola musical, pois com ela aprendi a enfrentar os palcos da vida. Quando
saímos de João Pessoa em 1980, casada com um dos integrantes do Ave e Viola,
Gil de Rosa, viemos morar em Barra Bonita , SP e aqui eu senti que o Gil
precisava dar continuidade aquele trabalho que ele tinha deixado pra trás e
procurei de uma certa forma suprir isso. Fui para uma escola de música aprender
violão, coisa que nunca fiz direito, risos, e ficava observando quem que eu
poderia convidar para formarmos um grupo e encontramos o Américo, que tinha uma
sede muito grande de conhecer novos compositores e assim, Gil , Américo e eu,
demos início a um trabalho autoral que nos rendeu 02 cds, Do jeito da vida e Eu plural e até hoje, apesar das
dificuldades, sempre nos encontramos para compor juntos.
LAM - Você primeiro gravou Tom Cigano, depois o Prefiro ser
romântica e, mais recentemente, Olhando Daqui. Fala do desenvolvimento desses
projetos musicais e qual a receptividade do público.
Tom Cigano é
o meu primeiro filho musical e eu gosto demais dele. Ele aconteceu justamente
pela dificuldade de dar continuidade ao trabalho da Tribo Terra e eu tinha sede
de por pra fora aquilo que já tomava conta de mim, que era o gostinho de poder
musicar uma letra minha ou de alguém que não soubesse fazê-lo. Conseqüentemente
veio o Prefiro ser romântica
reafirmando aquilo que eu sempre fazia na Tribo Terra que era cantar a parte
romântica do grupo. Nesse trabalho pude também explorar o que eu havia
aprendido na TV e resolvemos lançá-lo juntamente com o DVD. Olhando daqui é o mais recente
trabalho, lançado em dezembro de 2011. Nesse CD eu gravei algumas músicas das
minhas irmãs, sobrinho, cunhada e coloquei também algumas parceiras com amigos
letristas, pois minha família sempre teve esse desejo , de que eu
gravasse alguma coisa deles e obtive um resultado bem interessante. Quanto à
repercussão desses trabalhos, sempre foi muito boa, não tenho do que me
queixar, pois quando somos reconhecidos no lugar onde vivemos isso é mais do
que gratificante e graças a Deus, isso sempre aconteceu.
LAM - Você também é poeta com várias poesias publicadas em livros
e antologias. Para você é a poesia que torna a vida suportável?
Rindo, não diria poeta, eu gosto de
escrever algumas coisas, rs...! Mas, te digo com franqueza: gosto muito da vida
que levo, mas ao escrever ou mesmo musicar, sinto-me uma pessoa mais leve...
LAM - Você apresenta o programa cultural Olho Clínico. Fala pra
gente da proposta do programa.
Esse programa começou enquanto eu fazia
o curso de radialista. A convite da TVCJaú para que eu fizesse um programa
musical no seu canal, eu me vi numa sinuca: queria ir para o rádio, mas ali
seria um canal bacana para por em prática projetos que eu tinha em mente.
Resolvi aceitar e a minha proposta foi a de valorizar o lado criativo do autor
de suas obras, fosse qual fosse esse segmento e assim o Programa Olho Clínico
se firmou mostrando aquele que compõe, que cria, que ensina, que educa e parece
que deu certo, pois ele já esta no ar a quase 08 anos.
LAM - Você mantém um belíssimo sítio na rede, reunindo seu
trabalho artístico. A internet tem contribuído para a difusão do seu trabalho?
Hoje esse meio de comunicação é um dos
mais fortes canais para a divulgação de um trabalho, seja ele qual for. Com
certeza ele ajuda muito a nos divulgar e quem esta fora dele, fica fora do
mundo.
LAM - Quais os projetos que Marta Nascimento tem por perspectiva
de realizar?
Acho que todo compositor deseja ver o
seu trabalho impresso num CD, portanto, meus projetos sempre serão aqueles que
me levem a esse final. Estou com planos de lançar mais um CD nesse ano, com a
parceria de um amigo compositor, o Eller e acredito que dará certo, pois já
esta quase pronto faltando apenas detalhes para colocarmos em prática.
Aproveito aqui a oportunidade para
agradecer esse espaço que me destes, valeu...!
Veja mais dela no site Marta Nascimento, no Programa Olho Clínico e no Clube Caiubi de Compositores.
Confira mais da campanha Todo dia é dia da mulher na Agenda.