segunda-feira, outubro 27, 2008
PRIMEIRA REUNIÃO
Imagem: Caneta e sangue, de Vincent Castiglia
AUTOCOMISERAÇÃO CATÁRTICA
“Eu faço versos como quem morre” (Manuel Bandeira)
Luiz Alberto Machado
Tenho que chorar
Toda culpa do mundo está debruçada sobre mim
As pedras nos pés mancos e os caminhos para seguir são lucros oriundos da vida.
Preciso lavar a culpa enxaguando as mãos golpeadas e seviciadas pelo bote certeiro do aríete dos sonhos com seus archotes de esperança que as hélices portáteis dos meus braços doem na carne lanhada do século XX e deixam um cisco na fronteira da percepção: os traçados de ontem com seus olhos de amanhã.
Estou encarcerado no bagaço do meu corpo encharcado no mormaço do sisifismo que embota dos olhos e já não tenho motivos para esconder-me.
Ser-me já não basta porque a vida está nos seus olhos que me fazem incólume vivo.
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